sábado, 31 de dezembro de 2022

RETROSPECTIVA 2022: SOLIDARIEDADE, SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E CIDADANIA

Por Célia Ribeiro

O ano de 2022 foi marcado pelo protagonismo da internet e das redes sociais na vida dos cidadãos, e a repercussão das reportagens também pode ser medida pelos acessos e interações dos internautas. Com base nisso, selecionamos as matérias que mais impactaram os leitores, entre as 53 reportagens publicadas no Jornal da Manhã e neste blog, no período de janeiro a dezembro. Clique no hiperlink de cada mês para reler as reportagens.

JANEIRO

A matéria sobre a recuperação de uma área pública de quase 50 mil metros quadrados, degradada pela erosão e abandonada por décadas, para produção de alimentos destinados à população do bairro, foi publicada em 09 de janeiro. O projeto de agrofloresta uniu ambientalistas em parceria com a Prefeitura e deu os primeiros frutos no Jardim Maracá, próximo ao Distrito de Padre Nóbrega, através de Johnny Thiago Santana, coordenador do projeto “Doce Futuro” de criação de abelhas sem ferrão, e dos ambientalistas André Luís de Lima (coordenador da agrofloresta) e João Moura Tramarim. 

Johnny Santana

FEVEREIRO

Em 06 defevereiro, o JM mostrou um assunto preocupante: o retino blastoma em crianças. A médica Simone Almeida, que é chefe da disciplina de Oncologia Ocular da Faculdade de Medicina de Marília (Famema) e integrante da equipe do Ambulatório de Onco-Oftalmologia da Santa Casa de Marília, tem visto periodicamente casos que acometem crianças de zero a 10 anos. Por isso, defende a necessidade de uma ampla campanha de divulgação para que os pais e cuidadores  estejam atentos aos sinais. Quanto mais cedo se diagnosticar o retino blastoma, maiores as chances de cura e de preservação do olhinho.

Dudinha

MARÇO

A solidariedade foi o tema da reportagem de 13 de março: no auge da pandemia do Coronavírus,  alguns abnegados encararam os riscos do contágio para alimentarem mais de 120 famílias da zona sul de Marília, além de moradores em situação de rua. “Marmitas Solidárias” é um dos projetos  da Associação dos Moradores do Nova Marília. Além de ser conduzido por voluntárias do bairro, o que o torna especial é o fato de conseguir apoio junto às camadas mais pobres da população, justamente aquelas que menos têm para contribuir. “É o pobre ajudando o pobre”, observou a coordenadora, Sandra Farias.

 ABRIL

A cultura foi destaque em 17 de abril: Como em todos os segmentos, a Sonatina – Música e Movimento foi surpreendida com a paralisação das atividades presenciais no início de 2020. Uma das alternativas da escola de música foi criar conteúdo disponibilizando os vídeos em seu canal no Youtube, para não perder o vínculo com os pequenos alunos. Mas, o que parecia crise se tornou uma oportunidade: em dois anos, a Sonatina deu um salto de qualidade e hoje também é referência como produtora de audiovisuais tendo à frente Carol Alaby, Dani Mazuti e Eric Brandão. 

Carol, Eric e Dani da Sonatina

MAIO

Na edição do dia primeiro de maio, a reportagem mostrou um encontro de ambientalistas. Marília vive sua fase mais fértil no desenvolvimento de projetos ambientais. Em praticamente todas as regiões, algo está germinando com o objetivo de reverter danos e preservar os recursos naturais para as gerações futuras. Uma amostra dessas realizações foi apresentada em um café da manhã no futuro Parque Terra Sollarium, na Via Expressa do Pombo, pelo empresário Marcelo Pelúcio, da Teravolt, idealizadora do empreendimento que tem como base a geração de energia solar.

 JUNHO

Em 26 dejunho, o destaque ficou para o trabalho de logística reversa que retira pneus inservíveis do meio-ambiente.  A Reversa Pneus se tornou referência como ponto de coleta, sendo a única credenciada na região pela Reciclanip, entidade formada pelos fabricantes de pneus que realiza a coleta em todo o País. Ela recebe os pneus de Marília e mais 16 municípios, num raio de 200 quilômetros, em uma cadeia bem estruturada que conquista cada vez mais atenção, sobretudo das transportadoras.

 JULHO

Filhos do coração: a complexa questão da adoção foi registrada em duas reportagens publicadas em 06 e 09 de julho, mostrando as etapas e requisitos necessários para a adoção, com depoimentos emocionantes. Integrantes do Setor Técnico de Serviço Social e Psicologia do Fórum de Marília, Ana Paula Ferreira de Castro e Adriana Garcia Stefani Cechet, respectivamente assistente social e psicóloga, informaram que a fila de espera varia muito. Atualmente, cerca de 100 pessoas, entre casais e solteiros estão habilitadas para a adoção.O que mudou, nos últimos anos, é que não apenas casais heterossexuais como casais homoafetivos vêm cumprindo todos os requisitos e vários já adotaram. Em menor número, também, aparecem pessoas solteiras que desejam ter filhos.

Pais com os filhos do coração

Outra matéria relevante, editada em 31 de julho, retratou os 91 anos da Maternidade e Gota de Leite. É uma das poucas instituições  que destina 100 por cento do seu atendimento ao SUS, sendo referência na humanização do atendimento às parturientes de Marília e cidades da região.

Gota de Leite atende 100% SUS

AGOSTO

O período de isolamento social dos últimos dois anos cravou marcas significativas. Dos que foram profundamente transformados aos que ainda estão tentando dar um novo sentido à vida, em comum só a certeza de que nada será como antes. Por isso, ao publicar um manual sobre turismo rural, o jornalista Ivan Evangelista Junior acena com uma ferramenta extremamente útil: os empreendedores vão se beneficiar de seu vasto conhecimento na área e o turista encontrará pérolas cujas conchas começam a ser reveladas na região de Marília. O livro, que se lê rapidamente e com gosto, é leitura obrigatória para entender o que tem ocorrido no setor de turismo rural da região. Recomendo muito esta obra. A matéria foi publicada em 14 de agosto. 

Ivan Evangelista Jr.

SETEMBRO

No dia 11 desetembro, a delicadeza do projeto social de Luciana Sabatine Peralta Battilani chamou a atenção. Há 10 anos, as bonecas de pano, com olhar expressivo e cabelos ajeitados sob os chapéus, trazem encantamento às crianças e fazem os adultos mergulharem no túnel do tempo. Doadas, as bonecas são sinônimo de alegria, afeto e solidariedade. Já no dia 18 de setembro, a reportagem mostrou a história de empreendedorismo da ex-cabeleireira Simone Amorin de Camargo, 43 anos. Ela faz sucesso em um canal no Youtube com quase 14 mil inscritos e na feira do Nova Marília em que vende bolos e pão de queijo preparados com cuidado. 

Bonecas do projeto social

OUTUBRO

Em 23 deoutubro, uma das matérias que mais repercutiu no ano: a ABRACAMED (Associação Brasileira de Cannabis Medicinal) term sede campestre em Marília e um polo de desenvolvimento científico e de inovação na capital paulista. A entidade tem como parceiros a Universidade Federal de São João Del Rey, em Minas Gerais, responsável pela pesquisa, análise, certificação e controle de qualidade do óleo produzido em Marília. 

Diretoria da Abracamed

Já na edição de 30 de outubro, a reportagem mostrou uma tarde das voluntárias da “Arte do Bem” que se reúnem para colocarem seu talento em peças bem acabadas que, após a venda em bazares, são revertidas para ajudar entidades filantrópicas. Elas uniram o talento  à articulação do grupo que impulsiona a produção de uma grande variedade de itens que vão de bolsas, necessaires, tapetes, toalhas de mesa, de chá, de lavabo, panos de prato ricamente decorados, aventais, guirlandas, objetos de decoração, entre outros. 

Voluntárias da Arte do Bem

NOVEMBRO

A matéria de 13 de novembro mostrou o trabalho social da micropigmentadora Fabianny Andrade que, apesar da agenda apertada, tomou para si uma missão: contribuir para devolver a autoestima às mulheres submetidas ao tratamento contra o câncer de mama através da micro pigmentação das sobrancelhas e da aréola, onde utiliza uma técnica refinada em 3D para criar a imagem do mamilo após a reconstrução das mamas.

 DEZEMBRO

A reportagem de destaque em 11 de dezembro registrou as ações ambientais do CEO da Danilla Foods Brasil,  com sede em Marília e bases nos Estados Unidos e na China, Derci Comandini. Dos 15 mil metros quadrados de área da Danilla Foods, 8 mil metros quadrados são destinados aos barracões de onde saem as delícias que encantam as crianças. E bem ao lado está a área de lazer dos colaboradores, o pomar com dezenas de espécies frutíferas, além do orquidário com mais de 600 orquídeas. O empresário também tem investido na doação de espécies frutíferas para recuperar áreas verdes, como a criação do Parque dos Pássaros.

Derci Comandini em seu orquidário 

Após rever reportagens com tantos personagens inspiradores, esperamos retornar em 2023 com mais notícias emocionantes. Obrigada pela companhia em 2022. 

Aos meus leitores, um feliz 2023!

 *Publicação na edição de 30.12.2022 do Jornal da Manhã

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sábado, 24 de dezembro de 2022

CRIANÇAS QUE VIVEM EM REGIÃO VULNERÁVEL, NA ZONA SUL, LANÇAM LIVRO SOBRE BULLYING.

Por Célia Ribeiro

Um grupo de crianças e adolescentes da zona sul de Marília celebrará o Natal de um modo diferente. Bem antes da chegada do Papai Noel, meninos e meninas de 12 a 16 anos se cansaram das brincadeiras pejorativas e, tomados de coragem, resolveram relatar em um livro suas experiências sobre o bullying escolar. Para eles, esta data tão simbólica que marca o nascimento de Jesus, terá mais um significado: a certeza de que podem correr atrás de seus sonhos.

 

Livro escrito pelas crianças
A ideia do livro “O Adeus ao Monstro Bull” nasceu da sensibilidade de uma cuidadora social. Ela parou para ouvir as crianças no Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) Rosa Modeli, do CDHU, uma região de vulnerabilidade social e que costuma frequentar as manchetes na imprensa pelos embates do tráfico de drogas.

Shirlei Onoel de Jesus passou a anotar os inúmeros relatos sobre bullying dando liberdade para que os alunos colocassem para fora a angústia e o temor que os acompanhavam em diferentes situações no ambiente escolar. Dos depoimentos para a criação do texto, produção das ilustrações e edição final, foi um pulo.

Sem disfarçar a emoção, a secretária municipal da Assistência e Desenvolvimento Social, Wania Lombardi, contou como tudo começou. Ela explicou que há alguns meses foram contratados 60 cuidadores sociais, “mas a maioria fez a ponte para outro concurso e foi embora. E os que ficaram são pessoas que têm muita afinidade com a assistência social. Não é qualquer pessoa que vem”.

Entre esses dedicados profissionais, Shirlei se destacou, prosseguiu a secretária. Conforme disse, os relatos das crianças se transformaram em um projeto de combate ao bullying que frutificou, culminando com o lançamento do livro assinado pela “Liga da Bondade”, com direito à noite de autógrafos na presença da família e da comunidade. 

Autores do livro sobre o bullying escolar

Wania Lombardi disse que “o livro faz uma analogia do bullying com o monstro. Conta toda a história do monstro que fazia maldade. No fim, as crianças se reúnem e acabam com o monstro do bullying”. Ela assinalou que no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (antiga Casa do Pequeno Cidadão), “a gente trabalha muito a diversidade. A gente fez oficina de turbantes com as meninas para achar as raízes negras. Tem um projeto que vai trabalhar a prevenção da gravidez precoce, por exemplo”. 

Secretária Wania Lombardi

De acordo com a secretária, há muitos projetos saindo do forno: “Uma educadora está preparando um projeto para a prevenção da violência no namoro porque a gente descobriu que a violência começa no namoro e acaba matando quando casa ou quando junta. Vamos fazer ela se sentir bonita, ela se amar, fazer o encaminhamento dessas meninas para capacitação e inclusão produtiva, para o empreendedorismo”. 

Noite de autógrafos

Nos CRAS, acrescentou, “tem o espaço onde os educadores, os cuidadores que recebem as crianças, trabalham os percursos: contra a droga, de empoderamento, de sexualidade. São vários temas”. Todas as atividades são realizadas no contra turno escolar e os assistidos almoçam no local.

SOLENIDADE

Os familiares prestigiaram o lançamento

Wania Lombardi lamentou não ter tido tempo para fazer uma edição profissional do livro: “Quando fiquei sabendo, já era o convite para a noite de autógrafos”, contou. Ela lembrou que as famílias estavam presentes e os autores se posicionaram em uma grande mesa onde, orgulhosos, davam autógrafo em cada exemplar. 

Lista de autores

Conforme a secretária afirmou em publicação no site da Prefeitura, “crianças e adolescentes que passam por humilhações podem apresentar doenças psicossomáticas e sofrer traumas de diversas espécies. Em alguns casos extremos, o bullying chega a afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o suicídio”.

 

Shirei Onoel
Em entrevista ao JM no início da semana, a secretária elogiou os profissionais da sua equipe destacando o alcance de trabalhos como esse: “Tenho um sentimento de que as nossas crianças, principalmente as vulneráveis, são subestimadas e quando a gente está muito próximo delas, percebe o potencial que elas têm”.

Ela finalizou lamentando o engessamento do sistema que não permite contratações de profissionais com perfil para atuar na área já que o concurso público é obrigatório: “Apesar de termos pessoas maravilhosas na nossa Secretaria, não posso contratar uma pessoa para trazer. Só quero isso, possibilidades legais de contratar projetos maravilhosos para essas crianças que merecem, que tenham um futuro além daquele futuro que é trabalhar no tráfico de drogas.”

Se depender da dedicada equipe da Secretaria e dos planos que a secretária esboçou para os próximos dois anos, as crianças e jovens das regiões mais vulneráveis, na periferia da zona urbana e nos distritos, podem dar asas à imaginação porque há muito o que transformar para os próximos Natais.

 *Reportagem publicada na edição de 24.12.2022 do Jornal da Manhã

domingo, 18 de dezembro de 2022

MANSÃO ISMAEL: IDOSOS COLOCAM BILHETINHOS NA ÁRVORE DE NATAL

Por Célia Ribeiro

Em um passado distante, muitos enfeitaram as árvores com bolas coloridas e luzes de pisca-pisca, colocando os bilhetinhos dos filhos e netos para o Papai Noel. Neste Natal, os idosos abrigados na Mansão Ismael trocaram os adereços e a celebração em família por pequenos papéis, identificados com o nome e o presente que gostariam de ganhar, cuidadosamente pendurados nos galhos da árvore montada no refeitório. 

Árvore de pedidos espera doadores

A magia do Natal, que marca o nascimento de Jesus Cristo, é um símbolo de solidariedade para as pessoas que desejam dividir um pouco do que têm com quem precisa. Por isso, desde o início do mês, muitos doadores têm procurado o asilo para presentearem os abrigados no lugar do Papai Noel. 

Instituição tem ampla área verde para os abrigados

De acordo com a presidente, Maria Elisa da Silva, “geralmente, eles pedem camiseta ou bermuda com elástico, porque a maioria usa fraldas, no caso dos homens. As mulheres pedem conjuntinhos de malha, desses bem simples e fresquinhos”. Além do nome, os idosos anotam a numeração da peça, explicou. 

Entidade acolhe 74 idosos

Até o dia 20 de dezembro, próxima terça-feira, os interessados em contribuir podem se dirigir à Mansão Ismael, localizada à Rua Paes Leme, nº 1110, das 8 às 12 horas, para escolher um dos papéis na árvore do refeitório. A entrega deve ser feita na portaria da entidade, no dia 22, das 8 às 17 horas e os idosos receberão os presentes na ceia de natal, no dia 24.

CELEBRAÇÃO 

Recebendo o carinho e a atenção da dedicada equipe do asilo, os idosos participarão da tradicional ceia no dia 24 de dezembro. Às 19h, após a oração, todos se confraternizarão durante o jantar à base de assados, saladas, massas e sobremesa,  explicou a presidente, Maria Elisa da Silva. 

A comemoração do Natal é muito esperada

Segundo ela, o jantar de Natal é tradicional e muito esperado pelos idosos. O cardápio é discutido com eles “e feito no capricho”, destacou a presidente. Ela contou que só tem um item que dispensa discussão: a sobremesa tem que ser sorvete “e de casquinha de cestinha porque é o que todos gostam”.

Maria Elisa contou que a árvore de pedidos era uma tradição, mas deixou de ser montada por conta da pandemia, pela proibição de circulação de pessoas de fora. E por falar nisso, com a volta dos casos de Covid atingindo, principalmente, os idosos, todo cuidado é pouco e as visitas que já eram raras não acontecerão neste Natal. 

Rita Beneton (Assistente Social), Ronaldo Apolônio
 (Administrador) e Maria Elisa (presidente)

Daí o esforço da equipe para amenizar essa fase que guarda lembranças e traz nostalgia para a maioria deles. Atualmente, são 74 internos, sendo que há dois casos de mãe e filho que foram abrigados juntos. Eles colaboram com a aposentadoria, mas a entidade vive de doações, pequenas subvenções oficiais e do bazar da pechincha que acontece às terças, quartas e quintas-feiras das 8 às 11 horas.

COMO AJUDAR

A presidente disse que os dois mil reais de subvenção do governo federal foram cortados durante a pandemia. “Temos contado com a ajuda da Prefeitura”, assinalou Maria Elisa, acrescentando que toda contribuição da comunidade é bem vinda, principalmente de fraldas geriátricas e itens de higiene pessoal.

 

Bazar gera renda
A Mansão Ismael também aceita doações para o bazar: roupas, calçados, utilidades domésticas, móveis etc, são vendidos a preços baixos para a população do entorno e geram renda que ajudam na manutenção da instituição que acolhe os idosos com muito carinho e o cuidado que eles merecem.

 *Reportagem publicada na edição de 18/12/2022 do Jornal da Manhã

 

domingo, 11 de dezembro de 2022

EMPRESÁRIO QUE SE INSPIROU NA NATUREZA INVESTE NA ARBORIZAÇÃO DE PARQUES

Por Célia Ribeiro

O banho de chuva ao entardecer, as brincadeiras com os animais do sítio e as longas caminhadas na lavoura marcaram a infância de Derci Comandini. CEO da Danilla Foods Brasil,  com sede em Marília e bases nos Estados Unidos e na China, o empresário vem sendo reconhecido pelo apoio aos projetos ambientais em áreas públicas, como o Bosque dos Pássaros recém-criado. 

Derci Comandini e uma das suas orquídeas favoritas

Apaixonado pela natureza, Derci recebeu a reportagem do JM na semana em que foi agraciado com o título de “Cidadão Mariliense” pela Câmara Municipal. Dos 15 mil metros quadrados de área da DanillaFoods, 8 mil metros quadrados são destinados aos barracões de onde saem as delícias que encantam as crianças. E bem ao lado está a área de lazer dos colaboradores, o pomar com dezenas de espécies frutíferas, além do orquidário com mais de 600 orquídeas. 

Lago com carpas ao lado do escritório

“Eu tenho uma preocupação muito grande com o meio ambiente, com a natureza. Isso vem da roça. Morei no sitio até meus 13 anos e aprendi isso com os meus pais, o cuidado com a natureza, com as nascentes. Vi eles plantando as árvores frutíferas. Aprendi que a gente tem que estar muito sintonizado com a natureza porque daqui a gente extrai tudo. Quando você cuida bem da natureza, isso retorna para você”, observou.

 

Jabuticabeira carregada
O empresário contou que passou a infância e pré-adolescência  na zona rural sem energia elétrica e as distrações da vida moderna. Também não havia outras crianças para brincar. Por isso, encontrou nas plantas, pássaros e animais seu ponto de conexão: “A natureza tem o momento de plantar, de colher, de dormência. Tem o período que as plantas ficam quietinhas guardando energia para depois desabrochar. E vem as flores, folhas e frutos”, assinalou.

Observando o ciclo de vida na natureza, Derci Comandini aplicou estes fundamentos nos negócios. Depois de exercer várias profissões, de trançador de cadeiras a soldador e office boy, ele fundou a Danilla Foods, há 20 anos, para apoiar indústrias marilienses no ramo de exportação e importação.

Responsável pelo desenvolvimento de uma linha de produtos que caíram no gosto das crianças pelo sabor e colorido das embalagens (gomas, pastilhas, pirulitos, balas, confeitos etc), a Danilla está em pontos de vendas do Brasil inteiro e exporta para dezenas de países através das unidades da Flórida (Estados Unidos ) e da Ásia (China).

Perguntado como a Danilla passou a ser conhecida somente nos últimos anos, o empresário justificou: “Tem um bambu cujas raízes crescem por baixo da terra, por muitos anos,  para só depois ele explodir. A empresa também é isso. A Danilla foi crescendo de uma forma que ninguém via. E hoje, mesmo eu querendo me esconder, eu não consigo, porque ela está em todos os lugares”. 

Pomar dá frutos abundantes

Derci Comandini prosseguiu: “Fiquei 10 anos me fortalecendo. Tive o cuidado de trazer essa empresa igual a esse bambuzinho, crescendo por baixo sem ninguém saber, para chegar aos 20 anos fortalecida sem ter medo de nenhuma multinacional, de nenhuma grande empresa. Pode ventar porque, tendo raízes, não cai. Tive a sensibilidade de interpretar a natureza e transferir para o meu negócio”.

ÁREA VERDE

No amplo escritório da sede, em Marília, não faltam belas orquídeas que saem do orquidário do terreno direto para a mesa de reuniões. Derci contou que resolveu montar a estrutura pelo desafio que representa cuidar dessas flores em ambiente controlado e só lamenta não ter o tempo necessário para se dedicar mais.

 

Derci se conecta com as plantas
Sua relação com as plantas é, no mínimo, intrigante: “A natureza tem uma coisa muito complicada. Não é todo mundo que consegue se sintonizar com ela. O que percebi é que parecia que a gente se comunicava, eu e as orquídeas. Quando a gente se encontrava, eu via um brilho nas orquídeas, elas se transformavam. Quando eu estava presente era uma outra vida, quando eu saía elas sentiam. Quando eu voltava, em uma semana, se transformava em outro orquidário”, confidenciou.

Conforme disse, “quando estou no orquidário mexendo com as plantas, eu me sinto simples, pequeno diante dessa grandeza que é Deus. Com a natureza eu reorganizo as ideias, volto a ser uma pessoa mais tranquila, sem preocupação, sem o peso da responsabilidade de tocar essa empresa do tamanho que é a Danilla, conectada com a China, Estados Unidos, que tem mais de 200 mil pessoas envolvidas nesta cadeia inteira. É muito peso, muito volume, muito dinheiro nisso. Então, quando eu estou ali, eu sou o Derci, um cara simples, comum e daí me sinto fortalecido”.

Quanto ao pomar, ele disse que formou para dar alimentos aos pássaros e poder ser aproveitado pelos colaboradores nos momentos de folga. Pitanga, amora, jabuticaba, goiaba, ameixa, maçã, cereja, manga, entre outras, estão em franca produção. Mas, quando é preciso, são disponibilizadas frutas cortadas em recipientes para os pássaros que frequentam o espaço. 

Orquidário tem mais de 600 plantas

Pássaros são atraídos pelas frutas
E foi pensando neles que o empresário resolveu apoiar a criação do “Bosque dos Pássaros” doando mais de 100 mudas de espécies frutíferas. A equipe “Verde Azul” da Secretaria do Meio Ambiente é responsável pela implantação do espaço aonde há uma nascente próximo à indústria Dori. Derci  contou que ao conhecer Cassiano Rodrigues Leite, chefe do Meio Ambiente da Prefeitura, de pronto quis participar dos projetos que visam ampliar a arborização urbana em Marília.

“Quero ver essa cidade transformada. Quando conheci o local, tinha sagui, sabiá, sanhaço. Nós, como cidadãos, temos que fazer nossa parte e a Danilla tem que retribuir. Já falei: onde tiver nascente, onde tiver local para plantio, eu quero estar junto. Uma cidade com verde muda o clima, muda tudo, o ar fica respirável. As pessoas querem fazer algo pelo meio ambiente. Só precisa de alguém que estimule. Se o poder público estimular, a gente tem que apoiar essas ideias”, finalizou.

 *Reportagem publicada na edição de 11.12.2022 do Jornal da Manhã

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domingo, 4 de dezembro de 2022

ARBORIZAÇÃO URBANA: PROJETO CRIA PULMÃO VERDE NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE MARÍLIA.

Por Célia Ribeiro

Não é de hoje que a educação ambiental tem ocupado lugar de destaque nas grades curriculares. Não é possível formar cidadãos conscientes sem que as crianças aprendam a importância de protegerem os recursos naturais que garantirão a sobrevivência da humanidade. Por isso, o programa “Minha Escola é Verde” foi recebido com festa por pais, educadores, diretores e, claro, pelos alunos da Rede Municipal de Ensino de Marília.

 

Plantio: educação ambiental na prática

De acordo com Cassiano Rodrigues Leite, chefe do Meio Ambiente da Prefeitura, o programa “foi criado para integrar o conjunto de ações que objetivam melhorar a arborização urbana em Marília. Temos o Projeto "Nascentes", que recupera a mata ciliar dos nossos recursos hídricos, o Projeto "Minha Cidade é Verde” que, com apoio da população e empresários, estamos arborizando áreas verdes e praças; e este grandioso projeto, "Minha Escola é Verde", que melhora a arborização dentro das escolas, com plantios de árvores frutíferas e exóticas, envolvendo os alunos e professores, propagando a educação ambiental”.

 

Cassiano Rodrigues
Ele explicou que “as mudas são doadas por empresas amigas do meio ambiente, como a Danilla Foods Brasil e Unimed e, após a ação de plantio, cada sala de aula adota uma das árvores plantadas, ficando com a responsabilidade de regar e acompanhar o crescimento, enquanto os professores utilizam esse tempo para explicarem a importância das árvores para o ecossistema. A equipe do Programa Município Verde Azul realiza a manutenção através do coroamento e adubação, permitindo o desenvolvimento sadio das mudas”.

Cassiano destacou a importância da adesão dos alunos e professores. Afinal, uma muda de árvore frutífera ou exótica leva de quatro a cinco anos até conseguir se manter sozinha. Até lá, há que se adubar, regar e limpar o entorno para que a planta se desenvolva de forma saudável.

Ele informou que o projeto piloto do programa chegou a três escolas: EMEF Edméa Rojo Sola, EMEI Monteiro Lobato e EMEI Roda Pião. “É um projeto que visa ajudar na arborização urbana e, principalmente, levar a educação ambiental sobre o tema para dentro das escolas. Simples e funcional. E devido ao sucesso do projeto piloto, pretendemos estender às demais escolas da rede pública da cidade”. 

Aula ao ar livre: o futuro começa aqui

O chefe do Meio Ambiente assinalou que cada escola decide o que quer cultivar: “Oferecemos o projeto e identificamos a quantidade de árvores a serem plantadas. Normalmente, uma sala ou duas no dia do plantio. Porém, cada sala, independente de ter participado do plantio, EMEIs e EMEFs, vão fazer a manutenção. Cada sala adota uma árvore, como jabuticabeira, acelora, ipê etc. Assim, duas vezes por semana, os alunos saem com sua garrafinha pet para regar as mudinhas”.

 MÃO NA TERRA

 Cassiano falou com entusiasmo sobre o programa destacando que cabe aos professores aproveitarem esse momento de cuidado das mudas para reforçarem conceitos trabalhados em sala de aula: “Eles vão falar que a árvore serve de ninho para os passarinhos, vai dar alimentos para nós, produz oxigênio.  Minha paixão nesse projeto é ver a criançada sair da sala de aula e molhar a arvorezinha, acompanhando o seu crescimento e participando disso. O trabalho pesado é nosso do “Verde Azul”, de coroar com enxada e adubar”, assinalou. 

Cuidado com a muda

Cassiano falou, ainda, sobre os investimentos na área ambiental em Marília: “Estamos avançando em diversas frentes para melhorar a arborização urbana no município. Criamos o projeto nascentes que está protegendo a mata ciliar, os nossos recursos hídricos em área de proteção permanente (APP), criamos o projeto “Minha Cidade verde”, onde estamos plantando em praças e áreas verdes ociosas da Prefeitura”.

 O chefe do Meio Ambiente informou que a iniciativa privada tem apoiado a causa: “Todo esse  trabalho tem a participação de empresários. Temos conseguido conscientizar essa turma, temos o apoio do Derci Comandini e da Unimed. A ideia é desenvolver a educação ambiental de forma prática. Depois, nós vamos falar sobre coleta seletiva e outros projetos. A ideia é melhorar a quantidade de árvores na cidade”.

 Cassiano frisou o papel da comunidade na recuperação de áreas degradadas e ocupação de espaços públicos que antes eram depósito de entulho: “A cereja do bolo são as pessoas que vão dar os cuidados posteriores porque pegar uma máquina da Prefeitura, limpar uma área e colocar 200 mudas é fácil. Quando vê, já plantou 1.500 mudas, mas até três ou quatro anos, quando ela consegue viver sozinha, temos que ter a participação da população”. 

Prefeito Daniel Alonso e Vice Cícero no 
plantio do "Bosque dos Pássaros"

Neste sentido, citou o “Bosque dos Ipês Amarelos” no Jardim Aquarius: “Antes, conversamos com moradores próximos que se prontificaram a cuidar e quando houvesse necessidade de um trabalho mais pesado que eles nos avisassem para fazermos o coroamento dessas plantas, a adubação e substituir eventuais mudas que morrem. O mesmo ocorreu no “Bosque das Flores” e no “Bosque dos Pássaros”, sempre envolvendo a comunidade”. 

Serviço pesado fica para a Prefeitura

De acordo com o responsável pelo expediente da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Vanderlei Dolce, “todos os plantios realizados através do Projeto “Minha Cidade é Verde” estão recebendo visita técnica para análise e cuidados objetivando o desenvolvimento saudável das plantas”. Nesta semana, o “Bosque dos Pássaros” apoiado pela empresa Danilla Foods Brasil, recebeu a equipe da Secretaria.

"O Bosque dos Pássaros recebeu o plantio de uma centena de árvores frutíferas nativas onde, além de melhorar nossa arborização urbana, irá atrair e cuidar da fauna, oferecendo alimentos e abrigos a pequenos animais. Este é um trabalho desenvolvido pela equipe do Programa Município Verde Azul e pretendemos ampliá-lo ao longo do ano vindouro, alcançando o maior número de bairros em nossa cidade, deixando esta herança que refletirá na qualidade do ar durante décadas à nossa população", afirmou Vanderlei, em nota da Assessoria de Imprensa da Prefeitura. 

(Crédito: Fotos Secretaria de Comunicação - Prefeitura de Marília)

*Reportagem publicada na edição de 04.11.2022 do Jornal da Manhã