domingo, 25 de setembro de 2022

“ENTRE LAÇOS”, BATUKEDOPÉ SAPATEIA EM CIMA DA TRISTEZA INAUGURANDO NOVA FASE.

Por Célia Ribeiro

O som inconfundível do sapato tocando o tablado de madeira está de volta. Com o espetáculo “Entre Laços”, a escola de sapateado Batukedopé inaugura nova fase após quase dois anos fechada. Nos dias 30 de setembro e 01 de outubro, no Teatro Municipal de Marília, a sapateadora premiada Valéria Sanches dirigirá os alunos que resistiram em tempos de isolamento praticando online até que pudessem voltar às aulas presenciais.

Detalhe do sapato especial

A história de superação do Batukedopé merece ser contada para inspirar quem pensa em desistir dos seus sonhos. Em entrevista ao JM, Valéria Sanches falou sobre os meses de incerteza e medo. Além do número de alunos ter sido drasticamente reduzido, passando de 48 para apenas 12, a dificuldade em manter a conexão com os alunos, ainda que virtualmente, por pouco não colocou um ponto final em um dos projetos sociais da cidade.

Um dos espetáculos no teatro

Como registrado em reportagem desta página, em 2.018, a escola de sapateado concede bolsas de estudo a crianças que não podem pagar pelas aulas de sapateado. “Adote um artista” sobreviveu e, para as crianças que não tinham acesso à internet para as aulas online, a professora pagou créditos para o celular e, assim, esses alunos não foram excluídos.

A escola ficou fechada por quase 02 anos

“Trabalhar com arte em tempos comuns já não é fácil. É matar um leão por dia”, afirmou Valéria Sanches, contando que “quando veio a pandemia, meu chão caiu. E caiu porque fui a primeira a fechar, no dia 16 de março de 2020, antes de fechar tudo”. Ela explicou que buscou opções para continuar o trabalho, como o envio de aulas gravadas para os alunos através do WhatsApp.

Interação online com os alunos

No entanto, sem a comunicação direta com os alunos, Valéria procurou outras alternativas, como a maior parte das escolas e empresas fizeram para manterem suas atividades remotamente. Do Google Meet veio a tábua de salvação porque todos podiam interagir e matar a saudade uns dos outros.

TRABALHO CONJUNTO

Com quase nenhuma receita das mensalidades, Valéria Sanches mal conseguia pagar o aluguel da escola, localizada à Rua Araraquara, 480. Por sorte, recursos públicos, da ordem de nove mil reais, chegaram em boa hora: “Depois de um tempo, veio a Lei Aldir Blanc e me inscrevi em vários editais”, lembrou, destacando que “a Secretaria da Cultura de Marília é muito comprometida e ajudou todo mundo que a procurou”.

Espetáculo marca nova fase

Sem saber como funcionavam as plataformas de videoconferências, como Zoom e Google Meet, Valéria foi aprender como aproveita-las. Assim, a professora mandou fazer um tablado para cada aluno que fez questão de entregar de casa em casa. Para os alunos do projeto social, que usavam sapatos da escola, ela também levou os calçados especiais para que eles pudessem participar online. 

São aceitos alunos a partir de 03 anos

Ela recordou, com indisfarçável orgulho, o apoio dos pais. “Quando resolvi montar um espetáculo, fiz as coreografias e as mães me ajudaram muito, com figurinos e nos ensaios. Cada um ensaiando em sua casa. Depois, elas gravaram os vídeos e um aluno que hoje mora em Londres ajudou na edição”. O mariliense Renan Teodoro, aliás, brilha em musicais na Europa e já foi entrevistado nesta página em novembro de 2018. 

Renan mora em Londres e ajudou na edição dos vídeos

O espetáculo “O que foi feito e nós” pode ser acessado no canal da escola no Youtube (Batukedope batuke) e mostra o resultado do esforço conjunto com os alunos sapateando em tablados de casa, usando roupas do dia a dia em uma sincronia que só mesmo a arte pode proporcionar.

O RETORNO

Valéria comemora a volta gradual à normalidade contando com um apoio especial: seu filho de 18 anos, Aurelio Sanches, sapateador que já participou de cursos e fez apresentações elogiadas nos Estados Unidos, atualmente cursa Educação Física e integra a orquestra do Projeto Guri. 

Aurélio em apresentação com a mãe

As aulas presenciais voltaram em março de 2021, mas os alunos continuam usando a máscara de proteção, assinalou a professora, que  no fim do ano passado, apesar de tudo, conseguiu montar e apresentar o sarau “Reencontro”: “Foi muito emocionante voltar ao palco após um turbilhão de coisas”, comentou, citando a perda de sua mãe para uma leucemia fulminante. 

Valéria cuida das flores também na escola

Além do amor ao sapateado, Valéria aproveitou o período de recolhimento para se dedicar às orquídeas que eram a paixão de sua mãe: “Virei a louca das plantas”, disse, divertindo-se ao contar que tem quase 100 delas em casa e na escola de sapateado onde as flores dividem espaço com os sapatinhos barulhentos em meio à atmosfera que exala arte pelas paredes.

 

Sapateado ao ar livre

Quem for ao Batukedopé pode ter a sorte de ser recebido pela assistente Pietra Isabele Garcia dos Santos. Aos 13 anos, ela chegou na escola de sapateado aos seis anos, dentro do projeto social. Atualmente, ela auxilia Valéria Sanches na escola e não esconde a alegria pelo recomeço: “Adoro o sapateado. Isso é tudo pra mim”, assinalou. 

Valéria e Aurelio com o Claudia Raia e Jarbas Homem de Melo

A escola de sapateado Batukedopé fica na Rua Araraquara, 480, perto da antiga Rodoviária. O telefone para agendar aulas experimentais, a partir dos três anos de idade, e conhecer o sapateado é: (14) 997042871. Os ingressos para o espetáculo “Entre Laços” estão á venda no site: Mega Bilheteria 

Assistente Pietra

*Reportagem publicada na edição de 25.09.2022 do Jornal da Manhã

domingo, 18 de setembro de 2022

EX-CABELEIREIRA FAZ SUCESSO COM BOLOS CASEIROS NA FEIRA DA ZONA SUL E NO YOUTUBE.

Por Célia Ribeiro

Todos os domingos, ela já está  a postos com café quente e delícias em uma banca na feira livre do Nova Marília, antes do amanhecer. O que poucas pessoas sabem é que a simpática feirante enfrentou e superou desafios de toda ordem. Simone Amorin de Camargo, 43 anos, ex-cabeleireira, faz sucesso em um canal no Youtube com quase 14 mil inscritos e na feira em que vende bolos e pão de queijo preparados com cuidado.

 

Simone e a ajudante Maria (Fotos Ivan Evangelista Jr.)

Empreendedora nata, ela recebeu a reportagem do JM para contar sua história, que começa aos 16 anos, quando teve o primeiro emprego de cozinheira na residência em que a mãe era diarista. A paixão pela cozinha, que começou ali, foi uma verdadeira tábua de salvação, décadas depois, quando ela se viu mergulhada na depressão durante a pandemia.

Pão-manteiga e pães de queijo
 são muito procurados

Voltando no tempo, Simone disse que  levou do primeiro emprego a experiência na cozinha devido às receitas que aprendeu nos livros de culinária da patroa. Ela se mudou para Jundiaí e quando retornou a Marília, anos depois, fez um curso de cabeleireira que era algo que gostava e queria aprender depois de ter trabalhado como cuidadora de idosos e cozinheira de restaurante.

A cozinheira ficou guardada nas lembranças e, por mais de 15 anos, Simone se dedicou aos cortes, químicas e penteados das clientes, na Zona Sul. Com problemas nas articulações pelo movimento repetitivo, teve que abrir mão da nova profissão. Neste meio de tempo, casou-se e, mesmo tendo recebido o diagnóstico de que não poderia ter filhos, Simone acreditou que teria uma família completa.

Assim, chegou o primeiro filho, hoje com oito anos, que encheu a casa de alegria. Mas, ela queria mais e, muito religiosa, tinha fé em que conseguiria nova gestação. E eis que vieram os gêmeos, Matheus e Natan, que completaram quatro anos. No entanto, os meninos, que foram diagnosticados com autismo, ainda necessitariam ter acompanhamento trimestral em Campinas porque não produzem biotina, conhecida como Vitamina B-7 e essencial ao metabolismo.

 PANDEMIA


Bolo de cenoura faz sucesso com as crianças
Com a pandemia e o isolamento social forçado, Simone deixou de participar dos eventos sociais da sua igreja e dos encontros com as amigas e vizinhas quando levava bolos caseiros para o café da tarde a fim de proporcionar um pouco de conforto àquelas que mais precisavam de apoio. E foram esses bolos caseiros, que fazia sem objetivo comercial, que alavancaram seu novo negócio.

 

Bolo caçarola é cremoso

Paralelamente, o marido que, além de pastor, é fotógrafo e trabalha em um box de eletrônica no Camelódromo, sugeriu que Simone gravasse vídeos ensinando suas receitas. Aos poucos, ela foi mergulhando neste universo da culinária em que os doces vêm em primeiro lugar e, surpreendentemente, o canal “Cook Receitas com Simone Camargo” chegou a quase 14 mil inscritos, em pouco tempo.

Família reunida

Com a vida voltando ao normal, gradativamente, Simone resolveu aceitar a sugestão da amiga e apoiadora Maria Hidalgo: levar os bolos caseiros para a feira do Nova Marília. Com uma apresentação diferenciada, ingredientes de qualidade e receitas elaboradas, a banquinha começou a ganhar admiradores, como o presidente do Conselho Municipal de Turismo, Ivan Evangelista Junior, que se impressionou e fotografou o local para esta reportagem. 

Simone serve o bolo caçarola
Simone explicou que prepara tudo na véspera para chegar fresquinho à banca. Além de café, leite e chá de abacaxi com canela, ela vende pão-manteiga, que parece um folhado recheado de queijo e requeijão, dois tipos de pão de queijo, sendo que um deles tem o queijo mineiro como base, bolo-pamonha cremoso, bolo caçarola que lembra os bolos da vovó com sua textura macia parecida com pudim, além de bolo de cenoura coberto com chocolate e pão de mel. Em breve, também haverá brownies.

A clientela só aumenta e Simone começou a aceitar encomendas de bolos inteiros porque, na feira, ela vende os pedaços. Feliz por conseguir trabalhar no que gosta e ainda ajudar no sustento da família, ela assinalou que “a gente não quer só vender bolo, quer vender o momento, a experiência”, em alusão às memórias afetivas que a maioria das pessoas têm da infância e dos bolos caseiros.

Para saber mais sobre Simone, acesse o Instagram: @osbolosdasi. No Youtube, o canal é “Cook Receitas comSimone Camargo”. O WhatsApp é: (14) 988192366

 *Reportagem publicada  na edição de 18.09.2021 do Jornal da Manhã



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domingo, 11 de setembro de 2022

PROJETO SOCIAL QUE JÁ ENTREGOU 1200 BONECAS LANÇARÁ CURSO

Por Célia Ribeiro

Elas são alegres e coloridas, têm olhar expressivo e cabelos cuidadosamente ajeitados sob os chapéus. Em comum, trazem encantamento às crianças e fazem os adultos mergularem no túnel do tempo. As bonecas de pano criadas pela artesã Luciana Sabatine Peralta Battilani, que há 10 anos são sinônimo de alegria, afeto e solidariedade, vão cruzar fronteiras a partir deste mês. 

Luciana e a pequena Lívia

É que a artesã decidiu expandir sua arte: além de dar continuidade ao projeto de confecção de bonecos e bonecas de pano para doação, ela criou um curso online, pela plataforma Hot Mart, em que vai ensinar a confeccionar as bonecas Aurora, Catarina, Letícia e Lívia, além de contar curiosidades sobre o seu projeto social. 

Bonecas à espera do novo lar

Conforme esta coluna divulgou em dezembro de 2020, a servidora pública municipal resolveu aprender a confeccionar bonecas de pano para a festa de aniversário da pequena Lívia, hoje com 12 anos. Com os anos, a arte tomou conta de todo o seu tempo livre e, quando se viu, estava criando uma infinidade de bonecas e bonecos para presentear crianças em hospitais e entidades filantrópicas, além de idosos em asilos. 

Doação no Hemocentro: solidariedade

“Nestes anos, fizemos doações para orfanatos, asilos, hospitais e instituições que cuidam de crianças carentes, totalizando 1.200 bonecas e bonecos”, recordou, assinalando que a filha cresceu entre as bonecas e participa ativamente, escolhendo os tecidos e combinações de cores. 

Bonecas em fase de finalização

O trabalho de Luciana começou a aparecer e logo surgiram voluntárias, como alunas de cursos que passou a ministrar no tempo livre e amigas que sabiam costurar e queriam dar sua contribuição. Atualmente, são 25 voluntárias no projeto e cada uma coloca um pouco do seu talento e muito amor em cada nova peça. 

Detalhe das roupinhas

A artesã comentou que uma das dificuldades “é reunir as voluntárias ou distribuir os trabalhinhos. Mas, a vontade de ver tudo prontinho é tanta que no final tudo dá certo”. Nos últimos anos, com a pandemia, ela também precisou se adeptar aos novos tempos: “Tive que parar com os cursos presenciais e, como muitas alunas sempre me ligam perguntando sobre novos cursos,  resolvi então produzir um curso on line”.

 

Lívia e suas bonecas
Luciana explicou que para participar, a pessoa precisa ter um pouco de noção de costura: “Neste curso falo tudo sobre o Projeto ‘Espalhando Bonecas’ e incentivo as pessoas a fazerem a boneca e doarem, pois o resultado será incrível”, assinalou.

Como todo artesanato, confeccionar bonecas faz muito bem. Segundo Luciana, “os benefícios são inúmeros, desde uma distração, reviver a criança que existe em nós, relaxamento, realização de conseguir fazer algo tão delicado e alegre. Ou seja, só felicidade”.

Ela disse que coleciona histórias tocantes como quando fizeram doações a um hospital psiquiátrico: “As pacientes se acalmaram e ficaram muito felizes. E algumas que estavam em surto apresentaram melhora depois de receberem a boneca. Foi muito emocionante”.

 VOLUNTÁRIAS

 Luciana agradeceu o apoio de todos que colaboram com o projeto: “Hoje temos aproximadamente 25 voluntárias que amam fazer as bonecas e sabem o impacto que elas causam na vida de quem recebe”. Ela informou que  quem quiser ajudar “com materiais, pode doar tecidos de algodão, a pluma solicitada é o enchimento da boneca, lãs, linhas ou barbantes para os cabelinhos e até sacos de presentes”. 

Luciana e suas criações

Ela destacou que a produção acontece o ano todo. Estão previstas entregas em setembro e no Dia das Crianças em outubro.

Luciana finalizou afirmando que é “muito grata por ter a oportunidade de colocar em prática os meus dons e poder ajudar outras pessoas,  levando alegria, carinho e afeto através das bonecas e bonecos de pano. É simplesmente maravilhoso!  Quem quiser conhecer melhor o meu trabalho é só me seguir nas redes sociais:  Instagram: liluatelie e Facebook: Liluatelie Peralta”.

Leia a reportagem de 2020 clicando AQUI

*Reportagem publicada na edição de 11.09.2022 do Jornal da Manhã


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sábado, 10 de setembro de 2022

SOLIDARIEDADE: CHAPLIN LANÇA O “FILET PAULO DINIZ” NO FESTIVAL GASTRONÔMICO

Por Célia Ribeiro

O frescor do tomatinho cereja recém colhido emprestando cor e sabor ao talharini na manteiga e a potência do molho de queijo envolvendo o filet mignon grelhado são a base do prato que deve ser um dos mais disputados no “Festival Gastronômico”. No período de 09 de setembro a 16 de outubro, o evento terá a participação dos principais restaurantes da cidade com parte da renda revertida ao Projeto Semear e à ONG Coração de Criança. 

Combinação perfeita de ingredientes

A explicação é simples: o Chaplin elegeu o “Filet Paulo Diniz” como prato do festival. A homenagem foi uma iniciativa da esposa Cleide e dos filhos Paulinha, Guilherme e Fernando Diniz como forma de lembrar o saudoso ex-proprietário em uma ação que une ótima gastronomia e filantropia.

A concepção do prato não foi uma tarefa simples, explicou a chef de cozinha e filha do homenageado, Paulinha Diniz. Ela contou que procuraram selecionar um pouco de tudo o que ele mais apreciava. Daí,  a opção do filet grelhado ao molho de queijo acompanhado de uma massa na manteiga com tomatinhos cereja. 

Paulinha e Fernando Diniz no
lançamento do Festival Gastronômico
(Foto: Ivan Evangelista Jr.)

A promoção do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes e Bares (Sinhores) e do Marília Convention & Visitors Bureau movimenta Marília, anualmente, com a adesão dos restaurantes e lanchonetes. Em 2022, com preço de 66 reais, a cada prato os estabelecimentos participantes doarão seis reais para o fundo que será destinado às duas entidades beneficentes.

Guilherme Diniz lembrou que o pai teve uma discreta atuação no apoio à filantropia. Muitas vezes, silenciosamente, ele contribuía com as entidades e pessoas que o procuravam em busca de ajuda. Por isso, ao colocar seu nome no prato do Chaplin para o Festival Gastronômico é uma forma de lembrar de seu amor ao próximo.

 

Paulo atendia a todos com simpatia: "E vamo que vamo"

Cleide Diniz observou que o Chaplin sempre participou de eventos beneficentes, mas que “o Paulo ia além, muitas vezes nos bastidores”. Conforme disse, “ele nos ensinou muito sobre como ajudar o próximo” e a lembrança de sua atuação à frente do mais tradicional restaurante de Marília é inspiração para a família que continua à frente do negócio.

Fui conferir o prato: é excepcional!
Na foto, Rafinha, Guilherme Ravanelli, Patrícia Eras 
eu e Vinicius Rossi, sexta-feira (09/09/2022)

Fernando Diniz, que atua diretamente no Chaplin, informou que após o término do Festival Gastronômico, o “Filet Paulo Diniz” será incorporado ao cardápio para felicidade da clientela cativa desde 1981.

 PAULO DINIZ

Paulo com a esposa Cleide e os filhos
Fernando, Paulinha e Guilherme

Nascido em Pedregulho,  em 25/10/52, Paulo Diniz era o terceiro filho de uma família de agricultores. No início de 1953, o seu pai, Paulo Cândido Diniz, foi convidado a vir pra Marília gerenciar a Fazenda Santa Carolina, onde foi criado. Estudou na escola da própria fazenda e,  no quarto ano, veio pra cidade onde estudou no Cristo Rei, na Escola São Bento e no Senac, depois se formou em contabilidade e cursou a escola de economia.

Segundo a família, “na época em que estudou no Senac participava das olimpíadas onde foi atleta por 4 anos e chegaram a ser bicampeões . Nessa época, também trabalhava na Tilibra quando começou a formação profissional onde trabalhou dos 12 aos 17 anos. Trabalhou como entregador e serviços gerais onde aprendeu tanta coisa que se tornou um grande vendedor”. 

Paulo foi um grande patriota. Na foto com a esposa Cleide.

O relato da família prossegue: “Em 1970, com 17 anos, iniciou a carreira bancária como escriturário. Permaneceu nesse banco por 15 anos e fez sua carreira sendo gerente geral em Lins, Marília, Campo Grande além de ter feito inauguração de uma agência para este banco em  Pelotas-RS em 1981. Em 1985 foi convidado pelo banco Safra a inaugurar uma agência em Marília na qual permaneceu até 1987. Após isso foi para Noroeste, que se tornou banco Santander onde se aposentou em 2010, como diretor”.

Em 2007 ele adquiriu o tradicional restaurante Chaplin em Marília e veio pra administrar em 2012 até 2021 onde veio a falecer . “O Chaplin junto ao Paulo participou de muitos eventos beneficentes , e ele nos ensinou muito sobre como ajudar o próximo. E vamo que vamo!

Paulo Diniz , além de  um grande empresário, foi um excelente pai que lutou todos os dias para nos ter por perto. A única fatalidade foi ter partido tão cedo deixando-nos com essa saudade imensa”, finalizou a filha Paulinha Diniz.

domingo, 4 de setembro de 2022

BRASILEIROS E DESCENDENTES DE JAPONESES VALORIZAM A CULTURA NIKKEI ATRAVÉS DO BON-ODORI

Por Célia Ribeiro

Uma das mais importantes manifestações culturais budistas no Japão, o Bon-Odori conquistou o Brasil transformando o ritual de origem japonesa, que celebra os espíritos dos mortos através da dança circular sagrada, em uma oportunidade de valorizar a tradição da Cultura Nikkei, que é a mistura da cultura japonesa com a cultura brasileira. Em Marília, os praticantes se reúnem em um salão anexo ao Templo Honpa Hongwanji, localizado à Rua José de Anchieta, 531, nas noites de quarta-feira. 

Praticantes de todas as idades no ensaio de Marília

Os organizadores recebem os ocidentais e os descendentes de japoneses com o mesmo entusiasmo. A reportagem do JM acompanhou um ensaio animado das coreografias no fim de agosto, em que crianças, jovens, adultos e idosos se deixaram arrebatar pelas canções que embalam os movimentos leves e cheios de significados. 

Sensei Marío e Rossana Camacho
Emília Minami, 60 anos, pratica o Bon-Odori desde a infância. Ela contou que começou a dançar aos três anos de idade e que participa de festivais em várias cidades do interior de São Paulo, a exemplo de maioria dos integrantes do grupo. Segundo ela, o Bon-Odori “ajuda na saúde física e mental. Temos um grupo unido e, cada vez, vem mais gente porque quem quer pode participar”.


Grupo de Marília, após ensaio de quarta-feira
Ao seu lado, Elisa Yuashita afirmou que “o Bon-Odori é a dança que a gente faz com muita alegria para homenagear nossos antepassados”, acrescentando que “eu penso nos meus antepassados e tenho gratidão a eles pelo que sou hoje. Esse sentimento de gratidão é muito forte e a gente aprende, inclusive, aqui no templo”. 

Evento no Japão (Foto @Bonodoribr) 
Ela contou que de 30 a 40 pessoas participam dos ensaios. A coreografia é ensinada pelo professor Mário Tahara, primeiro sem música e, depois, repetida várias vezes com a música escolhida de modo que todos consigam executar os movimentos com perfeição ao fim de duas horas.
Atividade de baixo impacto não tem contra-indicações

Com o isolamento social imposto pela pandemia, as atividades do Bon-Odori também foram suspensas. A retomada, com força total, encontrou os praticantes muito animados. No entanto, sem abrir mão da proteção da máscara facial como se vê nas imagens registradas, há poucos dias, pela reportagem.

 

(Esq) Elisa e Emília
CULTURA NIKKEI

Chamado de Sensei, título honroso para se referir ao professor, Mário Tahara afirmou que os descendentes de japoneses têm “o compromisso de manter a tradição da cultura Nikkei, que é a mistura da cultura japonesa com a cultura do Brasil”. Ele explicou que cada região que pratica o Bon-Odori tem suas características e isso se reflete nas coreografias apresentadas nos festivais.

Entre as integrantes do grupo de Marília, a delegada aposentada Rossana Rossini Camacho, que durante 30 anos comandou a Delegacia de Defesa da Mulher de Marília, destacou os benefícios do Bon-Odori como uma atividade de baixo impacto que não causa lesões e pode ser praticada por qualquer pessoa.

“Participo do Bon-Odori desde 2019, quando  algumas amigas da colônia japonesa me convidaram para o tradicional festival da primavera no Clube Nikkey de Marília. Essa festa faz parte da milenar cultura japonesa que os imigrantes trouxeram para nossa cidade. Ao participar dos preparativos, acabei conhecendo a dança do Bon-Odori e me apaixonei pela sua leveza,  pelo significado de cada gesto, pela alegria e pela beleza de todo o sincronismo do grupo”, assinalou.

Rossana em apresentação
no Nikkey de Marília
Rossana Camacho afirmou que as amizades que fez no grupo continuaram fora do Bom-Odori. “O grupo e os treinos,  que tiveram que ser interrompidos por causa da pandemia em 2020 e 2021, estão retomando as atividades”, comentou, destacando que “há uma interação muito grande com grupos da colônia japonesa de outras cidades e estados” citando Bastos, Garça, Pompeia, Tupã, Araçatuba e Londrina no Paraná.

O grupo participa de vários festivais de Bon-Odori

SOBRE O BON-ODORI

 De acordo com o perfil @bonodoribr no Instagram, o “Bon-Odori é uma dança folclórica que consiste em celebrar e honrar a vida dos antepassados. Apesar da analogia do obon ao dia de finados no Brasil, o momento festivo proporciona um clima de honra, alegria e gratidão. Essa dança é composta por passos e gestos que retratam atividades do cotidiano em diferentes regiões do Japão, como cavar, colher e pescar. Religiosamente, o Bon-Odori consiste na atitude de abrir mão do seu próprio ego para dançar coletivamente”.

*Reportagem publicada na Edição de 04/09/2022 do Jornal da Manhã


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