domingo, 25 de novembro de 2018

PROJETO SOCIAL TRANSFORMA O NATAL DE CRIANÇAS DE MARILIA E REGIÃO.

Por Célia Ribeiro

A casinha de madeira, ao lado do presépio e da árvore iluminada, guarda sonhos e muita expectativa. Em cartas manuscritas, as crianças anotam o pedido especial com a certeza que o Papai Noel irá visita-las em suas casas. E ele vai! O espírito de solidariedade que marca esta festa cristã é a base de um projeto social envolvendo a empresária Maria Aparecida Padovani e seus quase 250 funcionários que não medem esforços para tornarem inesquecível o Natal de cada uma dessas crianças.
Dona Maria e a casinha: pedidos ao bom velhinho
 Tudo começou em 2014. Dona Maria, como é conhecida, católica fervorosa e devota de Nossa Senhora, teve a ideia que conquistou o coração dos colaboradores do Supermercado Preço Certo da Zona Norte. Com a ajuda de Sônia Mesquita, há 19 anos na empresa, ela começou com uma proposta pequena tendo entregue cerca de 100 presentes no primeiro ano.
Na loja da zona norte, crianças se encantam com o Presépio
A iniciativa logo ganhou musculatura e foi preciso muita organização para dar continuidade ao trabalho de recolher as cartinhas, ler e separar cada uma e depois partir para a aquisição dos presentes, a maioria brinquedos. Ao invés de levar carrinhos ou bonecas comprados no atacado, o projeto entrega, na casa de cada criança, o brinquedo que ela pediu ao Papai Noel.
Com roupa de Papai Noel e Mamãe Noel, funcionários se preparam para a entrega
As ressalvas ficam por conta de presentes de alto valor, como piscinas, bicicletas, notebooks e celulares, que são muito pedidos. E já houve até o caso de uma jovem que escreveu solicitando uma cirurgia para colocação de prótese de silicone nos seios, contou Dona Maria.

No ano passado, foram entregues cerca de 800 presentes entre brinquedos, cestas básicas, cestas de doces, fraldas e leite. Muitas mães escrevem pedindo gêneros de primeira necessidade para seus filhos. Neste caso, o Papai Noel e a Mamãe Noel, que acompanham os funcionários do Preço Certo, entregam os alimentos e também um brinquedo de acordo com a idade da criança.
Sônia e Dona Maria: o Natal começa bem antes
Além das três lojas de Marília (Zona Norte, Jardim Califórnia e Aeroporto), o Preço Certo atende as cartinhas das cidades de Júlio Mesquita, Oriente e Pompéia. Dona Maria recordou uma história interessante: “Uma vez, veio uma carta de Júlio Mesquita dizendo que havia nove crianças numa casa. Pedi para o pai de um funcionário que mora na cidade verificar porque achamos um exagero. Eram os avós que cuidavam dos nove netos. Eles não pediram brinquedos específicos, mas apenas um presente especial. Eles colocaram a idade e a gente mandou um brinquedinho e uma caixa de bombom”.
Dona Maria se emociona ao ler as cartinhas
A UNIÃO FAZ A FORÇA

Para adquirir todos os presentes, Dona Maria tem um exército de voluntários. Além dos funcionários, muitos ex-funcionários ajudam, sem contar trabalhadores de outros supermercados que também adotam algumas cartinhas. Desde o começo do ano, Sônia Mesquita coordena a arrecadação de recursos com a venda de rifas e de trufas. No fim, tudo o que é arrecadado é empregado no projeto.
Criança corre ao encontro do Papai Noel
Os voluntários são tão conhecidos que conseguem entrar até em áreas consideradas de risco. Em uma favela da zona norte, através de uma líder comunitária, são promovidas várias ações para as crianças. Na Semana Santa, foram doados mais de 100 ovos de Páscoa. Também fazem festa no Dia das Crianças com lanche e refrigerante e para o almoço de Natal serão doados molho, frango e macarrão.
Papai Noel vai aos lugares mais distantes para entregar os presentes
“Nós não podemos resolver o problema deles”, afirmou Dona Maria, assinalando que a ação social, pelo menos, ameniza a situação em que se encontram centenas de crianças e adolescentes que moram nestas localidades.

Diariamente, a casinha de madeira de cada loja é esvaziada e as cartas lidas e separadas. A distribuição começa por volta do dia 10 de dezembro e dura uma semana com os funcionários auxiliando na entrega fora do seu horário de trabalho.
Presentes para todos

Quando chega a noite de Natal, “o cansaço bate forte, mas a sensação de dever cumprido é maravilhosa”, afirmou Sônia Mesquita. Ao seu lado, Dona Maria elogia a dedicação dos funcionários que abraçaram a ideia e se dedicam a tornar muito especial essa data.

Finalizando, Dona Maria disse que “o Natal é família, é confraternização”, acrescentando que se sente muito feliz porque cada vez mais pessoas têm aparecido para colaborar, desde clientes, até fornecedores e parceiros. “Se tem uma pessoa que acredita em Papai Noel, esta pessoa sou eu”, disse rindo. Se depender de sua determinação, muitas crianças e adultos também acreditarão!

* Reportagem publicada na Edição
 de 25.11.2018 do Jornal da Manhã

TOME NOTA!

COLOQUE A MÃO NA MASSA PARA CRIAR
LEMBRANCINHAS ORIGINAIS NO FIM DO ANO

A partir deste domingo, “Marília Sustentável” vai dar dicas de artesanato para que você possa fazer suas lembrancinhas de fim de ano, encantando familiares e amigos.
Contaremos com a colaboração de artesãs de Marília e de leitores do blog.
Conjunto de 04 porta-copos
A sugestão de hoje vem do Grupo “Marilia Baunilha & Patch” que este blog divulgou em 2013, mas que continua atual.
Um conjunto de 04 porta-copos fácil de fazer. A receita abaixo é para 01 unidade. Faça quantas desejar usando a imaginação. Vamos lá!

Corte 06 quadradinhos de tecido (12 X 12 cm) sendo 03 de uma estampa e 03 de outra.
Dobre e passe a ferro 04 quadradinhos (02 de cada estampa). Deixe 02 quadradinhos sem dobrar.

Coloque os dois que não foram dobrados, um sobre o outro, avesso com avesso.

Arrume sobre eles os quadradinhos dobrados, trançando para que apareçam 02 de cada estampa.

Passe uma costura ao redor, prendendo todos os quadradinhos.

Vire para o direito e passe a ferro novamente.

AGENDA: BAZAR DA VILA DAS ARTES 


O esperado bazar de Natal da Vila está chegando. O "Quintal da Vila” reunirá artesanato, gastronomia, arte, música e design no dia primeiro de dezembro, das 10 às 18h, à Rua Atilio Gomes de Melo, 64 (próximo à Escola Orbe). O evento, organizado por Patrícia Muller, diretora da Vila das Artes, reúne centenas de visitantes durante todo o dia. 
É uma ótima opção para presentear com produtos artesanais, de bom gosto e preços acessíveis. 

domingo, 18 de novembro de 2018

LUTANDO CONTRA O PRECONCEITO E POR SEUS DIREITOS, OS OSTOMIZADOS QUEREM RESPEIT0.

Por Célia Ribeiro

No calor da campanha eleitoral mais imprevisível de todos os tempos, o atentado contra o então candidato Jair Bolsonaro jogou os holofotes sobre um tema pouco conhecido, alvo de preconceito e do desrespeito pela falta de informação: a Ostomia. Trata-se de uma intervenção cirúrgica que permite criar uma comunicação entre um órgão interno e o exterior com a finalidade de eliminar os dejetos do organismo. Os pacientes que utilizam bolsas coletoras (para urina ou fezes) chegam a 200 em Marília e mais de 1.000 na região, enquanto no Brasil estima-se um número surpreendente: 100 mil ostomizados que lutam para serem respeitados.
Célia mostra o Kit dos ostomizados
Segundo a presidente da Associação dos Ostomizados de Marília e Região, a fotógrafa Célia Castro, “qualquer doença inflamatória que faz com que rompa o intestino leva à ostomia. O câncer é um dos que batem recorde. Por causa da doença, é preciso amputar parte do intestino e desviar o fluxo para o abdome onde coloca a bolsa coletora”, explicou. Outra causa comum são os traumas, que foi o que ocorreu com Bolsonaro ao ter o intestino perfurado por um golpe de faca.

E foi o câncer que atingiu a presidente da ONG: um tumor na bexiga há mais de 30 anos. Neste caso, após muitos anos de tratamento, foi necessário fazer a urostomia quando a urina passou a ser desviada até uma saída no abdome onde é coletada em uma bolsa própria aderente à pele.
Banheiro especial para higienização

Ao lado do aposentado Salvador Santiago, também urostomizado e seu braço direito na Associação, Célia Castro está empenhada na luta pela divulgação do assunto tendo em vista o preconceito que, infelizmente, afeta quem precisou se submeter a uma cirurgia radical para salvar a vida e, em contraponto, foi obrigado a aprender a viver com algumas limitações.

ENGAJAMENTO

A Associação foi criada há 10 anos e desempenha um papel relevante: com ajuda de apoiadores e profissionais voluntários (psicóloga, enfermeira e nutricionista) são realizadas visitas domiciliares para acolher e orientar os novos pacientes, promovidos capacitações e eventos para troca de experiências.

O mundo dos ostomizados é quase um universo paralelo. Como a bolsa coletora fica no abdome, sob a roupa, a deficiência não aparece. Sim, os ostomizados são considerados deficientes pela Lei 5296. No entanto, muitos que tinham conseguido a aposentadoria por invalidez perderam o benefício e têm que recorrer à justiça para reaverem seu direito.
Reunião mensal dos ostomizados na entidade
Santiago contou que conseguiu aposentar-se por uma prótese no quadril e não pela ostomia. Ele destacou que “a gente quer dignidade, quer respeito na sociedade  como qualquer cidadão, seja qual for a deficiência. A gente fala do ostomizado, mas têm os mesmo direitos o cadeirante, o cego, o mudo e assim por diante. Não queremos ninguém passando a mão na nossa cabeça. Queremos nossos direitos respeitados”.
Sala de enfermagem na sede da ONG
As bolsas coletoras, tanto de urina como de fezes, são fornecidas pelo governo e custam caro: cerca de dois mil reais mensais por paciente. Através da DRS (Divisão Regional de Saúde) chegam às Secretarias Municipais para distribuição aos cadastrados. O processo de adaptação não é fácil e os recém-ostomizados testam os modelos de kits para identificarem o que fica mais confortável e não provoca reações na pele.
Alto custo: 200 reais por kit. São usados 10 por mês

São entregues 10 bolsas por mês, apenas. As de urina, com 600 ml, devem ser trocadas a cada três dias e as coletoras de fezes a cada quatro dias. É preciso muito cuidado para evitar que os dejetos não ultrapassem um terço da capacidade porque tem o risco de romperem provocando situações constrangedoras.

Uma das reivindicações da Associação, que tem se aliado ao Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, é conseguir uma lei municipal, a exemplo de Piracicaba, para que os locais públicos tenham o banheiro especial para os ostomizados, como terminais rodoviários, aeroporto, shopping etc.

“Em Marília, o único lugar que tem esse banheiro próprio para a higienização é este da Associação”, explicou Célia Castro mostrando o local que foi construído em uma ação da ONG “Amigos do Bar”. Quando viajam ou estão fora de casa, os ostomizados sempre levam uma garrafinha para colocarem água e poderem esvaziar os dejetos nos banheiros fazendo a higienização.

Árvore da gratidão: homenagem a todos que colaboraram
“Já pensou esvaziar a bolsa e depois ter que lavar na pia do banheiro, na frente de todo mundo?” perguntou Santiago. Por sua vez, Célia lembrou que nos estados mais desenvolvidos as bolsas coletoras chegam aos ostomizados, apesar dos atrasos que obrigam as entidades a se mobilizarem. Mas, “no interior do país, a gente sabe que tem muito ostomizado que coloca o saquinho de supermercado na barriga”, falou consternada.

PRECONCEITO

A entidade também pretende obter apoio do Legislativo na elaboração de leis voltadas aos ostomizados. Salvador contou que como a bolsa coletora está sob a roupa, quando utilizam filas prioritárias em mercados ou bancos nem sempre são compreendidos. Ele disse que chega a ser desesperador ficar muito tempo em uma fila enquanto a bolsa vai enchendo porque é um processo involuntário que os ostomizados não têm como controlar.
Na região, há mais de 1.000 ostomizados. Em Marília, 200 são atendidos.
Ele acrescentou que “a maior dificuldade é a adaptação por ser uma coisa nova. Primeiro, o maior sofrimento é imaginar que você vai para um outro mundo. Você não se imagina andando com uma bolsa cheia de urina indo trabalhar, pegando um ônibus ou indo ao supermercado. É o efeito psicológico da vida que se transforma. E depois, quando começa a superar as dificuldades psicológicas,  tem as dificuldades físicas, de discriminação, de preconceito. O maior problema é a desinformação da sociedade com respeito a isso. Tem muitas pessoas que não te respeitam porque não sabe nem o que é isso. Não é uma deficiência que você olha e vê”.
Célia Castro e Salvador: luta pela causa
Felizmente, há muitas histórias inspiradoras como o caso da cirurgiã-dentista Juliana Bimbatti, ostomizada desde criança que se casou e teve duas filhas. Ela ilustra o cartaz da ONG como um exemplo de superação.
A dentista operou quando criança, casou e teve duas filhas: superação

COMO AJUDAR


Boneca usada na
capacitação

Legalizada, a ONG não recebe subvenções e atua com ajuda de clubes de serviço, empresas e voluntários sensibilizados pelo trabalho desenvolvido. São promovidos eventos para arrecadação de recursos, como um bazar que deverá ocorrer em breve. Para contatar a entidade, que fica localizada em um prédio cedido pelo Hospital Espírita de Marília, escreva para:  aomarmariliasp@gmail.com Quem desejar contribuir: Sicredi, Agência 3022 Conta-Corrente 14304-9. As doações são registradas e a prestação de contas acompanhada por um contador voluntário.

Reportagem publicada na edição de 18.11.2018 do Jornal da Manhã



DIA NACIONAL DO OSTOMIZADO

Em comemoração ao “Dia Nacional do Ostomizado”, neste sábado (17), aconteceu um evento na praça da Igreja São Bento promovido pela Associação dos Ostomizados de Marília e Região. A programação, com informação e cultura (música e dança) contou com apoio da Secretaria Municipal da Cultura, Secretaria Municipal da Saúde, Emdurb, Agenda Marília, Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e ONG Amigos do Bar.
Célia Castro e Salvador(nas extremidades)

Associação Anjos Guerreiros esteve presente
Estiveram presentes, Pilar e Tadaumi Tachibana (Amigos do Bar), jornalista Carlos Rodrigues (SMS), Sônia Custódio (HC-Famema), João Bonini (AADEF), Associação Anjos Guerreiros, Samira Kalhil (Dança do Ventre), Paixão Eventos (sax com músicas de Jazz), Pastel & Cia, Tapioca da Dri e Barraca de milho verde.



Coral da Unimed
Crédito: Fotos cedidas pela Associação dos Ostomizados de Marília e Região

sábado, 10 de novembro de 2018

O CÉU É O LIMITE: MARILIENSE VENCE OBSTÁCULOS E BRILHA EM MUSICAIS EUROPEUS

Por Célia Ribeiro

Momentos antes das cortinas se abrirem, a concentração é total para domar a ansiedade e manter a respiração sob controle. A campainha do teatro soa pela terceira vez e o coração dispara: chegou a hora. O que parecia impossível para o menino de origem simples, que ouvia música no rádio de pilha da mãe, materializou-se como se fosse um prêmio por ter desafiado todos os obstáculos e derrubado barreiras além-fronteiras. Senhores e Senhoras, com vocês, Renan Teodoro de Barros!

Renan canta, dança e atua: artista completo
 Aos 23 anos, ele cursa o terceiro ano de estudo em Teatro Musical na American College Dublin e está fazendo parte da história irlandesa como o primeiro brasileiro em um Bacharelado de Finas Artes em Teatro Musical naquele país. Para chegar à Irlanda, Renan enfrentou todas as adversidades possíveis. Nunca recuou por sempre acreditar que chegaria lá, demonstrando uma fé inabalável no futuro.

Para entender essa trajetória, é preciso voltar à sua infância. Em entrevista ao Jornal da Manhã e ao blog “Marília Sustentável”, por videoconferência, ele falou com orgulho sobre sua origem demonstrando muita gratidão aos pais e a todos que o ajudaram a galgar um degrau após o outro.
Apresentação em grande estilo na Europa
Ele contou que a mãe, dona Cleide Barros, foi contratada para trabalhar na residência das Irmãs do Colégio Sagrado Coração de Jesus quando ele ingressou na primeira série do ensino fundamental em escola pública. Dois anos depois, já na terceira série, ganhou uma bolsa de estudos do colégio onde permaneceu até a conclusão do ensino médio.
Quando criança, cantando
com o controle remoto


E foi na escola que ele teve o primeiro contato com a música e a dança, experiência que lhe transformou completamente: “Desde pequeno, sempre adorei música. Meu pai gosta muito de música, minha mãe é apaixonada por música, por rádio. Então, até hoje, minha mãe e o rádio têm uma relação de amor. Em casa sempre tinha muita música. Lembro que a música como forma de arte expressiva, chegou para mim realmente na escola, no Sagrado”.

Com indisfarçável emoção, ele recordou seu primeiro contato com o coral e as aulas de flauta: “Parte das atividades era ir para as aulas de coral junto com a professora Patrícia Costa, que é uma professora de técnica vocal, de instrumentos. Todos nós, em dado momento da semana, íamos para a aula de coral com a Tia Patrícia. Lembro de chegar lá e achar incrível porque ela ensinou sobre as notas musicais e a gente estava aprendendo a flauta doce. Achei incrível aprender a flauta e a música do Titanic e ‘Ode a Alegria’ que a gente aprendeu na flauta”.

Ele prosseguiu com as memórias: “Fomos aprendendo a cantar, a divisão vocal e assim por diante. Cantamos em missas na Capela do Sagrado e eu achava aquilo incrível porque eu me achava extremamente especial pelo fato de estar participando de uma performance. Era algo que me fazia muito feliz por estar me apresentando na frente de outras pessoas, por mais que naquela época eu fosse uma pessoa muito tímida”.
Premiação: esforço reconhecido
No colégio, bem pequeno, Renan também teve contato com a língua inglesa o que se abriu um novo mundo de descobertas para ele que passou a estudar o idioma em filmes e músicas. Com uma capacidade de aprendizado acima da média, frequentou a Escola Fisk e aos 12 anos já tinha se formado, chegando a trabalhar na adolescência fazendo reposição de aulas, o que lhe garantia o dinheiro que poupou para realizar o sonho de estudar fora do Brasil.

SONHO AMERICANO

Conforme os anos se passavam, Renan focava em um objetivo ambicioso: “Meu sonho maior sempre foi morar nos Estados Unidos, aquele “Sonho Americano” e pensei qual seria a maneira de fazer isso. Percebi que eu precisava fazer um curso específico para aprender mais sobre essa arte, cantar, dançar, interpretar, que é muito popular fora do Brasil e de uns anos para cá vem sendo popularizada no Brasil, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro que têm recebido muitos musicais.”



Ele contou que queria “estudar nos Estados Unidos e foi para isso que eu mudei toda a minha vida. Passei a procurar faculdades de teatro musical porque o Brasil, em si, não tem até onde eu saiba. Existem faculdades de artes cênicas, que é mais a parte de interpretação. O teatro musical é a junção de música, dança e atuação. Ele é como uma faculdade de preparação de atores, porém ela inclui também as matérias principais de música e dança”.
Em 2015, ele se apresentou com a Escola de Arte Batuke do Pé, em Marília
Conforme disse, esse curso “tem as outros tipos de matéria. Quando a gente recebe o boletim ele vem: atuação, música e dança e tem média entre todas matérias. Tem a matéria de atuação, teoria do trabalho do ator, música, técnica vocal, dança. A gente faz balé, jazz, sapateado, e eles fazem uma média”.

De família de trabalhadores com poucos recursos, Renan Teodoro não se acomodou e foi à luta: “Comecei a trabalhar dando aula de inglês e a juntar meu dinheiro para fazer minha inscrição na faculdade de teatro musical. Pensei em trabalhar bastante e conseguir fazer a inscrição”.
De azul, ao centro, Renan em uma performance
Com um valor razoável poupado, passou à segunda etapa: localizar faculdades no exterior e se informar sobre o processo de inscrição: “Pesquisei no bom e velho amigo Google e fui filtrando: Canadá, Estados Unidos, Inglaterra, Nova Zelândia e Austrália. Mandei e-mails para todas as faculdades perguntando como fazer inscrição, se aceitavam alunos estrangeiros, como seria a taxa e tudo mais. Por incrível que pareça, eu fui aprovado em todas as faculdades. É algo que me deixa arrepiado. Era algo que sempre foi um sonho tão grande e eu sempre imaginava que estaria tão longe”.

DECEPÇÃO

Obstinado, Renan recordou ter encontrado “uma faculdade nos Estados Unidos que teria um preço mais razoável e que eu conseguiria dar um início. Eles me deram uma bolsa de 50 por cento de desconto em todos os meus anos e na acomodação e foram anjos na minha vida. A única coisa era tirar meu visto de estudante antes de ir para a faculdade. Me mandaram pelo Correio cartas de recomendação, formulários, inscrições e fiz tudo que me cabia, legalmente, no Brasil para tirar esse visto de estudante. Fui ao consulado, tirei a foto, passei a minha impressão digital, só que na hora da entrevista o consulado negou meu visto de estudante e eu fiquei sem chão”. Em vão, tentou ainda outras duas vezes, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Com colega de turma: aula em período integral

Foi um período muito difícil. Aos 19 anos, Renan tinha chegado tão perto de seu sonho e, de repente, a dura realidade gritava diante de si. Foi quando encontrou uma amiga que lhe contou ter retornado da Irlanda onde havia boa vontade com estudantes estrangeiros. De volta às pesquisas, Renan encontrou a primeira faculdade de teatro musical da Irlanda. E por pouco não ficou de fora.

Ao contatar a diretora, soube que não havia mais vagas naquele ano. Mas, pediu que lhe enviasse um material apresentando suas potencialidades. Com ajuda de um amigo, ele gravou um vídeo cantando e outro atuando em um monólogo. Surpreendentemente, a escola entrou em contato impressionada com seu talento: abria-se ali, as portas do novo mundo que sempre sonhou. E ele embarcou em seguida.

 APRESENTAÇÕES

A vida na Irlanda é de muito estudo. A faculdade funciona em período integral e os alunos devem chegar de 30 a 45 minutos antes para o aquecimento vocal e corporal a fim de aguentarem a maratona das aulas. Nos finais de semana, Renan trabalha em uma loja de artigos para turistas o que lhe permite se manter, custeando a alimentação, transporte, aluguel e as viagens que faz pela Europa.

Faltando um ano para concluir a graduação, o mariliense se destaca por sua dedicação. Este ano, conquistou o Prêmio de Melhor Performance na premiação Dolly Kearns 2018 em Wexford. Mas, não para aí: recentemente, participou da turnê irlandesa do famoso tenor inglês Russel Watson, em Belfast, Dublin e Wexford como solista no musical “A Grand Night For Singing”.
Faculdade o dia todo e trabalho
nos fins de semana

E, como estudante na Irlanda, conseguiu o visto de turista para, finalmente, conhecer os Estados Unidos logo no primeiro ano, lugar que ele tem como objetivo final: “Meu sonho sempre foi e sempre vai ser a Broadway. É isso que eu quero. Meu plano, minhas aspirações, no final do quarto ano é que eu consiga gravar meu material e mandar para agentes nos Estados Unidos em Nova York para que consiga uma representação e dar entrada no processo de visto de artista, mudar para Nova York e começar a fazer audições ali”.

No ano que vem, Renan e sua turma se prepararão para um dia especial: “Temos uma grande produção. A faculdade compra os direitos autorais de um musical famoso e a gente faz no quarto ano, como turma, e ao final temos um show onde chamam produtores, diretores, agentes para poder vir na nossa faculdade e nós fazemos uma apresentação pequena para tentar nos vender como atores, cantores e dançarinos. Aí temos a oportunidade de os agentes nos representarem e nos venderem para fazer audições para musicais. Pode ser tanto em Londres, mais perto da gente, ou para os Estados Unidos, a Broadway”.

CHEGADA AO BRASIL

Há três anos sem ver a família, Renan, que é filho único, desembarca no Brasil no dia 13 de dezembro. Ele participará, em Marília, do novo espetáculo da Escola de Artes Batuke do Pé, no Teatro Musical, e ministrará seu primeiro workshop de canto e interpretação vocal, o “Worskshop EnCantando 2018”.

Ao encerrar a entrevista, o artista multifacetado fez questão de destacar a importância do Colégio Sagrado Coração de Jesus desde a infância: “O Colégio Sagrado foi um divisor de águas na minha vida porque mudou minha percepção de mundo. Eu descobri coisas que não sabia que existia, como aula de coral, de música, de inglês, educação religiosa, que era algo que me marcou muito e que eu lembro como muito carinho até hoje”.


Renan afirmou que considera “de extrema importância a educação musical. A educação de forma geral é muito importante. A educação musical é algo que muda vidas de forma muito latente. Então, lembro que uma das irmãs sempre reforçava esse dizer: quem canta reza duas vezes. A música é algo que toca o ser humano de uma maneira muito inexplicável”.

E finalizou: “Música é algo que forma caráter, que educa. Uma sociedade sem música, sem som, não consigo crer que dá para sobreviver num mundo assim. O mundo seria um lugar muito mais triste sem a música”.

*Reportagem publicada na edição de 11.11.2018 do Jornal da Manhã

WHEN THE SKY IS THE LIMIT: MARILIENSE OF SIMPLE ORIGIN
WINS OBSTACLES AND SHINES IN MUSICAlS IN EUROPE.

By Célia Ribeiro

Moments before the curtains open, the concentration is vital to tame the anxiety and keep the breath under control. The theater bell rings for the third time and the heart goes off: the time has come. What seemed impossible for the simple-born boy, who listened to music on his mother's radio, materialized as if it were a prize for having defied all obstacles and overturned barriers across borders. Ladies and Gentlemen, with you, Renan Teodoro de Barros!

At age 23, he attends his third year of study at the BFA in Musical Theater at American College Dublin and is becoming part of the Irish history as the first Brazilian in a Bachelor of Fine Arts in Musical Theater in that country. To reach Ireland, Renan faced every possible adversity. He never backed down for ever believing that he would get there, showing steadfast faith in the future.

To understand this story, you have to go back to his childhood. In an interview with Jornal da Manhã and the blog "Marília Sustentável", by videoconference, he spoke with pride about his origin, showing great gratitude to his parents and to all who helped him climb one step after another.

He said that his mother, Mrs. Cleide Barros, was hired to work in the nuns' residence of the Colégio Sagrado Coração de Jesus when he entered the first grade of elementary school in public school. Two years later, in third grade, he earned a school scholarship where he remained until high school.

And it was at school that he had the first contact with music and dance, an experience that completely transformed him: "Since I was little, I always loved music. My father is very fond of music, my mother is passionate about music, radio. So, to this day, my mother and the radio have a love relationship. I always had a lot of music at home. I remember that music as an expressive art form, arrived for me really at school, in Sagrado. "

With unmistakable emotion, he recalled his first contact with the choir and the flute lessons: "Part of the activities was to go to choir classes together with teacher Patrícia Acosta, who is a vocal technique and an music teacher. All of us, at one point in the week, would go to choir class with Aunt Patricia. I remember arriving there  and finding it incredible because she taught us about the musical notes and we were learning the flute. I found it incredible to learn the flute and the Titanic theme song and 'Ode a Alegria' that we learned on the flute. "

He went on with the memories: "We were learning to sing, the vocal division and so on. We sang at masses in the Chapel of Sagrado and I thought that was incredible because I found myself extremely special because I was participating in a performance. It was something that made me very happy to be performing in front of other people, even though at that time I was a very shy person. "

At school, very young, Renan also had contact with the English language which opened a new world of discoveries for him that began to study the language by watching films and listening to songs. With an above average ability to learn, he attended the Fisk English School and at age 12 had already graduated, coming to work as a teenager doing an internship, which guaranteed him the money he saved to fulfill the dream of studying outside Brazil.

AMERICAN DREAM

As the years passed, Renan focused on an ambitious goal: "My biggest dream has always been to live in the United States, that" American Dream, "and I thought of the way to do it. I realized that I needed to do a specific course to learn more about this art, to sing, to dance, to act, which is very popular outside Brazil and has been popularized in Brazil, especially in São Paulo and Rio de Janeiro. Those cities have received many musicals. "

He said he wanted to "study in the United States and that's why I've changed my entire life. I started looking for musical theater colleges because Brazil itself does not have one, as far as I know. There are colleges of dramatic arts, which is more of an acting degree. Musical theater is the gathering of music, dance and acting. It is like a college for an acting preparation, but it also includes the major subjects of music and dance. "

As I said, this course "has the other kinds of subjects. When we receive the results, it comes: acting, music and dance and has the average among all subjects. It has the subject of acting, acting through song, music, vocal technique, dance. We do ballet, jazz, tap dance, contemporary among other styles. "

Renan Teodoro did not settle down and went for it: "I started to work teaching English and earning my money to enroll in music theater. I thought I'd work hard and be able to sign up. "
With a reasonable amount of money saved, he went on to the second step: locating overseas colleges and learning about the application process: "I researched good old friend Google and was filtering: Canada, the United States, England, New Zealand and Australia. I emailed all colleges asking how to apply, whether they accepted foreign students, what the fee would be, and everything. Strangely enough, I have passed all colleges. It gives me chills. It was something that was always such a dream and I always imagined it would be so far away. "

DISAPPOINTMENT

Determined, Renan recalled finding "a college in the United States that would have a more reasonable price and that I could get a start. They gave me a 50 percent discount in all my years and accommodation and were angels in my life. The only thing was to get my student visa before going to college. They sent me letters of recommendation, forms and I did everything legally in Brazil to take this student visa. I went to the consulate, I took the photo and  my fingerprint, but at the time of the interview the consulate denied my student visa and I was left ungrounded. " In vain, he tried again twice, in São Paulo and Rio de Janeiro.

It was a very difficult time. At age 19, Renan had come so close to his dream, and suddenly the harsh reality screamed before him. That's when he met a friend who told him, she had returned from Ireland where there was goodwill with foreign students. Back in research, Renan found Ireland's first music theater college. And he was almost left out.

Contacting the director, he got to know that there were no more vacancies that year. But she asked him to send her some material showing his potential. With the help of a friend, a video of Renan’s singing was filmed and another one acting in a monologue. Surprisingly, the college contacted him impressed with his talent: it opened there, the doors of the new world he had always dreamed of. And he embarked then.

 PRESENTATIONS

Life in Ireland is made of a lot of study and hard work. The college is full-time, and students are expected to arrive at least 30 to 45 minutes early for vocal and body warm-up in order to keep up with the class marathon. At weekends, Renan works in a tourist shop that allows him to keep up with the cost of food, transportation, rent and trips around Europe.

With  one year left to complete graduation, Mariliense stands out for his dedication. This year, he won the Best Performance Award at the 2018 Dolly Kearns Award in Wexford. But also: recently, he participated in the Irish tour of the famous English tenor Russell Watson in Belfast, Dublin and Wexford and as a soloist in the musical "A Grand Night For Singing".

And as a student in Ireland, he got the tourist visa to finally visit the United States in the first year, which he has as his final goal: "My dream has always been and always will be Broadway. This is what I want. My plan, my aspirations, at the end of the fourth year is that I can record my material and send it to agents in the United States in New York so that I can get a representation and enter the artist visa process, move to New York and start auditions there. "

Next year, Renan and his group will prepare for a special day: "We have a great final year production. The college gets the rights of a renowned musical and we do it in the fourth year as a group, and at the end we have a showcase producers, directors, agents are invited to come to our college and we make a small presentation to try to sell ourselves such as actors, singers and dancers. Then we have the opportunity for agents to represent us and sell us to audition for musicals. It could be either in London, closer to us, or to the United States, to Broadway. "

ARRIVAL IN BRAZIL

For three years he has not seen his family, Renan, who is an only child, lands in Brazil on December 13th. He will participate in the new show of Batuke do Pé Escola de Artes e Sapateado in Marília, and will perform his first singing and vocal interpretation workshop, "Workshop EnCantando 2018".

At the end of the interview, the triple threat artist made a point of highlighting the importance of Sagrado Coração de Jesus to his childhood: "Colégio Sagrado was a watershed in my life because it changed my perception of the world. I discovered things I did not know existed, such as choir, music, English, religious education, something that marked me a lot and I remember it with dear affection until today. "

Renan said he considers "musical education of the utmost importance. Education in general is very important. Music education is something that changes lives in a very latent way. So I remember that one of the nuns always reinforced this saying: whoever sings, prays twice. 
Music is something that touches the human being in a very inexplicable way. "

And he concluded: "Music is something that forms character, that educates. A society without music, without sound, I can not believe that I can survive in such a world. The world would be a much sadder place without music. "


Translation by Renan Teodoro de Barros

sábado, 3 de novembro de 2018

ÁREA VERDE REVITALIZADA NO HOSPITAL DE CLÍNICAS BENEFICIA PACIENTES E COMUNIDADE.

Por Célia Ribeiro

A chuva castigou e não deu trégua atrasando os trabalhos. Mas, a energia que cada voluntário colocou naquele pedaço de terra foi mais forte: na terça-feira (30), pacientes, familiares, funcionários e moradores do entorno do Complexo HC (Hospital de Clínicas e Faculdade de Medicina de Marília) receberam o “Espaço S” como um presente de Natal antecipado.
Fonte espelhada: o barulho da água relaxa
Concebido pela arquiteta Luca Moreira, através do “Projeto Reformando”, a revitalização da área surpreendeu pelo conceito, beleza e funcionalidade: pallets (caixotes de madeira) foram reaproveitados no paisagismo, tocos de árvores se transformaram em bancos para adultos e crianças que agora podem se divertir nos balanços à sombra de frondosas árvores.
Bancos com tocos de árvore e o teatro de arena ao fundo
Mesas e bancos de concreto foram instalados em pontos estratégicos, sob os galhos generosos. Poderão ser usados por pacientes, familiares e moradores do entorno. Um local para leitura, relaxamento, lazer de crianças e idosos e até para fazer as refeições ao ar livre, no caso dos familiares, que vêm de longe visitar os pacientes e, muitas vezes, se alimentam sentados na calçada das ruas próximas.

Arquiteta Luca Moreira
Piso tátil: cuidado com os deficientes visuais
A cereja do bolo, na opinião de quem esteve lá, ficou por conta da fonte espelhada: o barulhinho da água cristalina leva ao relaxamento em meio ao verde natural e também ao paisagismo que deu nova vida ao local que quase virou um estacionamento. Afinal, a região recebe centenas de veículos, diariamente, por causa do fluxo de atendimento no HC, referência para 62 municípios.

EMOÇÃO

A arquiteta Luca Moreira estava muito emocionada na entrega do espaço. Entre uma entrevista e outra para o programa que ela comanda (transmitido pela TV Universo 4 e TV Bandeirantes - Band Mulher), com depoimentos dos parceiros da empreitada, além de funcionários e dirigentes do Complexo HC-FAMEMA, ela afirmou que o “Espaço S” era a realização de um sonho.
Luca durante entrevista com parceiro do projeto
Se fosse contabilizar, entre mão-de-obra e materiais, o projeto custaria entre 120 e 150 mil reais, assinalou. Ela destacou o apoio do grupo formado por empresários do setor de construção civil, paisagismo, decoração de interiores etc: “É muito gratificante ver tudo isso concretizado. Foi um trabalho árduo e longo. A gente recebe muitos nãos. Mas, também o sim. Somos um grupo fechado. Então, se eles não dão um aval eu não faço nada”, frisou.
(Esq.) Empresários Carlos e André

O “Projeto Reformando” que contempla famílias com a reforma completa de um cômodo do imóvel, cuja seleção ocorre por cartas enviadas à emissora de TV, ganhou a rua, pela primeira vez. Para a arquiteta, foi uma experiência incrível porque, ao invés de beneficiar uma família apenas, o novo espaço será usado pela comunidade, por milhares de pessoas não só de Marília.

PARCEIROS

Para o “Projeto Reformando”, Luca Moreira tem o apoio dos seguintes parceiros: Melk Construções, Fábio Construções, Florindo Construções, Bruno Construções, Vania Loiola Decorações, Planet Papel, Luciano Estofados, Marajó Artefatos de Concreto, Martez Soluções Elétricas, SBN pinturas, União de Tintas, Promad Acabamentos, Lajes Tangará, Lajes Tamoyo, Cantu Comunicação visual, Nilson Piscinas, Vidraçaria Ouro Verde, Nonato Carpintaria, Kanaa Gesso, DM Móveis Planejados, Favorita Planejados, Elétrica Dissil, Elétrica Leati
 Concreteira Consfor, Jeferson Terraplanagem, Andaimes Modular, Salione Areia e Pedras, Marco Serralheiro, Kristale Decorações, Jusquia Beatitude, Amarílis Calçados, Lucilia Haddad Bijouteira, Telecontrol, Eduardo Paisagista, GC Materiais de Construção, Rodomassa, Cláudia Coan, Paulo Lapa, Hidráulica Santo Antônio, Maxen Engenharia, Martez Soluções Elétricas e João Madeiras de Demolição.
Melck Construções doou a mão de obra
Luca Moreira agradeceu o empenho de todos, dos operários que doaram seu tempo aos empresários que arcaram com os materiais, citando as dificuldades pelo período de chuvas que obrigou a recuperação do que foi danificado. Para o início das obras, houve um grande esforço para deixar o terreno em condições: muitas horas de máquinas para os serviços de terraplanagem e a construção da infraestrutura do teatro de arena.

Pallets reaproveitados no paisagismo
O “Espaço S”, que vem de saúde, está localizado na esquina do HC, em frente ao Café do Feirante. Apesar de fechado por alambrado, está aberto à comunidade. Como lembrou a arquiteta, “ele tem a finalidade de trabalhar mudanças de comportamentos que colaboram com uma vida mais saudável. É um espaço, também, de lazer e pode colaborar para cura através da interação com a natureza”.

No Youtube, veja como foi a inauguração, clicando AQUI

ARTICULAÇÃO

A coordenadora do Núcleo de Apoio à Comunidade do HC, Sônia Custódio, era uma das mais entusiasmadas na inauguração. E por um bom motivo: foi dela a iniciativa de procurar Luca Moreira e pedir ajuda para a revitalização da área verde. Ela contou que assistia os programas na TV e pensou que, se o grupo fazia tantas transformações nas casas das famílias necessitadas, por que não adotar uma praça?
Sônia Custódio
Seus esforços foram recompensados porque Luca Moreira também estava pensando em fazer uma ação que atingisse um número grande de pessoas de uma vez, que pudessem ser impactadas por este projeto de amor e solidariedade que entrelaça e contagia dezenas de profissionais.
Área antes da revitalização
O empresário Carlos Eduardo Marques, da Promad Acabamentos, é um parceiro antigo e estava igualmente emocionado na entrega. Ele disse que se impressionou com o resultado final e mostrou-se feliz por contribuir e ver como a comunidade utilizará o novo espaço.
As crianças aproveitaram os balanços
Ao seu lado, André Leites Guillen Carneiro, da Favorita Planejados, explicou que por ser espaço aberto não utilizou seus móveis feitos sob medida. Mas, também deu sua contribuição adquirindo, a preços módicos, 1.000 blocos de concreto de outro parceiro, a Lajes Tamoyos.

O construtor Melck Cardoso, da empresa Melck Construções, entrou com a mão-de-obra. Ele levou seis trabalhadores que pegaram pesado durante duas semanas: “A chuva atrapalhou um pouco. Era para ter terminado antes. Mas, no fim deu tudo certo”, assinalou, citando que o projeto foi executado em 45 dias.
Detalhe do paisagismo
O assessor de Comunicação do HC/Famema, jornalista Carlos César Travassos de Brito, destacou os benefícios da área verde: “É um espaço para a comunidade. Essa interligação do paciente e dos seus familiares com a área verde contribuirá com o restabelecimento da sua saúde”.
Espaço aberto à comunidade
Ele prosseguiu observando que “como o HC atende 62 municípios, muitos desses familiares que vêm para cá são da região, também. Naquele momento que ele tem de intervalo, entre uma medicação do familiar que está acamado, no seu momento de descanso, é um momento para ele refletir, meditar e, com certeza, contemplar essa natureza belíssima, dentro do espaço do Hospital das Clínicas”.

* Reportagem publicada na edição de 04.11.20018 do Jornal da Manhã

** Leia a reportagem sobre o trabalho social de Luca Moreira acessando AQUI.