domingo, 25 de novembro de 2018

PROJETO SOCIAL TRANSFORMA O NATAL DE CRIANÇAS DE MARILIA E REGIÃO.

Por Célia Ribeiro

A casinha de madeira, ao lado do presépio e da árvore iluminada, guarda sonhos e muita expectativa. Em cartas manuscritas, as crianças anotam o pedido especial com a certeza que o Papai Noel irá visita-las em suas casas. E ele vai! O espírito de solidariedade que marca esta festa cristã é a base de um projeto social envolvendo a empresária Maria Aparecida Padovani e seus quase 250 funcionários que não medem esforços para tornarem inesquecível o Natal de cada uma dessas crianças.
Dona Maria e a casinha: pedidos ao bom velhinho
 Tudo começou em 2014. Dona Maria, como é conhecida, católica fervorosa e devota de Nossa Senhora, teve a ideia que conquistou o coração dos colaboradores do Supermercado Preço Certo da Zona Norte. Com a ajuda de Sônia Mesquita, há 19 anos na empresa, ela começou com uma proposta pequena tendo entregue cerca de 100 presentes no primeiro ano.
Na loja da zona norte, crianças se encantam com o Presépio
A iniciativa logo ganhou musculatura e foi preciso muita organização para dar continuidade ao trabalho de recolher as cartinhas, ler e separar cada uma e depois partir para a aquisição dos presentes, a maioria brinquedos. Ao invés de levar carrinhos ou bonecas comprados no atacado, o projeto entrega, na casa de cada criança, o brinquedo que ela pediu ao Papai Noel.
Com roupa de Papai Noel e Mamãe Noel, funcionários se preparam para a entrega
As ressalvas ficam por conta de presentes de alto valor, como piscinas, bicicletas, notebooks e celulares, que são muito pedidos. E já houve até o caso de uma jovem que escreveu solicitando uma cirurgia para colocação de prótese de silicone nos seios, contou Dona Maria.

No ano passado, foram entregues cerca de 800 presentes entre brinquedos, cestas básicas, cestas de doces, fraldas e leite. Muitas mães escrevem pedindo gêneros de primeira necessidade para seus filhos. Neste caso, o Papai Noel e a Mamãe Noel, que acompanham os funcionários do Preço Certo, entregam os alimentos e também um brinquedo de acordo com a idade da criança.
Sônia e Dona Maria: o Natal começa bem antes
Além das três lojas de Marília (Zona Norte, Jardim Califórnia e Aeroporto), o Preço Certo atende as cartinhas das cidades de Júlio Mesquita, Oriente e Pompéia. Dona Maria recordou uma história interessante: “Uma vez, veio uma carta de Júlio Mesquita dizendo que havia nove crianças numa casa. Pedi para o pai de um funcionário que mora na cidade verificar porque achamos um exagero. Eram os avós que cuidavam dos nove netos. Eles não pediram brinquedos específicos, mas apenas um presente especial. Eles colocaram a idade e a gente mandou um brinquedinho e uma caixa de bombom”.
Dona Maria se emociona ao ler as cartinhas
A UNIÃO FAZ A FORÇA

Para adquirir todos os presentes, Dona Maria tem um exército de voluntários. Além dos funcionários, muitos ex-funcionários ajudam, sem contar trabalhadores de outros supermercados que também adotam algumas cartinhas. Desde o começo do ano, Sônia Mesquita coordena a arrecadação de recursos com a venda de rifas e de trufas. No fim, tudo o que é arrecadado é empregado no projeto.
Criança corre ao encontro do Papai Noel
Os voluntários são tão conhecidos que conseguem entrar até em áreas consideradas de risco. Em uma favela da zona norte, através de uma líder comunitária, são promovidas várias ações para as crianças. Na Semana Santa, foram doados mais de 100 ovos de Páscoa. Também fazem festa no Dia das Crianças com lanche e refrigerante e para o almoço de Natal serão doados molho, frango e macarrão.
Papai Noel vai aos lugares mais distantes para entregar os presentes
“Nós não podemos resolver o problema deles”, afirmou Dona Maria, assinalando que a ação social, pelo menos, ameniza a situação em que se encontram centenas de crianças e adolescentes que moram nestas localidades.

Diariamente, a casinha de madeira de cada loja é esvaziada e as cartas lidas e separadas. A distribuição começa por volta do dia 10 de dezembro e dura uma semana com os funcionários auxiliando na entrega fora do seu horário de trabalho.
Presentes para todos

Quando chega a noite de Natal, “o cansaço bate forte, mas a sensação de dever cumprido é maravilhosa”, afirmou Sônia Mesquita. Ao seu lado, Dona Maria elogia a dedicação dos funcionários que abraçaram a ideia e se dedicam a tornar muito especial essa data.

Finalizando, Dona Maria disse que “o Natal é família, é confraternização”, acrescentando que se sente muito feliz porque cada vez mais pessoas têm aparecido para colaborar, desde clientes, até fornecedores e parceiros. “Se tem uma pessoa que acredita em Papai Noel, esta pessoa sou eu”, disse rindo. Se depender de sua determinação, muitas crianças e adultos também acreditarão!

* Reportagem publicada na Edição
 de 25.11.2018 do Jornal da Manhã

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