domingo, 27 de outubro de 2019

COM GERAÇÃO MÍNIMA DE RESÍDUO, ARQUITETA INOVA EM CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS.

Por Célia Ribeiro

O meio-ambiente pede socorro: assim, a arquiteta Mary Motta explicou o crescimento da demanda por soluções ecológicas na construção civil. Se antes era muito mais caro optar por materiais sustentáveis, hoje a diferença é pequena e há muitas empresas investindo em pesquisas de olho no novo nicho de mercado. Um exemplo é o sistema construtivo steel frame que gera apenas um por cento de resíduo, contra os 30 por cento das construções convencionais, e ainda permite concluir a obra em poucos meses.
A construção começa com os painéis de aço

Uma casa de alvenaria com 300 metros quadrados leva, em média, dois anos para ser concluída. Mas, se for pelo steel frame, a obra estará pronta em apenas quatro meses, ilustrou a arquiteta que tem utilizado a tecnologia nos seus projetos de Marília e Tupã. Ela explicou que o sistema é conhecido desde a Segunda Guerra quando os países desenvolvidos precisaram reconstruir as cidades devastadas.

“Essa tecnologia não é tão nova em algumas cidades do Brasil, como Belo Horizonte e no Paraná”, informou Mary Motta, que participou de um curso de uma semana em Maringá para aprender a técnica. Ela acrescentou que existem muitos fornecedores do steel frame sendo que o mais próximo está localizado em Bauru, a 100 quilômetros de Marília.

A TÉCNICA

O sistema de steel frame é composto por painéis de aço contra ventados, com furos na lateral por onde passam as mangueiras das instalações hidráulica e elétrica. “No lado de fora temos placas de OSB de madeira de reflorestamento com tratamento antifungo, anticupim e antiumidade, uma película que imita a nossa pele, ou seja, deixa a casa respirar de dentro pra fora e uma argamassa especial”, explicou a arquiteta.
Arquiteta Mary Motta
Ela prosseguiu observando que, na parte interna, após a instalação das placas de madeira e drywall (gesso acartonado), “fica uma parede normal que pode chapiscar, pintar, colocar revestimento etc.”. A arquiteta destacou que como obra seca, que não utiliza água, ainda tem a vantagem de não gerar resíduos: como no projeto com steel frame o cálculo não é em centímetros ou metros, mas em milímetros, evita-se o desperdício de pisos, por exemplo, porque não precisam ser feitos muitos recortes.
Obra de Mary em Marília: rápida evolução

Com relação ao preço, Mary Motta disse que “eles se equiparam. Na construção em alvenaria, o cliente pode diluir o custo em 24 meses. Já no steel frame fica pronto em quatro meses, mas se ele financiar é só alegria”. Ou seja, estará com a obra finalizada em tempo muito reduzido podendo usufruir da construção. Com relação a reformas futuras, a arquiteta informou que o projeto é entregue com um manual onde estão localizados os parafusos, simplificando muito o processo de retirada e recolocação das placas.
No teste, telha ecológica não deixa passar o calor
A arquiteta disse que conhecia o steel frame, mas que foi “desafiada por uma cliente” que sugeriu construir seu loft por esse sistema. Ela contou que se interessou, foi se especializar e agora agradece por ter aceito a empreitada: “Além dessa obra em Marília, estou iniciando a construção de uma casa em Tupã, de quase 300 metros quadrados e que ficará pronta em pouco tempo”, assinalou.

MATERIAIS ECOLÓGICOS
Telha de Tetra Pak
Mary Motta tem atuado bastante em construções sustentáveis. Em seu escritório tem um mostruário de telhas ecológicas, feitas com Tetra Pak (embalagens como de leite) que custam metade do preço das telhas galvanizadas e ainda têm a vantagem dos confortos térmico e acústico. “Estou trabalhando em um projeto de 240 casas no padrão ‘Minha Casa Minha Vida’ e estou colocando essa telha no orçamento”, relatou.

Outro material que tem tido boa procura são os pisos drenantes: “Esse é um grande problema que a gente tem de impermeabilização do solo. As pessoas constroem, cimentam, colocam piso e não querem terra porque faz sujeira”, comentou. Por isso, os pisos drenantes (placas de concreto) que funcionam como um filtro em que a água passa por eles até chegar ao solo são uma ótima solução.
Maquete da casa que Mary está iniciando em Tupã
A arquiteta disse que a tendência será de cada vez mais as pessoas se preocuparem com as construções sustentáveis daqui para frente porque o planeta não aguenta mais tantas agressões. E, obviamente, a indústria do setor está na corrida para apresentar soluções que atendam aos consumidores mais conscientes. Para saber mais sobre o steel frame, acesse: https://www.escolaengenharia.com.br/steel-frame/

Para entrar em contato com a arquiteta, o e-mail é: arquitetamarymotta@gmail.com e o WhatsApp: (14) 997610776

*Reportagem publicada na edição de 27.10.2019 do Jornal da Manhã

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domingo, 20 de outubro de 2019

COM ESCALADA EM ROCHAS, GRUPO EXPLORA A NATUREZA NO ENTORNO DE MARILIA.

Por Célia Ribeiro

A paixão pelos esportes radicais e a preocupação com a preservação do meio-ambiente aproximaram um grupo heterogêneo que se dedica a explorar as belezas no entorno de Marília, em paredões de até 60 metros de altura. São os adeptos da escalada em rochas que têm no instrutor Bruno Magalhães Fortes uma das principais lideranças, desde a década de 90.
Escalar exige concentração
(Foto Ivan Evangelista Jr.)
Psicólogo, mergulhador, funcionário público, Bruno esconde seus 39 anos no jeito de garotão. Pai de dois filhos, os quais iniciou no esporte, ele fundou o Centro de Treinamento Indoor em parceria com a Power Team onde os adeptos dos esportes radicais dão os primeiros passos antes de enfrentarem as rochas.

Tudo começou no início dos anos 90: “Éramos estudantes universitários de Marília, Brasília e Tatuí. A gente se conheceu na faculdade por causa do rapel (descida de paredão na vertical com auxílio de cordas) que eu já praticava desde os 16 anos. Tinha um membro mais experiente que praticava escalada esportiva, que é a escalada direto na rocha, e nos convidou”, recordou Bruno.

Os estudantes resolveram aproveitar o antigo paredão do Polysport, como era conhecida a parede de concreto que restou da demolição do Viaduto da Rua das Roseiras, na Avenida Esmeralda. Eles instalaram 2.000 agarras e começaram a praticar a escalada, assim como abriram nova frente no Viaduto da Rua Bahia, onde até hoje utilizam como um projeto social aberto a todos que se interessam em experimentar o esporte com acompanhamento de instrutores e uso de equipamentos de segurança.

Grupo explora rocha na Serra de Avencas
(Foto Ivan Evangelista Jr.)
Com a demolição do paredão do Polysport, o grupo partiu para o entorno da cidade explorando locais em meio à natureza, como a Serra do Distrito de Avencas que, com 17 metros de altura, atrai muitos escaladores nos finais de semana. Embora pouco difundido, o esporte revelou alguns ícones como Júlio César, conhecido por Calango, verdadeira lenda da escalada em rocha.

EXPLORAÇÃO

Bruno (sem camisa) Foto Ivan Evangelista Jr
“O pessoal fala muito em risco por envolver altura. Mas, ele não tem muito risco desde que se saiba o que está fazendo e utilize os equipamentos de segurança”, observou Bruno. Conforme disse, “se a pessoa não sabe o que está fazendo, não vai sair do chão. Existe o fator medo e que se deixar aflorar, em qualquer via de escalada, a pessoa trava. Mas, em todo esse tempo nunca vi nenhum acidente”, afirmou.

Ele explicou que os escaladores instalam chapeletas nas rochas com grampos de expansão. Os adeptos do esporte sobem, aos poucos, ao encaixarem seus equipamentos nas argolas de sustentação. É preciso ter preparo físico e, principalmente, preparo mental, destacou Bruno. Em Marília, existem vários pontos aptos para o esporte, isto é, com as chapeletas instaladas pelos exploradores experientes que desceram os paredões com rapel preparando a infraestrutura.
Bruno fez questão de destacar o cuidado que os praticantes do esporte têm com o meio-ambiente: não fazem fogueira, não deixam lixo, não degradam e respeitam o habitat de pássaros e animais. “Se a gente estiver subindo um paredão e encontrar um ninho, imediatamente paramos e interditamos a via. A prioridade é do pássaro que está em sua casa”, frisou.
Imagem feita por drone por Ivan Evangelista Jr na Serra de Avencas
Além de Marília, o “Grupo Rocha Escalada”, que tem perfis nas redes sociais, costuma viajar para outros locais. Bruno citou Mineiros do Tietê, na região de Jaú, onde as rochas são famosas pelo desafio aos atletas. Em breve, os integrantes devem ir a Ribeirão Claro explorar alguns pontos identificados como ideais para a prática da escalada.

TREINAMENTO

Bruno explicou que o Centro de Treinamento Indoor foi criado para que qualquer pessoa possa praticar o esporte com segurança. Há várias crianças, como sua filha de cinco anos que, conforme disse, “no ano que vem vou levar pra rocha porque ela está bem fortinha e treina desde pequenininha”. Somente após três ou quatro meses, as pessoas podem tentar fazer a primeira escalada em rocha, sempre com os equipamentos de segurança necessários.
Centro de Treinamento Indoor: até crianças podem escalar
Não é um esporte barato porque a maior parte dos equipamentos tem que ser comprada fora do Brasil. Um kit inicial sai por mil reais para escalada esportiva. Já no treinamento indoor, apenas sapatilhas e saco de magnésio são suficientes.

Bruno e a filha que já iniciou no esporte
O escalador comentou, com tristeza, a poluição pelo despejo de esgoto em vários pontos visitados pelo grupo. “Temos em Marília 168 cachoeiras e a maioria está com esgoto. Dizem que em cinco anos, com o tratamento de esgoto, o problema será resolvido. Só que muitas cachoeiras vão desparecer até lá”, lamentou. Ele finalizou dizendo que espera uma maior atenção às belezas naturais da cidade que pretende investir no turismo.
Grupo se prepara para escalada

No Facebook, acesse: https://www.facebook.com/gruporochaescalada/ Para outras informações, o contato do Bruno é (14) 9.96006035. O Centro de Treinamento Indoor fica no Jardim Portal do Sol, à Rua Antônio Galina, 70, em Marília.









*Reportagem publicada na edição de 20.10.2019 do Jornal da Manhã


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sábado, 12 de outubro de 2019

PLANETA AZUL: FESTA REUNIU CRIANÇAS AUTISTAS, COM DOWN E OUTRAS DEFICIÊNCIAS.

Por Célia Ribeiro

Contrariando a meteorologia, domingo passado teve tempo bom para testemunhar uma festa animada na zona leste de Marília: com uma semana de antecedência, o “Dia das Crianças” reuniu famílias inteiras em uma chácara na zona leste em que portadores de autismo, Síndrome de Down e outras deficiências puderam celebrar a data com muita diversão e guloseimas servidas por voluntários.
Crianças aderiram à pintura no rosto

O Universo do Planeta Azul foi a materialização do sonho de Júlio Minoru Maeda, guardião do Taylor, 07 anos, juntamente com a psicóloga Flávia Priscila Ferreira Pereira, terapeuta do garoto diagnosticado com um leve grau de autismo. Juntos, eles pensaram em um evento gratuito, aberto à comunidade, para que as crianças chamadas “atípicas” pudessem se divertir e brincar em segurança.

Conforme registrado pelo JM em reportagem do dia 11 de agosto, o Senhor Maeda observou que “a maioria das festas são realizadas para as crianças normais, sem nenhuma deficiência. Para as outras, não tem nada específico”. Com a ideia na cabeça e muita determinação, ele correu atrás de apoio conseguindo doações de sorvetes, cachorro-quente, pipoca, algodão doce, refrigerantes, brinquedos infláveis e muitos voluntários que ajudaram nas brincadeiras, nos shows de música ao vivo etc.

A expectativa de 500 participantes não se confirmou. Mas, o Senhor Maeda disse estar “realizado por ver as crianças tão felizes nesta festa que fizemos para elas”. Ele adiantou que pretende manter o evento, no ano que vem, com mais divulgação para que as ONGs possam participar em maior número.
Brinquedos infláveis, shows e guloseimas
No evento de domingo, a instituição “Down entre amigos” levou um grupo de crianças e adolescentes. Para a mãe de um deles, a servidora pública federal Maria Aparecida Biudes “faltou divulgação pela mídia. Não vimos as crianças e os pais de muitas associações de pessoas com deficiências”.

"Down entre amigos" animou a festa
Ela disse que não conhecia o Senhor Júlio Maeda “e ficamos muito agradecidos pelo convite. Percebemos que o Senhor Maeda é uma pessoa muito especial e com uma vontade imensa de que tudo desse certo. Percebemos que ele trabalhou bastante na organização e tinha vários voluntários ajudando na condução do evento”.
Psicóloga Flávia com crianças no evento
Maria Aparecida lamentou a falta de apoio do poder público, com uma tenda grande e mais cadeiras. Em compensação, destacou que “tinha muito amor envolvido, muita vontade de trabalhar do Senhor Maeda e equipe, cachorro quente muito bom, refrigerante e água à vontade, algodão doce, saquinho de doces para as crianças, pula-pula, escorregador etc”. Ela finalizou destacando que o grupo de portadores de Síndrome de Down, que estava uniformizado, animou bastante a festa.
Maria Aparecida e o grupo "Down entre Amigos"
POR AMOR

Sob a barraca em que artistas realizavam pinturas nos rostos das crianças, a psicóloga Flávia Priscila Ferreira Pereira, especialista no Método ABA (Análise do Comportamento Aplicado ao Autismo), comemorava o sucesso da festa que ajudou a conceber junto com o Senhor Maeda: “Vimos a necessidade de fazer uma festa pelo ‘Dia das Crianças’ para crianças atípicas porque as festas tradicionais são para crianças neurotípicas”, observou.
Senhor Maeda e Taylor

A psicóloga afirmou que o evento estava contribuindo para a socialização das crianças em uma tarde alegre com diversão sob medida para elas e que sua expectativa era que pudessem “aproveitar muito o dia e se sentirem felizes”. Ao seu lado, dezenas de voluntários trabalharam com muita disposição para tornar inesquecível a primeira comemoração do Universo do Planeta Azul em Marilia.

Segundo os organizadores, o evento contou com a colaboração dos apoiadores: Escola Onobyte, Ame Danças, Down entre Amigos, M’k internet, Vila Mineira, kinkas, Tele pizza, Pizzaria Brasil, Prof. Rodolfo Medicina Veterinária (Unimar), Supermercado Confiança, AADEF, Equipe Alisson de pinturas e animação, Ração tutot, Pexinxão Móveis, Ki gelado sorvetes, Visão Notícias, Ivan Evangelista Jr. Assessoria de Comunicação e Marketing, Rádio Campestre, Marília Sustentável (JM), Associação Municipal dos Servidores Públicos, Secretarias Municipais da Saúde, da Agricultura e Meio Ambiente, Cirandinha Calçados, ONG Amigos do Bar, Dori, Santine Cantor, Renato Atacadista, Merceadoria do João, Paulinha Panificadora, Fabiana Marinho, Loja Show do 1 Real, Estúdio C 4 Z, Toldos Kairos, Chácara Santa Terezinha, APAE, Fundo Social de Solidariedade, Casa Di Conti,  Vereadores Danilo da Saúde e João do Bar, Vestigius Uniformes, Dunnas, Thabata M Maeda e Sarah.

*Reportagem publicada na edição de 12.10.2019 do Jornal da Manhã

** Leia AQUI a reportagem de agosto com o Sr. Maeda
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domingo, 6 de outubro de 2019

AMBIENTALISTA PLANTA SEMENTES DE ESPÉCIES NATIVAS E FRUTÍFERAS JUNTO ÀS NASCENTES

Por Célia Ribeiro

Um trabalho solitário, realizado no tempo livre e com uma chance de sucesso em torno de cinco por cento: se para qualquer pessoa esses indicadores bastariam para abortar a empreitada, um ambientalista dá de ombros ao semear para o futuro sabendo que a colheita virá dentro de alguns anos. O visionário atende pelo nome de Cassiano Rodrigues Leite, servidor público municipal de carreira que dedica seus finais de semana ao cuidado das áreas de preservação permanente (APPs).
Água pura em nascente na zona norte

Lotado na Secretaria do Meio Ambiente e Limpeza Pública, após mapear quase todas as nascentes de Marília, ele resolveu dar sua contribuição para reflorestar o máximo de áreas que conseguir em um trabalho de formiguinha. Para tanto, juntou sementes de espécies nativas recolhidas no bosque municipal e de frutíferas, do consumo de sua casa, como matéria prima.

No último final de semana, ele deu o pontapé inicial ao plantar 300 sementes na região do Ribeirão dos Índios, na zona norte. Enquanto uma muda de um metro e meio de altura tem 80 por cento de chance de sobreviver e uma muda de 20 centímetros somente 20 por cento de sobrevida, estatisticamente, para a semente brotar e se desenvolver são menos de cinco por cento.

Mesmo assim, Cassiano não desanima: “Para eu plantar as mudas ficaria inviável, primeiro pelo recurso financeiro que eu teria que dispor; segundo, o fator tempo e terceiro a necessidade de cuidar. Plantar é fácil. As pessoas gostam muito de plantar na ‘Semana da Árvore’, saem plantando, batem foto, mas e depois? É como uma criança. Quem vai trocar fraldinha e dar leite? Tem que ter dois ou três anos de cuidado com carinho”, observou.
Cassiano: exemplo para gerações futuras

Conforme disse, “como é uma área muito grande, com muitas nascentes, resolvi partir para o lado das sementes. Plantei cerca de 300 sementes e não me preocupei só com nativas, mas com as frutíferas para atrair os pássaros. No total espero plantar de 4 a 5 mil sementes”. Ele calcula ter mapeado 70 nascentes e observou que muitas estão perdidas pela ação do ser humano.

Cassiano Leite afirmou que “na cidade, principalmente no centro, não temos mais arborização. E na periferia, além de não haver arborização, existe uma degradação muito grande.
Nossas nascentes estão sendo aterradas, nossas árvores estão sendo cortadas, é lixo para todo lado e isso não é culpa do poder público. É culpa da cultura da população, da educação ambiental que está faltando”.

INICIATIVA

Casado e com um filho de 08 anos, Cassiano disse que não se deve esperar que o poder público resolva todos os problemas da cidade “porque é preciso olhar para a saúde, a educação etc. Estou cansando de reuniões e de esperar que façam as coisas. Eu vou tentar semear algo que fique para o futuro do planeta, fazer pela nossa geração, mas deixando um planeta apropriado para a geração que vem por aí. Comecei a fazer com esse intuito”, pontuou.
Sementes de frutíferas e espécies nativas

Ele explicou como começou: “No primeiro passo identifiquei todas as nascentes de Marília, mapeei todas as 74 urbanas. Nas principais estou tentando fazer o cercamento e o plantio para a preservação. Muitas outras nós já perdemos porque foram aterradas por caçambas de lixo, por invasão popular, construção de casa e lançamento de esgoto. Muitas estão mortas e não tem o que fazer. Outras ainda dá tempo de recuperar. Nesta do Ribeirão dos Índios o homem ainda não chegou, mas está pertinho”, alertou.

Perguntado sobre a pequena chance de êxito, Cassiano mostrou-se otimista: “A possibilidade da semente brotar é de 5 por cento e para mim já é uma grande vitória. Conforme elas forem brotando, a própria natureza e o trabalho dos pássaros vai cuidando. Chega a ser utópico que sozinho vou reflorestar uma mata ciliar de uma nascente. Isso depende de uma estrutura. Estou dando apenas o pontapé inicial. É um trabalho que vou fazer a longo prazo”.

Com cargo de chefe do Meio Ambiente há oito anos e servidor concursado há 15 anos, Cassiano concluirá a formação em Gestão Ambiental em dezembro e já se matriculou para a pós-graduação na área. Seu sonho é contribuir com políticas públicas que melhorem a questão ambiental na cidade.
Área de preservação permanente
No entanto, destacou a importância de cada cidadão fazer sua parte: “Não adianta ficar esperando o poder público que tem outras preocupações. Às vezes, a pessoa tem o canteiro central na frente de casa e ela pode cuidar. É o oposto do que estamos observando porque as pessoas estão jogando lixo. Tem terreno público do lado de casa e joga lixo. Deveria ser o contrário. Temos o programa “Adote uma praça”, que envolve várias secretarias como Agricultura, Meio Ambiente e Planejamento Urbano”, assinalou.

Cassiano afirmou que Marília, com quase 250 mil habitantes, poderia ter uma arborização muito melhor “se cada um plantasse uma árvore. Mas, vemos o contrário, pessoas cortam árvores, fazem podas drásticas. Outro dia um senhor de idade veio pedir para cortar a árvore em frente à sua casa porque ela fazia sujeira. As pessoas não entendem que a árvore sequestra o carbono da atmosfera e devolve o oxigênio, abriga pássaros, dá flores, frutas, dá sombra, puxa água com as raízes que evapora, transpira e melhora qualidade do ar”.
Se nada for feito, essas áreas serão destruídas
No primeiro fim de semana em que plantou sementes de frutíferas e espécies nativas (flamboyant, sibipiruna, jequitibá, laranja, limão, melancia, entre outros), Cassiano disse ter se encantado com a água limpa brotando da terra. Sua ideia é semear também abacateiro, manga, mamão e até pau-brasil. Ele quer inspirar outras pessoas a cuidarem dessas áreas para que, no futuro, as nascentes estejam protegidas e os pássaros e animais encontrem morada e alimento nas árvores que derrotaram as estatísticas.

*Reportagem publicada na edição de 06.10.2019 do Jornal da Manhã

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