domingo, 29 de outubro de 2023

ARTE SACRA: ECONOMISTA RESTAURA E PRODUZ TERÇOS PERSONALIZADOS PARA EVANGELIZAR

Por Célia Ribeiro

Até poucos meses atrás, a rotina da economista Patrícia Eras estava focada em números, planillhas de custos e toda a burocracia que envolve a área financeira. No entanto, apesar de ter passado por uma transição de carreira ao deixar o emprego de oito anos para se dedicar aos negócios da família, ela sentia que faltava alguma coisa. E foi durante esta busca que ela encontrou, na produção de terços personalizados, um sentido ao trabalho manual porque, mais que criar, ela utiliza os objetos para evangelizar nas redes sociais.

Patrícia Eras
Em entrevista ao blog, Patrícia contou como foi esse despertar, seis meses atrás: “Meus pais sempre foram muito católicos e me criaram dentro da igreja católica. Desde criança, eu sempre dei muito valor a isto, às tradições da igreja católica e a tudo que a envolve, seja materialmente ou espiritualmente”.

Ela recordou que a mãe, devota de Nossa Senhora, reza o terço diariamente e gosta de ter a família junto, no mínimo uma vez por semana: “Ela fazia questão. Não era uma obrigação, mas a gente tinha esse encontro, eu, ela, meu pai e meu irmão, os quatro de joelhos fazendo a oração do terço”.

Com o hábito de rezar o rosário, a mãe de Patrícia foi juntando terços que ganhava de presente de amigos e parentes que traziam de Israel ou de Aparecida do Norte, além daqueles que comprava. “Como ela é uma usuária assídua, gasta e às vezes quebra, arrebenta o terço. E como minha mãe é muito cuidadosa, sempre guardava as pecinhas que caíam”, observou. Foi aí que surgiu a ideia de aprender a restaurar os terços e começar a produzir suas próprias peças.

Opções de crucifixos 

“O fio acaba arrebentando, porque a madeira e a pedra em si não estragam. Mas, os fios de metal ou de corda se deterioram. Então, quando eu vi, falei que poderia aprender e conseguir resgatar. Eu sabia que se a gente fizer uma reforma, uma restauração, trocar um fio ou repor uma pecinha que caiu, a gente não perde o sacramento da benção que o padre faz naquele objeto”, explicou.

Peça da coleção noivas

Patrícia contou que durante a quaresma de São Miguel, “certa noite, quando eu acordava de madrugada para orar, ouvi o frei falando que a gente poderia fazer a oração do rosário fazendo alguma coisa; que a gente não precisava, necessariamente, ficar ajoelhado ou sentado só na oração. Disse que se tivesse algo para fazer e que não saísse do contexto da oração, a gente poderia fazer”.

Restauração de terços
Foi a fagulha que faltava para acender o fogo da criação. Patrícia vislumbrou a possibilidade de aprender a fazer e restaurar terços utilizando o tempo livre para isso, enquanto também fazia suas orações. Inicialmente, ela fez um curso online gratuito. Mas, perfeccionista, tomou gosto e resolveu investir em um curso profissional em que assimilou diferentes técnicas aprendendo a utilizar uma grande variedade de matérias primas.

MISSÃO

“Sempre fui da área financeira. Trabalho com financeiro desde os meus 15 anos e fiz faculdade de economia com intenção de me formar e trabalhar com consultoria financeira. Eu pedia a Deus, nas minhas orações, que eu pudesse fazer algo para as pessoas, que eu também levasse o nome dele, mostrasse o amor dele, que pudesse ajudar as pessoas  não só financeiramente. A consultoria financeira levaria uma prosperidade e conhecimento na área material e não espiritual”, revelou.

Quando decidiu empreender com os artigos religiosos, Patrícia encontrou o que lhe faltava: “Pensei em continuar trabalhando na área financeira, que eu amo fazer nesta empresa que eu e meu irmão herdamos dos meus pais. Mas, vou poder fazer um trabalho onde vou levar o amor de Deus para as pessoas através de um objeto que vou confeccionar”. 

Encomendas prontas
Ela contou que “quando vou fazer uma peça, estou em oração ou ouvindo uma pregação e coloco muito amor. Quando eu envio para a pessoa e ela me diz que era muito mais do que esperava, me traz essa gratificação que é exatamente o que eu queria, trabalhar em algo que gerasse uma renda e, ao mesmo tempo, eu pudesse levar uma coisa diferente para pessoas de bem estar, de cuidado, de sentir a importância do amor de Deus”. 

Chaveiro de jornalismo
Sobre as restaurações, Patrícia explicou que se for preciso substituir algumas peças, “oriento para que leve ao padre para abençoar. A gente não sabe como vêm essas peças. Aqui comigo, quando abro cada embalagem, já vou pedindo a Deus para abençoar, que tudo que não foi confeccionado com a intenção da fé religiosa  católica seja quebrado; quero que entre na minha casa e na casa das pessoas só coisas realmente verdadeiras de Deus”.

As redes sociais são o canal que ela utiliza para divulgar seu trabalho. No perfil @atelie.patriciaeras, além de fotos dos terços, de dezenas para carro e chaveiros, Patrícia posta informações, orações e músicas. Aliás, um diferencial de suas peças é que vai junto um pequeno cartão com os mistérios do terço para que seja levado na carteira ou deixado em local de fácil acesso no momento da oração.

E por falar em informação, uma curiosidade que ela postou nessa semana refere-se à destinação de artigos religiosos (terço, roupa, escapulário) que foram abençoados: “Não pode jogar fora porque tem um sacramento ali. No Catecismo explica que a gente tem que enterrar ou queimar como se fosse um corpo vivo. Se não puder, deve levar a uma paróquia que dará a destinação correta”.

Rafael, Patrícia e Guilherme Ravanelli
EMOÇÃO

Entre as técnicas utilizadas, Patrícia iniciou a produção de peças com fotos resinadas. É um trabalho minuscioso que exige muito cuidado para inserir a imagem pretendida. Patrícia resolveu aprender essa técnica quando encomendou, pela internet, um terço com a foto do marido e do filho: “O terço tem um singificado muito grande pra mim e para minha família. Eu quis um terço com a nossa imagem e fui em busca na internet de nós três juntos”, disse. 

Terço em madeira para cliente do litoral 

Ela prosseguiu contando que encontrou “uma pessoa de outro estado, de difícil acesso e produto muito caro. Quando chegou pra mim, todas as vezes que eu pegava para rezar eu pensava que podia fazer e não precisaria ter um custo tão alto. Há dois anos, paguei 200 reais e vi que era possível fazer uma peça assim por muito menos. Hoje, as minhas peças personalizadas com fotos variam de 90 a 100 reais em média, dependendo do entremeio”.

Dezena para carro
Patrícia tem muitas histórias para contar, mas uma lhe emocionou demais: uma cliente encomendou uma dezena para carro com a foto do irmão e da prima, explicando que os dois iriam batizar seu filho, mas a prima adoeceu e faleceu. Meses depois, a cliente escolheu outro casal de padrinhos e pediu ao irmão para ser padrinho de consagração levando o terço com a foto dele e da prima na cerimônia para que a parente tão querida fizesse parte daquele momento especial da família.

A artesã disse que não tem peças prontas porque todas são personalizadas de acordo com a escolha do cliente. No caso dos terços ou dezenas com fotos, são utilizadas também imagens de santos. Além disso, as peças são confeccionadas de acordo com o uso: “Tem terço para quem reza e terço para quem quer deixar em um local como enfeite” e, assim, varia o tipo de material que pode ser pedra, cristal de vidro ou pérola de vidro que não descasca ou quebra. Quem quiser, tem a opção mais simples de pérola acrílica ou de plástico, também.

Seis meses após iniciar a atividade como renda extra, Patrícia se sente realizada: ao encerrar a jornada de 08 horas na empresa da família, ela se recolhe ao ateliê montado em casa onde trabalha na confecção das peças: “Coloco muito amor em tudo o que eu faço. O tempo voa e fico muito emocionada de poder evangelizar e levar Deus para as pessoas. É como se fechasse o meu ciclo no dia”, finalizou. 

Trabalho noturno: realização
Para conhecer esses trabalhos, acesse o Instagram: @atelie.patriciaeras ou entre em contato pelo celular (14) 996117338.

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domingo, 22 de outubro de 2023

PROJETO ESTAÇÕES: FILARMÔNICA DE MARÍLIA CAPTA PATROCÍNIO PARA LEVAR MÚSICA AOS 04 CANTOS DA CIDADE

Por Célia Ribeiro

Em 1.723, o italiano Antônio Vivaldi compôs “As Quatro Estações” como parte do Opus 8 que reunia 12 concertos inspirados na primavera, verão, outono e inverno. Três séculos depois, a Orquestra Filarmônica de Marília pretende levar aos quatro cantos da cidade a música erudita em sintonia com a natureza: além do Teatro Municipal, haverá apresentações ao ar livre nos bairros, na Praça da Igreja São Bento e no Bosque Municipal. 

Apresentação no teatro em agosto
Para que o projeto de 2024 saia do papel, a Associação Filarmônica de Marília, mantenedora da orquestra, iniciou a captação de quase um milhão de reais, através da lei de incentivos fiscais. Aprovado no Ministério da Cultura, o PRONAC nº 223742 tem alguns diferenciais: “Nós decidimos que todas as atividades são gratuitas”, explicou a presidente da entidade, Gisele Demarchi. 

Gisele com o maestro e diretor artístico Emiliano Patarra

Conforme disse, “pelo Ministério da Cultura e projetos do PRONAC está previsto cobrança de ingresso. Mesmo com patrocínio da lei de incentivo fiscal da cultura pode cobrar ingressos. Mas, nós decidimos não cobrar ingresso de nada. Acho que é uma democratização de acesso muito maior. Realmente, a arte podendo estar junto à população e as pessoas podendo vivenciar tudo isso”. 

Músicos profissionais integram a orquestra

Outras características do projeto de Marília referem-se ao fato de que a elaboração das propostas é feita pelos membros da Associação sem auxílio de consultores profissionais. Além disso, todos trabalham voluntariamente. De acordo com a presidente, o Ministério da Cultura tem dado o suporte necessário, incluindo a participação em reuniões on line para tirar dúvidas e orientar a equipe de voluntários.

Voluntários da associação em reunião de avaliação

ESTAÇÕES

Orçado em R$ 976.659,41, o projeto do ano de 2024 começa com a “Estação Vivace”: duas semanas de muita música e atividades com 04 concertos sinfônicos, 02 concertos didáticos (para crianças) no teatro, 10 oficinas de instrumentos musicais (violino, viola, violoncelo, flauta e clarinete), ensaios da orquestra abertos ao público e masterclasses. 

Concerto sinfônico lota o teatro

A “Estação Allegro” prevê 04 concertos nos bairros: zonas norte, sul, leste e oeste receberão a Orquestra de Câmara da Filarmônica de Marília com 15 músicos e o maestro titular, Emiliano Patarra. Já a  “Estação Adágio” (Regência Acima de Tudo) terá 02 oficinas de regência com 12 horas de atividades.

O projeto tem ainda a “Estação Harmonia”, com música no bosque quando haverá um concerto sinfônico com a orquestra completa, montagem de palco e sonorização profissionais; a “Estação Prelúdio” (Afinando a Técnica) com 03 oficinas de 06 horas cada para violino, viola e violoncelo. Por fim, a “Estação Vibrato” (brindando à vida) com um concerto sinfônico no fim do ano na praça da igreja São Bento fecha o ciclo. 

Carmen Monarcha em apresentação no início do ano
Além das apresentações e oficinas, a captação de recursos é essencial para a aquisição de instrumentos: 02 contrabaixos acústicos (R$30.000,00) e conjunto de tímpanos, de 04 peças mais capas protetoras (R$ 168.000,00). 

Contrabaixos e conjunto de tímpanos
A mantenedora da Filarmônica tem planos de criar a Academia de Formação Profissional de Músico, Coro Sinfônico, Orquestra de Câmara e promover eventos da orquestra interagindo com outras artes como balé, grupos musicais, ópera etc.

EVOLUÇÃO

“A gente vem aprendendo desde 2016”, afirmou Gisele Demarchi, assinalando que, “em 2017 a gente teve a fundação oficial da Associação Filarmônica de Marília. A cada etapa a gente vai aprendendo. Acredito que temos muito para melhorar e expandir. O projeto precisa ir se firmando, se tornando conhecido. A população e os empresários precisam abraçar esse projeto para que ele possa ir se consolidando e a gente pensar em mais coisas, em expansão do projeto, na profissionalização de músicos com uma academia de música. Tudo isso a gente sonha”, pontuou. 

Danilo Brito se apresentou em agosto
De acordo com a presidente, “Marília tem todo o potencial para que músicos se façam, estudem e se profissionalizem para atender não só a demanda da nossa orquestra, mas eles podem ir se profissionalizando, trabalhar e prestar concursos em outras orquestras”.

 CORRIDA CONTRA O TEMPO

Para conseguir a liberação dos recursos junto ao Ministério da Cultura, a Associação Filarmônica de Marília tem até dezembro deste ano para captar os quase um milhão de reais junto às pessoas físicas e jurídicas: “As pessoas devem perguntar ao seu contador se podem se enquadrar na lei de incentivos fiscais”, explicou Gisele Demarchi, observando que os doadores podem abater os valores doados do imposto a pagar.

Cláudia Lopes (Vice-presidente), Gisele Demarchi (Presidente),
José Maria Amoroso (Secretário) e Diva Souza (tesoureira)

Para saber mais, os interessados podem entrar em contato com a presidente Gisele Demarchi no celular (14) 997144697, acessar o link: https://filarmonicademarilia.art.br/como-contribuir/ ou escrever para o e-mail: contato@filarmonicademarilia.art.br Para doações diretas: Banco do Brasil, Agência 0141-4 conta corrente 79.910-6, PIX CNPJ 29.209.935/0001-64. O site da entidade é: https://filarmonicademarilia.art.br/

Crédito: Fotos Paulo Perez/Site da Filarmônica de Marília

Leia reportagens anteriores da Orquestra Filarmônica de Marília AQUI, AQUI  AQUI e AQUI


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domingo, 15 de outubro de 2023

SOCIEDADE AMIGOS DO BAR: MÁRIO MILANI FAZ UM RECORTE DAS DOSES DE SOLIDARIEDADE

Por Célia Ribeiro

Quantas doses de solidariedade cabem em um copo? Depende do tamanho do coração. Calcular o que um grupo de amigos é capaz de realizar, ao unir esforços em prol de causas nobres, não é tarefa simples. Entretanto, uma pequena mostra da atuação da “Sociedade Amigos do Bar” pode ser conferida no livro que o escritor, poeta, compositor e empresário Mário Milani lançou em Marília. 

Tadau e Mário Milani no lançamento 
Em pouco mais de 160 páginas, a obra leva o leitor a uma viagem no tempo, começando com as manhãs de sábado de 2.014, quando alguns amigos se encontravam para aperitivar no Lelo’s Bar, na zona leste da cidade. Entre uma cerveja gelada e um petisco no capricho, as piadas, causos de pescaria e brincadeiras davam espaço para reflexões mais sérias quando alguém comentava sobre uma entidade em apuros ou uma família necessitada.

 

Lançamento no Chaplin
Naquele momento, homens de várias idades e níveis sociais faziam uma pausa na diversão. A preocupação era saber de que modo poderiam contribuir para socorrer determinada situação. Como este blog publicou em inúmeras reportagens (vide final), o que era um momento de pura descontração atraiu pessoas que tinham em comum a solidariedade e, assim, os “Amigos do Bar” subiram um degrau conciliando a amizade, o lazer e o amor ao próximo. Isso que é upgrade!

 Esta semana, Mário Milani falou ao blog, acompanhado do presidente do “Amigos do Bar”, Tadau Tachibana, do jeito que eles mais gostam: à mesa, entre amigos, como José Roberto Albieri, José Geraldo Albieri (Gê), e José Eduardo Peraccini (Pera) na sede localizada à Rua Rio Grande do Sul, nº 234. Já passava das 18h00 e nada melhor que encerrar o dia com bate-papo e uma cervejinha estupidamente gelada.

 O INÍCIO 

Mário Milani recordou como foi seu primeiro contato com o grupo, levado por um amigo. Aliás, é assim que funciona o processo de ingresso: tem que ser apresentado por um dos membros. Esta parte ele detalha logo no início do livro ao contar que estranhou ao chegar no Lelo’s Bar e ver um grande número de veículos estacionados. Só depois se deu conta que eram disputadas partidas de futebol suíço na quadra do local. 

Amigos se encontravam no Lelo's Bar
Ele disse que conhecia muitos dos presentes. Mas, à parte as novas amizades, o que lhe chamou a atenção foi “conhecer o fundamento, o propósito do grupo. Ali nasceu a ideia de fazer algo diferenciado. Não era só um bar, mas tinha o propósito de ajudar as pessoas, de praticar a solidariedade”. 

Cestas básicas para famílias carentes
Mário Milani recordou as inúmeras campanhas realizadas para entidades beneficentes, sobretudo asilos. E destacou o papel do “Amigos do Bar” quando Tadau organizou uma verdadeira central de arrecadação de doações (alimentos, máscaras, fraldas etc) que eram entregues às famílias que passavam muitas dificuldades durante a pandemia do Covid.

 

Mário e esposa Silmara
que prefaciou o livro
Além da contribuição mensal dos associados, os eventos são responsáveis pela geração de renda. De rifas à galinhada solidária, tudo o que pode se transformar em dinheiro para aquisição de cestas básicas se multiplica pelo trabalho de formiguinha dos membros.

Mário Milani afirmou que resolveu escrever o livro não apenas para registrar o trabalho do grupo, como também para combater o preconceito de que bar é algo de menor importância: “Na mesa de bar se fala de tudo, são criados laços de amizade e também surgem as ideias que se transformam em ajuda aos que mais precisam. Bar também é cultura porque a música e a poesia têm seu lugar”, pontuou.

O autor finalizou dizendo que “quem ler o livro vai entender a importância do grupo. A maior riqueza de uma pessoa é  estar entre amigos. Enfatizei bastante a importância do companheirismo e a solidariedade”. De bônus, a obra tem depoimentos de alguns integrantes e da primeira-dama da ONG, Maria de Pilar Veiga Tachibana, letras de música e poesia. 

Os convites se esgotaram rapidamente para o lançamento
O presidente do “Amigos do Bar”, Tadau Tachibana, elogiou a iniciativa de Mário Milani: “Além de escrever o livro, ele bancou três quartos dos custos da publicação. E nós bancamos o que faltava e isso foi recuperado desde o lançamento no Chaplin”. Aliás, foi uma noite muito concorrida em que os 150 convites se esgotaram rapidamente em uma demonstração da força do grupo e do seu prestígio junto à sociedade.

Paula Diniz ao centro com Mário e Silmara
Tadau e Pilar Tachibana
Para adquirir o livro, com renda totalmente revertida à entidade, só entrar em contato pelo WhatsApp (14) 981140055.

DESAFIO

Um das razões da credibilidade e prestígio do “Amigos do Bar” é a transparência. Cada centavo gerado em ações do grupo é informado à comunidade. Pela imprensa,  redes sociais e transmissão via WhatsApp, Tadau Tachibana é incansável. Por estes canais ele pede ajuda, vende convites para eventos e depois publica fotos e relatórios. 

Fraldas na sede: doações destinadas a asilos e ONGs

Não por outro motivo, um novo desafio chegou angariando o respeito e adesão da comunidade: a AMAPON, entidade constituída cuja sede em construção vai abrigar uma casa de apoio aos pacientes oncológicos que vêm se tratar em Marília e não têm condições de arcarem com hospedagem e alimentação. Esta é a segunda ONG da “Associação Amigos Solidários de Marília”, nome oficial do “Amigos do Bar”. 

Tadau no terreno da Amapon: doses de
solidariedade para salvar vidas

Tadau e os “Amigos do Bar” conseguiram doações desde o terreno para o prédio, até projetos de engenharia (fundação, hidráulica, elétrica) e apoio para iniciarem os trabalhos com força total. Em 2024, quando a turma completará 10 anos, as novas doses de solidariedade também vão ajudar a salvar vidas.

Para ler outras reportagens e saber mais sobre o grupo, acesse: AQUI, AQUI, AQUI, AQUI, AQUI , AQUI e AQUI .

Fotos: Arquivo Amigos do Bar e Blog Marília Sustentável.


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domingo, 8 de outubro de 2023

COM FILHOS PEQUENOS, VIÚVA ENCONTROU NA ARTE UMA FONTE DE RENDA E ALÍVIO PARA A TRISTEZA.

Por Célia Ribeiro

Como muitos trabalhadores, a funcionária de uma escola técnica estadual em Pompeia, precisava madrugar e enfrentar a rodovia, diariamente, para ajudar no sustento da família no Distrito de Padre Nóbrega, em Marília. O que ela não imaginava é que, com um filho de seis anos e uma bebê de quatro meses, ficasse viúva de uma hora para outra e precisasse enfrentar a dor com muita coragem para seguir em frente.

A delicadeza do mosaico na pia

Foi neste momento, cinco anos atrás, que uma atividade praticada como lazer passou a ser o ponto focal: o artesanato. Aos 48 anos, Viviane da Silva, contou ao blog que sempre gostou de reaproveitar materiais e criar, livremente, peças que decorava sua casa ou presenteava amigos. Mas, com a perda do marido e a responsabilidade de criação dos filhos sobre seus ombros, ela vislumbrou a possibilidade de ampliar a renda criando peças para comercialização. 

Viviane da Silva

“No começo, as peças não eram tão bonitas. Fui me aprimorando e varava madrugadas trabalhando nisso. Eu cheguei a dormir três horas por noite porque tinha meu trabalho, e quando eu  voltava para casa tinha todas as tarefas domésticas para dar conta e meus filhos para cuidar”, recordou.

 A princípio, Viviane investiu em peças de mosaicos criando desde pias para lavabo até quadros e números para fachada das residências: “As pessoas me procuravam com um modelo e pediam para eu fazer algo parecido. Por isso, cheguei a ter problemas por me acusarem de copiar trabalhos. Mas, o que eu fazia era me inspirar em alguma coisa, como a maioria faz. Cada peça é única. Impossível um trabalho ser igual ao outro”, observou.

 Viviane lembrou que o começo foi bem desafiador. Os trabalhos que fazia nos momentos livres precisavam ter qualidade para conseguir vender e aumentar a renda. Sozinha com os filhos, só o trabalho formal não era suficiente. E foi assim que ela passou a dedicar todo tempo que pudesse para confeccionar as peças. 

Viviane e os filhos: razão de tudo

FEIRAS

Peças delicadas para decoração

Ela contou que quando pensava em desanimar pelo cansaço, logo levantava a cabeça e seguia em frente: “Comecei a vender pela internet e tinha uma conta no Elo7. Recebia muitas encomendas e isso me ajudou muito no momento em que eu mais precisava”, assinalou. Viviane disse que as feirinhas de artesanato e de mulheres empreendedoras foram uma vitrine para suas peças o que também ajudou nas vendas. 

Colar de mesa

“Quando as coisas estavam engrenando, veio a pandemia. E o mundo virou de cabeça para baixo”, comentou, revelando que procurou diversificar seus trabalhos para manter o ritmo de vendas que se tornou mais difícil com o aprofundamento da crise econômica. A partir daí, surgiram vários outros trabalhos que são muito procurados como colar de mesa, porta-guardanapos, pingente de porta, chaveiros, móbiles etc. 

Trabalho em mosaico

Viviane disse que, paralelamente, à fonte de renda extra, os trabalhos manuais a ajudaram a lidar com a dor da viuvez repentina. Ao escolher os materiais para iniciar uma peça, a imaginação ocupava o lugar das preocupações para que a criatividade pudesse aflorar e se materializar nas peças que seriam enviadas aos clientes. 

“Durante muito tempo, trabalhei nisso das 20h até duas ou três da manhã. Passei muitas madrugadas focada nisso. Mas, valeu a pena. Consegui fazer um trabalho dentro de casa, ao lado dos meus filhos, mexendo com uma coisa que gosto muito e recebendo um dinheiro que complementou a renda da família”, pontuou.

Viviane expõe seus produtos nas redes sociais. Para entrar em contato: (14) 9.96893410.

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domingo, 1 de outubro de 2023

CAFOFO LIVROS: COM 6.000 TÍTULOS, JOSÉ LUIZ QUEIROZ INAUGURA SEBO COM CURADORIA

Por Célia Ribeiro

Quando as luzes se apagam na pequena livraria de segunda mão, após as caixas com os títulos da promoção serem recolhidas, o silêncio impera na Rua 21 de abril, nº 532, no Jardim Maria Izabel, zona leste de Marília. Mas, basta o Zé Luiz virar as costas que começa o sarau em que personagens, desde a antiguidade até os dias atuais, sacodem a poeira dos trajes para se confraternizarem no “Cafofo Livros”.

"Cafofo Livros" abriu as portas esta semana

A cena poderia ser imaginada por quem assistiu o clássico “Meia Noite em Paris” de Woody Allen. No filme, escritores como Ernest Hemingway, Zelda e Scott Fitgerald, ganham vida junto com músicos e pintores como Pablo Picasso, ao encontrarem um escritor norte-americano que viaja no tempo, todas as noites, quando o relógio marca meia-noite na escadaria ao lado do Pantheon, na Montaigne Sainte-Geneviève, em Paris. 

Maria Luiza e Léo: Zé Luiz incentiva a leitura 

Licença poética à parte, a boa nova é que Marília acaba de ganhar um verdadeiro presente. O auditor fiscal do Ministério do Trabalho, ex-vereador José Luiz Queiroz e apaixonado pela literatura, resolveu se desapegar de parte de seus quase seis mil livros, alguns raros, colocando-os à venda em uma espécie de sebo.

Em entrevista ao blog, ele contou que há mais de 15 anos o gosto pela leitura começou a crescer de tal modo que se tornou um voraz comprador de livros que vão da mitologia grega, filosofia, história, literatura brasileira à literatura estrangeira. Quando se deu conta, havia entre 5.000 e 6.000 livros espalhados pela residência que divide com a esposa Mariana e os filhos Maria Luiza e Léo. 


Vale conferir as promoções
Zé Luiz disse que, mais de uma vez, comprou livros em duplicidade por não se lembrar que já tinha determinadas obras. Foi quando decidiu começar a vender os que havia lido ou não tinha mais interesse. Como consequência, descobriu um novo mundo na internet e, claro, ao mesmo tempo em que vendia, também comprava outros livros...

 No site www.estantevirtual.com.br ele abriu uma conta onde comercializa algumas jóias raras para o Brasil inteiro: “Rio Grande do Sul, Minhas Gerais e Rio de Janeiro são os locais para onde envio 90 por cento das minhas vendas. Mas, envio para vários outros estados como na semana passada para o Amazonas, Piauí e Pará”.

O diferencial do “Cafofo do José”, como foi registrada sua conta na Estante Virtual, é que por ser um leitor assíduo e atualizado, através de revistas literárias, Zé Luiz exerce uma espécie de curadoria. Por isso, coloca à venda na internet e agora na loja física, não apenas obras comuns, mas também livros valiosos.

PARA TODOS

Se na internet ele já vendeu livros raros na faixa de dois mil reais, no Cafofo do Jardim Maria Izabel, os leitores encontrarão um pouco de tudo: de preços a partir de três ou cinco reais, até promoções do tipo dois livros por dez reais. Ele explicou que está selecionando, gradativamente, as obras que serão comercializadas, confessando que “está difícil desapegar”. 

Há uma grande variedade de livros

Zé Luiz afirmou que trabalhará “com uma linha em torno de dois a três mil livros com uma espécie de curadoria. Como gosto disso, leio revista literária, tenho acesso a muita coisa e gosto de ler. Acabo me tornando uma referência e os amigos perguntam porque sei o que vai lançar no mês que vem”.

Ele revelou que possui obras de 70  a 100 anos, citando “Os Sertões” de Euclides da Cunha. Um dos destaques é “um box raro, com 20 livros, do poeta Manoel de Barros que fizeram uma vez só. Esse box custa de 1200 a 1500 reais. Com o tempo pego até livro autografado”, assinalou, citando o cartunista Laerte, que veio a Marília e autografou para o Sindicato dos Bancários. 

Zé Luiz está organizando tudo com cuidado
Conforme disse, sabendo do seu gosto literário, muitas pessoas lhe enviam muitas caixas repletas de livros: “Outro dia cheguei no Ministério do Trabalho e tinha uma caixa imensa que deixaram na minha mesa”, contou. Quanto às doações, há muitos livros de pouco valor, alguns sem capa ou com páginas riscadas, que são descartados. Mas, uns cinco por cento são verdadeiras joias e muitas vezes o próprio Zé Luiz estava procurando. Nestes casos, após ler, ele garantiu que vai se desapegar e vender.

Passando da “Divina Comédia”, outra raridade do seu acervo, para autores contemporâneos, Zé Luiz citou o campeão de vendas, Itamar Vieira Junior, que vendeu 30 milhões de exemplares de “Torto Arado” e conquistou os principais prêmios literários. Por isso, quem procura autores de peso pouco conhecidos pode se valer da curadoria do Cafofo. 

Zé Luiz e Mariana que se tornou uma grande leitora

RESISTÊNCIA

Zé Luiz recordou que desenvolveu o hábito da leitura na adolescência. Ele sempre gostou de filosofia e sociologia, seguido de poesia. Mas, com “Os Ensaios” de Montaigne foi arrebatado de tal forma que seu gosto literário foi se aprimorando cada vez mais. Além de ler em inglês e espanhol, ele começou a estudar francês para ter acesso a obras não traduzidas no Brasil.

Graças ao seu incentivo, a esposa Mariana também se tornou uma grande leitora e, obviamente, ele disponibiliza muitos livros infantis para os pequenos Maria Luiza de 9 anos e Léo de cinco anos. “Eu procuro não forçar. Mas, como em casa tem em torno de seis mil livros em todos os cantos, espero que eles sejam leitores”, comentou.

Zé Luiz observou que em uma época muito tecnológica, com a concorrência das séries e da internet, dedicar uma hora por dia para o saudável hábito da leitura se torna cada dia mais desafiador. “Precisamos resistir à velocidade do mundo, principalmente em relação às crianças porque sabemos o mal que isso causa, como ansiedade e doenças”, pontuou.

Zé Luiz explicou que o Cafofo vai abrir em horários alternativos, de terça a sexta-feira das 14h às 19h e aos sábados das 10h às 15h: “A ideia é fazer deste espaço um ponto de encontro literário. Poucos e bons livros, com preços bons, para transformar o Cafofo em um ponto de cultura literária”.

E finalizou: “Quero que as pessoas encontrem aqui o que elas não estavam esperando. A melhor coisa do  mundo é encontrar o livro que você queria e, do lado, encontrar um livro que você nem procurava e pegar o do lado. Que as pessoas descubram o Cafofo e que seja um ponto de referência para que a gente tenha a literatura cada vez mais forte. É uma briga perdida, mas se não tiver esses focos de resistência nas cidades, morrerá mais rápido”.

Para saber mais sobre a iniciativa de José Luiz Queiroz acesse as redes sociais: @cafofolivros. Na Estante Virtual (www.estantevirtual.com.br) o perfil é “Cafofo do José”.


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