sexta-feira, 4 de agosto de 2023

“LUZ PARA NOSSOS OUVIDOS”: FILARMÔNICA DE MARÍLIA REALIZA A SEGUNDA PARTE DO PROJETO

Por Célia Ribeiro

Desde o início da semana, quem transita pela Rua Coronel José Braz, atrás do Teatro Municipal de Marília, pode observar uma movimentação atípica. Seria a estreia de alguma peça com atores estrelados? Que nada. Foram os preparativos para uma programação intensa em que a estrela de verdade é a música instrumental, através da segunda parte do Projeto “Luz para nossos ouvidos” da Associação Filarmônica de Marília. 

Emiliano Patarra, regente titular

Como divulgado neste blog, em duas reportagens no início de julho, a ONG que administra a Orquestra Filarmônica de Marília conseguiu, via leis de incentivos fiscais do Ministério da Cultura, viabilizar o projeto contemplando concertos, masterclass com instrumentistas consagrados e apresentações especiais para alunos da rede pública e de entidades filantrópicas, nos meses de abril e agosto.

Sem dúvida, a cereja do bolo são os dois concertos nas noites desta sexta(04) e sábado(05), com entrada franca, em que o maestro Emiliano Patarra é o regente à frente da Filarmônica formada por quase 60 músicos do mais alto nível. Como solista convidado, as apresentações contam com o bandolinista Danilo Brito, reconhecido internacionalmente. 

Orquestra Filarmônica de Marília

FUNDADOR DE ORQUESTRAS

 Em entrevista ao blog, Emiliano Patarra falou com entusiasmo sobre a Orquestra Filarmônica que ajudou a fundar na cidade. Aliás, esta é uma seara à qual está muito habituado porque a de Marília foi a “quinta orquestra que tive a felicidade de montar”, revelou. 

Ele observou que o estado de São Paulo “tem o tamanho da Holanda, que possui em torno de 300 orquestras”. Por isso, entende que há muito espaço para que cada vez mais iniciativas como essa possam se concretizar a longo prazo.

Danilo Brito
“Uma orquestra é uma ferramenta cultural muito importante e muito útil. A orquestra é uma conquista da cidade. Não é uma conquista minha ou da Gisele”, afirmou, citando a presidente da Associação, Gisele Demarchi. O maestro prosseguiu contando que não conhecia Marília até 10 anos atrás quando foi convidado para iniciar o processo.

“No momento que me convidaram, senti que a cidade tinha muito potencial para isso. É uma cidade bonita, bem cuidada e isso não significa que não tenha seus desafios. É uma cidade que é referência na sua região e é uma cidade que anseia por isso”, destacou. Ele elogiou a receptividade da população: “Desde o primeiro concerto que a gente fez, a gente nota que as pessoas procuram. É um terreno fértil para isso. Tem todas as condições e, então, a gente se esforçou para poder criar”. 

Gisele Demarchi, presidente da Associação e o maestro

Emiliano Patarra explicou que “uma orquestra não está só associada à música clássica. Claro que estamos fazendo. Mas, o próprio concerto deste fim de semana mostra isso: está fazendo toda uma parte que tem a ver com bandolim e com a tradição da música brasileira, de Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, todos esses autores maravilhosos que são do nosso passado e estamos trazendo com o melhor bandolinista do Brasil que, sem sombra de dúvidas, é o Danilo Brito”.

Conforme disse, “é muito importante para a gente mostrar que não é uma questão de privilegiar uma linguagem. Ter orquestra é ter uma ferramenta muito versátil. A orquestra é a ferramenta mais versátil que tem. Uma orquestra acompanha um balé, um espetáculo de ópera, um show de rock, acompanha um bandolim e também faz espetáculo sozinha”. 

Integrantes da Associação Filarmônica de Marília

O maestro observou que “no espetáculo realizado em abril, tinha árias de ópera e neste tem um bandolinista e toda uma parte sinfônica no início. Ter uma orquestra em Marília é um incentivo, inclusive, para outras manifestações culturais”. Neste sentido, acrescentou que “fazem parte do projeto da Associação Filarmônica outras atividades que integrem artistas da região e assim por diante. Claro, aqueles que se dediquem aos instrumentos da orquestra, mas não é só isso”.

Emiliano Patarra afirmou que o maior desafio é “sensibilizar as empresas porque a lei de incentivos fiscais depende da empresa destinar parte do imposto devido aos projetos” aprovados pelo Ministério da Cultura. Ele frisou que cada centavo investido se transforma não apenas em cultura, mas movimenta a economia, atraindo pessoas de outras regiões para consumirem na cidade. 

Os concertos são gratuitos no Teatro Municipal

Ele afirmou que as empresas apoiadoras “terão visibilidade, terão o nome delas associado a algo de absoluta qualidade e, o que é muito importante, trata-se de uma programação pensada para ir muito além do teatro municipal, uma ação que vai para os bairros e espalhar essa difusão cultural em vários lugares”. 

Músicos de alto nível integram a orquestra de Marília

Para 2024, a Associação Filarmônica de Marília já tem projeto aprovado via leis de incentivos fiscais e, além dos concertos e atividades nos meses de abril e agosto, contará com eventos da Orquestra Filarmônica nos bairros.

 Integram o Conselho da Associação, a presidente Gisele Demarchi, o maestro titular Emiliano Patarra, o diretor pedagógico Francis David e o diretor artístico João Paulo Mosman de Souza. São parceiros da entidade: o Grupo Jacto, Carino Ingredientes e SantaMassa. Outras empresas que contribuem: Unimed, Tauste, Life, Marilan, GomesAltimari Advogados, Sicredi, entre outras. Saiba mais acessando: http://filarmonicademarilia.art.br/

Os ingressos para os concertos desta sexta (04) e sábado(05) foram liberados, gratuitamente, na bilheteria do Teatro na quinta-feira.

Leia reportagens de 02 de julho AQUI  e de 09 de julho AQUI

 Crédito: Fotos Paulo Perez

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