domingo, 24 de abril de 2022

MELIPONICULTURA: A CRIAÇÃO DE ABELHAS SEM FERRÃO TRANSFORMA ÁREA ABANDONADA.

Por Célia Ribeiro

Pintor por profissão, mas ambientalista por vocação: Johnny Tiago Santana é o nome por trás de um projeto ambiental que, em menos de um ano, dá mostras de muito vigor. Localizado no Jardim Maracá II, zona oeste de Marília, o “Doce Futuro” tem por objetivo a criação, multiplicação e manutenção de abelhas nativas sem ferrão que serão devolvidas à natureza, além da promoção da educação ambiental.

(Esq) Fernando e Johnny
A área pública de quase 60 mil metros quadrados, antes depósito de lixo e frequentes focos de queimadas, vai se transformando em um santuário ecológico em que foram plantadas 7.500 mudas de árvores de espécies nativas, recuperadas duas nascentes de água e que também abriga o projeto Agrofloresta que tem à frente João Carlos Tramarim e André Luís Lima.
Cadeiras do antigo Clube dos Bancários
para quando o centro estiver concluído

Morador do bairro, Johnny conta que sempre gostou de andar no mato e que via com tristeza o abandono daquela área: “Há cinco anos comecei a apreciar as abelhas, como hobby, e fui me aprofundando sobre a importância das abelhas que quase ninguém dá atenção”, destacou em entrevista ao JM, no início da semana.

Piso concretado recentemente

Conforme conhecia a meliponicultura, que é a criação racional de abelhas sem ferrão, Johnny sentiu a necessidade de contar com mais espaço para a atividade. Em contato com o chefe do Meio Ambiente, Cassiano Rodrigues Leite, a ideia foi se expandindo até a Prefeitura autorizar a utilização da área para os dois projetos ambientais, “Doce Futuro” e “Agrofloresta” focado na produção de alimentos no meio das árvores nativas.

Caixas de abelhas: luta contra a extinção

DEDICAÇÃO

Incansável, Johnny bate ponto no projeto diariamente. Assim que termina o trabalho, ele calça as botas, coloca o boné e troca os pincéis e latas de tinta por ferramentas de marcenaria com as quais constrói as casinhas de abelha. Assim, aos poucos, o futuro Centro de Educação Ambiental vai tomando forma pelas mãos hábeis de quem espera incentivar as novas gerações a respeitarem e protegerem a natureza.

Placa anuncia o projeto ambiental

Ele disse que a Prefeitura tem contribuído com o projeto cedendo máquinas para limpeza da área, além da doação do concreto do barracão que ele levantou bem no início do terreno. De longe se avista uma placa anunciando as futuras instalações do centro que já recebeu 50 cadeiras para acomodar os estudantes quanto tudo estiver pronto.

Fernando, Johnny e Cassiano recebem a Polícia Ambiental

Johnny disse que, embora o portão do projeto fique aberto nos finais de semana, poucas pessoas aparecem para conhecerem ou oferecerem ajuda. Atualmente, são três ou quatro voluntários, entre os quais o jornalista Fernando Garcia, da TV Record, que também tem se dedicado à criação de abelhas nativas sem ferrão.

MELIPOLINÁRIO

Em entrevista à coluna, o jornalista falou sobre a importância do projeto: “Setenta por cento dos alimentos do ser humano são polinizados pelas abelhas. O Brasil tem entre 250 a 300 espécies de abelhas nativas sem ferrão. No Estado de São Paulo há 49 espécies nativas de abelhas sem ferrão catalogadas e o melipolinário ‘Doce Futuro’ tem a pretensão de criar essas 49 espécies aqui. E não só criar, mas multiplicar e manter essas abelhas”.

Caixa de abelha

Fernando Garcia assinalou que “grande parte ou quase totalidade dessas abelhas já estão extintas no bioma Mata Atlântica do interior”. Por isso, ao criar essas espécies, o projeto vai devolve-las à natureza, começando pelo bosque municipal. Ele acrescentou que “o outro objetivo é o consorciamento entre a meliponicultura e a agricultura familiar”, do projeto Agrofloresta.

“A meliponicultura está apoiando, com a polinização, a agricultura que está sendo praticada. Seja o feijão de vara, a batata doce, o milho e os hortifruti, tudo o que está sendo produzido ali está sendo potencializado pelas abelhas. Nos cultivos onde há a presença das abelhas nativas sem ferrão a produção é 20 por cento maior”, explicou.

Fernando Garcia informou que o Meliponário Doce Futuro está legalizado junto aos órgãos ambientais, com autorização para o manejo e multiplicação das abelhas nativas sem ferrão, incluindo colocar iscas para captura nas matas.

“A gente que está começando precisa de muita ajuda governamental, fomento do Estado, do governo federal, do município. A Prefeitura de Marília tem ajudado bastante, mas o projeto tem caminhado com o esforço e suor do Johnny, que é um abnegado que está todo dia ali cuidando das abelhas”, fez questão de frisar o jornalista.

Sr. Valdomiro planta para consumo próprio

Por sua vez, Johnny não desanima ao realizar o trabalho pesado quase solitariamente. Isto porque ele vislumbra no local algo grandioso, com trilhas para exploração quando as árvores crescerem, área para camping, uma “Casa do Mel” para envasar e comercializar mel com o selo de inspeção e um Centro de Educação Ambiental estruturado com instalações para receber alunos o ano inteiro.

“Esse é um sonho realizado”, disse, enquanto acompanhava o aposentado Valdomiro Lima de Novaes, 73 anos, morador do bairro e que em troca de ajudar na limpeza e cuidado da área iniciou uma pequena horta para consumo próprio. “Aos poucos, vamos transformando isso aqui. Faz um ano que começamos devagar e já conseguimos fazer tantas coisas”, finalizou.

Para conhecer o projeto, a área está localizada nas imediações da unidade de saúde do jardim Maracá II, à Rua Josefa Pereira Alves, 185.

Leia AQUI outra reportagem sobre a importância das abelhas e os riscos de extinção, publicada nesta coluna em março.

*Reportagem publicada na edição de 24.04.2022 do Jornal da Manhã

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domingo, 17 de abril de 2022

SONATINA: A ESCOLA DE MUSICA QUE SE REINVENTOU NOS ANOS DE ISOLAMENTO SOCIAL.

Por Célia Ribeiro

Como em todos os segmentos, a Sonatina – Música e Movimento foi surpreendida com a paralisação das atividades presenciais no início de 2020, por conta da pandemia. Uma das alternativas da escola de música foi criar conteúdo disponibilizando os vídeos em seu canal no Youtube, para não perder o vínculo com os pequenos alunos. Mas, o que parecia crise se tornou uma oportunidade: em dois anos, a Sonatina deu um salto de qualidade e hoje também é referência como produtora de audiovisuais. 

Momento de descontração do trio de educadores

Quem conta sobre esta incrível transformação é Carol Alaby, pedagoga, bailarina, cantora, pianista, atriz, acrobata e contadora de histórias. Junto com a irmã Dani Mazuti e Eric Brandão, ela está à frente da escola de música que atende crianças, a partir de 6 meses, até adultos: “Nós estávamos num período de crescimento no início de 2020 e o primeiro sentimento foi um grande vazio por estarmos longe das crianças. Porém, somos muito gratos porque nos deparamos com novas possibilidades através da tecnologia e, com isso, novas demandas de trabalho”, comentou.

 

Aula antes do Covid
A pausa forçada foi benéfica: “Hoje, além de escola, a Sonatina também é uma produtora de conteúdo audiovisual, especialmente na área da Educação Infantil e das séries iniciais do Ensino Fundamental. Montamos um ‘home Studio’ e encaramos desafios frente às câmeras, roteiros e microfones. Um aprendizado sem tamanho”, frisou.

Carol Alaby explicou que “nós oferecemos uma formação on-line para educadores no segundo semestre de 2020. Essa formação surgiu de uma parceria com amigos queridos que dirigem a Escola Panderolê, em Brasília, o Anderson Nigro e a Nadja Lopes. Com isso, tivemos contato com profissionais da Educação de vários estados do Brasil e, para nós, foi uma experiência gratificante.”

Além disso, “com relação às famílias que já faziam parte da Sonatina, fomos adaptando conforme o contexto. As crianças maiores de 8 anos e os adultos seguiram com aulas individuais online por um bom tempo. Já as crianças pequenas e os bebês receberam tanto vídeos gravados quanto alguns encontros online, porém, sem a pretensão de ser uma aula, apenas encontros para mantermos o vínculo e buscarmos alguma leveza para o momento”, assinalou.

 NOVO NORMAL

(Esq) Dani, Eric e Carol no estúdio 
A pedagoga falou da alegria de voltar às aulas presenciais após dois anos: “Existem conexões e aprendizados que só acontecem nesse ambiente, na sala de aula. É um território sagrado. Podermos escutar as crianças, brincar com elas, nos mover juntos, não tem nada que supere a satisfação desse momento. Estamos no início da retomada e sabemos que tudo está diferente para todas as pessoas, em diferentes sentidos. Por isso, entendemos esse momento como um recomeço, em que vamos reconstruir nosso espaço e nossa conexão com as pessoas”.

 

Escola colorida estimula a criatividade

Carol disse que a Sonatina oferece “turmas de Musicalização Infantil Personalizada em pequenos grupos, para crianças entre 6 meses e 10 anos. São aulas semanais com o objetivo de desenvolvermos a linguagem musical e todos os ganhos emocionais, sociais, motores, afetivos e cognitivos que essa atividade pode oferecer. Além disso, temos uma turma de Ukulele para educadores presencial e outra online, com uma proposta leve e acolhedora, para quem deseja iniciar nesse instrumento encantador e ainda agregar música e movimento no cotidiano de sua sala de aula. Por fim, temos também aulas de Música e Movimento para adultos. É um grupo maravilhoso para quem se dispõe a cantar, dançar, jogar e colocar os pés no chão, vivendo momentos preciosos em grupo”. 

(Esq) Carol, Eric e Dani

Sobre a retomada das aulas, ela observou uma mudança: “Todos nós estamos transformados, de alguma maneira e isso era esperado. É um momento novo, em que cada pessoa apresenta uma demanda e uma maneira diferente de lidar com as mudanças. O que tem ficado claro para nós é que este é um momento de escutar. Precisamos nos atentar a todos os sinais que as pessoas, adultas e crianças, nos trazem, para que possamos reconstruir nossas relações. É um momento em que todos temos feridas, desafios e, ao mesmo tempo, esperança”.

CRIATIVIDADE


As aulas recomeçaram em março

Perguntada sobre os recursos utilizados para atrair as crianças, Carol disse que “sempre pensamos no que elas gostariam de ver, ouvir, brincar. Mas, nosso interesse principal é  do que as crianças podem gostar e que, ao mesmo tempo, vem ao encontro daquilo que acreditamos ser benéfico e saudável para elas, dentro da nossa visão de educação. Ou seja, ao nos esforçarmos para compreender de que maneira a criança aprende e se apropria do mundo que a cerca, a atração se torna uma consequência natural do nosso trabalho”.

 

Carol Alaby
Neste sentido, a pedagoga prosseguiu: “Acreditamos que esse é um desafio pelo qual as pessoas que trabalham com arte e educação passam todos os dias de suas vidas. Somos educadores, ou seja, temos intencionalidade em nossas ações a partir de nosso referencial teórico e de nossa experiência pedagógica. Mas, ao mesmo tempo, somos artistas, queremos nos expressar, temos momentos férteis de inspiração e momentos áridos de silêncio ou de espera. Dançar entre essas duas frentes é nosso motivo e nosso desafio”.

Para Carol Alaby, “a arte é ar. A gente não a respira, mas ela nos é tão essencial quanto a atmosfera. Sem a arte, acabamos sufocados por nossa incapacidade de nomear a infinidade de sensações que nosso corpo, sabiamente, produz. Sem ela, a gente cai na tentação de querer explicar tudo, racionalizar tudo”.

Dessa forma, prosseguiu: “Sem arte não tem gosto, não tem cor, nem movimento, nem som, nem beleza. Não é esse vazio que a gente deseja para as crianças, de zero a noventa anos, não é mesmo? E não estamos falando sobre colocar brilho ou maquiagem. O vemos na arte é a possibilidade de uma vida mais plena e frutuosa, com tudo o que ela apresenta, acima do que julgamos ser bonito ou feio, fácil ou difícil, aceito ou estranho. A arte abre espaço para que tudo isso aconteça, sem a necessidade de forçar para caber, de manipular para ser aceito. Ela abre espaço para que a gente descubra quem a gente realmente quer ser”.

 FUTURO 

As aulas voltaram com força total

Sobre as perspectivas de agora em diante, Carol Alaby se mostrou otimista: “Seguiremos construindo essa caminhada junto a cada pessoa que temos a alegria de encontrar pelo caminho. Vamos seguir aprendendo, descobrindo, caindo e nos levantando. A sensação de não estarmos prontos e de sermos eternos aprendizes nos coloca num lugar precioso, porque é um lugar em que não tem um que sabe e outro que não, mas pessoas dispostas a trocar, a dar e a receber. É bastante né? Mas a gente sonha alto. Hoje em dia é difícil pensar em onde estaremos no próximo ano. Melhor que isso, é investirmos em como estaremos”.


Ela aproveitou para agradecer “às famílias da Sonatina, que confiam a nós momentos preciosos com seus filhos e filhas, acreditam na música e se dedicam a oferecer-lhes a oportunidade única de se desenvolver integralmente no melhor momento para esse aprendizado acontecer, que é a primeira infância. Outro abraço especial às nossas alunas e alunos que já cresceram, mas que mantém sua criança interior bem acordada a ponto de nos encontrar toda semana para fazer música brincando.”

Para saber mais sobre a Sonatina: Site: https://www.sonatinamusicaemovimento.com/

Canal no Youtube: Sonatina Música e Movimento. Instagram: @sonatina_musicaemovimento

Whatsapp: (14) 99623 4330

Leia outras reportagens sobre a escola AQUI , AQUI e AQUI

*Reportagem publicada na edição de 17.04.2022 do Jornal da Manhã

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domingo, 10 de abril de 2022

AGRONEGÓCIO: JOVENS PROMOVEM O CONTROLE DE QUALIDADE NO CAMPO E NA INDÚSTRIA

Por Célia Ribeiro

O amor pela terra e o sonho de contribuírem para a valorização do agronegócio como gerador de emprego e renda uniu duas jovens em uma parceria inusitada. Nayara Cristina Cazassola, 26 anos, engenheira agrônoma e pós-graduada em Agronegócio e Regiele Pedroso Higye, 29 anos, Tecnóloga em Alimentos e pós-graduanda em Gestão de Qualidade, Higiene e Tecnologia de Leite e Derivados, têm ajudado pequenos produtores rurais e empreendedores da indústria a se profissionalizarem e agregarem rentabilidade ao seu negócio.

Engenheira agrônoma Nayara

Elas se conheceram em um curso on line, em plena pandemia. Mas, desde as primeiras conversas já tinham a certeza de que, juntas, poderiam  ajudar a mudar a imagem do agronegócio, contribuir com os produtores rurais da região e com as pequenas indústrias que lutam para manterem as portas abertas diante da concorrência dos grandes grupos.

Nayara, moradora em Lins e Regiele, de Ocauçu, acabaram complementando seus conhecimentos para emplacarem um projeto de consultoria que atua em várias frentes na região de Marília: “Desde minha formação, venho desenvolvendo um trabalho com produtores de leite que fornecem a uma grande indústria. Continuei com a empresa certificadora atuando não só com produtores, como com laticínios e o sonho de trabalhar com consultoria era antigo”, explicou a agrônoma.

 Por sua vez, Regiele já atuava com produtores rurais de amendoim e mandioca e a chegada da Nayara caiu como uma luva: “O agro é pouco valorizado. Os proprietários rurais, ou quem tem uma marca, fica atrás de quem tem uma grande marca. Com nosso conhecimento, nós queremos dar a oportunidade para eles se legalizarem e não ficarem presos a outros fornecedores. Que eles possam ter sua própria marca e não serem apenas um fornecedor de matéria prima, mas de serem empreendedores”, destacaram. 

Regiele em fábrica de amendoim

PRINCÍPIOS

“A gente acaba escolhendo com quem a gente quer trabalhar, que seja um produto mais próximo do seu natural, sem muita química envolvida e não passe por tanto processamento na indústria, como é o caso do amendoim”, assinalou Regiele. Conforme disse, “temos o dono de uma farinheira que foi produtor de mandioca e já vendeu muita raiz. Há dois anos ele ativou a fábrica que construiu há 11 anos e deixou de ser produtor rural e vender para outras fábricas”. 

Consultoras em visita técnica 

Ela prosseguiu afirmando que “a gente gosta de pessoas que têm história, que têm propósito”. No caso do empreendedor citado, ela contou que se impressionou ao visitar sua fábrica porque era muito acima de outras fábricas que conhecia”. Regiele disse que se sensibilizou pela luta do ex-plantador de mandioca porque “ele não desistiu e lutou até o final”.

 

Acompanhamento para
controle de qualidade
Nayara também se mostrou uma árdua defensora do agronegócio: “A gente quer que as pessoas saibam que absolutamente tudo faz parte do agro. A indústria faz parte do agro porque a matéria prima sai do agro”. E por isso tomou como missão se dedicar ao setor, explicando que tanto ela como Regiele possuem conhecimentos para atuação não só no campo como na indústria.

Atualmente, a dupla tem prestado consultoria para produtores de amendoim, mandioca, leite, mel e café, além da indústria desses segmentos. Mas, pensam grande: estão desenvolvendo um projeto de turismo rural para que as pequenas propriedades possam se rentabilizar com negócios paralelos, como uma queijaria que será criada em uma fazenda de gado de leite.

 DESBRAVAMENTO

 “Estamos percorrendo o caminho das pedras e isso exige tempo e esforço dentro de um propósito que vale a pena”, assinalou a tecnóloga de alimentos. Mãe de dois filhos pequenos, Regiele frisou que se orgulha do seu trabalho tanto no campo como na indústria. Por sua vez, Nayara exaltou o papel da mulher, lembrando o ditado segundo o qual “lugar de mulher é aonde ela quiser”.

Nayara afirmou que a consultoria com Regiele vai ganhar outros reforços, como uma médica veterinária e uma engenheira civil. A equipe multidisciplinar quer estar apta a atuar em diferentes áreas em apoio ao agronegócio, “levando o empoderamento feminino que a gente acha muito importante”, complementou a engenheira agrônoma. 

(Esq) Regiele e Nayara

Perguntadas sobre o preconceito, as consultoras afirmaram que, ao se mostrarem competentes, a resistência inicial cai por terra. Regiele acrescentou que uma das áreas importantes do trabalho é a “Responsabilidade Técnica” (RT) obrigatória por lei. No entanto, lamentou que ainda hoje há quem contrate um profissional apenas para assinar como responsável ao invés de ter um técnico para ajuda-lo a operar dentro das normas.

Equipe de fábrica após certificação

Neste sentido, Regiele afirmou que a consultoria “está dando uma oportunidade a pequenas empresas familiares de terem acesso a um controle de qualidade”. Ela observou que “a gente sempre ressalta que o produtor sofre com a situação climática, trabalhista, e não é valorizado mesmo sendo o primeiro a acordar e o último a dormir. Ele também é o último a ganhar”. 

Campo: fonte de renda

O conhecimento que a dupla oferece, prosseguiram, poderá ajudar o agronegócio em vários aspectos gerando um produto seguro e de qualidade com ganho para o consumidor e também para o produtor que, ao ser certificado, conseguirá um valor maior por sua produção: “A gente tenta dar um respiro a esses produtores porque eles não podem desistir. O produtor alimenta o planeta e o Brasil é o celeiro do mundo”, concluíram.

Para saber mais sobre as duas profissionais, os contatos são: (14) 998909475 – Regiele e (14) 997103750 (Nayara). No Instagram: @regielehigye_consultora e @nc.agroconsultoria

 Leia AQUI reportagem de 2019 sobre Regiele Higye e a produção de massas sem gluten à base de legumes.

*Reportagem publicada na edição de 10.04.2022 do Jornal da Manhã


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domingo, 3 de abril de 2022

AMBIENTALISTAS CONTAM COM O APOIO DA COMUNIDADE PARA TRANSFORMAR MARÍLIA EM UM PULMÃO VERDE.

Por Célia Ribeiro

Em um tempo em que respirar ar puro é privilégio de poucos, um grupo de ambientalistas que só faz crescer tocou mentes e corações para conseguir algo inédito na história de Marília: o apoio incondicional da comunidade em centenas de pequenas iniciativas que visam transformar a cidade em um pulmão verde, com arborização urbana, recuperação de minas e descarte correto dos resíduos sólidos. 

Cassiano Rodrigues Leite

À frente desta empreitada está Cassiano Rodrigues Leite, Chefe da Divisão do Meio Ambiente da Prefeitura de Marília e Pós-Graduado em Gestão Ambiental. Servidor público de carreira, ele tem trânsito livre por onde passa e, justamente pela humildade e perfil discreto, acabou atraindo muita gente que deseja ver Marília no topo dos municípios que experimentam a revolução ambiental.

Ao falar sobre os 93 anos de Marília, comemorados nesta segunda-feira, Cassiano destacou os avanços, mas também falou do muito que ainda falta fazer: “Nestes últimos anos, através de uma gestão ambiental eficiente, conseguimos concluir 100 por cento das bacias para tratamento do esgoto e, até dezembro de 2022, teremos concluído todas as estações elevatórias, colocando Marília no seleto grupo de municípios que terá 100 por cento de seu esgoto coletado e tratado”. 

Crianças visitam mina recuperada

Ele prosseguiu afirmando que “implantamos o ‘Projeto Nascentes’, que identificou e está visitando 1.448 olhos d’água em nossa cidade, sendo 113 em área urbana. O Projeto Minha Cidade é Verde está arborizando áreas verdes e áreas de preservação permanente, onde desde setembro de 2021 já plantamos aproximadamente 9 mil árvores, e pretendemos alcançar 100 mil mudas plantadas até o final desta administração. Implantamos os ecopontos para coleta seletiva, que estão promovendo a educação ambiental entre os cidadãos e, ainda em 2022, iniciaremos a coleta de porta em porta, que já se encontra em caráter experimental em parte da zona norte da cidade”. 

Coleta seletiva: ecopontos em várias regiões

O chefe do Meio Ambiente faz questão de destacar os atores deste processo: “Em parceria com ambientalistas e população interessada, desenvolvemos os projetos Doce Futuro e Agrofloresta, ambos no jardim Maracá, que estão cuidando da polinização das nossas plantas, através do manejo de abelhas sem ferrão e recuperando a arborização de uma imensa área degradada juntamente com o plantio de alimentos para doações a entidades sociais”. 

Região abandonada terá parque de energia solar

Neste sentido, citou o “Projeto Sangue Bom”, que está recuperando a nascente do Ribeirão dos Índios e desenvolvendo atividades sociais no jardim Julieta. Além disso, “o Projeto Plantas e Peixes, que está recuperando 06 nascentes no bairro Montana 02, construindo uma casa de vidro totalmente sustentável e iniciando espaço para equoterapia de crianças autistas ou portadoras da síndrome de Down. Temos o Ecoponto Nova Marília que recebe materiais diversos e, em breve, inauguraremos os Ecopontos Califórnia e Santa Antonieta, eliminando os descartes clandestinos pela cidade”, assinalou.

 

Cassiano leva o filho
 às ações ambientais
Ele lembrou que “Marília é a primeira cidade da região a receber uma parceria público-privada para avançar na iluminação com uso de energia solar, através do Parque Terra Sollarium, na avenida do Pombo, antiga rodoviária. Enfim, foram grandes avanços que colocaram a cidade na primeira colocação da Diretiva Município Sustentável do Programa Município Verde Azul”, do governo do Estado de São Paulo.

 DESAFIOS

No aniversário de Marília, o chefe do Meio Ambiente, entretanto, enumera os desafios: “Nem tudo são flores. Ainda enfrentamos dificuldades com descartes clandestinos, invasões de áreas de preservação para criação de animais de grande porte e sofremos com as queimadas urbanas que degradam o meio ambiente e agravam doenças as respiratórias”.

Por outro lado, a comunidade tem sido uma grande aliada. Cassiano destacou que “através da gestão participativa, estamos firmando parceria com centenas de moradores que se propõem a mudar esse quadro em seus bairros. A Prefeitura entra com o maquinário pesado, limpando as áreas públicas e oferece mudas de árvores para arborizar estes espaços. Em contrapartida, os moradores se unem e cuidam dessa intervenção, evitando novos descartes irregulares e regando as mudas plantadas”.

Ele fez questão de frisar que, apesar de tantas conquistas, o processo poderia ser mais rápido: “Vejo que para avançarmos precisamos de maior apoio empresarial, através de doações de mudas, ferramentas, sombrites e demais materiais a serem utilizados nestas intervenções. Estamos avançando no Projeto Hortas Urbanas e transformaremos grandes áreas ociosas em centro de distribuição de alimentos, em parceria com a população”. 

O plantio de mudas reúne muitos voluntários

O cidadão também deve dar sua contribuição, como assinalou Cassiano: “É de igual importância a participação dos moradores nestas regiões, de forma a colaborarem na produção destes alimentos e levarem para suas residências os resultados de seus trabalhos”. Isto é, se um grupo de pessoas que reside em uma determinada região se mobilizar, vai encontrar respaldo para concretizar seus projetos.

Cassiano lamentou a falta de educação ambiental: “Descartes incorretos de lixos orgânicos nos ecopontos, queimadas urbanas, nascentes degradadas, são reflexos desta falta de conscientização ao longo dos anos. Através desta gestão participativa, mostrando o antes e o depois aos moradores e permitindo que eles participem destas ações, temos apresentado uma visão diferente à população sobre o meio ambiente em que vivem, passando a plantar flores, frutas, atrair pássaros e descobrir áreas agradáveis para desenvolver o bom convívio social, além de levar filhos e netos para o contato direto com a natureza”. 

Equipe da Divisão de Meio Ambiente da Prefeitura
que tem feito um trabalho de vulto

O chefe do Meio Ambiente afirmou que “o nosso foco é atrair o máximo de pessoas para participarem de ações ambientais, plantando árvores, cuidando de nascentes, criando hortas urbanas, participando da coleta seletiva, onde, de forma prática, e acredito esta ser a melhor maneira de se fazer, propagaremos a educação ambiental em nossa sociedade, criando cidadãos conscientes de seu papel junto à sociedade”.

Ele finalizou convidando todos que “desejarem implantar ações simples, porém funcionais em seus bairros, que entrem em contato conosco para juntos acabarmos com estas áreas de descartes clandestinos e tornarmos nossa cidade um local agradável para vivermos, deixando um meio ambiente sadio e equilibrado, em benefício à atual e futuras gerações”. O contato da Secretaria do Meio Ambiente e Limpeza Pública é (14) 34086700.

EXEMPLO VEM DE CASA

Cassiano Rodrigues Leite é incansável em defesa do meio ambiente até nos finais de semana, férias e momentos de folga. Como esta coluna já registrou, ele sai espalhando sementes de espécies nativas que encontra em suas andanças.  Mas, não é uma jornada solitária: um dos seus companheiros é um garotinho que já sabe mais que muita gente grande sobre a preservação da natureza.

 

Cassiano e o filho Felipe
“Como pai,  faço questão de levar meu filho Felipe em todas as ações que realizo,  para que ele cresça sabedor da importância em participar das ações que tragam benefícios coletivos e aprenda a viver em sociedade. Vejo nas crianças a esperança de um futuro melhor. E é através delas que alcançaremos o equilíbrio ambiental”, destacou.

Ele finalizou deixando uma sugestão: “Devemos introduzir a educação ambiental nas escolas de forma ampla e não apenas de forma transversal e multidisciplinar. Acredito que educação ambiental deveria ser matéria obrigatória em todas as escolas do país,  no mesmo nível das demais matérias.” Fica a dica!

Leia AQUI reportagem de 2019 sobre Cassiano e as sementes.

Leia AQUI sobre o projeto "Agrofloresta".

Leia AQUI sobre o projeto "Nascentes!.


*Reportagem publicada na edição de 03.04.2022 do Jornal da Manhã

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