sexta-feira, 31 de julho de 2020

MARILIA SUSTENTÁVEL COMPLETA 10 ANOS!

Por Célia Ribeiro

Foram 398 postagens desde o dia primeiro de agosto de 2010.
Parece que foi ontem!
A ideia de criar um espaço para divulgar boas notícias surgiu da minha necessidade de ser repórter novamente.
Um dos belos lugares que registrei próximo a Padre Nóbrega
Após uma trajetória iniciada em 1981 na imprensa de Marília/SP, em que cheguei a editora-chefe do saudoso Correio de Marília, migrei para a área de Comunicação Corporativa e sentia muita falta das reportagens.  Além disso, nem sempre pautas positivas encontravam espaço diante do turbilhão de más notícias que nos assola, diariamente.

2020: Completando 39 anos de
jornalismo e 10 anos deste blog
Como em todo projeto, é preciso ter bons parceiros.
Fui atrás do Tony Filho, ex-colega do antigo jornal, que fundou o jornal Correio Mariliense como uma homenagem ao outro “Correio” que havia sido extinto, e mantinha (como até hoje) a TV Marília.

Jornalista das antigas, Tony Filho acreditou no meu sonho e abriu as portas do jornal dando-me uma página inteira, aos domingos.
Nesta época, a internet já bombava.
Vislumbrei a possibilidade de criar um blog para levar as matérias do jornal pra o mundo digital.

E eis que, em primeiro de agosto de 2010, foi publicada a primeira matéria on line.
Era fácil compartilhar, as memórias não se perdiam como no papel e o alcance era multiplicado milhões de vezes.

Durante esses 10 anos conheci personagens incríveis.
Incontáveis pessoas preocupadas em ajudar o próximo. E também muita gente em defesa do meio-ambiente.

Como resultado, geramos centenas de matérias que me enchem de orgulho.
Nestes 10 anos muita coisa mudou.
O Correio Mariliense não resistiu e fechou as portas.
Tony Filho, diretor da TV Marília: pontapé inicial
Mas, havia o blog e continuei, com periodicidade variável a publicar aqui minhas reportagens.
Eis que, no meu aniversário, num almoço no Chaplin, no dia dois de dezembro de 2017, um presente e tanto: o querido Wanderley R. D’Avila, diretor do Jornal da Manhã, apoiou a publicação da coluna “Marília Sustentável” que saiu, pela primeira vez, em 17 de dezembro de 2017, no jornal impresso.
Amigo de longa data (assinou o cheque do meu primeiro salário em 1981 no antigo Diário de Marília), Wanderley D’Avila merece toda a minha gratidão e respeito, como visionário e ser humano ímpar!
Selando parceria com Klaus Bernardino, em 2018
E as coisas boas continuaram.
No fim de 2018, outra parceria, desta vez com o jornalista Klaus Bernardino, do Portal Visão Notícias, onde são publicadas chamadas do blog contribuindo com a divulgação das reportagens no site.

Correndo o risco de cometer alguma(s) injustiça(s), não vou declinar os nomes de tantas pessoas que contribuíram para o sucesso e longevidade do blog nestes dez anos.
Ivan Evangelista Jr e a reprodução de uma reportagem no Univem
Gostaria, no entanto, de fazer alguns agradecimentos especiais: ao Ivan Evangelista pela sugestão de tantas pautas incríveis, ao Bola Sete (Luís Antonio D’Avila), responsável pela gráfica do JM e que trata meu material com todo carinho junto com a equipe incrível de arte finalistas; aos dirigentes de ONGs que sempre me atenderam em busca de notícias, aos ambientalistas, como Antônio Luiz Carvalho Leme, que fazem acontecer na cidade, à direção do Jornal da Manhã, nas pessoas do Kellvyn e Kleverson D’Ávila, pelo apoio e espaço disponibilizado.
Início dos anos 80, na redação do
Correio de Marília, ao lado da minha Olivetti
Minha gratidão aos milhares de leitores e aos amigos que comentam e compartilham as matérias nas redes sociais e me incentivam a seguir adiante. Obrigada a todos que me escrevem sugerindo pautas para divulgação.

À minha família tão querida, em especial aos meus filhos Camomila, Moreno e Inoã, obrigada por sempre torcerem por mim.

A Deus, toda honra e toda glória! Sem Ele, nada disso seria possível!

sábado, 25 de julho de 2020

NO QUINTAL, MECÂNICO CONSTRÓI MINI GRUAS PARA LOCOMOVER PESSOAS COM DEFICIÊNCIA.


Por Célia Ribeiro

Aos 64 anos, o serralheiro e ex-mecânico de automóveis, Gonçalo de Oliveira, sempre gostou de exercitar a criatividade no trabalho, de encarar desafios e resolver problemas. Com a aposentadoria, a sementinha do “Professor Pardal” encontrou as condições para germinar com mais vigor e ele passou a testar seus conhecimentos na fabricação de equipamentos que melhoram a qualidade de vida de pessoas com deficiência.
Mateus Castelazi na mini grua construída
antes do início do projeto social
Foi assim que nasceu o projeto de mini gruas: um equipamento sob medida está dando um novo alento às famílias com dificuldade para locomoverem acamados até para as tarefas mais simples, como transportá-los ao banho. Em entrevista por telefone à coluna “Marília Sustentável”, a simpatia do serralheiro atravessou o aparelho celular revelando um ser humano como poucos, solidário e preocupado em fazer o bem sem olhar a quem.

A primeira empreitada surgiu de uma conversa com um amigo sobre Mateus Castelazi, 12 anos, portador da Síndrome de West e Epilepsia de Difícil Controle já registrado em reportagens anteriores desta página. Sensibilizado com as dificuldades dos pais Cláudia e Rafael para movimentarem o garoto de um cômodo para outro, Gonçalo Oliveira projetou a primeira mini grua que vem sendo muito utilizada pela família.
(Esq) Denilson Evangelista e Gonçalo Oliveira
A partir daí, tomou forma um projeto para beneficiar outras famílias que se encontram na mesma situação e que estão cadastradas na Associação Anjos Guerreiros, entidade da qual Cláudia Castelazi é fundadora. Segundo o vice-presidente da ONG, Denilson Evangelista, há cerca de 25 famílias apenas de Marília em condições de receberem o equipamento.

Garota Letícia entre Iara e Danilo
Segundo ele, o custo para confecção de cada mini grua varia de 550 a 960 reais: “O que varia é o tipo de mecanismo utilizado para içar a pessoa com deficiência, se ele é feito através de sistema hidráulico parecido com macaco hidráulico ou através de um guincho-catraca, que é aquele sistema de manivela e sai entre 550 e 600 reais. Se for colocar equipamento elétrico automatizado, vai encarecer perto de mil reais”.

Gonçalo Oliveira já produziu quatro equipamentos sendo que um foi enviado a Pelotas, no Rio Grande do Sul, a uma família muito carente, cuja história comoveu o mecânico. Atualmente, encontra-se em produção um modelo para a garota Letícia, 13 anos, portadora de Epilepsia de Difícil Controle.
Oficina em casa

Para custear os materiais, a ONG Anjos Guerreiros conta com doações, explicou o vice-presidente. No caso do equipamento em fase de produção, houve quatro doadores que custearam os 550 reais necessários. Mas, ele frisou que qualquer pessoa pode contribuir com materiais como aço, ferro, ferragens, mini macaco hidráulico, rodízios etc, ou depositar suas doações na conta da instituição.

Além disso, o vice-presidente da ONG lembrou que “clubes de serviço como Rotary e Lions, além de Maçonaria e outras entidades também podem nos apoiar”.

SOB MEDIDA

O vice-presidente da AAG explicou que o sistema automatizado só é instalado “se a própria família que for cuidar tiver alguma deficiência ou se forem pessoas idosas, com problemas de forças nos braços, por exemplo. Nestas condições, a gente prevê utilização de equipamento elétrico”.
Equipamento em Pelotas

Denilson Evangelista destacou que “a mini grua é pensada para a família que tem uma pessoa com deficiência ou que não tem mobilidade suficiente para se locomover dentro da própria residência, para ir da cama ao banheiro, para a mesa de refeições etc. Esse equipamento é posicionado sobre a pessoa e embaixo é colocado tecido próprio com argolas que levanta a pessoa e a leva até o próximo local em que ela deve ir, seja na cama, banheiro ou cadeira de rodas”.

Conforme disse, o projeto é personalizado: “Cada realidade familiar exige um equipamento diferenciado conforme o tamanho e peso do paciente, as condições físicas de quem cuida da pessoa e também conforme o espaço físico que está disponível na residência para a locomoção da pessoa”.

No caso do projeto em execução, Letícia reside na zona norte em um imóvel com corredor estreito. Mas, Gonçalo Oliveira não se intimidou e conseguiu projetar um mecanismo que funcionará naquelas condições, em uma máquina fina com base curta que usará sistema de manivela do guincho catraca.

Perguntado sobre como se sente ao criar projetos tão singulares, o mecânico disse que a sensação “é de bem estar, de estar diante de Deus”, frisando a importância da corrente de solidariedade que uniu a AGG e doadores anônimos: “É um projeto entre amigos”, concluiu.

Para ajudar o projeto das mini gruas, são aceitos depósitos de qualquer valor: SICREDI BANCO 748, AGÊNCIA 3022 CONTA 42540-0 em nome da Associação Anjos Guerreiros, CNPJ 26.257.823/0001-90. Para contatar Gonçalo Oliveira, o telefone é (14) 998050744.

Leia sobre a fundação da Associação Anjos Guerreiros acessando AQUI e outras reportagens sobre Mateus Castelazi AQUI  e AQUI.

*Reportagem publicada na edição de 26.07.2020 do Jornal da Manhã


sábado, 18 de julho de 2020

COM FÉ, COMUNIDADE TERAPÊUTICA RECUPERA EX-DEPENDENTES QUÍMICOS EM MARÍLIA.

Por Célia Ribeiro

Após percorrer alguns quilômetros na estrada de terra até a Estância Três Lagos, aonde várias chácaras de lazer exibem placas de locação para eventos, do lado direito da Rua Miguel Tavares, número 12, observa-se uma propriedade que chama a atenção pelo campo de futebol bem cuidado. Ali, há festa permanente da esperança porque abriga uma entidade evangélica voltada à recuperação de dependentes químicos.
Muita área verde na propriedade alugada
Fundada há quatro meses pelo Pastor Nelson Barbosa da Silva Junior, a “Comunidade Terapêutica Cristo Vive” desenvolve um programa de nove meses de duração em que os internos exercitam a fé nos cultos, e também em momentos de oração e autoajuda, além de trabalharem a terra, cultivando a horta, cuidando dos animais (aves e suínos) e da limpeza e manutenção do local.

Internos e monitores durante o almoço
A história de vida do Pastor Nelson atraiu famílias ansiosas por ajuda. É que ele, um ex-dependente químico que chegou a morar na cracolândia de São Paulo “por sete anos, dois meses e vinte e sete dias”, como faz questão de frisar, é um exemplo de que é possível virar a página do vício em álcool e drogas e conquistar uma vida nova.

Limpo há 18 anos, casado com a Pastora Alessandra, ele revelou que nas últimas internações sentiu a necessidade de fazer algo para o próximo. Sonhou em se curar para ajudar outras pessoas sem esperança e, principalmente, sem recursos financeiros. Na comunidade, com custo estimado em 600 reais por interno, ninguém fica sem atendimento por falta de dinheiro: tem quem pague 450, 300 ou até 250 reais por mês.


O que falta vem de doações que complementam o aluguel da propriedade, além das contas de água, energia elétrica, materiais de limpeza e alimentação. Conforme disse, por enquanto, está sendo possível equilibrar receita e despesa do local que conta com 29 internos. Mas, aproveitou para fazer um apelo a quem queira colaborar com o projeto. Todas as doações são bem-vindas, sobretudo de alimentos.

FORÇA DE VONTADE

No sábado passado, a reportagem do JM assistiu a chegada de um mais um interno. Acompanhado da esposa, ele dava ali um importante passo para a recuperação. Foi dele a iniciativa de pedir ajuda à família, assim como ocorreu, há três meses, com o serralheiro Jonhny Ioshida que decidiu procurar socorro quando estava a ponto de perder a namorada por causa do vício.
Ioshida e o artesanato

Ele contou que, aos 44 anos, o que mais queria era se curar, constituir família, “ser um bom marido, um bom pai e dar um pouco de alegria à minha mãe que tem 82 anos e nunca teve alegria nesta vida”. Ioshida falou, com tristeza, que levou as lojas de 1,99 da família à falência por causa das drogas e ultimamente estava trabalhando com serralheria.

Ao conhecer a namorada, que reside em Bauru, decidiu procurar a comunidade terapêutica incentivado pela amada. Foi lá, durante uma de suas visitas, que ele a pediu em casamento e agora faz artesanato em papel para pagar a aliança de compromisso. “Aqui eu encontrei meu primeiro amor, que é Jesus Cristo”, disse o interno, acrescentando que a noiva também se converteu e que a religião lhe deu nova perspectiva de vida: “Está sendo um canal de bênçãos aqui”.

ORGANIZAÇÃO

Pastor de um braço da Assembleia de Deus Renascer em Jesus, da Vila Coimbra, o Pastor Nelson disse que o segredo do êxito das comunidades terapêuticas está “em se colocar no lugar do outro. Hoje, é ele. Um dia, fui eu. E se não tomar cuidado, poderia ser eu novamente”, observou falando da necessidade de eterna vigilância.
Pastor Nelson com a esposa,filhas e neto
A comunidade “Cristo Vive” prima pela organização e disciplina: os internos acordam às 7h30 e às 8h tomam o café da manhã. Na sequência, é feito o círculo devocional em que eles se fortalecem em orações. Diariamente há culto às 20 horas e durante o dia há tempo para cuidar da horta, das galinhas e para o lazer com partidas de futebol. São servidas cinco refeições por dia e as famílias podem visita-los a cada 15 dias.

Um dos dormitórios

Por conta da pandemia, são adotadas medidas rigorosas: todos de máscara, frascos de álcool em gel espalhados pelos lugares e as pessoas, mesmo ao lar livre sob as árvores, mantinham o distanciamento necessário durante a visita da reportagem, no sábado à tarde.

Para entrar em contato com o Pastor Nelson e conhecer o projeto, ligue para: (14) 997989531 ou (14) 997836360. Para doações: Caixa Econômica Federal – Agência 0320, Conta corrente 6061-4 Op. 023 em nome de Alessandra Elaine Sarti M. da Silva.

*Reportagem publicada na edição de 19.07.2020 do Jornal da Manhã



domingo, 12 de julho de 2020

PROJETO SOCIAL DEVOLVE A DIGNIDADE A EX-MORADORES DE RUA NA CASA MATEUS 25


Por Célia Ribeiro

Após dez anos de trabalho pesado, sob sol forte nos canaviais, ele caiu no mundo e viveu as piores experiências que um ser humano conseguiria suportar. Abraçado ao vício do álcool, o rapaz de fala mansa chegou perto da morte antes de ser atraído pela luz emanada pela “Casa Mateus 25”.  Aos 42 anos, Odair é um dos abrigados que deixaram as ruas pelo sonho de uma nova vida, com teto, alimento, fé e dignidade.
Silvana, Irmão Fernando, Daniel e Odair (direita)
Concebida através de parceria entre a Fundação Missão Louvor e Glória de Marília e a Comunidade Missionária Divina Misericórdia de Batatais, a “Casa Mateus 25” remete ao Evangelho em que Jesus diz que tudo o que se fizer aos irmãos é a Deus que se faz. Instalada no Jardim Continental, em área da Associação dos Alfaiates, a entidade completou um ano no último dia cinco.
A Casa tem capacidade para 16 internos
A construção tem capacidade para 16 homens, mas na última quarta-feira contava com apenas 10. Acompanhado do Irmão Fernando Chiconi Mortari, o co-fundador da Fundação Louvor e Glória, Daniel Stavarengo, explicou que após a triagem na Casa Bom Samaritano, quem é aceito na entidade tem liberdade para permanecer ou ir embora. Alguns não se adaptam e voltam para a rua. Mas, muitos se recuperam e vão ao encontro de suas famílias, liberando novas vagas.
Na horta, alimentos frescos e terapia para os abrigados
A pequena construção recebeu uma nova cozinha e estão em andamento as obras da lavanderia. Mas, tudo é feito gradativamente porque o projeto social depende de doações. Para manter a estrutura, a Comunidade Divina Misericórdia entrou com a experiência, coordenação e mão-de-obra para as atividades do dia-a-dia. A Fundação Louvor e Glória, através de seus sócios e benfeitores, ajuda no custeio das despesas.
Lavanderia em obras
ÁREA VERDE

Logo na entrada do terreno, a horta bem cuidada chama a atenção. Ela tem tripla função: fornece alimento para as refeições da entidade, gera renda com a venda de verduras e legumes orgânicos à população a preços acessíveis e ainda contribui com a recuperação dos internos que trabalham a terra. O terreno também possui galinheiro com produção de ovos utilizados no preparo dos cardápios.
 
Terreno cedido em comodato tem ampla área verde
Odair, que preferiu não mostrar o rosto e informar sobrenome, tem muita experiência na área rural. Ele trabalhou em usina de cana-de-açúcar de Paraguaçu Paulista e disse estar muito grato por ter sido resgatado: “Passei por uma crise muito complicada. Tive muitas convulsões pela bebida, já morando na rua muito tempo, por mais de 10 anos. Jesus colocou eles no meu caminho e acredito que tudo é pela mão do Senhor”, afirmou.

O interno revelou que ao ter alta hospitalar, após vários dias desenganado na UTI, foi encaminhado para a Casa Bom Samaritano, entidade da Fundação Louvor e Glória, localizada na Rua Pedro de Toledo, em frente à Igreja São Bento. O local recebe doações de roupas, cobertores, cestas básicas etc, assinalou Daniel Stavarengo, explicando que é a sede do projeto da “Casa Mateus 25”.
 
Rodrigo Ferreira, Fundador da Louvor e Glória
 e Daniel na Casa Bom Samaritano
Quando cai a temperatura, Odair recorda as noites geladas passadas ao relento e quase não acredita que tem abrigo, agasalho, refeições quentes e todo apoio. “Deus mostra o caminho, mas a escolha vem da gente. Tem sido um ótimo lugar aqui. Às vezes eu paro e reflito sobre o sofrimento que eu tinha na rua e o bem estar que estou agora. No tempo do frio, a gente reflete muito porque lá fora é um sofrimento sem tamanho”, concluiu.

PARA AJUDAR

Na visita à Casa, acompanhado de outra integrante da Missão Louvor e Glória, Silvana Brandão, Daniel Stavarengo lembrou que o projeto teve início em 05 de julho de 2019 com uma missa celebrada pelo Bispo D. Luiz na Casa Bom Samaritano. Ao completar o primeiro ano de atividades, mais do que nunca, a contribuição da comunidade é importante.

Quem puder colaborar, as doações (roupas, cobertores, cestas básicas etc) podem ser levadas à Casa Bom Samaritano à Rua Pedro de Toledo, 908, em frente à Matriz de São Bento, onde é fornecido o café da manhã aos moradores em situação de rua, de segunda a sexta-feira das 9 às 9h30. Ou depositar qualquer valor nas seguintes contas bancárias: Banco do Brasil, Agência 141-4 C/C 34193-2; Caixa Econômica Federal Agência 0320 C/C 15689-7, operação 003 ou SICREDI Agência 3022 C/C 14772-9 em nome da Fundação Louvor e Gloria (CNPJ 08314282/0001-03).

A “Casa Mateus 25” está localizada à Rua Dr. Antônio Cunha Silva, Bueno, 240, Jardim Continental, na zona sul de Marília.

*Reportagem publicada na edição de 12.07.2020 do Jornal da Manhã

Leia sobre a Casa do Bom Samaritano AQUI 


domingo, 5 de julho de 2020

COM AULAS ON LINE, VOLUNTÁRIA ENSINA ARTESANATO ÀS MÃES DE CRIANÇAS DO GACCH

Por Célia Ribeiro

Lembrando os alquimistas da antiguidade que faziam os experimentos mais inusitados, em busca do elixir da vida eterna, a ceramista Silza Más Rosa transforma a dor em alento, a tristeza em alegria e o medo em esperança. À frente de um grupo de mães de crianças atendidas no GACCH (Grupo de Apoio às Crianças com Câncer e Hemopatias), para quem ensina artesanato há vários anos, ela transformou as incertezas da quarentena em oportunidade para reunir a turma em divertidas aulas on line.
Silza comanda a “Festa do Pijama” on line
Para entender o uso da tecnologia nessa iniciativa inovadora, é preciso saber um pouco mais sobre a voluntária que está sempre pronta a ajudar quem lhe pede apoio. Conhecida pelo otimismo contagiante, Silza avalia a pandemia como um momento em que a humanidade foi forçada a parar e rever o que vinha fazendo até então. Espírita, ela acredita que “este é um período que a gente precisava passar por algum motivo. Deus sabe disso e um dia isso será explicado”.

Mães do GACCH interagindo na sala de vídeo
Ela contou que tem se dedicado à família (marido, filhas e netos) que está passando junto a quarentena, assinalando que “todos devem repensar valores, ressignificar a vida, principalmente no que diz respeito à convivência com a família. Então isto, de certa forma, nos obrigou a estar com a família em tempo integral”.

Habilidosa com todo tipo de artesanato, Silza adora paisagismo e aproveitou o tempo para cuidar do jardim de casa e preparar mudas para os amigos. Exagerada, ela contou, às gargalhadas: “Acho que estou reflorestando Marília”. Por conta do isolamento social, que segue à risca, ela leva as mudas até à entrada da casa dos amigos, toca a campanhia e sai correndo, como uma criança levada!

Unicórnio de crochê virou suporte do celular
TECNOLOGIA

Enquanto muitas pessoas manifestam sinais de depressão pela solidão e a necessidade de permanecerem em casa a maior parte do tempo, Silza procurou focar no lado B do isolamento. Sentindo saudade do GACCH, assim como do Hospital Materno Infantil aonde atua com os clowns (palhaços) “Doutores Tru-Pé”, ela lembrou que usava chamadas de vídeo para interação com os netos.
Cidinha e suas bonecas

Pronto: surgiu a ideia de reunir as mães do artesanato do GACCH e dar continuidade às atividades, só que à distância. Antes da pandemia, o grupo se encontrava toda semana na instituição para aprender várias técnicas, como crochê em fio de malha. Ao mesmo tempo em que aliviavam o estresse em decorrência do tratamento de seus filhos (portadores de câncer e doenças do sangue), as mães aprendiam um novo ofício que lhes possibilitava comercializar as peças pelas redes sociais, gerando renda.

“Sempre estive em contato com as mães pelo WhatsApp”, revelou, observando que as empresas globais tiveram que se empenhar para apresentarem alternativas que facilitassem a comunicação das pessoas à distância. Ela tem utilizado as salas de vídeo do Facebook, mas lembrou que há várias outras opções gratuitas. “Costumo brincar com meu neto, que mora em São Paulo, por chamada de vídeo. A gente brinca de esconde-esconde, faz cabaninha, ele lá e eu aqui”, disse, assinalando que por isso pensou em reunir as mães em aulas pela internet, colocando o plano em prática.

Na noite da última quarta-feira aconteceu uma divertida “Festa do Pijama” que continuou na quinta-feira durante o dia. Acontece que, estando em casa, as mães tiveram como plateia filhos, maridos e até animais de estimação que apareciam nos vídeos. “Foi uma farra”, contou Silza, mostrando as imagens das alunas com suas famílias.

Antes da pandemia, as aulas aconteciam no GACCH
Nas aulas on line, Silza ensina as técnicas, passa a receita, tira dúvidas e explica o passo-a-passo dos trabalhos. Elas passam horas sem se darem conta que o tempo voa quando estão interagindo. “Parece que deu um fôlego novo, renovou tudo e estou achando tudo ótimo”, assinalou a voluntária que citou o novo lema do grupo: “Estamos todos muito juntos. Cada um na sua casa”.

Com o entusiasmo invejável, Silza Más Rosa observou que a quarentena do século 21 poderia ser pior: “Se a humanidade tinha que passar por essa pandemia, a gente sempre tem que olhar a parte boa. Já pensou que quando houve a gripe espanhola não tinha internet e nem televisão?”, indagou. Ela concluiu afirmando que a tecnologia é uma grande aliada e também pode ser usada para levar alegria, amor e esperança à humanidade.

* Reportagem publicada na edição de 05.07.2020 do Jornal da Manhã

Leia reportagens anteriores sobre o GACCH acessando: AQUI e AQUI