sexta-feira, 28 de julho de 2023

GOTA DE LEITE CELEBRA 92 ANOS FIEL AOS IDEAIS DE SOLIDARIEDADE 100% SUS

Por Célia Ribeiro

No início do século passado, a precariedade com que as parturientes de baixa renda davam à luz comoveu um grupo de beneméritos que se uniu com o objetivo de fundar uma instituição filantrópica. Lideradas pela professora Lirís de Negreiros Rocha, essas pessoas alicerçaram as bases da Associação Feminina de Marília Maternidade e Gota de Leite, em 28 de julho de 1931. Passados 92 anos, a entidade tornou-se um hospital reconhecido pelo atendimento digno e de qualidade 100 por cento destinado às pacientes do SUS de Marília e 17 municípios da região. 

Imagens do passado e dos últimos anos: solidariedade
E não poderia haver reconhecimento maior que o "Prêmio Dr. Pinotti - Hospital Amigo da Mulher de 2023", concedido pela Câmara dos Deputados a apenas cinco instituições do País. No dia 31 de maio, a presidente Virgínia Maria Pradella Balloni foi a Brasília receber a homenagem juntamente com dirigentes do Centro Universitário Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Recife - PE), Hospital do Câncer de Rio Verde (Rio Verde - GO), Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (Goiânia - GO) e Hospital Geral de Palmas Dr. Francisco Ayres (Palmas - TO).

Voluntária da Gota de Leite, Virgínia Balloni está na entidade há 35 anos. Sob seu comando, a maternidade avançou com reformas e ampliações, inauguração do Centro de Parto Normal e novo Centro Cirúrgico, parcerias com o poder público para gerenciamento do Programa Estratégia da Família (ESF) de Marília e prefeituras da região, além de treinamento e capacitação dos profissionais da equipe multidisciplinar.

DESAFIOS

“Tendo como única fonte de receita os serviços prestados ao SUS (Sistema Único de Saúde), a Gota de Leite tem buscado apoio junto aos governos estadual e federal. Recentemente, contou com a importante ajuda dos vereadores de Marília que apresentaram emendas impositivas ao orçamento do município em favor da nossa entidade”, afirmou a presidente.

 Ela lembrou que “a tabela do SUS não é atualizada há muitos anos enquanto nossos custos continuam subindo, como medicamentos, materiais de consumo, folha de pagamentos, água, energia elétrica, alimentos etc”. Por isso, na hora de reformar ou ampliar algum setor, as parcerias com a iniciativa privada são essenciais.

 

Uma das salas do Centro de Parto Normal

Virgínia Balloni lembrou do Tauste Ação Social “que há muitos anos é um importante parceiro da Gota de Leite. De recursos para reformas do telhado do prédio, da troca de piso interno emborrachado, até a conclusão do Centro de Parto Normal, contamos com essa empresa mariliense que muito nos orgulha”. 

Kits de enxoval doados às mães que precisam

Ela citou, ainda, a Marilan e a 1ª Igreja Batista, como apoiadores na época da conclusão do Centro de Parto Normal: “Somos uma das poucas maternidades com uma estrutura modelo de atendimento. São cinco salas de parto normal em que as mães ficam com total privacidade em companhia do marido ou da acompanhante de sua escolha, no pré-parto e no trabalho de parto, com TV, ar condicionado, banheiro e tudo o que a parturiente precisa para ter seu bebê com conforto e segurança”.

As instalações do Centro de Parto Normal, em que profissionais como as fisioterapeutas acompanham as parturientes, aplicando técnicas para alívio da dor, favorecem os partos vaginais. Como resultado, a Gota de Leite é uma das maternidades com os menores índices de cesáreas do Brasil: em 2022, de 1.116 partos realizados, 71 por cento foram normais e apenas 29 por cento cesáreas, seguindo o que preconiza o Ministério da Saúde.

 SOLIDARIEDADE

 Conforme disse, “as dificuldades são muitas. Felizmente, a Gota de Leite goza de respeito na comunidade e contamos com ajuda de clubes de serviço, como Rotary, Casa da Amizade e Lions, bem como de grupos de voluntárias que contribuem nos auxiliando ao longo do ano. Já recebemos alimentos de campanhas de escolas como a ETEC Devisate e a FATEC, e entidades religiosas. Tudo o que chega para nossa instituição é bem recebido”. 

Tadau Tachibana: doação de fraldas da ONG Amigos do Bar

A presidente da Gota de Leite destacou a preocupação em manter a qualidade do atendimento para que nada falte às pacientes. Ela lembrou que “até ajuda com kits de enxoval nós fazemos, na medida do possível, às mamães mais carentes que, às vezes, chegam sem nada na hora do parto”.

Por isso, acrescentou a presidente, “somos muito gratos pela ajuda da população, das pessoas que se sensibilizam e nos auxiliam doando roupinhas, mantas, cobertores novos ou semi novos em bom estado. E também agradecemos às voluntárias que confeccionam peças e nos doam para que possamos entregar a quem mais precisa”. 

Voluntárias da Casa da Amizade contribuem com a Gota

Finalizando, Virgínia Balloni fez um agradecimento especial aos colaboradores da maternidade: “De nada ter as melhores instalações se não tivermos um atendimento humanizado e de qualidade, que valorize e respeite nossas pacientes. Por isso, nestes 92 anos, queremos agradecemos o comprometimento e profissionalismo de toda a equipe da Gota de Leite”.

Para saber mais sobre a entidade, acesse: www.gotadeleite.com.br E para contribuir, entre em contato pelo e-mail: comunicacao@gotadeleite.com.br ou (14) 33031242. A maternidade está localizada à Avenida Nelson Spielmann, 631, em Marília/SP.



domingo, 23 de julho de 2023

FLORAIS: PRÁTICAS INTEGRATIVAS RECONHECIDAS PELO SUS AUXILIAM NO TRATAMENTO DE DOENÇAS

Por Célia Ribeiro

Além das perdas irreparáveis de entes queridos, a pandemia trouxe à tona alguns problemas que estavam adormecidos. Crises de pânico, depressão, ansiedade, abuso de álcool e insônia têm ocorrido com mais frequência, de acordo com publicações científicas. Para combatê-los, cada vez mais pessoas estão buscando nas terapias integrativas uma forma de equilíbrio energético capaz de reverter os danos que se manifestam na somatização de doenças.

Berenice de Lara e um de seus livros

Segundo a terapeuta floral e pesquisadora mariliense Berenice de Lara, “a medicina integrativa é uma das coisas mais importantes para a pessoa poder se tratar de uma forma natural”. Diretora de Pesquisa Científica da Abracampo (Associação Brasileira dos Produtores de Essências de Campo de Consciência), ela é referência em terapia holística.

Psicóloga com formação em Constelações Familiares, Intervenções em Redes Sociais que, entenda-se aqui os relacionamentos do indivíduo de uma forma ampla, com Johan Klefbeck (The Crisis Center, Botkyrka, Estocolmo), ela ainda possui formação em Hipnose Ericksoniana com Jeffrey Zeig (Milton Erickson Foundation, Phoenix, Arizona, Estados Unidos),  Mesa Radiônica e Barras da Acess.

Linha de produtos que completa 30 anos

No entanto, Berenice é mais conhecida pelos “Florais de Lara”, empresa que completa 30 anos em setembro e é responsável pela produção e venda de florais de Bach e de cristais, pela publicação de livros que se tornaram campeões de venda, como “Elixires de Cristais – Novo horizonte da cura interior” e pelos cursos online.

A importância dos florais foi reconhecida pelo Ministério da Saúde que disponibiliza, através do SUS, o acesso a 10 práticas integrativas e complementares desde 2018. De acordo com Berenice de Lara “a pessoa pode procurar um remédio natural que vai ajudá-la sem ter que entrar em medicamentos que vão trabalhar os sintomas. No caso dos florais, o objetivo é resolver os sintomas, porém, através da resolução da origem do problema”.

Em entrevista ao JM, Berenice de Lara comentou que muitas pessoas impactadas pela pandemia têm recorrido aos florais diante de situações que vão da perda de familiares e amigos para o Covid, até às mudanças ocasionadas pelo fechamento de empresas e negócios, início de uma nova profissão etc.

Cristais de onde saem os florais

“As pessoas ficam muito angustiadas e têm me procurado muito pela angustia”, observou, acrescentando que “a pessoa não tem claro que isso é uma consequência. No momento da terapia vai trabalhando e vêm os conteúdos”. Ou seja, ao procurar ajuda para tratar ansiedade, insônia, ou qualquer outro problema, a pessoa se dá conta que isso pode estar relacionado com a fase aflitiva do passado que traz agora as consequências.

A terapeuta explicou que “na clínica o atendimento é focado em essências. Se faço constelação familiar, ao final prescrevo o floral; se faço barras de Access, no fim prescrevo o floral. Não atendo como psicóloga, mas como terapeuta floral”, assinalou. Berenice de Lara, que também é perita judicial, disse que os florais têm tido resultados surpreendentes em situações de traumas.

O cristal e o produto final

“Tenho pós em terapia floral, especializações nos Estados Unidos e na Australia. A pessoa vem com essa bagagem de pós-pandemia e muitas vezes isso não está claro. Vai puxando onde está a angustia da pessoa: sono não muito bom, angústia sobre a perspectiva de vida, muitas vezes teve que fechar o negócio dela, mudou atividade. A pessoa vem no momento em que tem que se adaptar às mudanças”, assinalou.

A terapeuta acrescentou que “há recursos com floral para trabalhar tudo isso. Se a pessoa está fazendo algo completamente diferente, se adaptando, então monta uma fórmula para que ela veja as possibilidades, para se manter otimista, ter uma visão mais clara do que é possível”, pontuou.

BOAS PRÁTICAS

Conforme reportagem desta coluna publicada em 2020, Berenice de Lara deixou o mercado financeiro, onde trabalhava na Bolsa de Valores em São Paulo, para iniciar os estudos e pesquisas em florais. Passados 32 anos, sendo 30 anos desde a fundação da empresa Florais de Lara, ela segue pesquisando e levando conhecimento através de livros e cursos.

À frente da Diretoria de Pesquisa Científica da Abracampo, Berenice destacou que a entidade é muito atuante quanto à difusão das boas práticas de produção das essências de campos de consciência (florais) e, até o fim do ano, deve lançar um manual atualizado sobre o tema. Ela contou que tomou contato com os florais no período em que residiu na Alemanha e nunca mais parou de pesquisar sobre o assunto.

 Produtos na sede de Marília

Berenice observou que “as essências de flores são mais sutis. As essências de cristais vão até o físico, talvez por ter mineral e o nosso corpo ter mineral na composição química”. Neste sentido, explicou que “se tiver má absorção de enxofre no seu corpo, por exemplo, pode desenvolver artrose. A essência ajuda na fixação do próprio enxofre no organismo”.

A terapeuta explicou que a base de sua pesquisa “foi a medicina psicossomática, o que psicologicamente afeta que vai desencadear algo no físico” assinalando que o “objetivo das essências é trazer para o plano da consciência o que não está equilibrado”. Ela apresentou um trabalho em Paris, em 2013, no I Congresso Internacional de Medicina Psicossomática, sobre traumas graves.

Empresa completará 30 anos em setembro
“Qualquer pessoa que vivencia uma situação de trauma profundo, como um abuso ou morte violenta em família, registra isso no corpo. Vai ficando com os circuitos energéticos bloqueados e essa energia, não fluindo, começam a aparecer doenças. O que a acupuntura faz, de outra forma, é estimular os meridianos”, destacou, citando que sua fórmula de resolução de traumas profundos tem apresentado ótimos resultados.

Berenice de Lara disse que os florais podem ser usados até em bebês. Inclusive, há mães que solicitam os florais em forma de spray para passar nas mãozinhas dos bebês para reequilíbrio energético. E para as pessoas que precisam fechar um ciclo e iniciar nova fase, os pedidos mais comuns são os florais de crisântemo ou os florais de olho de tigre, uma pedra polida, que ajuda a pessoa a ter suporte para fazer as mudanças que precisa para seguir adiante.

Berenice durante curso na ACC em 2019

Em Marília, a ACC (Associação de Combate ao Câncer) utiliza práticas integrativas e complementares, incluindo os Florais de Lara, após cursos ministrados por Berenice na instituição.

Para saber mais sobre o assunto, acesse: www.floraisdelara.com.br O contato de Berenice é: (14) 99171-9898. Sobre o curso para se tornar terapeuta floral acesse: https://hotm.art/floraisdelara

Leia AQUI repotagem publicada nesta coluna em 2020 sobre o trabalho de Berenice Lara

Leia AQUI reportagem sobre as práticas integrativas na ACC.

*Reportagem publicada na edição de 23/07/2023 do Jornal da Manhã

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domingo, 16 de julho de 2023

REFUGIADOS ENCONTRAM APOIO E ORIENTAÇÃO PARA O RECOMEÇO DA VIDA EM MARÍLIA

Por Célia Ribeiro

Não foi preciso superar desertos ou rios a caminho de Canaã, a terra prometida relatada na Bíblia. Mas, para chegar ao interior paulista fugindo da guerra, da fome ou da perseguição política, centenas de refugiados precisaram vencer muitos obstáculos em pleno século XXI. Só em Marília, nos últimos três anos, a Secretaria Municipal dos Direitos Humanos atendeu 717 pessoas vindas de 20 países. 

Sala de atendimento aos migrantes

De acordo com a secretária Wânia Lombardi, o Núcleo de Apoio Humanitário atende os migrantes internos e externos oferecendo suporte: “A gente faz todo o atendimento e também uma triagem, identificando o que a pessoa precisa”. Ela explicou que o núcleo trabalha em sintonia com entidades governamentais do Brasil e do exterior e com a Polícia Federal, responsável pela documentação dos cidadãos. 

Wânia e as boas-vindas
em vários idiomas
Wânia Lombardi, que realizou uma gestão profissional durante os seis anos à frente da Secretaria Municipal da Assistência Social, recentemente, assumiu a pasta de Direitos Humanos que era comandada pelo ex-vereador Wilson Damasceno que, por sua vez, foi alçado à área da Assistência Social na reforma administrativa do prefeito Daniel Alonso.

Apesar de pouca estrutura e de recursos limitados, a gestora conseguiu imprimir sua marca, a exemplo do que fez na Secretaria da Assistência Social. Em entrevista ao JM, ela informou que a equipe  atua em várias frentes, além do apoio aos migrantes: Centro de Referência da Mulher, Procon, Disque 100 voltado ao atendimento de denúncias de violação de direitos humanos (criança, mulher, idoso) e apoio às entidades beneficentes.

 VIDA NOVA

“O migrante é aquele que saiu de um lugar de bastante vulnerabilidade, dentro ou fora do Brasil. Se saiu contra a vontade é considerado refugiado”, observou a secretária. Neste sentido, acrescentou que “a guerra, a fome e a perseguição política fizeram com que milhares de pessoas deixassem tudo para trás”. No caso de Marília, os venezuelanos são a maioria esmagadora: 568 pessoas.

Refugiados pelo mundo (Foto: Getty Images/iStockphoto)

No ranking de atendimento, nos últimos três anos, estão ainda os países: Colômbia (36), Haiti (25), Guiné Bissau (12), Bolívia (12), Portugal (10),  Síria (08), Argentina (08),  República Dominicana (06), Egito (06), Peru (03), Itália (03), Líbia (03), República do Congo (02), China (02), Alemanha (01), Irã (01), Irlanda (01), Paraguai (01) e Tunísia (01). 

Wânia Lombardi e a assessora Zileide Bernardo
Wânia Lombardi informou que os principais problemas enfrentados pelos refugiados são  o idioma e a burocracia para validação dos diplomas universitários necessários para a recolocação no mercado de trabalho: “Imagine sair da Síria, por exemplo, onde era um engenheiro, um professor, ou tinha uma empresa e vir com a roupa do corpo, fugindo com a família, atravessando deserto, mar até chegar ao Brasil?”, assinalou.

Conforme disse, o Núcleo de Apoio Humanitário faz o possível para acolher e dar o respaldo que essas pessoas necessitam, desde a disponibilidade de tradutores para orientarem com a documentação, até o encaminhamento para o mercado de trabalho. 

Parede na Secretaria com fotos dos países
Através de parceria com universidades, a Secretaria de Direitos Humanos oferece aulas de português para os migrantes, além de apoio psicológico para crianças e adultos que chegam de países distantes. Um dos convênios é com a UNESP, campus de Marília. Há uma sala reservada para os estrangeiros receberem aulas de portugues online com os tradutores da universidade que falam vários idiomas.

VENEZUELA

 

Angeli e a pequena Hanna Caballero

Angeli Palma, 25 anos, é um dos quase 600 venezuelanos cadastrados em Marília. Sua mãe e alguns familiares vieram há quatro anos. A partir daí, ela começou a se preparar para também fugir da situação de vulnerabilidade que enfrentava em seu país. Para começar, fez um curso online de português e, com um bebê no colo, cruzou a fronteira em 2021.

Em entrevista à coluna, Angeli disse que passou maus momentos quando chegou porque não conseguia trabalho. Através da Secretaria de Direitos Humanos de Marília, no entanto, surgiu a grande oportunidade, após nove meses: por falar bem o português, ela  foi contratada em uma empresa de tecnologia de Garça, onde se comunica com clientes em espanhol.

Lilian Cunha - Coletivo de
 Mulheres Indígenas (centro)

Embora trabalhando na cidade vizinha, a venezuelana se estabeleceu em Marília, cidade que a acolheu de braços abertos. “Tenho um bom trabalho em Garça e minha filhinha está na escola em Marília, onde tenho família. O que mais gosto do Brasil é como as pessoas gostam de ajudar as outras e de podermos trabalhar”.

 Dados do ACNUR (Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados) de  2.022, apontam que o Comitê Nacional para Refugiados (Conare) recebeu 5.795 pessoas, sendo 56 por cento de homens, 44 por cento mulheres e 46,8 por cento crianças, adolescentes e jovens até 24 anos. No entanto, há 50.355 solicitações de refugiados vindos de 139 países para o Brasil.

 Venezuela (67%), Cuba (10,9%) e Angola (6,8%) são os países que mais têm refugiados no País. A principal alegação para o pedido de asilo é “grave e generalizada violação de direitos humanos” com 82,4 por cento, seguida de opinião política com 10,9 por cento das alegações.

 POVOS ORIGINÁRIOS

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos de Marília integra o Comitê Estadual de Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo, acrescentou a secretária, destacando que se trata de uma área que exige muita atenção. Ela observou que “quando se fala em trabalho escravo, a gente pode pensar em alguém com correntes nos pés, trabalhando em uma mina de carvão. Mas, tem o caso da senhorinha que pega uma mocinha na fazenda para trabalhar em casa onde ela passa a vida toda, cuidando dos filhos e depois dos netos desta família”. 

Artesanato das indígenas de Tamarana

Wânia Lombardi disse que isso é mais comum do que se imagina. Ela lamentou a situação degradante que muitas jovens passam, sem salário ou direitos trabalhistas, sem assistência médica e odontológica: “Essa mocinha dorme no quartinho dos fundos. Não é membro da família”. Quando recebe denúncias, a secretaria também atua para preservar a dignidade dessas pessoas.

Outra frente de atuação da pasta é com relação aos chamados povos originários. Os indígenas, por exemplo, são protegidos por lei. E a Secretaria tem que ter todo cuidado ao lidar com os grupos que chegam, de tempos em tempos, para venderem artesanato. Wânia Lombardi citou as mulheres de Tamarana (Paraná) que costumam vender cestos na Avenida das Esmeraldas: “Uma coisa é preservar sua identidade de povos originários”, observou, acrescentando que sua pasta está atenta para que as crianças estejam em segurança, com alimentação e local adequado para dormir.

Ela explicou que o mesmo ocorre com grupos nômades, de ciganos, que não aceitam ajuda. “Se entregar um marmitex de almoço eles jogam fora porque têm o hábito de preparar as suas refeições, de dormir em barracas”. No entanto, a secretária assinalou que a equipe está atenta para que os direitos sejam preservados sem colocar crianças em situação de vulnerabilidade.

Para saber mais sobre os refugiados no Brasil, acesse: https://www.acnur.org/portugues/dados-sobre-refugio/dados-sobre-refugio-no-brasil/

Leia outras reportagens sobre o trabalho de Wania Lombardi AQUI e AQUI

*Reportagem publicada na edição de 16.07.2023 do Jornal da Manhã

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domingo, 9 de julho de 2023

“LUZ PARA NOSSOS OUVIDOS”: MASTERCLASS E CONCERTOS GRATUITOS EM MARÍLIA

Por Célia Ribeiro

No início de agosto, os amantes da música clássica terão a oportunidade de acompanhar a segunda parte do projeto “Luz para nossos ouvidos” da Associação Filarmônica de Marília. Do concerto didático para crianças, à masterclass com o premiado Danilo Brito, culminando com dois concertos da Orquestra Filarmônica de Marília, o palco do Teatro Municipal Waldir Silveira Mello será envolvido pela atmosfera da música erudita. 

Carmen Monarcha e regente Emiliano Patarra

Apoiado pela lei de incentivos fiscais, o projeto foi dividido em dois períodos com extensa programação em abril e agosto de 2023. Com isso, a Associação espera concentrar as atividades educacionais e culturais de maneira a alcançar o maior número de pessoas, sempre com entrada franca. 

Músicos durante apresentação em abril

Dando continuidade à entrevista ao JM,  a presidente da Associação mantenedora da Orquestra Filarmônica de Marília, Gisele Demarchi, informou que a programação terá início no dia 02 de agosto, às 10h, quando o premiado músico Danilo Brito conduzirá a masterclass de cavaquinho e bandolim. Ela destacou que não apenas músicos, mas quem nunca tocou, mas tem interesse em conhecer, também poderá participar. 

Gisele Demarchi (centro) no lançamento da orquestra

Artista consagrado no Brasil e no exterior, Danilo Brito começou a tocar aos três anos de idade. Desde a infância, ele impressionava pelo talento e habilidade que lhe possibilitaram desenvolver uma técnica própria, só de ouvir discos de vinil e praticar no velho bandolim do seu pai.  Com uma sólida carreira internacional, o músico estará acessível aos participantes  da masterclass com quem trocará experiências. 

Apresentação com teatro lotado

Gisele explicou que o músico abordará  “questões do desenvolvimento técnico, seja da voz ou do instrumento. É mais do que uma aula. É uma masterclass um pouco diferente de uma aula acadêmica. É um momento de troca de conhecimento, de aprendizado e a pessoa terá a oportunidade de escutar uma história interessante, de aprender com uma pessoa tão experiente”. 

Danilo Brito

Gisele Demarchi  prosseguiu: “Acho muito interessante a nossa proposta que é abrir o espaço para a pessoa estar ali, participando e aprendendo. Nós vamos ter dois momentos: para a pessoa que é do público ouvinte e só vai ouvir e também a gente vai abrir espaço para a pessoa participar ativamente com ele, com um instrumento ou outro, e poder trazer para ele alguma coisa em que ele vai poder contribuir com o conhecimento para melhorar, para desenvolver essa pessoa”. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (14) 9.91818827.

CONCERTOS

Sob a regência de Emiliano Patarra, titular da Orquestra Filarmônica de Marília, serão promovidos três concertos: no dia 03, às 14h, o espetáculo será para as crianças da rede pública (municipal e estadual), além da APAE, Projeto Guri e projetos sociais. Denominado “Concerto Didático”, ele visa desenvolver o gosto musical das crianças. 

Crianças do Projeto Guri interagem com Carmen Monarcha

“É o momento de formação de cultura, de formação de estética musical onde a criança poderá entrar em contato com a música, conhecer o teatro e a orquestra”, afirmou a presidente da Associação. Conforme disse, será um momento interativo com a participação dos músicos e do maestro: “A gente quer ter sempre um concerto didático para que a criança possa se aproximar  e aprender sobre esse universo da música sinfônica”, frisou. 

Ensaio geral será aberto ao público

Além das crianças, coordenadores e professores, o concerto didático receberá pessoas com deficiências (visual, auditiva, física e intelectual). Para tanto, haverá intérpretes de libras e para deficientes visuais, acrescentou a presidente da Associação.

Programação de agosto
Para quem não aguenta esperar os dois concertos noturnos e também tem curiosidade sobre a preparação dos músicos, haverá uma ótima opção: no dia 04, das 14h às 15h30, acontecerá o ensaio geral da orquestra. As pessoas poderão entrar no Teatro Municipal, até o limite de 320 lugares, por ordem de chegada.

Finalmente, nos dias 04 e 05, às 20h, a Orquestra Filarmônica de Marília se apresentará em dois concertos, com seus 60 músicos sob a regência de Emiliano Patarra. Para participar, o público deverá retirar o ingresso gratuito com antecedência, informou Gisele Demarchi. Em breve, serão prestadas informações sobre a data.

 COLABORE

Conforme divulgado nesta coluna, domingo passado, a Associação Filarmônica de Marília conta com o apoio de empresas e da comunidade para se manter. Para contribuir com a entidade, pode ser depositado qualquer valor no Sicredi: Banco 748, Agência 3022, Conta corrente 33893-1. Para empresas doarem por meio da lei de incentivos fiscais, informações poderão ser obtidas pelo telefone (14) 9.91818827 ou e-mail: contato@filarmonicademarilia.art.br Saiba mais acessando: http://filarmonicademarilia.art.br/

“Luz para nossos ouvidos” tem o patrocínio do Grupo Jacto, Santa Massa e Carino Ingredientes, conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Marília e é uma realização da Associação Filarmônica de Marília e do Ministério da Cultura.

Fotos Paulo Perez

Leia a primeira parte desta reportagem AQUI

 *Reportagem publicada na edição de 09.07.2023 do Jornal da Manhã

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domingo, 2 de julho de 2023

ASSOCIAÇÃO FILARMÔNICA COLOCA MARILIA NO MAPA CULTURAL DA MÚSICA ERUDITA

Por Célia Ribeiro

Há quase 15 anos, uma paixão em comum uniu quatro amigos. Com objetivo de fomentar a cultura através da música clássica, eles formaram o grupo “Amoclassicos” que se notabilizou por inúmeros eventos que marcaram época como a primeira apresentação da cantora lírica Carmen Monarcha na cidade. Por isso, quando a semente da Orquestra Filarmônica de Marília foi lançada, em 2016, a psicóloga Gisele Demarchi, uma das idealizadoras do grupo, foi convidada a presidir a Associação fundada para administrar a orquestra. 

Soprano Carmen Monarcha

Em entrevista ao JM, nesta semana, Gisele Demarchi contou como tudo começou. Ao lado dos amigos Rosa Maria Batista Dantas, Alfredo Menotti Collucci e Regina de Batista Collucci, o “Amoclassicos” se tornou realidade. Sempre de maneira voluntária, os amigos conseguiram trazer para Marília várias apresentações, do coro sinfônico da OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), solistas e a internacional Carmen Monarcha que lota teatros pelo mundo. 

Gisele e o regente Emiliano
Ela lembrou que foi sugerido formalizar o grupo, com CNPJ e tudo o mais. No entanto, os amigos preferiram continuar como estavam até que Gisele foi contatada por um trio interessado em formar uma orquestra sinfônica em Marília. O flautista João Paulo Mosman de Souza, o violinista mariliense Francis David e o maestro Emiliano Patarra procuravam uma cidade do interior paulista para a nova orquestra. 

Conselho da Associação

Com a força de atração dos polos eletromagnéticos, a reputação do “Amoclassicos” chegou aos músicos. E foi assim que, com coragem e determinação, nasceu a Associação Filarmônica de Marília, entidade filantrópica sem fins lucrativos, destinada a administrar a Orquestra Filarmônica de Marília, inaugurada em abril de 2017.

CELEIRO

Gisele Demarchi contou que ficou surpresa com o convite. Mas, com o sonho de ver a música clássica acessível e valorizada na cidade, ela encarou o desafio. Conforme disse, por conhecer muitas pessoas ligadas à música, em pouco tempo a entidade já contava com 30 associados. E teve início, então, a formação da orquestra com seletivas em que participaram músicos de várias regiões do País e até do Peru. 

Apresentação da orquestra em Marília

A presidente da Associação destacou o apoio que recebeu para os primeiros passos. Por exemplo, “o pessoal do Oásis do Grupo Jacto de Pompéia nos ajudou com os projetos”, comentou, acrescentando que a Associação conseguiu aprovar dois projetos dentro da lei federal de incentivo à cultura em que as empresas podem abater no imposto de renda o valor doado. 

Músicos de várias cidades compõem a filarmônica

O projeto inscrito no Pronac em 2019, de 200 mil reais, foi executado este ano. Em abril foram realizados concertos, oficinas, masterclass etc. E a segunda parte acontecerá de primeiro a cinco de agosto com uma agenda repleta de atividades abertas ao público. Gisele destacou o apoio de parceiros que ajudaram a complementar os recursos porque a verba captada pela lei de incentivo não foi suficiente. Agora, o desafio é captar 976 mil reais para o projeto de 2024, também aprovado, e que terá edições em abril e agosto do ano que vem. 

A associação quer formar músicos 

Para a formação da orquestra, os músicos interessados passaram por seletivas que duraram três dias. Ao final, dos 60 músicos que a compõem oficialmente, 10 são de Marília. Os demais são de Bauru, Garça, Ourinhos, Ribeirão Preto e São Paulo. Gisele explicou que os músicos são autônomos e trabalham por projeto, devendo cumprir a agenda definida pela Orquestra Filarmônica de Marília. 

Emiliano Patarra, regente titular

A presidente assinalou que “Marília tem músicos muito talentosos” e sonha em ver a cidade como referência em música clássica. Por isso, a associação tem planos ambiciosos para investir na formação de novos músicos. Ela falou, com alegria, da participação das crianças das escolas públicas, APAE, Projeto Guri e Carino Social nos concertos didáticos promovidos em abril no Teatro Municipal. 

As crianças tiveram contato com a música clássica

“Na orquestra temos professores do Projeto Guri. E os alunos viram seus professores tocando lá sabendo que um dia também poderão fazer parte da orquestra”, comentou a presidente. Ela falou, ainda, sobre o alcance das apresentações. O próximo projeto prevê levar concertos para as zonas norte, sul, leste e oeste, para o bosque e finalizar na praça da Igreja Matriz de São Bento. 

Toda ajuda é bem-vinda!

As apresentações da orquestra contam com o apoio da Secretaria Municipal da Cultura e também com apoiadores diversos que contribuem desde doações em dinheiro para custear hotel, alimentação e transporte dos músicos de fora, até salgadinhos, lanches e refrigerantes para os ensaios.

 “Toda ajuda é bem-vinda. Se alguém conhecer um empresário, pode nos apresentar, abrir as portas para falarmos do nosso projeto. Será de grande ajuda também”, afirmou Gisele que finalizou contando o maior sonho: adquirir um piano profissional para as apresentações, além de melhorar a infraestrutura do teatro cuja acústica não é a melhor para apresentações deste nível. O investimento para o projeto completo de 2025 e todas as melhorias deverá ser entre 1,5 a 2 milhões de reais a ser captado via lei de incentivo fiscal e doações. 

Apresentação no Teatro Municipal de Marília

GESTÃO

Gisele Demarchi é presidente do Conselho de Administração da Associação , o regente titular da orquestra é Emiliano  Lopes Patarra, o diretor pedagógico é Francis David e João Paulo Mosman de Souza é o diretor artístico. São parceiros da Associação Filarmônica de Marília: o GrupoJacto, Carino Ingredientes e Santa Massa. Empresas que também contribuem são Unimed, Tauste, Life, Marilan, Gomes Altimari Advogados, Sicredi, entre outras. 

Gisele Demarchi

Para contribuir com a entidade, pode ser depositado qualquer valor no Sicredi: Banco 748, Agência 3022, Conta corrente 33893-1. Para empresas doarem por meio de incentivo fiscais, informações poderão ser obtidas pelo telefone (14) 9.91818827 ou e-mail: contato@filarmonicademarilia.art.br Saiba mais acessando: http://filarmonicademarilia.art.br/

Leia reportagem sobre o apoio do Escritório Gomes Altimari Advogados às ONGs AQUI

Crédito: Fotos do site http://filarmonicademarilia.art.br/

*Reportagem publicada na edição de 02/07/2023 do Jornal da Manhã


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