domingo, 31 de outubro de 2021

ENTRE LINHAS E NÓS DESATADOS, ARTESÃ CRIA TRABALHOS COM TÉCNICA REFINADA.

 Por Célia Ribeiro

O movimento sincronizado da agulha que entra e sai do tecido deixando um rastro de cor vai delineando a figura que salta do bastidor. Pode ser um pássaro ou um avião. Ou, talvez, o olhar sereno de uma criança eternizado no quadro confeccionado com muita técnica. Na condução desta obra prima está uma artista multifacetada que transita por várias áreas destacando-se na ilustração, na pintura e no bordado: Marilucia Guilen vive um longevo caso de amor com a arte.

Bordado da personagem da famosa
 série “Anne with an E”

A artista, que lecionou no SESC de São Vicente e teve ateliê aonde produzia seus trabalhos e compartilhava conhecimentos, retornou a Marília em 2016 após viver 35 anos no litoral sul. Com um currículo recheado de cursos desde história da arte, passando por estamparia digital, ilustração têxtil, estamparia artesanal, encadernação, bordado-pintura, desenho e aquarela, Marilucia Guilen começou muito cedo.

A artista e suas criações

Em entrevista ao JM, ela recordou que, aos oito anos, já desenhava com giz no vermelhão do fogão à lenha da casa da família, no Mato Grosso. Nesta época, se encantou com a moda ao ver sua mãe trazer da capital pra vender as roupas recém lançadas e que demorariam meses a chegar na cidadezinha em que viviam. Com facilidade para o desenho, para ela pegar um lápis e criar um modelo no papel levava apenas alguns minutos.

Perfeição no bordado ilustração têxtil

Dos desenhos para trabalhos mais elaborados, a arte foi se manifestando na vida de Marilucia muito timidamente. Mas, quando as filhas já crescidas e formadas começavam a alçar voos, ela decidiu, finalmente, estudar Artes Plásticas. Foi um período muito rico, contou a artista, explicando que em 2002 ingressou na Universidade Santa Cecília, em Santos, aos 42 anos, onde se graduou e pós-graduou.

Colares bordados em mini bastidores

“Foi uma das melhores coisas que fiz. Tinha matérias como teatro e eu sempre dava um jeito de ir para o figurino”, comentou, lembrando que a fase do “ninho vazio”, em que as mães sentem muito a falta dos filhos quando saem de casa, foi amenizada pelas novidades que o estudo lhe proporcionava.

Alunas em curso no litoral

No entanto, a arte ainda não tinha fincado pé em sua vida por completo porque ela foi trabalhar na empresa do marido e sobrava menos tempo para soltar a imaginação com suas criações. Isso sem contar o tempo que dedicava à culinária porque sempre gostou de cozinhar e chegou a ter um blog, que ainda está no ar, sobre suas delícias: www.peripeciasnacozinha.wordpres.com

BORDANDO A PINTURA

Como artista plástica, Marilucia tomou gosto pela aquarela que, junto com as ilustrações foram suas grandes paixões. Além do ateliê e de lecionar no SESC, ela também se dedicou aos pinceis: “Na área da pintura eu não passei muito tempo. Mas, o tempo que eu passei com as exposições, em seis ou sete anos, ganhei muitos prêmios. No entanto, comecei a perceber na faculdade que eu gostava mesmo era de ilustração, da fantasia do real. Às vezes, a pessoa passa por várias fases para se descobrir. Aconteceu comigo, também”.

Pintura acrílica sobre tela:
 obra premiada

Atualmente, os trabalhos que mais chamam a atenção são o bordado-pintura que exigem muita técnica e atenção. Fica difícil identificar que aquele rosto perfeito, que parece uma fotografia, foi construído ponto a ponto com agulha e linha. E justamente essa técnica Marilucia tem ensinado em um curso na Vila das Artes em Marília para alunas de várias idades que estão descobrindo a magia da criação a partir de linhas muito finas.

“Como manualidades, gosto muito do fazer com a mão e o criar. Em São Paulo eu sempre procurava visitar exposições. Certa vez, vi uma da ‘Casa Bordado’ de bordadeiras do Brasil inteiro e fiquei muito apaixonada. Já fazia meus pontos, mas sem aprender muito. Tem lá o bordado pintura ou pintura de agulha ou bordado alta costura porque é só um fiozinho da espessura de uma linha e vai pegando a foto e vai passando para a linha como se estivesse pintando”, explicou.

Os bordados podem estar em quadros ou até em bijuterias como os colares com pequenas flores que saltam dos bastidores dando um toque muito charmoso a qualquer vestuário. De pássaros a pessoas, Marilucia faz a mágica de confundir os desavisados que nunca sabem se são fotografias ou pinturas. Na verdade, apenas bordados perfeitos. Alguns de seus trabalhos podem ser encontrados na lojinha da Vila das Artes (Rua Atílio Gomes Melo, 64 – Fragata) e servem para inspirar suas alunas.

Arte nos tecidos

E por falar em aula de bordado, ela disse que “passar conhecimento é uma coisa que dá muito prazer. Conviver com as pessoas é muito legal. Sou super caseira, gosto muito da minha casa e eu forço um pouco para sair, pelo menos uma vez por semana, para estar com as pessoas. Quando vejo que a pessoa está aprendendo, está feliz, a energia legal que está passando, não tem dinheiro que pague”.

Ilustração sobre papel

Em uma época como a que vivemos, das mudanças provocadas pela pandemia, a artista destacou os benefícios dos trabalhos manuais: “Falam muito em meditação. O bordado é uma forma de meditação porque a meditação não seria só uma forma de você sentar e ficar tentando não pensar em nada. Quando você está com o bordado, você está exatamente super concentrado, enfiado naquele pontinho, saindo dele, vendo a forma trabalhando. Acho que é uma terapia absurdamente boa para a pessoa e traz tranquilidade”.

Projeto recente para decorar uma cabana no Sul da Bahia

Ela finalizou dizendo que “a vida é um grande bordado. Você vai colocando vários pontos. Em uma hora dá um nó e você vai lá e desata. Dá um defeitinho e você vai acertando e a agulha vai levando”. Para saber mais sobre seu trabalho, acesse o blog:  www.mariluciaguilen.com.br e o Instagram: @mariluciaguilen

Um dos trabalhos à venda
na lojinha da Vila dasArtes

*Reportagem publicada na edição de 31.10.2021 do Jornal da Manhã

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domingo, 24 de outubro de 2021

COM PROJETOS SOCIAIS E AMBIENTAIS, ESCOLA PÚBLICA SE APROXIMA DA COMUNIDADE.

 Por Célia Ribeiro

 “A escola da experiência é a mais educativa”, já dizia o dramaturgo francês Molière no século XVII. Em Marília, a Escola Estadual “Antônio Augusto Neto” desenvolve projetos ambientais e sociais atraindo a comunidade em um modelo exemplar que objetiva ofertar ensino público de qualidade sem esquecer do compromisso com as causas sociais e a sustentabilidade ambiental.

 

Abraço simbólico expressa o amor à natureza

No último domingo, a reportagem esteve na escola para acompanhar o plantio de mudas de espécies frutíferas ao lado da quadra esportiva. Na oportunidade, o professor de Geografia e ambientalista Gustavo Perez Pereira Andrade e o professor articulador da “Escola da Família” José Ítalo de Oliveira Bonini, ajudaram a médica, integrante do Coletivo Agroflorestal “Amor e Liberdade” e voluntária da “Escola da Família”, Franciane Pelegrino Rodrigues e suas filhas Livia e Alice na atividade. 

Professor Gustavo e a médica Franciane durante plantio

Incrustada em uma grande área no coração do Parque São Jorge, Zona Sul da cidade, a escola atende alunos do 5º ano ao ensino médio. Com muito espaço, a instituição precisa de recursos para manutenções, como troca de vedação de vidros, maçanetas das portas etc. No entanto, os professores e funcionários não se deixam abater pelas limitações e realizam atividades que aproximam a escola da comunidade.

ESCOLA DA FAMÍLIA

O professor Ítalo explicou que a “Escola da Família”, que tem como supervisor o professor Francisco de Paula Paes, funciona todos os sábados e domingos com a participação de estudantes universitários de diferentes cursos. Os portões são abertos para a comunidade que pode praticar esportes que não tenham contato direto, por conta da pandemia, como tênis de mesa, arremesso na cesta de basquete, além de dama, dominó, xadrez, entre outros. 

Professor Ítalo (à direita) na entrega de cesta básica com alunos

Na fase mais crítica da pandemia, a escola permaneceu fechada, como todos os estabelecimentos na quarentena. No entanto, algumas ações sociais de suporte a famílias cadastradas continuaram. O professor Ítalo disse que, com a ajuda de amigos arrecada alimentos, além de materiais de limpeza e itens de higiene pessoal, montando cestas que são entregues aos mais necessitados.

Saguis habitam a árvore frondosa da escola

Na hora da entrega, o professor sempre leva um grupo de alunos para que vejam a realidade daquelas pessoas. Mas, o auxílio não é apenas de cestas básicas completas. Conforme disse, um senhor muito carente precisava de ajuda para erguer o muro da casa simples na periferia. Um universitário do projeto doou as placas de concreto e agora haverá um mutirão para a execução da obra.

 

Momento de descontração na “Escola da Família”

O professor também está frente da arrecadação de roupas usadas que são doadas a duas instituições religiosas, uma católica e outra espírita: a Igreja Santa Izabel e o Centro Espírito Luz, Fé e Caridade. O objetivo é estimular a solidariedade para socorrer quem mais precisa, sobretudo neste período de pandemia com o desemprego em alta. 

Vasta área verde da escola

Por sua vez, os universitários costumam dar depoimentos para os alunos da escola procurando motivá-los a estudar focando em seus objetivos. O professor Ítalo citou exemplos de alunos que só frequentaram escolas públicas e que ingressaram em universidades renomadas como UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e Unesp. Teve o caso de uma jovem formada em Direito, no Univem, que passou direto no difícil exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

 

Prof. Ítalo auxilia a médica e sua filha no plantio

Ao contar seus exemplos de vida, como se dedicaram e persistiram para alcançarem o sonho de ingressarem em uma universidade pública de qualidade, os universitários do projeto “Escola da Família” dão uma injeção de motivação nos pequenos que logo terão que decidir qual caminho trilhar.

 BOSQUE

 Uma das coisas que mais chama a atenção para quem entra na escola é a área verde. Árvores como pau-brasil, jacarandá mimoso e ipês atraem saguis e muitos pássaros que cantam tão alto e com tamanha alegria que fica impossível decifrar qual espécie dá o melhor show no alto das árvores imponentes. 

Sagui mora na escola

O impacto da degradação ambiental está acabando com os biomas, alertou o professor Gustavo explicando a invasão dos mamíferos e aves à zona urbana: “Ararinha, maritaca e anu, andorinha, tesourinha, pica-pau e bem-te-vi estão aparecendo na avenida onde plantamos árvores”, assinalou.

 Integrante do Coletivo Agroflorestal “Amor e Liberdade”, ele explicou que o grupo de voluntários realiza o plantio de mudas em várias partes da cidade. A ideia da escola foi para motivar nos estudantes, a partir dos 10 anos, a terem uma maior consciência ambiental. Ele disse que os Bombeiros que fazem palestras sobre queimadas, por exemplo, também poderiam ir às escolas estaduais porque as escolas municipais já têm uma boa interlocução com a corporação na área ambiental.

 O professor Ítalo disse que a escola aproveitou a entrada da primavera para estimular ainda mais as práticas de preservação da natureza. Conforme disse, durante o ano há várias programações alusivas às datas: por exemplo, neste mês, o foco é o “Outubro Rosa” alertando sobre o câncer de mama. 

Por outro lado, o professor Gustavo observou que “a questão do meio-ambiente não é só a questão da natureza, de plantar árvore porque eles vão lá e arrancam. Tem quem deprede o bem público. Isso é uma questão social, como a falta d’água que não é só problema ambiental porque se faltar água não se faz nada”. Ele defendeu a proteção das nascentes e disse que o Coletivo deve realizar plantios também nestas áreas.

 Finalizando, ele destacou que é necessário ter uma atuação ampla que envolva a comunidade, começando com a educação das crianças quanto à poluição, lixo, queimadas etc para conquistar a consciência ambiental que influenciará as futuras gerações e contribuirá para a preservação do meio-ambiente.

 A Escola Estadual “Antônio Augusto Neto” está localizada à Rua Carlos Santilli, 245, no Parque São Jorge, Zona Sul de Marília.

*Reportagem publicada na edição de 24.10.2021 do Jornal da Manhã

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domingo, 17 de outubro de 2021

O PODER TRANSFORMADOR DA ARTE PELAS MÃOS DE SANDRA GUEDES

Por Célia Ribeiro

A capacidade da arte melhorar a saúde mental, o bem estar emocional e a vida das pessoas há muito tempo é objeto de estudos. Por isso, ao falar em arteterapia se dá o devido valor ao potencial que as atividades artísticas têm de transformar as pessoas. É o caso da artesã Sandra Guedes Garcia que, há 20 anos, passou a se dedicar à confecção de peças em vários estilos em um momento delicado da vida, aliando o prazer de criar à uma fonte de renda. 

Sandra Guedes e o novo trabalho

Na casa espaçosa com arte por todos os lados, Sandra recebeu a reportagem para contar um pouco da sua trajetória que tem a criatividade como matéria prima. Ela disse que desde muito nova se interessava por todo tipo de trabalhos manuais. Dos tecidos, à pátina em móveis, passando pelo reaproveitamento de objetos, ela via em cada peça uma oportunidade de ressignificar diferentes objetos prolongando sua vida útil. 

Trabalho que encanta as crianças

Ela frequentou várias aulas de pintura em tela e aprimorou-se na confecção de bonecas, após um curso na Vila das Artes, além de artigos infantis de decoração e peças para cozinha, sempre combinando texturas, cores e formas em trabalhos diferenciados.

 

Balcão foi pro Bar "Casa da Sogra"

No entanto, quando o casamento chegou ao fim, Sandra deixou a arte tomar conta do seu tempo de uma forma duradoura. Na ocasião, com um filho de 11 anos e uma filhinha de um ano, pensou que poderia desenvolver seus trabalhos sem precisar sair de casa e ainda ter uma renda extra. E assim, sem que se desse conta, nascia uma artista pronta a criar utilizando todo o conhecimento acumulado em muitos anos. 

Painel em tecido para festa infantil

“O artesanato preencheu aquele momento, como uma espécie de terapia pela arte”, disse, acrescentando que diante da boa acolhida aos seus trabalhos, na base do boca a boca, começaram a chegar pedidos inusitados. Sandra citou o caso de uma amiga que tinha um lustre antigo e queria reaproveita-lo na nova decoração da casa e outra conhecida que levou um quadro dos tempos da vovó para que ela aproveitasse a moldura.

 Ela recordou que ao ver a imagem religiosa pensou em também restaurá-la para surpresa da cliente que, ao buscar a moldura em que pretendia colocar um espelho desistiu da ideia porque o quadro antigo estava em perfeitas condições. 

Sandra e suas bonecas

FASE DOS TECIDINHOS

 Sandra disse que é de fases e que, ultimamente, estava encantada com as produções usando tecidos. De bonecas a acessórios para cozinha, a máquina de costura está sempre a todo vapor. No entanto, apareceu um páreo à altura: a pintura em móveis. Ela explicou que, a pedido do irmão, pintou um balcão para seu bar (Casa da Sogra) e se apaixonou pelo resultado. 

Boneca com estilo para banheiro

E a família, pelo jeito, também adorou. Por isso, Sandra já está com outra encomenda em andamento, que é uma mesinha de cabeceira em que tons delicados de azul delineiam as folhagens sobre fundo branco.

Segundo a artesã, embora muitas peças sejam trabalhosas, “ver a reação das pessoas diante do trabalho pronto é maravilhoso. Não tem preço que pague essa sensação”. O desafio, agora, é refinar seu estilo para que a marca de sua arte possa ser reconhecida. No caso da pintura orgânica, em móveis, os traços são à mão livre e demandam muito cuidado. 

Quadro restaurado

A recompensa vem em forma de peças únicas que carregam a energia e a dedicação de quem passou horas e horas transformando algo que trará cor e alegria para a vida das pessoas. Para saber mais sobre o trabalho da artesã, acesse: https://www.instagram.com/ateliesandraguedes/

*Reportagem publicada na edição de 17.10.2021 do Jornal da Manhã


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domingo, 10 de outubro de 2021

CAMPANHA DOS BOMBEIROS RETIRA UMA TONELADA DE PLÁSTICO DA NATUREZA

Por Célia Ribeiro

Uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), no ano passado, apontou o Corpo de Bombeiros como a instituição de maior confiança no País Não à toa, esses corajosos homens e mulheres que se dedicam a salvar vidas, são lembrados com deferência: além de cumprirem sua missão, ainda vazem a diferença ao apoiatem ações sociais e ambientais.

Tampinhas embaladas em fardos

Em Marília, o 10º Grupamento é um exemplo de como os bombeiros são importantes na sociedade. Estão sempre envolvidos em campanhas de utilidade pública, colocando sua estrutura a serviço da comunidade, como na recente ação de coleta de tampinhas plásticas que se transformaram em cadeiras de rodas. 

Em entrevista à coluna, o Tenente Luciano Rondon de Souza, afirmou que “a parte dos bombeiros vai muito além da gente estar salvando a vida das pessoas, nos acidentes e combatendo incêndio. É muito mais do que isso. A gente tem uma preocupação muito grande com a parte social e com a parte do meio-ambiente”. 

Voluntários da ONG “Sementes do Bem”

Ele contou que ao tomar conhecimento de uma campanha do Rotary Clube Marília Coroados de recolhimento de tampinhas de plástico, os bombeiros abraçaram a causa: “É uma ideia genial porque faz um trabalho social e envolve as pessoas, o que é muito importante nesta época de distanciamento e de isolamento social”, observou.

 Graças ao empenho dos “homens do fogo” e grande adesão da comunidade, em poucos meses foram arrecadados mil quilos de tampinhas plásticas que foram vendidas a um reciclador e a renda revertida para aquisição de 08 cadeiras de rodas doadas à APAE de Marília. 

Tenente Luciano Rondon de Souza
e Tenente Vera Lúcia Oliveira

Diante do resultado animador, os bombeiros resolveram ampliar a iniciativa em parceria com a ONG Sementes do Bem: “São pessoas da cidade de Pompeia que não têm envolvimento nenhum com política. São pessoas da sociedade que sempre estão fazendo algo diferente. Conheci duas pessoas que estão à frente, a Ana Maria e a Anelisia, e percebi que elas fazem a diferença na comunidade. Conversando, falamos em implantar a campanha em Pompeia, neste grupo organizado”.

Entrega de cadeira de rodas em Pompeia

 A cidade vizinha, que também é atendida pelo 10º Grupamento do Corpo de Bombeiros, respondeu à altura da expectativa. Em seis meses, a arrecadação também chegou a uma tonelada e, desta vez, foram adquiridas 09 cadeiras de rodas que beneficiaram várias entidades locais como asilo, Apae, ONG de atendimento a crianças e Santa Casa de Misericórdia.

 

Queimadas têm devastado a mata nativa (Foto Edio Jr/JM)

CONSCIENTIZAÇÃO

 O tenente Rondon destacou que campanhas como essa deveriam inspirar outras comunidades porque são fáceis de promover e não têm custo: “Precisamos, apenas, fazer a conscientização das pessoas sobre os benefícios de retirar essa enorme quantidade de plástico da natureza”, assinalou.

 Ele acrescentou que teve início outra etapa da campanha em Marília e os três quarteis (Avenida Nelson Spielmann, 1219; Avenida república, 4503 e Rua Capitão Alberto Mendes Jr, 118 A – ao lado da Polícia Militar), além do Procon, são pontos de coleta de tampinhas plásticas: de refrigerante, de amaciante, de achocolatado, margarina etc. 

Bombeiros desenvolvem ações educativas o ano todo

Conforme disse, “é gratificante ver o resultado dessas campanhas. É uma sensação que supera o nosso trabalho do dia a dia. Na verdade, é um compromisso que todo cidadão deveria ter. O Corpo de Bombeiros tem essa tendência de ajudar as pessoas. Isso faz parte de cada bombeiro. Já tem esse vínculo de ajudar o próximo e tem a parte que envolve o meio ambiente e a ação social”.

 Em uma época de tantas queimadas e destruição da natureza, o trabalho de formiguinha dos bombeiros e voluntários com a adesão da comunidade traz alívio ao meio-ambiente tão maltratado.

 DIA DAS CRIANÇAS

 Paralelamente à campanha das tampinhas de plástico, os bombeiros estão arrecadando doces, até amanhã, dia 11 de outubro, para doação às crianças na terça-feira. Serão beneficiados os distritos de Lácio, Dirceu, Amadeu Amaral e bairro Julieta em que uma igreja ao lado do conjunto habitacional CDHU fará entrega às crianças do bairro.

 Quem quiser contribuir com doces para esta campanha, ou levar doações de tampinhas de plástico, os endereços dos quarteis são:  Avenida Nelson Spielmann, 1219; Avenida república, 4503 e Rua Capitão Alberto Mendes Jr, 118 A – ao lado da Polícia Militar.

*Reportagem publicada na edição de 10/10/2021 do Jornal da Manhã

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domingo, 3 de outubro de 2021

ATENDENDO PESSOAS COM DEFICIENCIA, AADEF OFERECERÁ TAMBÉM TERAPIA EM GRUPO.

Por Célia Ribeiro

Fundada há 24 anos, nunca a atuação da AADEF (Associação de Apoio à Pessoa com Deficiência) foi tão importante como agora. Se a crise econômica impactou toda a sociedade, por causa do aumento do desemprego, nas famílias em que há pessoas com deficiência esse problema vem se somar ao preconceito e à falta de oportunidades.

Curso de Libras, antes da pandemia

Dando de ombros às dificuldades, a entidade se destaca por apoiar a pessoa com deficiência e seus familiares, através da atuação em várias frentes como os cursos de capacitação, encaminhamento ao mercado de trabalho, orientação para obtenção da carteirinha de gratuidade para o transporte coletivo e cartão de estacionamento, entre outros. A novidade é que o setor de Psicologia passará a oferecer terapia em grupo.

Diretores Vera e Angelo, psicóloga Daniele
e estagiária Lara Mateus

Em entrevista ao JM, nesta semana, o presidente Angelo Roberto Zanoto e a vice-presidente Vera Lúcia Tieko Funai Kato, falaram sobre os desafios de manter a instituição em funcionamento na pandemia. Os eventos de geração de renda com público foram cancelados e algumas ações desenvolvidas, como o drive-thru de almoço solidário patrocinado pelo Supermercado Confiança, embora muito úteis, não foram capazes de suprir todas as necessidades.

“A entidade não possui associados e sim atendidos. Temos mais de 1.300 cadastros de atendidos que anualmente passam pela entidade em busca dos diversos serviços prestados. Ainda temos muito a fazer para levarmos uma condição de vida digna a essas pessoas”, frisaram os diretores que contam com a solidariedade de alguns doadores que contribuem com a ONG, além da subvenção da Prefeitura de Marília, da ordem de 5 mil reais mensais.

Os diretores destacaram que a AADEF está bem estruturada disponibilizando “cursos de Libras para iniciantes, Libras para interpretes, Libras Kids, curso de espanhol, atendimento e acompanhamento psicológico tanto para a pessoa com deficiência quanto aos familiares, orientação social e jurídica, curso de capacitação profissional”, entre outros. Também orienta as pessoas a elaborarem currículos, se portarem em entrevista de emprego e fazerem a escolha da profissão.

Para as crianças, a AADEF está preparando uma biblioteca inclusiva, uma sala de leitura e brinquedoteca. Assim, enquanto os pais são assistidos, as crianças terão um espaço para atividades educativas e de lazer. Recentemente, a entidade passou a contar com uma terapeuta holística (Reiki) e está em fase de implantação a terapia em grupo com a psicóloga Daniele Dias Lourenço.

Barraca no Japan Fest para gerar renda

Ela explicou que através de uma parceria com a FAIP/FAEF, estagiários do curso de psicologia, que já atuam na instituição, participarão deste projeto que se encontra na fase inicial. De acordo com a psicóloga, há uma grande demanda por atendimento psicológico e a terapia em grupo poderá auxiliar muitas pessoas, não somente portadores de deficiência, como seus familiares.

ATUAÇÃO

Com a decretação da quarentena no início de 2020, os cursos de capacitação foram paralisados. No entanto, no segundo semestre de 2021 foram retomados os cursos de Libras, Espanhol e de capacitação para o mercado de trabalho. Quanto ao encaminhamento às empresas, os diretores afirmaram que o desafio é permanente.

Voluntário em evento beneficente

“Gradualmente, as pessoas e empresas vão se conscientizando de que as pessoas com deficiência são capazes. Às vezes, é necessária alguma adaptação. Mas, elas têm condições de desenvolver a atividade. Ainda há dificuldade para encontrar vagas e normalmente as vagas disponíveis são por força de Lei”, observou o presidente. A ONG conta com um cadastro de currículos disponíveis e regularmente são encaminhados às empresas parceiras.                                                                             

CADASTRO

De portas abertas, a AADEF realiza cadastro das pessoas com deficiência na sua sede (Rua Amazonas, 527). A psicóloga Daniele Dias Lourenço faz a triagem dos atendidos quando é preenchida uma ficha cadastral “onde se verifica as necessidades como orientação social, orientação jurídica, necessidade de acompanhamento psicológico, busca de oportunidade no mercado de trabalho etc”, explicaram os diretores.

Psicóloga Daniele

A direção da entidade acrescentou que, mesmo na fase mais crítica da quarentena, buscou-se alternativas para manter o suporte a quem mais precisa: “Os cursos Libras continuaram sendo ministrados por videoaulas e os acompanhamentos psicológicos também por vídeo na maioria dos casos”. O atendimento presencial na secretaria diminuiu muito e, a partir de julho deste ano, começou a ser retomado com a adoção de todos os cuidados como uso de máscara, álcool gel e distanciamento.

Os diretores explicaram que são realizados alguns atendimentos sociais, em menor número, com entrega de cestas básicas e roupas. E que a AADEF mantém convênio com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos contando com uma subvenção de R$ 5.150,00 por mês da Prefeitura utilizada na manutenção das atividades.

Quanto à ajuda da comunidade, os diretores esperam poder retomar os eventos de geração de renda e contar com doações de pessoas físicas e jurídicas que podem contribuir com qualquer valor. Basta enviar um PIX para a chave: 02.306.852/0001-37. Para ajudar, também os voluntários são bem-vindos para que possam doar um pouco do seu tempo em prol da entidade.

DIRETORIA

Oswaldo Gonçales, diretor voluntário

A diretoria da AADEF é formada por: Angelo Roberto Zanotto (Presidente); Vera LuciaTieko Funai Kato (Vice-Presidente); Dorival Mouro Galina, que é um dos fundadores, (Secretário e Tesoureiro); Oswaldo Gonçales Junior (Administrativo e Tesoureiro), Lúcia Helena Granero Presumido (Diretora de Eventos); Patrícia Aparecida Leatti F. Fernandes (diretora Departamento Jurídico), Rogério Borges de Souza (Relações institucionais), Márcia Moreno (Diretora de Voluntários), Ademir de Souza (Patrimônio), e como membros do Conselho Fiscal, Lidiane Guimarães Ortega, Nelson dos Santos Carvalho Junior e Maria Aparecida Valente Pretti.

Para outras informações, o e-mail da entidade é: aadefmariliadiretoria@gmail.com. A entidade localiza-se à Rua Amazonas, 527, em Marília, com telefone (14) 3301-5883 e WhatsApp (14) 997145594.

Leia reportagem de 2013 deste blog sobre a AADEF acessando AQUI

* Reportagem publicada na edição de 03/010/2021 do Jornal da Manhã

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