Por Célia Ribeiro
Abraço
simbólico expressa o amor à natureza
No último domingo, a reportagem esteve na escola para acompanhar o plantio de mudas de espécies frutíferas ao lado da quadra esportiva. Na oportunidade, o professor de Geografia e ambientalista Gustavo Perez Pereira Andrade e o professor articulador da “Escola da Família” José Ítalo de Oliveira Bonini, ajudaram a médica, integrante do Coletivo Agroflorestal “Amor e Liberdade” e voluntária da “Escola da Família”, Franciane Pelegrino Rodrigues e suas filhas Livia e Alice na atividade.
Professor
Gustavo e a médica Franciane durante plantio
Incrustada em uma grande área no
coração do Parque São Jorge, Zona Sul da cidade, a escola atende alunos do 5º
ano ao ensino médio. Com muito espaço, a instituição precisa de recursos para
manutenções, como troca de vedação de vidros, maçanetas das portas etc. No
entanto, os professores e funcionários não se deixam abater pelas limitações e
realizam atividades que aproximam a escola da comunidade.
ESCOLA DA FAMÍLIA
O professor Ítalo explicou que a “Escola da Família”, que tem como supervisor o professor Francisco de Paula Paes, funciona todos os sábados e domingos com a participação de estudantes universitários de diferentes cursos. Os portões são abertos para a comunidade que pode praticar esportes que não tenham contato direto, por conta da pandemia, como tênis de mesa, arremesso na cesta de basquete, além de dama, dominó, xadrez, entre outros.
Professor
Ítalo (à direita) na entrega de cesta básica com alunos
Na fase mais crítica da pandemia,
a escola permaneceu fechada, como todos os estabelecimentos na quarentena. No
entanto, algumas ações sociais de suporte a famílias cadastradas continuaram. O
professor Ítalo disse que, com a ajuda de amigos arrecada alimentos, além de
materiais de limpeza e itens de higiene pessoal, montando cestas que são
entregues aos mais necessitados.
Saguis
habitam a árvore frondosa da escola
Na hora da entrega, o professor sempre leva um grupo de alunos para que vejam a realidade daquelas pessoas. Mas, o auxílio não é apenas de cestas básicas completas. Conforme disse, um senhor muito carente precisava de ajuda para erguer o muro da casa simples na periferia. Um universitário do projeto doou as placas de concreto e agora haverá um mutirão para a execução da obra.
Momento
de descontração na “Escola da Família”
O professor também está frente da arrecadação de roupas usadas que são doadas a duas instituições religiosas, uma católica e outra espírita: a Igreja Santa Izabel e o Centro Espírito Luz, Fé e Caridade. O objetivo é estimular a solidariedade para socorrer quem mais precisa, sobretudo neste período de pandemia com o desemprego em alta.
Por sua vez, os universitários
costumam dar depoimentos para os alunos da escola procurando motivá-los a
estudar focando em seus objetivos. O professor Ítalo citou exemplos de alunos que
só frequentaram escolas públicas e que ingressaram em universidades renomadas
como UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e Unesp. Teve o caso de uma
jovem formada em Direito, no Univem, que passou direto no difícil exame da OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil).
Prof.
Ítalo auxilia a médica e sua filha no plantio
Ao contar seus exemplos de vida,
como se dedicaram e persistiram para alcançarem o sonho de ingressarem em uma
universidade pública de qualidade, os universitários do projeto “Escola da
Família” dão uma injeção de motivação nos pequenos que logo terão que decidir
qual caminho trilhar.
O impacto da degradação ambiental
está acabando com os biomas, alertou o professor Gustavo explicando a invasão
dos mamíferos e aves à zona urbana: “Ararinha, maritaca e anu, andorinha,
tesourinha, pica-pau e bem-te-vi estão aparecendo na avenida onde plantamos
árvores”, assinalou.
Por outro lado, o professor
Gustavo observou que “a questão do meio-ambiente não é só a questão da
natureza, de plantar árvore porque eles vão lá e arrancam. Tem quem deprede o
bem público. Isso é uma questão social, como a falta d’água que não é só
problema ambiental porque se faltar água não se faz nada”. Ele defendeu a
proteção das nascentes e disse que o Coletivo deve realizar plantios também
nestas áreas.
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