domingo, 28 de novembro de 2021

30 ANOS DA ASSOCIAÇÃO AMOR-EXIGENTE: EMOÇÃO MARCOU SOLENIDADE EM MARILIA

Por Célia Ribeiro

Uma mão estendida ao náufrago quando tudo parece perdido e a esperança está por um fio. Mais que tirá-lo da água, é importante cuidar para que consiga respirar sozinho e retomar sua vida. Em Marília, uma entidade também faz um trabalho de resgate: ao apoiar famílias que lutam contra a dependência química de seus filhos, os voluntários promovem uma auto e mútua ajuda em que cada um pode contribuir com o outro, tirando lições e se fortalecendo para enfrentarem seus desafios.

Evento concorrido marcou os 30 anos da AE – Marília

A Associação Mariliense de Amor Exigente (AMAE) promoveu uma solenidade na tarde desta quinta-feira (25) para marcar seus 30 anos de fundação. Em um clima de muita emoção, foram homenageados os familiares de fundadores e voluntários, além de terem sido empossados os novos membros do Conselho Municipal de Política sobre Álcool e Outras Drogas (Comad), presidido pela educadora Ana Maria Crepaldi Lopes Martins.

Além de autoridades, como o vice-prefeito Cícero Carlos da Silva, vereadores e secretários municipais, representantes da sociedade civil e voluntários, estiveram presentes a co-fundadora do Amor Exigente e presidente de honra da Federação de Amor Exigente, Mara Menezes e Luiz Fernando Cauduro, presidente da Federação Amor Exigente.

Ana Crepaldi, presidente do Comad

Em seus pronunciamentos, eles destacaram os preceitos de fundação do AE e a importância que esse trabalho tem no resgate das famílias em dificuldades, seja de relacionamento, seja pelo enfrentamento à dependência química.

Por sua vez, dona Vera Gelás, co-fundadora do AE de Marília, juntamente com a Dra. Lucila Costa e Maria de Lourdes Garcia Ruiz (já falecidas), fez uma retrospectiva do início da instituição que, a princípio, se reunia no salão paroquial da Igreja São Bento e hoje possui sede própria onde são realizadas as reuniões semanais, às 20 horas, todas as segundas-feiras.

Mário César Vieira Marques, presidente da AE

Emocionada, ela recordou como tudo começou, lembrando que a AE já realizou 1560 reuniões e que, mesmo na pandemia, não deixou de acolher e apoiar as famílias. Os encontros foram realizados online e, recentemente, puderam ser retomados presencialmente na sede localizada à Rua Maria Angelina Zillo Vanin, 75 (travessa da Rua Santa Helena).

COMAD

Vera Gelás, co-fundadadora

O secretário municipal de Direitos Humanos, delegado aposentado e ex-vereador Wilson Damasceno, falou da emoção de participar da solenidade de 30 anos da Associação Amor Exigente (AE) e poder dar posse aos novos conselheiros do Comad. Ele destacou o árduo trabalho que o grupo terá pela frente no sentido de prevenir a dependência química, sobretudo entre os jovens e apoiar seus familiares.

A educadora Ana Maria Crepaldi Lopes Martins, com uma longa trajetória de atuação em órgãos de prevenção e combate às drogas, falou como presidente do Comad sobre a importância da AE. Ela destacou que a reativação do Conselho, formado por representantes de diversos segmentos, poderá contribuir no auxílio “de muita gente que, infelizmente, se perde na dependência e precisa voltar ao convívio social, ao trabalho e aos seus familiares”.

Fernando Cauduro, presidente FEAE

O presidente da Federação de Amor Exigente, Fernando Cauduro, disse que a AE de Marília e o Comad têm importante papel na “busca de tratamento e prevenção para nossos jovens e crianças, fazendo algo em prol da sociedade e de nossas famílias”. Ele frisou que “existe uma verdadeira epidemia de drogas em todo o País” e que cada vez mais cedo jovens e até crianças têm acesso a elas.

 Fernando Cauduro afirmou que “a sociedade precisa estar preparada” oferecendo tratamento aos dependentes e prevenção para evitar o mal maior. Fazendo um paralelo com as medidas de prevenção adotadas contra o Covid, ele disse que “o Comad é como uma máscara que vai nos proteger”.

Mara Menezes, co-fundadora do AE
e  presidente de honra da FEAE

 Por fim, ele defendeu a importância de se promover cursos e capacitações para que mais pessoas estejam preparadas para o enfrentamento a um dos problemas mais sérios do país que é a dependência química.

O presidente da Associação Amor Exigente de Marília, Mário César Vieira Marques, agradeceu a presença de todos e lembrou as vitórias registradas em 30 anos de atividades ininterruptas em que os voluntários têm sido essenciais para a continuidade da missão que nasceu do sonho dos co-fundadores em 1.991.

Fernando Cauduro foi um dos homenageados
pela Câmara Municipal. Na foto, Vice-prefeito, 
e vereadores Marcos Rezende, Vania Ramos e Luiz Eduardo Nardi

OUTRAS INFORMAÇÕES

No site da associação (http://www.amorexigentemarilia.org.br/) há várias informações incluindo a história de sua fundação: “Há 30 anos o Amor Exigente – AE em Marília atua como apoio e orientação aos familiares de dependentes químicos e/ou pessoas com comportamentos inadequados. O Programa eficaz estendeu-se também ao trabalho com prevenção, passando a atuar como um movimento de proteção social já que o Amor – Exigente desestimula a experimentação, o uso ou abuso de tabaco, do álcool e de outras drogas”.

A instituição está localizada à Rua Maria Angelina Zillo Vanin, 75 (travessa da Rua Santa helena perto do bosque). As reuniões acontecem todas as segundas-feiras, às 20 horas.

*Reportagem publicada na edição de 28/11/2021 do Jornal da Manhã

 Leia mais sobre a entidade em reportagens anteriores AQUI  e AQUI

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domingo, 21 de novembro de 2021

ARTE DO BEM: GRUPO PRODUZ ARTESANATO COM RENDA EM PROL DE ENTIDADES BENEFICENTES

Por Célia Ribeiro

Quando a água borbulha no solo e percorre o caminho da nascente até o riacho, chega um momento em que o volume é tanto que ela transborda. Do riacho para o rio e deste para o mar, observa-se um percurso natural em que a água apenas segue o seu fluxo. Assim como na natureza, quando o amor é demais ele transborda e se manifesta de muitas maneiras sendo a solidariedade a sua face mais bonita. 

200 naninhas para doar no Natal

O fenômeno que transforma o talento das artes manuais em trabalhos para geração de renda revertida às causas sociais tem belos exemplos em Marília. Um deles é o pouco conhecido grupo “Arte do Bem” formado por voluntárias aposentadas que se reúnem, às quartas-feiras, na sede da “Associação Mariliense de Amor Exigente”, referência como uma das instituições mais sérias no apoio às famílias de dependentes químicos, há 30 anos. 

Tudo começou em 2018, contou a designer Daphinis Santander, então presidente do Lions Clube de Marília Nova Geração, que recebeu em doação seis máquinas de costura. A ideia era reunir um grupo de voluntárias para produzir itens necessários às instituições filantrópicas da cidade, contando inicialmente com as fundadoras Glória Komatsu, Marli Costa Garrossino, Marines Colucci e a própria Daphinis.

Mas, faltavam espaço e infraestrutura. Assim, ao conhecer a ONG “Amor Exigente” a sementinha do grupo “Arte do Bem” encontrou terreno fértil para germinar. A entidade cedeu uma sala espaçosa em sua sede, localizada na Zona Leste, e ainda colabora com pequenas manutenções e reformas, quando necessário.

Artesãs se reunem às quartas-feiras

Daphinis contou que o primeiro desafio era confeccionar jogos de lençóis para o Hospital Materno Infantil. Mas, ao iniciar a empreitada, observou que ficaria mais caro produzir do que comprar pronto. A saída foi procurar uma forma de gerar renda com as máquinas de costura e, assim, as mãos habilidosas das voluntárias passaram a produzir artesanato para venda com renda totalmente revertida para as entidades que pretendiam apoiar.

DEDICAÇÃO

Além do trabalho coletivo nas tardes de quarta-feira na sede da AMAE, as voluntárias costumam levar as peças para finalizarem em suas casas. De bom gosto e com acabamento impecável, as peças são vendidas rapidamente, seja em eventos, seja por encomendas via redes sociais.

Peça evidencia o acabamento cuidadoso

Com tanta dedicação das talentosas artesãs, o resultado não tardou a aparecer: em 2019 o grupo conseguiu adquirir 300 jogos de lençóis que, finalmente, foram doados ao Hospital Materno Infantil. Na sequência, elas trabalharam duro para obterem recursos que custearam nada menos que três mil fraldas geriátricas doadas à Casa do Caminho, entidade voltada aos idosos em Marília.

Toalha de lavado 

Na oportunidade, o grupo também ofereceu um café da tarde aos abrigados sendo uma experiência que guardarão para sempre: “Nós levamos a doação das fraldas. Mas, naquela tarde, nós recebemos muito mais deles. Foi muito gratificante”, recordou a professora Marta Rodrigues de Almeida Grespan.

Na sala do grupo tem arte por todos os lados

Por sua vez, a professora aposentada Marli Costa Garrossino destacou que, embora a ONG “Amor Exigente” tenha acolhido o grupo, ela não é beneficiada com a venda do artesanato que é totalmente revertida a outras instituições filantrópicas da cidade. 

Capa para máquina de costura

Acompanhando o trabalho do grupo, nesta semana, a coluna ouviu as voluntárias Daphinis Santander (designer), Marli Costa Garrossino, Marta Rodrigues de Almeida Grespan e Márcia Helena Pimenta Onofre Palotta (professoras), Claudiane Costa, Lila Costa e Ivone Meneguim Coelho (comerciantes) e a dona de casa Valdecir Guerreiro Dalóia. Todas destacaram a alegria em participarem do grupo e verem o resultado de seus trabalhos transformado em ajuda a quem mais precisa.

Mário Cesar, presidente do "Amor Exigente"

Passando para cumprimentar as voluntárias, o presidente da ONG “Amor Exigente”, Mário César Vieira Marques destacou a importância do trabalho social do grupo: “Isso aqui é energia convergente. São pessoas que vêm aqui doar o mais importante, que é o seu tempo, com amor, boa vontade, carinho e dedicação”, declarou.

Muita concentração no trabalho

RETOMADA

Em 2020, o grupo estava cheio de planos. Mas, com a pandemia não foi possível manter os trabalhos coletivos que foram substituídos por trabalhos individuais na residência de cada uma. Mesmo assim, elas conseguiram doar 500 reais para os medicamentos das Irmãs Clarissas que enfrentaram um surto de Covid no mosteiro em que estão enclausuradas. 

Alguns  trabalhos são finalizados em casa

E como o Natal se aproxima, elas fizeram uma força tarefa e conseguiram confeccionar 200 naninhas para doar às crianças neste fim de ano. 

Da fase crítica da quarentena à retomada gradual das atividades, em julho de 2021, as voluntárias disseram que ficaram muitas lições. Márcia Palotta lembrou que elas adquiriam insumos para os trabalhos na Casa Ono com pedidos via WhatsApp e entrega em domicilio, comemorando que agora podem ir ao comércio comprar os itens que desejarem.  Já Daphinis observou que a pandemia trouxe aprendizado.

E por falar em retomada da normalidade, quem aprecia peças artesanais de qualidade vai ter a oportunidade de conhecer e adquirir os trabalhos do grupo “Arte do Bem”: nos dias 04 e 05 de dezembro, eles estarão à venda em um bazar no Yara Clube de Marília (Avenida Vicente Ferreira, nº 1096). Para saber mais, acesse o perfil do grupo no Instagram: @artedobem.marilia

Leia sobre a ONG Amor Exigente em reportagens anteriores AQUI e AQUI

Reportagem publicada na edição de 21/11/2021 do Jornal da Manhã



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domingo, 14 de novembro de 2021

DESCENDENTES DE ALEMÃES APROVEITAM A QUARENTENA PARA O CULTIVO DE ORGÂNICOS

Por Célia Ribeiro

A “Teoria da Geração Espontânea”, sintetizada por Aristóteles e que prevaleceu por dois milênios, baseava-se na crença de que algumas formas de vida são geradas espontaneamente de matéria inanimada. Obviamente, isso caiu por terra com a evolução da ciência. No entanto, ao entrar em uma residência na Rua Jericó, em Marília, a quantidade de flores e plantas que brotam em qualquer recipiente que esteja à vista remete à ideia de que a vida nasce sozinha naquele lugar. 

As flores dão as boas-vindas aos visitantes

Mas, não tem mistério. Por trás de uma espécie de “Jardim do Éden” está a dedicação do casal descendente de alemães Ada e Ebraim Malaquias Junior. Ambos aposentados, a professora e o representante comercial, especialista em Marketing, transformam qualquer recipiente em terreno fértil para ervas aromáticas, verduras, legumes e flores. 

Ada e Ebraim: paixão pelo verde

Em 2013, esta coluna publicou uma matéria, que ainda pode ser lida no blog, contando um pouco da história desta família apaixonada por flores, plantas e pela natureza. Nesta semana, a reportagem foi saber como eles atravessaram a pandemia tendo que ficar reclusos por conta do isolamento social.

 

Flores alegram o vaso de cebolinha

Da mesma maneira que se consideram caseiros e adoram cuidar da horta em vasos e dos jardins, Ada e Ebrahim são apaixonados por viagens: tanto no Brasil como no exterior, a primeira coisa que procuram ver são as flores. Ada contou que, certa vez, se encantou com as peônias na Rússia, consideradas as rainhas das flores, e conseguiu importar uma raiz. Mas, a planta não se adaptou ao clima brasileiro e não brotou, para frustração do casal.

Em compensação, o vaso com “Onze Horas” vai muito bem, obrigada! Ada disse que trouxeram sementes de uma viagem à Europa e adotaram todos os cuidados. A retribuição a tanta atenção veio na forma de lindas flores. 

Tomatinhos fazem a alegria de amigos e familiares

RECLUSÃO

“Quando começou a pandemia, como eu tinha obesidade, ainda tenho diabetes, asma e pressão alta, os filhos nos proibiram de sair de casa”, explicou Ebraim, visivelmente mais magro. Ada contou que o programa favorito era ir ao supermercado e quitandas já que não são adeptos da vida noturna e das aídas a bares e restaurantes. 

Ebraim com a neta Lorena no preparo de vasos

Por isso, não poder ir às compras e depender da filha caçula, Paulinha, para abastecer a casa foi uma fase difícil. Para complicar, Ebraim disse que não gosta muito de ver televisão, à exceção de documentários e, dessa forma, o tempo livre triplicou de tamanho durante a quarentena. 

Todos os espaços são ocupados por flores

A salvação foi o cultivo de flores e plantas, o artesanato com madeira reaproveitada (pallets) e a observação de aves: “Você sabia que Marília tem 228 espécies de aves?” perguntou Ibraim, que preparou comedouros para deixar frutas disponíveis aos pássaros e aves que visitam a casa, diariamente.

Entrada da residência

Conforme disse, a família desperta com o barulho das aves que chegam cedinho, às 5 horas da madrugada. Elas se fartam de mamão, banana, laranja e sementes de girassol deixados em vários comedouros espalhados pelo vasto terreno da residência de dois andares.

Cores em profusão no vaso do quintal

 E com todo o tempo do mundo, o casal também deu um incremento à horta em vasos cultivando desde alface, almeirão, rúcula, até pepino e tomatinho cereja que fazem a alegria da vizinhança e dos amigos que sempre são presenteados com a produção orgânica do casal.

Orquídeas no berçário

 Ada contou que o vaso de cebolinha, por exemplo, está sempre cheio por mais que retirem as ervas para o preparo das refeições. E quanto é época de colheita de tomate, é uma alegria só: “Digo aos amigos que vêm buscar tomate que tragam seus netos para que as crianças colham. Elas adoram”.

Tomatinhos que as crianças adoram

Com a vacinação em massa avançando e a vida voltando ao (quase normal), Ebraim e Ada mantém os mesmos cuidados sanitários por precaução. Mas, já conseguem fazer o que tanto gostam, como viajar para ver familiares levando na bagagem o carinho em forma de vegetais cultivados em casa. Não há presente mais saboroso.

Leia a reportagem de 2013 do casal AQUI

*Reportagem para a edição de 14.11.20211 do Jornal da Manhã

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domingo, 7 de novembro de 2021

MARILIA VERDEJANTE: A HERANÇA DE UMA CIDADE ARBORIZADA PARA AS FUTURAS GERAÇÕES.

Por Célia Ribeiro

Imagine-se caminhar 1.720 quilômetros em um único dia, carregando 100 vezes o seu peso. Essa é uma característica das formigas que percorrem um quilômetro por dia e são conhecidas pelo seu trabalho silencioso, porém eficiente. Em Marília, um grupo está fazendo algo parecido, avançando milhares de quilômetros num setor antes esquecido: organizados, seus integrantes conseguiram mobilizar a comunidade, sacudir o poder público e colocar sementes melhoradas em um solo antes árido e triste.

(Esq) Cassiano, Leandro e Fernando

Como resultado desse movimento, que está ganhando força e visibilidade, foi criado o “Bosque dos Ipês Amarelos”, no Jardim Aquarius e, no último dia 30, nasceu o “Bosque das Flores” na Vila Altaneira. Mas, o céu é o limite quando se fala na disposição desses ambientalistas: no próximo dia 11 de novembro, será dado o pontapé inicial do plantio de um corredor de espécies frutíferas na estrada que liga Marília a Vera Cruz com o objetivo de incentivar o ecociclismo. 

Várias espécies foram plantadas dia 30/10/21

Além disso, a zona sul ganhará mais um bosque de ipês no Jardim Domingos de Léo, a Via Expressa Sampaio Vidal-Nova Marília será inundada pelos ipês coloridos, e a zona norte terá seu “Bosque dos Pássaros” com espécies frutíferas. Isso sem falar nos planos de apoiar hortas urbanas e contribuir com a revitalização de mais de 500 áreas públicas abandonadas.

Para registrar essa ebulição toda, a coluna entrevistou por videochamada o jornalista da TV Record e idealizador do “Bosque das Flores”, Fernando Garcia, o chefe do Meio-Ambiente e principal nome da área no setor público, Cassiano Rodrigues Leite e o interlocutor do Programa Município Verde Azul, Leandro Silva.

Cuidado na hora de depositar a muda

Eles fazem parte de um grupo que se comunica via aplicativo WhatsApp e tem o sugestivo nome de “Marília Sustentável”, o mesmo desta coluna e blog que completou 11 anos em 2021. São 50 pessoas de várias áreas que têm em comum o desejo de contribuírem para transformar Marília numa cidade como Maringá e Londrina, referências na arborização urbana.

Funcionários públicos da Prefeitura e do DAEM, representantes de ONGs, clubes de serviço, Polícia Militar Ambiental, Corpo de Bombeiros, coordenadores dos projetos Plantas e Peixes, Doce Futuro, Agrofloresta e Eco Estação (coleta seletiva), jornalistas, entre outros, estão em contato permanente compartilhando informações e promovendo mobilizações para as ações concretas, geralmente realizadas em mutirão nos finais de semana.

Várias pessoas participaram da ação ambiental

BOSQUE DAS FLORES

A ideia do “Bosque das Flores” tem um pai conhecido. O jornalista Fernando Garcia é um amante da natureza. Já foi entrevistado nesta coluna, há um ano,  quando falou sobre os conceitos de sustentabilidade que aplica em sua casa, no bairro Altaneira. Em contato com Cassiano Rodrigues ele contou sobre a grande área pública abandonada há 30 anos no seu bairro e manifestou a vontade de ver o local transformado em um bosque para a comunidade.

A parte mais difícil foi conseguir as mudas, explicaram Fernando e Cassiano. Para o trabalho braçal, felizmente, eles encontraram apoio. Na parte da limpeza e preparação do terreno, contaram com a ajuda da Prefeitura que forneceu maquinário e mão de obra.

As crianças também aderiram ao plantio

Perfeccionista e curioso, o jornalista foi estudar sobre o assunto, se debruçando em manuais da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) nas horas livres. E confirmando o ditado segundo o qual “quando a intenção é nobre o universo conspira a favor”, chegou ajuda de primeira linha com o engenheiro florestal Cauê Santos e a engenheira agrônoma Larissa Miyanuti.

Fernando Garcia explicou que ele foi guardando as mudas que conseguia, junto com Cassiano, na sua residência do bairro Altaneira. Ele aproveitou para fazer o trabalho de rustificação, que é a aclimatação das mudas acostumadas à sombra antes de serem colocadas diretamente no sol. Este período é importante e responsável pelo bom desenvolvimento das plantas.

Maquinário da Prefeitura 

Com todo o planejamento possível, foi então marcada a data do plantio após terem preparado o solo com irrigação das covas e colocação de hidro gel, uma substância que ao receber água se expande garantindo a umidade do solo por mais tempo. E por falar em solo, ele foi corrigido e adubado para receber as espécies: 27 mudas de ipê roxo, 15 de ipê amarelo do serrado, 05 de ipê amarelo da Mata Atlântica, 12 de ipê branco, 03 mudas de jacarandá e de madeiras em extinção, como 03 mudas de cedro rosa, 03 de pau-brasil e 03 de mogno brasiliense. No entorno, foram plantadas 15 mudas de hibiscos.

MINHA CIDADE É VERDE

Segundo Cassiano Rodrigues, está sendo desenvolvido em Marília o projeto “Minha cidade é verde” com várias frentes de atuação: “Estamos nesta frente de trabalho, através da gestão participativa, trazendo a população para nos ajudar a melhor o meio-ambiente, que é de todos”, frisou. 

Conforme disse, foram organizados grupos temáticos, com o apoio do poder público, como Doce Futuro, Agrofloresta, Plantas e Peixes e Eco Estação: “Colocamos a primeira engrenagem da coleta seletiva para girar; colocamos a engrenagem do projeto nascentes para desenvolver também e chegou a hora da arborização urbana, com o período de chuvas”.

Cassiano destacou o trabalho de equipe e fez questão de elogiar o engajamento do jornalista Fernando Garcia: “Ele se tornou um grande parceiro, foi atrás de mudas, fez trabalho braçal, espantou vacas na área e muito mais”, assinalou. O chefe do Meio Ambiente também ressaltou o empenho de Leandro Silva que está lado a lado no acompanhamento dos projetos.

No entanto, frisou que a participação da população é essencial para o sucesso da empreitada: “A Prefeitura entra com o maquinário, faz a limpeza, mas quando a gente vê a população ajudando, cuidando, é muito gratificante porque estamos fazendo nossa parte como cidadãos.”

FUTURAS GERAÇÕES

Leandro Silva disse que quanto maior o desafio, mais se sente motivado e que tem sido gratificante participar desta transformação na área ambiental da cidade. Por sua vez, Fernando Garcia lembrou que o que está sendo feito será aproveitado pelas gerações futuras que poderão usufruir de muitas áreas verdes e de espaços que estão sendo revitalizados neste trabalho de formiguinha.

“As pessoas estão muito envolvidas. Notei que aumentou a autoestima das pessoas no meu bairro e que estão querendo ajudar”, observou o jornalista explicando que o DAEM instalou uma torneira para a irrigação das mudas e que todo trabalho voluntário é bem-vindo.

Cassiano Rodrigues ressalvou, entretanto, que as pessoas que quiserem revitalizar áreas públicas ociosas em seus bairros devem procurar a Prefeitura para obterem as informações e orientações necessárias. Ele citou casos de plantios de árvores de grande porte sob fios da rede elétrica e que terão que ser eliminadas, infelizmente.

“Podem querer não um bosque, mas uma horta urbana a exemplo do que ocorre em São Paulo. Há várias maneiras de aproveitar esses espaços públicos. Mas, tudo tem que ser feito com critério e, principalmente, com a participação da comunidade para garantir sua manutenção”, finalizou. 

Para maiores informações, ligue para: (14) 3408-6700

Leia reportagem sobre Fernando Garcia AQUI

*Reportagem publicada na edição de 07.11.2021 do Jornal da Manhã

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