domingo, 28 de março de 2021

COM CRESCIMENTO DO ABANDONO DE CÃES, ONG LUTA PARA MANTER RESGATE.

 Por Célia Ribeiro

 Desde o agravamento da crise econômica, praticamente todas as instituições sem fins lucrativos registraram aumento das demandas por atendimento enquanto os recursos minguavam, dia após dia. No entanto, um setor tem sido afetado duplamente: o de proteção animal. Afinal, além do crescimento do abandono de pets pelas ruas, as entidades ficaram impedidas de realizar eventos de geração de renda enquanto os custos com medicamentos, clínicas veterinárias, ração e aluguel do canil não param de subir.

 

Helena e os cães no recreio 

Conforme o JM publicou nesta página, domingo passado, o GARRA (Grupo de Apoio, Resgate e Reabilitação Animal) tem ajuda da voluntária Marta Lucia Prado Takahashi que coleta, separa e vende recicláveis com renda em prol da entidade. Esta é uma importante fonte de receita. Mas, ainda há muito a ser feito para apoiar uma ONG que sobrevive apenas com ajuda da comunidade.

 Segundo a presidente, Helena Barradas, professora de 34 anos, os voluntários são preciosos para a instituição manter-se de pé. São cerca de 10 pessoas, na faixa de 20 a 50 anos, a maioria mulheres, que se revezam nos trabalhos da ONG. Antes da pandemia, eles também contribuíam com eventos como pedágios, feiras de sobremesa, bingos, jantares etc, que hoje estão proibidos devido às regras da Fase Emergencial decretada pelo Governo de São Paulo.

 

Alto custo para manter o canil

Conforme disse, “nós temos recursos e voluntários limitados. Então, infelizmente, nosso trabalho acaba sendo limitado também. A falta de apoio do poder público também prejudica um pouco. Não recebemos apoio financeiro ou de ração do poder público. Hoje alugamos uma chácara e pagamos 1.400 reais de aluguel. Juntando com outras despesas fixas, ultrapassamos os dois mil reais, fora atendimentos, consultas, exames, troca de coleiras, vermífugos. O custo é bem alto e, talvez, essa seja nossa maior dificuldade”.

 

Voluntária doa seu tempo e atenção

AGRAVAMENTO

 A presidente do GARRA afirmou que as últimas estatísticas indicavam 5 mil cães abandonados em Marília, número que vem aumentando, diariamente, devido às dificuldades financeiras das famílias: “Aumentou tanto o número de adoções, inclusive de cães adultos, mas também o número de abandonos. Muitas pessoas perderam o emprego, tiveram que se mudar, morar com familiares e, infelizmente para muitas delas, os pets não são prioridade ou têm importância suficiente para serem incluídos nos novos rumos que a família toma”.

 

Geiza, voluntária 

Com mais trabalho, só um pequeno exército de voluntários para dar conta. E o trabalho é duro: “Todos os dias fazemos limpeza das baias, troca de água e ração, carinho nos cães que têm o período de ‘recreio’ enquanto limpamos as baias, medicação para os que tomam remédio controlado ou estejam fazendo algum tipo de tratamento. Parece pouca coisa, mas são 30 baias e uma casa, então, para cuidar de tudo isso precisamos investir muito tempo e energia. Quando temos mais voluntários num dia só, conseguimos fazer mais coisas, como dar banho nos cães, cortar grama, dentre outros tipos de atividade”.

 Localizado no Distrito de Padre Nóbrega, o canil representa uma das maiores despesas fixas (1.400 reais mensais). Mas, a entidade também tem que arcar com outros custos: “Os medicamentos de uso contínuo nós ganhamos, mensalmente, de padrinhos que se solidarizam com a causa. Quando resgatamos um animal, o processo é passar pela clínica, fazer os exames iniciais e depois ser encaminhado ao abrigo”, explicou Helena Barradas.

 

Frei Joaquim adotou o Pedrinho

Ela prosseguiu citando que a Divisão de Zoonoses libera quatro castrações mensais e as demais são pagas pela ONG. Também há despesas com vacinas: “No primeiro ano, são duas doses de V10 importada para adultos e três doses para filhotes. Depois, uma dose anual de V10 e antirrábica e vermifugamos todos a cada 04 meses”.

 A presidente do GARRA assinalou que “em geral, os cães que já estão conosco não apresentam machucados. Mas, muitos são idosos e, então, começam a apresentar tumores e outros tipos de enfermidades típicas da idade e de muitos anos passados nas ruas. Às vezes, recolhemos cadelas de crias ou já com ninhadas. Isso envolve um custo maior com medicamentos, exames e, muitas vezes, a situação é crítica, com verminose, desnutrição e outras doenças”.

E os gastos vão aumentando: “Também há custos com coleira repelente para evitar

transmissão de Leishmaniose. Essas coleiras são caras e devem ser trocadas, em geral, a cada 04 meses. Felizmente, conseguimos encoleirar todos de julho para cá, mas os primeiros já
precisaram ter a renovação de coleira. Ou seja, é praticamente um gasto fixo”.

 COMO AJUDAR

 Helena afirmou que “todo tipo de ajuda é bem-vinda. Pode ser com mão de obra, fazendo manutenção no abrigo, limpando, cortando grama, outros tipos de reparos; pode ser doando ração, dinheiro, remédios, roupas para brechó realizado por amigos parceiros da causa, recicláveis, óleo de cozinha; podem também dar banho nos cães, ir brincar com eles; divulgar o nosso trabalho e nossas campanhas também é muito importante”.

Casal adotante

A presidente assinalou que “nós estamos situados em Padre Nóbrega, mas evitamos passar o endereço abertamente devido a abandonos no portão. Então, sempre que alguém deseja visitar o abrigo, nós combinamos com a pessoa e passamos a localização. Todos são bem-vindos. Mas, infelizmente, é preciso ter esse tipo de cuidado porque há muita gente que se aproveita da informação para abandonar seus animais”.

 Helena explicou que o processo de adoção é simples e existem dezenas de cães de várias idades à espera de um lar: “Nós fazemos uma pequena entrevista, para conscientizar o possível adotante e saber qual cão seria mais indicado para ele. Precisamos saber se a casa tem espaço para o cão ficar. Se for filhote, haverá espaço para ele quando crescer?”

 

Toda ajuda é bem-vinda

Além disso, avaliam se há abrigo contra sol, chuva e frio, “se a família está consciente dos custos envolvidos em manter um animal de estimação e também pedimos foto e vídeo do local onde o animal ficará. Com as perguntas, o nosso objetivo é reduzir ao máximo a possibilidade de devolução”, assinalou.

A presidente da ONG explicou que quem tiver denúncias de maus tratos aos animais deve procurar a Polícia Militar Ambiental (14)35921200 “que verifica as denúncias e é acompanhada por um médico veterinário para checar se a situação procede”. Já para animais machucados, atropelados, que estejam na rua, deve-se acionar o telefone 193.


Para outras informações sobre a ONG e como ajudar essa causa, acesse:
https://www.garramarilia.org.br/

 *Reportagem publicada na edição de 28.03.2021 do Jornal da Manhã

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domingo, 21 de março de 2021

VOLUNTÁRIA COLETA, SEPARA E VENDE RECICLÁVEIS EM APOIO A ONG DE RESGATE E REABILITAÇÃO ANIMAL

 Por Célia Ribeiro

Dar a correta destinação aos resíduos sólidos, separando os materiais recicláveis antes do lixo urbano ser enviado ao aterro sanitário, já seria um feito e tanto. Afinal, em uma cidade como Marília, sem coleta seletiva em larga escala, toneladas de plásticos, metais, papeis, vidros etc deixam de ser reaproveitadas agravando um sério problema ambiental. 

Marta separa recicláveis em casa

Mas, há luz no fim do túnel: uma iniciativa da aposentada Marta Lucia Prado Takahashi, 54 anos, tem sensibilizado dezenas de famílias e algumas empresas que colaboram com o “Projeto Recicle”. Através dele, a voluntária, com a ajuda das filhas Taís e Luana, recolhe, separa e comercializa materiais recicláveis com renda em prol da ONG Garra (Grupo de Apoio, Resgate e Reabilitação Animal).

O trabalho é duro. No começo, contou Marta, ela separava os recicláveis de sua residência e recolhia de lixeiras nas ruas por onde passava. Com o tempo, muitas pessoas se engajaram e passaram a contribuir separando os materiais que a voluntária vai buscar, no seu próprio carro, e depois faz a separação na garagem de casa.

Materiais separados prontos para a venda

Enquanto a pandemia segue fazendo vítimas e levando dor às famílias, a falta de fonte de renda da ONG Garra, sem poder realizar eventos devido ao isolamento social, despertou na aposentada uma ideia criativa: recolher recicláveis, ajudando o meio-ambiente e vendê-los para financiar os gastos da entidade. 

“Na verdade, a pandemia impulsionou o início das atividades e não tínhamos expectativas de que se tornaria um projeto, ainda mais num curto espaço de tempo. A ONG sempre dependeu dos eventos que realizava para angariar fundos para as despesas, sobretudo com atendimento veterinário. Com a chegada da pandemia, os eventos foram suspensos e as doações não eram suficientes para pagar as despesas. Foi quando tive a ideia de vender material reciclável”, recordou.

Faltam voluntários
para ajudar na separação

A voluntária explicou que “o resultado, embora pequeno, foi crescendo a cada semana. Assim, o grupo de voluntários começou a apoiar a iniciativa e a divulgação, pelas redes sociais, através da ONG foi o impulso que precisávamos. No segundo mês já tínhamos nosso primeiro parceiro comercial (Amanda-Magazine Luiza), e hoje contamos com nove empresas e mais de dez famílias que separam o material”.

E a rede de solidariedade continua crescendo: “Em dezembro de 2020, fizemos nosso primeiro drive thru com o apoio do Colégio Cristo Rei onde arrecadamos mais de 2,5 toneladas entre material reciclável e itens de reuso, como roupas, calçados, livros, objetos escolares etc. Em fevereiro deste ano, fizemos nosso segundo drive thru com o apoio da Marmitaria Leve com Sabor, ultrapassando 4 toneladas de arrecadação”, assinalou.

RENDA

A voluntária disse que chega a conseguir 1.500 reais por mês, mas há muitas despesas com combustível para buscar os recicláveis, luvas, álcool em gel etc. No entanto, frisou que “embora ainda não consigamos quitar totalmente as despesas com veterinário, sinto que o projeto mobiliza as pessoas permitindo uma interação maior, dando também mais visibilidade à ONG. Muitos que nos procuram, ainda não conhecem o GARRA e recebemos muito apoio pela iniciativa, principalmente pelo fato de estarmos unindo uma causa a uma postura socioambiental”.

Apostilas e cadernos rendem um bom dinheiro

Ela destacou que toda ajuda é bem-vinda: “Para contribuir, basta o desejo de fazer a diferença com um gesto simples e consciente, destinando o material reciclável, o óleo de cozinha usado e itens de reuso, para nosso projeto. Nada é desperdiçado. O que não servir para venda nos brechós parceiros (Brechó Patas carentes e Breshop Vera Romagnolli) ou doação, nós reciclamos. Todo o produto da venda do material reciclável e parte da venda nos brechós são utilizados para quitar débitos com veterinário. Já a campanha do óleo de cozinha usado surgiu para levantar fundos para pagar o aluguel. Para isso precisamos arrecadar 1.000 litros de óleo por mês”.

1.000 litros por mês são necessários 
para o aluguel da ONG

A voluntária observou que “os tempos são difíceis e sabemos que dispor de recurso financeiro para ajudar uma causa não é fácil para a maioria. Mas, isso não significa falta de empatia ou do desejo de fazer parte de algo. O Projeto Recicle traz essa oportunidade em uma proposta que cabe no bolso de todos: ajudar sem custo. Nós convertemos o que é descarte em recursos”.

Latinhas de alumínio 

Apesar de imprimir toda sua energia, com apoio da família, Marta lamenta não poder ampliar o projeto: “Hoje, fazemos todo o trabalho em minha casa e com um carro pequeno. Como o volume está aumentando, a maior dificuldade que enfrentamos hoje é espaço e voluntários para ajudar na separação. Muitas vezes deixo de pegar material porque não consigo atender a demanda. Então me restrinjo para não perder o controle. Se tivesse uma estrutura adequada, poderia expandir. No início, o valor arrecadado com a venda do material subia todo mês, mas já há três meses que fazemos o mesmo valor. Isso porque não temos como crescer mais com a estrutura atual”.

Acesse: https://www.garramarilia.org.br/

Finalizando, Marta revelou que sempre desejou atuar com ONGs: “Embora esse projeto surgiu para suprir uma necessidade do GARRA, onde eu já atuava como voluntária junto com minhas filhas, através dele busco desenvolver um pouco disso, doando parte dos itens bons para reuso para outros projetos, como no caso do projeto Espaço Pedagógico EducArte do Distrito de Dirceu. Através dos brechós também são feitas doações de roupas e calçados”.

Para conhecer mais sobre a ONG GARRA e o Projeto Recicle, acesse: http://www.facebook.com.br/projetorecicleGARRA E para doações, de qualquer valor, os dados são: Grupo de Apoio, Resgate e Reabilitação Animal-GARRA, Banco CEF Ag 1205 OP 003 Conta 1460-7, CNPJ 20.661.830/0001-77 PIX  20.661.830/0001-77. Para falar com a voluntária: (14) 99708.0861

* Reportagem publicada na edição de 21.03.2021 do Jornal da Manhã

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domingo, 14 de março de 2021

VETERINÁRIA USA RECURSOS DA NATUREZA PARA CRIAR BIJUTERIAS E DECORAÇÃO A CUSTO ZERO

Por Célia Ribeiro

Quando os últimos raios de sol se debruçaram sobre os longos fios dourados que dançavam ao vento, o cheiro da terra chegou em forma de inspiração: por que não aproveitar as folhas de bananeira e criar uma pulseira original? A médica veterinária, que se descobriu artesã sem querer, não espera cada vez que a criatividade a visita no seu lugar preferido: a natureza.

 

Pulseira de palha vegetal

Aos 41 anos, casada e mãe de dois filhos, Tatiana de Assis Nogueira Medeiros, cuida da saúde animal na propriedade dos pais, o conhecido “Sítio Horizonte Azul” que teve o queijo meia-cura premiado em 2019 em disputa acirrada. Localizado na divisa entre Marília e Júlio Mesquita, o local é uma das principais opções de turismo rural na região.

 

Tatiana e um brinco de sua criação

A Tatiana que esta coluna apresenta hoje é mais conhecida nas redes sociais aonde publica receitas e dicas de reaproveitamento de todo tipo de material para criar bijuterias e peças de decoração a custo zero: “Sempre tive a mentalidade de aproveitar todo recurso que tem. Já fiz cumbuca de folha de bananeira e usei pallets de madeira em stands de feiras que participamos”, revelou.

 

Pinhas são aproveitadas nos quadros

Ela contou que nunca foi consumista e que nasceu com a preocupação em reutilizar materiais. Quando adquiriu, com o marido, uma propriedade rural em Oscar Bressane, em plena pandemia, Tatiana que já não saía de casa por nada passou a se dedicar ainda mais à vida no campo.

 

Tatiana e o marido no paraíso particular

“Comecei a cozinhar feito louca”, contou, entre risos, explicando como tem dividido o tempo entre a propriedade da família, em que responde pela queijaria, e seu recanto no meio do mato, aonde está formando um paraíso particular. E é lá que ela se inspira ao ver caroços de abacate se transformarem em lindas joaninhas pintadas com sobras de esmaltes vencidos. Isso mesmo! Ela conseguiu que uma amiga manicure lhe doasse os esmaltes de unha que seriam descartados porque estavam fora do prazo de validade.

 COLAR, BRINCO, PULSEIRA

 

Brincos de palha de bananeira

As bijuterias que produz não estão à venda. Pelo menos, por enquanto. Tatiana cria colares, brincos e pulseiras aproveitando embalagem de ovos, sementes, papelão, pedras, fibras e cascas de plantas. Na parte de decoração tem um pouco de tudo, de porta-talheres de vidro de palmito a quadros com pinha, passando por luminárias e jogos americanos trançados com palha.

 

Caroço de abacate pintado com esmalte vencido

“Meu maior intuito é inspirar as pessoas. A pandemia mexeu muito com esse negócio de termos que ficar em casa”, afirmou a artesã explicando porque posta suas receitas no Facebook e Instagram, além de vídeos com passo-a-passo no Youtube. Conforme disse, ela não tem tempo para se dedicar às postagens e por isso não tem periodicidade regular. No entanto, seus seguidores aguardam, ansiosamente, cada receita.

 

Sabão branqueador de folha de mamão
Receita  AQUI

Tatiana contou que gosta de acompanhar as redes sociais. E que, quando vê alguma ideia bacana, não sossega enquanto não cria sua versão. Ela destacou que não compra nada e que 100 por cento das suas peças são fruto de reaproveitamento. O que mais chama atenção é sua generosidade em compartilhar as dicas do tipo “faça você mesmo”.

 

Porta-talheres com vidros de palmital 

Uma receita que fez muito sucesso foi o sabão de folha de mamão, sem soda e com poder branqueador. Veja no Youtube (Canal InspirArte Tatiana Medeiros) ou acesse pelo blog. Pra embalar os pedaços de sabão ela usa decorações originais com amarrios de fibras vegetais que valorizam ainda mais o produto artesanal. 

Queijo premiado

Palhas de coqueiro, folhas de bananeira, garrafas PET, caixas de ovos, sementes, juta de sacos de batata, pallets, vidros de palmito, caixas de papelão, enfim, tudo o que poderia ser descartado tem uma utilidade pelas mãos da médica veterinária que cozinha como poucos, transforma tudo em arte e ainda se dedica a inspirar as pessoas aliviando o estresse do isolamento social.

Se no “Sítio Horizonte Azul” tem queijos de alto nível premiados e reconhecidos internacionalmente, tem também uma profissional sensível, talentosa e criativa que explora a natureza no melhor sentido da palavra, valorizando tudo que Deus nos deu.

Para saber mais sobre Tatiana Medeiros, seu contato é: Telefone (14) 996198050. No Facebook, acesse: https://www.facebook.com/tatiana.deassisnogueiramedeiros

 


domingo, 7 de março de 2021

COMO UM GRUPO DE MULHERES TRANSFORMOU SONHOS EM NEGÓCIOS RENTÁVEIS

Por Célia Ribeiro

Aquele projeto antigo, guardado no fundo da gaveta e empoeirado pelo medo de arriscar, levou uma espanada e foi para a vitrine. Metaforicamente falando, o desejo de empreender, de ter um negócio e ser dona do próprio nariz, vem transformando a vida de pelo menos 50 mulheres em Marília. Através do “Grupo Empreender”, elas deram de ombros às críticas e ao pessimismo para se aventurarem em uma das épocas mais difíceis dos últimos tempos.

 

Empreendedoras em evento 

Liderando a iniciativa está uma figura muito conhecida pelo ativismo em várias frentes, com participação em Conselhos do Negro, da Cultura, da Pessoa com Deficiência e da Mulher aonde chegou à delegada municipal, estadual e nacional. Seu nome, Denise Campos Justino, é sinônimo de luta e otimismo, independente da causa. Se alguém tem uma boa ideia, conversar com ela pode abrir uma avenida de possibilidades.

 Lembrando o ditado de que o fundo do poço tem molas, muitas integrantes do “Grupo Empreender” saíram do zero, das dificuldades financeiras e familiares, incluindo divórcio, doenças e outras situações-limite para uma virada de chave. Mas, para entender como tudo começou, é preciso situar Denise Campos Justino neste contexto.

 

Produtos à venda nos eventos do grupo

Durante anos, ela foi servidora comissionada na Secretaria Municipal da Cultura de Marília aonde estabeleceu muitos relacionamentos e saiu com uma agenda cheia de contatos com artesãos, mulheres que já empreendiam, artistas em geral, jornalistas etc. Com a expertise em eventos, Denise foi trabalhar em uma empresa de Coworking respondendo pela organização de atividades temáticas, a maioria direcionada às mulheres.

 

Denise Campos Justino

Após um ano, ela achou que era hora de emplacar um projeto solo focado nas mulheres e começou pelo básico: formou um grupo de WhatsApp com 150 delas. “Amadureci a ideia de   fazer algo que continuasse valorizando o trabalho destas mulheres, ajudando na transformação de suas vidas e em ações que incentivassem o empoderamento delas, através do empreendedorismo”, recordou.

 A vontade de ajudar falava mais alto: “Eu pensei mais nas mulheres e em suas demandas do que em mim própria; tanto que nas primeiras exposições, nas primeiras feiras, eu nem cobrava qualquer adesão. Foi quando uma das associadas chamou a minha atenção dizendo que eu também era uma mulher empreendedora e que tinha que ganhar pelo que faço como gestora de eventos, relações públicas e outras aberturas que dou a elas por meio dos meus contatos e conhecimento e por administrar o networking que rolou desde o início. Além do gasto com combustível, com meu tempo e assim foi”.

 

Artesanato é um dos destaques

DESAFIOS

 O perfil das integrantes do grupo é diversificado: “É formado por mulheres que se separaram, se divorciaram, se aposentaram, mulheres que se tornaram mães e necessitam passar mais tempo com os filhos em casa. Muitas estavam com depressão e encontraram no artesanato ou nas vendas em casa, uma forma de ajudar no orçamento ou, até mesmo, buscam sua independência financeira”, explicou Denise.

 

Parte das 50 empreendedoras

O caminho não foi fácil. Conforme disse, um dos maiores desafios foi a falta de apoio dentro da família, com maridos que depreciam o trabalho, que consideram perda de tempo fazer artesanato. Denise assinalou que há muitas mulheres talentosas que sabem produzir com qualidade, mas não têm recursos para investir, além da falta geral de oportunidade de locais e espaços para exporem e comercializarem seus produtos.

 Criado há 04 anos, o grupo evoluiu com a organização de “ciclos de palestras sobre autoconhecimento e inteligência emocional, precificação, saber colocar o preço, valorizar o produto, excelência no atendimento e isso tudo veio a corroborar para que elas tivessem a mente aberta”, destacou Denise.

 Ela contou que o grupo é formado por profissionais liberais, revendedoras de marcas, revendedoras de calçados, semi-joias, bolsas, acessórios femininos, aquários e peixes ornamentais, difusores, saboaria, aromatizadores e um grande número de artesãs.

 

Há uma linha variada de produtos

Entre os muitos exemplos de sucesso, Denise citou dois: “Mary Sanches, mulher de origem muito pobre, humilde, que após alguns anos e três filhos, sem pensão, lutou com garra e foi para o ramo da costura que sempre lhe chamou atenção. Fez todo o possível para crescer nesta profissão, estudou, procurou o SEBRAE, entrou no Grupo Empreender e hoje é uma estilista, tem sua grife com tecidos exclusivos e abastece importante loja em Marília”.

 

Pequenas clientes

O outro caso de sucesso refere-se à “Carina Abolis Rui que, ao se deparar com um sério problema de saúde da filha, permaneceu muito tempo em São Paulo para tratamento e dali nasceu no coração a vontade de empreender no ramo de saboaria artesanal. Teve o apoio do mestre Peter Paiva e começou a produzir e criar. Seu produto tem grande aceitação, vendeu muito bem durante as feiras do Grupo, inclusive dentro do Esmeralda Shopping onde hoje ela tem um quiosque de sua empresa, o Ateliê Dona Maricota”.

 FEIRAS

 Denise informou que antes da pandemia eram comuns as feiras e eventos abertos ao público, como na programação “Março Mulher” da Famema (Faculdade de Medicina de Marília): “Em tempos normais, realizamos feiras todos os meses em locais como Famema, Supermercados kawakami, Pão de Açúcar, Via Colinas, Florentino, Esmeralda Shopping, praças  etc. Nós temos no grupo também o pessoal de gastronomia com bolos, brigadeiros gourmets, bolo de pote, comida Fit, sucos detox etc”.

Quando os eventos são realizados nos supermercados, o Grupo Empreender adota uma entidade filantrópica: na porta do estabelecimento, um carrinho de compras fica disponível para receber doações que são entregues depois à instituição escolhida.

 Finalizando, Denise Campos Justino destacou que “nesta nossa missão de incentivar o empoderamento da mulher através do empreendedorismo, nós também identificamos oportunidades lucrativas, visando a comercialização e escoamento de seus produtos e serviços”.

Por conta da pandemia, Denise aboliu a taxa da mensalidade, mantendo só a adesão inicial: “As interessadas em participar devem nos procurar através das redes sociais, ou do telefone (14) 99601-4511 que mandamos o texto sobre a missão e a visão do grupo, as orientações, marcamos um encontro, onde é assinado o termo de adesão e ocorre o pagamento de 50 reais. Imediatamente, inserimos o contato no grupo de WhatsApp onde a nova associada terá todas as informações das feiras, palestras, pode postar fotos de seus trabalhos e promoções que fizer”.

 * Reportagem publicada na edição de 07.03.2021 do Jornal da Manhã

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sábado, 6 de março de 2021

Discutir sobre o papel da mulher na sociedade é um dos objetivos do “Encontro Entre Mulheres”

 Por Natã Crivari*

De forma digital, Sicredi Centro Oeste Paulista promove evento em celebração ao dia internacional da mulher com palestrantes nacionais discutindo a dinâmica da mulher na vida e nos negócios

 Celebrar o Dia Internacional da Mulher é um dos objetivos do Encontro entre Mulheres, evento promovido pela Sicredi Centro Oeste Paulista de maneira digital no próximo dia 08 de março, às 19h. O Encontro, como o próprio nome já diz, traz duas referências no cenário nacional, as palestrantes Gisele Gomes e Mazé Lima, para falar com as mulheres da nossa região. Juntas, irão propor uma discussão sobre o papel da mulher na sociedade e sua capacidade de liderança.

O evento faz parte da agenda do Comitê Mulher da cooperativa, que é um movimento criado para pensar e incentivar a inclusão das mulheres na sociedade. “Pensar em inclusão de jovens e mulheres no nosso mundo é uma das apostas que faz o Sicredi investir em formações e engajamento daquelas que serão as lideranças do cooperativismo na nossa região”, comenta o presidente João Alberto Salvi.

Maria José Lima, a Mazé, é uma ex-faxineira que se tornou referência nacional no empreendedorismo depois de ser demitida quando voltou da licença maternidade e, se vendo obrigada a buscar uma reinvenção profissional para conseguir criar os filhos, fez do tacho de cobre seu meio de vida, tornando-se doceira e vendendo seus produtos, criando assim a Mazé Doces. “Para ser bem-feita, qualquer atividade deve envolver amor”, comenta a palestrante, e é com este amor que ela vem conversar com as mulheres da nossa região.

Já Gisele Gomes é embaixadora da Rede Global de Mulheres Líderes do Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito, especialista em Negócios Internacionais, graduada em Ciências Sociais e mestranda em Diversidade e Inclusão. Em sua palestra “As mulheres transformaram o mundo”, ela conta um pouco da sua trajetória profissional e fala sobre o protagonismo da mulher na comunidade.

Com transmissão ao vivo pela plataforma Microsoft Teams, o evento acontece respeitando todos os protocolos de segurança com relação à Covid-19 sem, no entanto, deixar de comemorar com brilho este dia tão importante para todos nós. “Se existe dia perfeito para celebrar o protagonismo da mulher, esse dia é hoje. Venha participar com a gente desse verdadeiro encontro entre mulheres”, convida o presidente da cooperativa.

Serviço

As inscrições para o Encontro entre Mulheres são gratuitas e podem ser feitas até domingo, 7 de março, pelo endereço bit.ly/encontroentremulheressicredi. O evento terá duração de 1 hora e meia e será transmitido ao vivo, no dia 8 de março, às 19h, pela plataforma Microsoft Teams, que pode ser acessada via dispositivos móveis pelo aplicativo com mesmo nome disponível na Play Store ou App Store ou via desktops pelo navegador de sua preferência.

·        *Natã Crivari é assessor de Comunicação e Marketing do Sicredi