domingo, 7 de março de 2021

COMO UM GRUPO DE MULHERES TRANSFORMOU SONHOS EM NEGÓCIOS RENTÁVEIS

Por Célia Ribeiro

Aquele projeto antigo, guardado no fundo da gaveta e empoeirado pelo medo de arriscar, levou uma espanada e foi para a vitrine. Metaforicamente falando, o desejo de empreender, de ter um negócio e ser dona do próprio nariz, vem transformando a vida de pelo menos 50 mulheres em Marília. Através do “Grupo Empreender”, elas deram de ombros às críticas e ao pessimismo para se aventurarem em uma das épocas mais difíceis dos últimos tempos.

 

Empreendedoras em evento 

Liderando a iniciativa está uma figura muito conhecida pelo ativismo em várias frentes, com participação em Conselhos do Negro, da Cultura, da Pessoa com Deficiência e da Mulher aonde chegou à delegada municipal, estadual e nacional. Seu nome, Denise Campos Justino, é sinônimo de luta e otimismo, independente da causa. Se alguém tem uma boa ideia, conversar com ela pode abrir uma avenida de possibilidades.

 Lembrando o ditado de que o fundo do poço tem molas, muitas integrantes do “Grupo Empreender” saíram do zero, das dificuldades financeiras e familiares, incluindo divórcio, doenças e outras situações-limite para uma virada de chave. Mas, para entender como tudo começou, é preciso situar Denise Campos Justino neste contexto.

 

Produtos à venda nos eventos do grupo

Durante anos, ela foi servidora comissionada na Secretaria Municipal da Cultura de Marília aonde estabeleceu muitos relacionamentos e saiu com uma agenda cheia de contatos com artesãos, mulheres que já empreendiam, artistas em geral, jornalistas etc. Com a expertise em eventos, Denise foi trabalhar em uma empresa de Coworking respondendo pela organização de atividades temáticas, a maioria direcionada às mulheres.

 

Denise Campos Justino

Após um ano, ela achou que era hora de emplacar um projeto solo focado nas mulheres e começou pelo básico: formou um grupo de WhatsApp com 150 delas. “Amadureci a ideia de   fazer algo que continuasse valorizando o trabalho destas mulheres, ajudando na transformação de suas vidas e em ações que incentivassem o empoderamento delas, através do empreendedorismo”, recordou.

 A vontade de ajudar falava mais alto: “Eu pensei mais nas mulheres e em suas demandas do que em mim própria; tanto que nas primeiras exposições, nas primeiras feiras, eu nem cobrava qualquer adesão. Foi quando uma das associadas chamou a minha atenção dizendo que eu também era uma mulher empreendedora e que tinha que ganhar pelo que faço como gestora de eventos, relações públicas e outras aberturas que dou a elas por meio dos meus contatos e conhecimento e por administrar o networking que rolou desde o início. Além do gasto com combustível, com meu tempo e assim foi”.

 

Artesanato é um dos destaques

DESAFIOS

 O perfil das integrantes do grupo é diversificado: “É formado por mulheres que se separaram, se divorciaram, se aposentaram, mulheres que se tornaram mães e necessitam passar mais tempo com os filhos em casa. Muitas estavam com depressão e encontraram no artesanato ou nas vendas em casa, uma forma de ajudar no orçamento ou, até mesmo, buscam sua independência financeira”, explicou Denise.

 

Parte das 50 empreendedoras

O caminho não foi fácil. Conforme disse, um dos maiores desafios foi a falta de apoio dentro da família, com maridos que depreciam o trabalho, que consideram perda de tempo fazer artesanato. Denise assinalou que há muitas mulheres talentosas que sabem produzir com qualidade, mas não têm recursos para investir, além da falta geral de oportunidade de locais e espaços para exporem e comercializarem seus produtos.

 Criado há 04 anos, o grupo evoluiu com a organização de “ciclos de palestras sobre autoconhecimento e inteligência emocional, precificação, saber colocar o preço, valorizar o produto, excelência no atendimento e isso tudo veio a corroborar para que elas tivessem a mente aberta”, destacou Denise.

 Ela contou que o grupo é formado por profissionais liberais, revendedoras de marcas, revendedoras de calçados, semi-joias, bolsas, acessórios femininos, aquários e peixes ornamentais, difusores, saboaria, aromatizadores e um grande número de artesãs.

 

Há uma linha variada de produtos

Entre os muitos exemplos de sucesso, Denise citou dois: “Mary Sanches, mulher de origem muito pobre, humilde, que após alguns anos e três filhos, sem pensão, lutou com garra e foi para o ramo da costura que sempre lhe chamou atenção. Fez todo o possível para crescer nesta profissão, estudou, procurou o SEBRAE, entrou no Grupo Empreender e hoje é uma estilista, tem sua grife com tecidos exclusivos e abastece importante loja em Marília”.

 

Pequenas clientes

O outro caso de sucesso refere-se à “Carina Abolis Rui que, ao se deparar com um sério problema de saúde da filha, permaneceu muito tempo em São Paulo para tratamento e dali nasceu no coração a vontade de empreender no ramo de saboaria artesanal. Teve o apoio do mestre Peter Paiva e começou a produzir e criar. Seu produto tem grande aceitação, vendeu muito bem durante as feiras do Grupo, inclusive dentro do Esmeralda Shopping onde hoje ela tem um quiosque de sua empresa, o Ateliê Dona Maricota”.

 FEIRAS

 Denise informou que antes da pandemia eram comuns as feiras e eventos abertos ao público, como na programação “Março Mulher” da Famema (Faculdade de Medicina de Marília): “Em tempos normais, realizamos feiras todos os meses em locais como Famema, Supermercados kawakami, Pão de Açúcar, Via Colinas, Florentino, Esmeralda Shopping, praças  etc. Nós temos no grupo também o pessoal de gastronomia com bolos, brigadeiros gourmets, bolo de pote, comida Fit, sucos detox etc”.

Quando os eventos são realizados nos supermercados, o Grupo Empreender adota uma entidade filantrópica: na porta do estabelecimento, um carrinho de compras fica disponível para receber doações que são entregues depois à instituição escolhida.

 Finalizando, Denise Campos Justino destacou que “nesta nossa missão de incentivar o empoderamento da mulher através do empreendedorismo, nós também identificamos oportunidades lucrativas, visando a comercialização e escoamento de seus produtos e serviços”.

Por conta da pandemia, Denise aboliu a taxa da mensalidade, mantendo só a adesão inicial: “As interessadas em participar devem nos procurar através das redes sociais, ou do telefone (14) 99601-4511 que mandamos o texto sobre a missão e a visão do grupo, as orientações, marcamos um encontro, onde é assinado o termo de adesão e ocorre o pagamento de 50 reais. Imediatamente, inserimos o contato no grupo de WhatsApp onde a nova associada terá todas as informações das feiras, palestras, pode postar fotos de seus trabalhos e promoções que fizer”.

 * Reportagem publicada na edição de 07.03.2021 do Jornal da Manhã

Em Marília, solicite orçamento para o seu
Condomínio: (14) 991645247


6 comentários:

  1. É de pessoas assim, que valoriza nosso trabalho, que apoia e que incentiva, que precisamos. Admiração mútua. Obrigada, Celinha!

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  2. Denise Campos, é uma referência no tocante a batalhar e acreditar e isso é evidente para todos os que a conhece.
    Consequentemente vem o sucesso do grupo, fruto de alguém que conhece o trabalho, o mercado e, sobretudo, acredita no potencial das pessoas.
    Parabéns, Denise Campos

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  3. DENISE CAMPOS MULHER ÍMPAR GUERREIRA SORRISO LARGO. LINDA DEDICAÇÃO Q É FEITA COM A ALMA P QUE SEU PRÓXIMO POSSO TER OPORTUNIDADES.PARABÉNS( JÁ ADMIRAVA AGORA MAIS)

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  4. O que falar de Denise Campos....mulher guerreira, cristã, amiga, e pronta pra qualquer desafio, seja ele qual for. Faço parte do Empreender, desde o início, vejo as mulheres empreendedoras crescendo, aprendendo e se tornando grandes empresárias.

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