domingo, 30 de setembro de 2018

COM DOSES DE SOLIDARIEDADE, GRUPO “AMIGOS DO BAR” MOBILIZA VOLUNTÁRIOS.

Por Célia Ribeiro

Entre um petisco e outro, regado pela cerveja estupidamente gelada, se fala de futebol, política, pescaria, inflação e até do impacto do torresminho no aumento do colesterol. Mas, um grupo de amigos acostumado a se encontrar aos sábados, antes do almoço, foi além e levou as reflexões sobre as causas sociais para outro nível, fora da mesa de aperitivos.
Parte do grupo aperitivando no Lelo's Sport Bar
Assim nasceu um dos mais ativos e sérios grupos de voluntários de Marília que, a despeito do nome que remete à descontração, segue fazendo o bem através de campanhas que mobilizam centenas de pessoas. O “Amigos do Bar”, coordenado pelo representante comercial Tadaumi Tachibana, conhecido por Tadau, realiza um trabalho silencioso desde 2.014 e, graças às redes sociais, está ganhando visibilidade e conquistando cada vez mais o respeito da comunidade.
Idosos em visita à Fazendinha: mais uma ação social realizada
No sábado passado (22), “Marília Sustentável” acompanhou a entrega de 1.542 fraldas geriátricas ao Asilo São Vicente de Paulo. Tadau, a esposa Pilar, os voluntários Orisvaldo Quiquinato, Antonio Carlos, José Roberto Albieri e esposa Maria do Carmo, foram recebidos como quem já é de casa pelo presidente Luiz Reginaldo Sardi.

Tanta familiaridade é explicada pela presença constante do grupo na instituição. O “Amigos do Bar” doou nada menos que três toneladas de alimentos, no meio do ano, através da Campanha “Amor no Carrinho”. Na ocasião, 150 voluntários se revezaram em 19 supermercados de Marília e conseguiram, junto aos clientes, 11 toneladas de alimentos e fraldas geriátricas que foram doados aos três asilos e para algumas entidades.
"Amor no Carrinho" arrecadou 11 toneladas de alimentos.
Tadau, esposa e amigos participaram ativamente.
“Em 2017 conseguimos 07 toneladas de alimentos”, comentou Tadau explicando  que os organizadores alteraram a data da coleta que coincidiu com um período de baixo movimento nos supermercados. Em compensação, em 2018, com 04 toneladas a mais, foi possível atender a um número maior de instituições.

O “Amor no Carrinho” prova que o mariliense é muito solidário. Perguntado sobre o que os motiva, Tadau respondeu narrando exemplos do último evento: uma senhora passou por um dos pontos de coleta e pediu para buscarem a doação em sua casa, no Jardim Santa Antonieta. Lá chegando, os voluntários souberam tratar-se de uma faxineira que separou, na moradia simples, tantos alimentos que praticamente completaram uma cesta básica.
Além dos integrantes do grupo, muitos voluntários participam das campanhas.
“Isso nos motiva. Essa solidariedade nos incentiva”, frisou o coordenador do grupo, sendo acompanhado pelo voluntário Orisvaldo Quiquinato quando acrescentou que “tem pessoas simples, que vão no mercado com o dinheiro contado, mas não deixam de ajudar, doando nem que seja um vidro de vinagre”.

CREDIBILIDADE

Embora colaborem com várias instituições filantrópicas, os “Amigos do Bar” dedicam uma atenção especial aos idosos. A primeira ação, em 2.014, foi a reforma de 20 banheiros na Casa do Caminho dois meses após a constituição informal do grupo: “Fizemos o pedido do material e depois pensamos como pagar. Mas, foram surgindo doações. Ganhamos cimento, rejunte etc, e a única coisa que pagamos foi a mão de obra. Demoramos 06 meses para terminar a reforma”, recordou Tadau.
Ações voltadas aos idosos dos asilos são as mais concorridas
Segundo ele, a credibilidade do grupo é seu maior patrimônio atraindo cada vez mais apoio da comunidade. No domingo, dia 23, o “Amigos do Bar” realizou sua 220ª ação, sendo a 31ª ação só em 2018, ao levar idosos para um passeio na Fazendinha de Padre Nóbrega. Na entrevista no Asilo São Vicente, os voluntários falaram sobre a satisfação de proporcionarem momentos de lazer aos idosos abrigados nas três entidades da cidade.
José Roberto, Maria do Carmo, Pilar, Tadau, Sardi, Quiquinato e Antonio Carlos
“É o melhor trabalho nosso porque se percebe o resultado, a alegria deles”, destacou o coordenador sobre a visita à Fazendinha. Ele também falou com entusiasmo sobre o encontro anual que reúne os três asilos: “Tem dança, bingo, almoço, enfim, muita diversão para eles”, acrescentou, ressalvando que participam apenas os idosos em condições de saírem dos abrigos, já que há vários acamados.

TEMPO

O Grupo “Amigos do Bar” é formado por profissionais de várias áreas. Na mesma mesa, batem papo e degustam aperitivos os comerciantes, médicos, representantes comerciais, empresários, engenheiros, advogados, contadores etc. Cada um dos 35 integrantes colabora com uma taxa mensal de 70 reais, mas doam um bem muito mais precioso: seu tempo.
Tadau e Clayton, do Lelo's Sport Bar


O contador Orisvaldo Quiquinato, por exemplo, contribuiu com a organização da parte burocrática do Projeto Semear. Aliás, o grupo tem um trabalho ativo na campanha destinada à construção da sede própria da entidade. Cada um, dentro da sua área, ajuda como pode. E muitos ainda colocam a mão na massa, literalmente. “Na Casa do Caminho aprendemos até a instalar vidro”, contou Tadau Tachibana, entre gargalhadas.

Para as ações sociais, os integrantes usam sua rede de relacionamento na comunidade a fim de angariarem mais apoios. E num círculo virtuoso, muitos anônimos acabam fazendo doações: “Teve um depósito de 500 reais que não sei até agora de quem é. Outro dia depositaram três mil reais. O Dourado, dono do “O Buteco” nem faz parte do grupo, mas se solidarizou e nos mandou uma doação de 300 reais. Aliás, quero conhecê-lo para agradecer e convida-lo a conhecer nosso grupo”, revelou o coordenador, assinalando: “Para fazer ação social o problema é tempo. O que nós dispomos é o que mais vale. Estamos doando nosso tempo”.

PRECONCEITO

Com cautela, temendo crescer demais e perder sua característica, o grupo caminha para a formalização como Organização Social, com direito a registro no CNPJ para pleitear o Certificado de Utilidade Pública. O contador voluntário Quiquinato explicou que “algumas empresas parceiras exigem o CNPJ. Temos um campo aberto e nosso reconhecimento foi natural. Muita gente resistiu à ideia da formalização, mas não tem custo e nada mais é do que a sociedade nos reconhecendo”.
O Chaplin deu nome "Amigos do Bar" a um prato do Festival Gastronômico
Tadau destacou que o caminho para a formalização como OS contribuirá para ampliar as ações do grupo que já sofreu preconceito pelo seu nome: “Quando falávamos ‘Amigos do Bar’, algumas pessoas estranhavam e olhavam com desconfiança. Hoje, a coisa mudou. Temos parceiros como a Unimed que colocou sua logomarca na camiseta ao lado da nossa”.
Voluntário auxilia idosa após o passeio na Fazendinha
De qualquer forma, seja como “Associação Amigos Solidários de Marília”, nome escolhido para o registro, ou a marca fantasia “Amigos do Bar”, o certo é que o grupo de amigos que adora bater papo, relaxar e petiscar no Lelo’s Sport Bar (Jardim Esmeralda) continuará servindo generosas doses de solidariedade a todos que necessitarem. Tim Tim!!!

* Reportagem publicada na edição impressa do Jornal da Manhã em 30.09.2018


domingo, 23 de setembro de 2018

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS: PROJETO PILOTO DO SICREDI QUER INSPIRAR A COMUNIDADE.

Por Célia Ribeiro

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída através da Lei 12.305/10, foi um importante avanço ao nortear as ações que visam reduzir o impacto ao meio-ambiente através da reciclagem, da reutilização dos resíduos sólidos e da destinação ambientalmente adequada dos rejeitos. Isto é, o que não pode ser reciclado ou reutilizado. Em Marília, uma instituição financeira apostou em um projeto piloto, envolvendo todos os colaboradores e, em apenas seis meses, comemora resultados surpreendentes.
(Esq) Carla Guedes e Daniela Freitas
Conduzido pela “Agenda 22”, empresa da ambientalista Suzana Más Rosa, o projeto nasceu na agência do Sicredi da Avenida Rio Branco, 1.153. Através da área de Comunicação da Cooperativa de Crédito, as agências foram incentivadas a elaborarem projetos sustentáveis, explicaram as colaboradoras Carla Guedes e Daniela Castro.
As lixeiras têm identificação
“A gente não tem coleta seletiva em Marília. A ideia era fazer algo neste sentido, direto com a comunidade”, relatou Carla, explicando que, à medida em que se informavam sobre o assunto encontraram muitas dificuldades que inviabilizaram a proposta inicial. Entretanto, com o apoio da instituição, a ideia evoluiu e culminou no projeto piloto para implantação do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) na agência.
Suzana Más Rosa (Agenda 22) capacitou os colaboradores
Daniela Castro observou que “antes de começarmos a difundir que se deve reciclar, achamos que o exemplo deveria começar daqui”. A proposta era envolver os 28 colaboradores da agência, capacitando-os para que novos hábitos fossem implementados. Segundo ela, a adesão foi imediata, o que explica o sucesso da iniciativa.
02 toneladas de papel reciclado

Uma instituição financeira gera um grande volume de resíduos, principalmente papel. Antes do projeto, toneladas de material eram encaminhadas para crematórios após o período de cinco anos em que, legalmente, os documentos devem permanecer na agência. Neste ano, com acompanhamento de um colaborador, duas toneladas de documentos sigilosos foram destinadas à empresa VEGUI que fez a trituração e destinação do papel para empresas recicladoras.

LEVANTAMENTO

Segundo Carla e Daniela, antes do início da elaboração e implantação do PGRS, foi realizado um levantamento qualitativo e quantitativo de todos os resíduos gerados na agência. A partir daí, foi decidido como seria feita a coleta seletiva em todos os setores e também o destino dos resíduos: recicláveis, não recicláveis e orgânicos.

Em pontos estratégicos, foram instaladas lixeiras com cores diferentes e placas de identificação para facilitar o descarte dos resíduos. O material reciclável é coletado, todas as quintas-feiras, pela Reciclart, embrião de uma futura cooperativa de coletores, gerando renda para as pessoas envolvidas que comercializam os materiais que podem ser reaproveitados como papel, papelão, plástico e metais.
Lacres, pilhas e baterias: agência estimula a coleta seletiva
Por sua vez, os resíduos orgânicos, gerados em pequenas quantidades, são separados em lixeiras identificadas para o correto descarte. “Os resíduos não recicláveis, cujo volume foi reduzido de forma significativa devido ao sistema de coleta seletiva, são os únicos destinados ao aterro municipal”, destacaram as colaboradoras do Sicredi.
Grampos de metal: separação cuidadosa antes do descarte
Uma das coisas que mais chama a atenção neste projeto foi a disposição dos colaboradores da agência em participarem ativamente. Carla Guedes contou que para o descarte dos papeis, é necessário retirar os grampos de metal e que, por ocasião da destinação das duas toneladas de documentos sigilosos, foram contratadas três pessoas somente para fazer a extração dos grampos.

Isso gerou um novo procedimento interno. Ou seja, antes de seguir para o arquivo, agora os documentos passam pela extração de grampos e clipes de metal. Aliás, ao lado dos caixas da agência e nas mesas do pessoal administrativo foram colocadas caixinhas de papelão marrom em que são depositados esses materiais. A imagem do volume deste tipo de resíduo impressiona.
Depósito para copos descartáveis no café

A preocupação ambiental está evidente em vários pontos da agência. Na entrada para os caixas, foram disponibilizados reservatórios para recolhimento de pilhas e baterias de associados e do público em geral que se dirige ao local. “Outro dia vimos um associado chegar com uma sacolinha cheia de pilhas e depositar aqui”, comentou Daniela Castro.

NÚMEROS

Carla e Daniela informaram que o primeiro balanço, após seis meses do início do PGRS, mostrou números impressionantes: “Foram 2.800 quilos de resíduos para a reciclagem e 1.185 quilos de resíduos para o aterro municipal. Antes, tudo isso ia para o aterro”, frisaram.

Daniela afirmou que a experiência exitosa do Sicredi Marília poderá ser replicada em outras agências. Ela lembrou que a cooperação está na missão da instituição. No site da instituição (www.sicredi.com.br), está em destaque: “Somos feitos por pessoas e para pessoas e temos como diferencial um modelo de gestão que valoriza a participação”.
Mapa do Sicredi identifica agências
Com 116 cooperativas de crédito filiadas e 1603 agências, o Sicredi aceita como associadas as pessoas físicas e jurídicas de qualquer área. Em seu portal na internet, a instituição afirma que “o Sicredi é sustentável muito antes desta palavra tomar o mundo empresarial. Uma instituição é sustentável quando gera resultado econômico, ao mesmo tempo em que protege o meio ambiente e melhora a qualidade de vida das pessoas com as quais interage, equilibrando resultados financeiros com o desenvolvimento de comunidades”.

*Reportagem publicada na edição impressa do Jornal da Manhã de 23.09.2018

Obs: Conheça o trabalho da Reciclart, acessando AQUI

sábado, 15 de setembro de 2018

"AMIGOS DO COM" DÁ NOVO PASSO NA DIFUSÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE O CÂNCER

Por Célia Ribeiro

O imponente arco formado pelos balões cor-de-rosa aos pés da escadaria da Galeria Atenas, desde o último dia 08 de setembro, atrai olhares curiosos que se lançam para o alto onde um novo empreendimento surgiu pela união de esforços de muita gente solidária. Na loja 23 do centro comercial funcionará, por dois meses, a lojinha da Associação Amigos do COM (Centro Oncológico de Marília) para venda de camisetas e canecas da Campanha “Outubro Rosa” concebida para difundir informações sobre a prevenção e o tratamento do câncer de mama.
Madalena e Bruna na lojinha 
A entidade, criada em 2.011, numa iniciativa do cirurgião plástico Dr. Léo Pastori e algumas pacientes, promove reuniões quinzenais em um espaço cedido pela Santa Casa de Misericórdia de Marília com o objetivo de apoiar, orientar e dar suporte humanizado a pacientes com câncer e seus familiares, como explica o site (www.amigosdocom.org.br)
Manequim cedido pela CrieLoja e móveis emprestados: solidariedade
Neste ano, estarão à venda 1.600 camisetas. Além de contribuírem com o custeio das despesas da ONG e apoiarem os esforços para a construção do futuro Centro de Diagnóstico Oncológico de Marília, as camisetas tornaram-se uma ferramenta potente para divulgação da importância da detecção precoce do câncer.
Material informativo do projeto


 A comerciante Maria Madalena Colombo Abdo, ex-vice-presidente e atual Conselheira da entidade presidida pelo Dr. Léo Pastori, venceu um câncer de mama que descobriu pouco após acompanhar a luta, também vitoriosa, de sua irmã. Foi quando conheceu a Associação Amigos do COM que passou a integrar como voluntária e é uma das grandes entusiastas ao lado de cerca de 40 voluntárias, a maioria ex-pacientes.

As atividades da ONG ultrapassaram os limites da cidade. Médicos do Centro Oncológico de Marília, como Dr. Léo Pastori e o mastologista Dr. Carlos Giandon, proferem palestras técnicas na região atraindo, invariavelmente, um grande número de interessados. “Quando termina a palestra e a gente entra com nosso depoimento, a gente vê a expressão no rosto das pessoas”, comentou  Madalena Colombo.

No grupo, são muitos os relatos de vidas que foram salvas graças ao acesso às informações: “Outro dia, em Ocauçu, o Dr. Giandon e o Dr. Léo proferiram uma palestra e duas mulheres ficaram envergonhadas de procurar os médicos ao final do evento. Mas, no dia seguinte, foram ao postinho de saúde e uma delas, soubemos depois pela enfermeira de lá, estava com câncer de mama”, relatou com indisfarçável emoção a voluntária.
Dr. Giandon e Dr. Léo (em pé) durante palestra
Fora do período da campanha “Outubro Rosa”, são realizados eventos mensais para divulgação à comunidade, além das reuniões quinzenais na Santa Casa. No mês dedicado ao combate ao câncer de mama, são quatro eventos por dia, em média. “A Marilan, por exemplo, nos convida todo ano a dar palestra nos três turnos da fábrica para os trabalhadores”, informou.

VITRINE DO BEM

Através do diretor da FAIP, Fernando Shimizu, foi cedido o espaço da Galeria Atenas para a lojinha durante a campanha e voluntárias se revezam no atendimento, como a enfermeira Bruna Carvalho Piveta da Costa, que atua nas palestras técnicas. A FAIP apoiou a causa, também, com a elaboração do projeto arquitetônico do Centro de Diagnóstico Oncológico de Marília pelo Curso de Arquitetura.
Camisetas custam 30 reais
A obra, orçada entre três e cinco milhões, já tem campanha de arrecadação de recursos em andamento e os organizadores esperam contar com aporte de recursos públicos uma vez que o Centro atuará no atendimento de Marília e região para agilizar o diagnóstico e o tratamento oncológico.

O Câncer de Mama é o segundo em número de casos que acomete a população feminina. A estimativa é que em 2018 sejam diagnosticados 60.000 novos casos da doença no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, uma em cada 8 mulheres vai apresentar Câncer de Mama ao longo de sua vida.
Caminhada do "Outubro Rosa"
Segundo o site da Associação Amigos do COM, em Marília, são estimados “200 novos casos a cada ano, mas a realidade é assustadora : bem menos da metade desses casos vem sendo descoberto ao ano em Marília. Nos últimos 20 anos realizamos mais de 1.600 procedimentos de reconstrução mamária, o que certamente contribuiu para a diminuição do impacto do Câncer de Mama em nossa cidade, mas esse número ainda é pequeno perto da realidade em Marília e região. Isso sempre nos incomodou e muito”, destaca o portal.
As palestras atraem um grande público
A entidade prossegue explicando que “em 2018 iniciamos a Campanha “Amigos do COM” com o objetivo  de construir o Centro de Diagnóstico Oncológico de Marília, que irá atender pacientes do SUS em toda a região, com a realização de ultrassom, mamografia e biópsia num único dia, encurtando o tempo de diagnóstico que hoje é estimado em mais de um ano, diminuindo a mortalidade da doença através da detecção precoce do Câncer de Mama, quando a chance de cura é superior a 90%. Portanto, esse é o nosso objetivo, aumentar a chance de cura do Câncer de Mama através dos serviços prestados pelo futuro Centro de Diagnóstico Oncológico de Marília”.
Dr. Leo e Dr. Giandon
A diretoria da Associação Amigos do COM é formada por: Dr. Léo Pastori Filho (Presidente), Silas Ruiz Paino (Vice-Presidente),  Sueli Aparecida Florencio Ruiz Paino (1ª secretária), Sandra Regina de Castro Souza (2ª secretária), Nalva Elaine Silva Molinos (1ª tesoureira) e Neiva Pereira (2ª tesoureira). No Conselho Fiscal, são membros titulares: Elisângela de Brito Santos, Maria Madalena Colombo Abdo e Pedro Henrique Marques Coércio e suplentes: Léo Pastori, Miris Cordeiro Brantes e Romilda Luzia de Maios Giannini.

COMO PARTICIPAR

Acessando o site: www.amigosdocom.org.br ou escrevendo para contato@amigosdocom.org.br, os interessados podem se tornar sócios voluntários doando qualquer valor a partir de 20 reais, através de boleto bancário. Outras informações podem ser obtidas no telefone (14) 991440405.
(Fotos de eventos são dos arquivos da ONG)

* REPORTAGEM PUBLICADA NO JORNAL DA MANHÃ EDIÇÃO 16.09.2018

domingo, 9 de setembro de 2018

ACUPUNTURA: PACIENTES TÊM ACESSO À MILENAR TERAPIA CHINESA NA POLICLÍNICA


Por Célia Ribeiro

Nas primeiras horas da manhã, em uma rua estreita da Vila Coimbra, o movimento já era grande na entrada da Policlínica da Zona Oeste, na semana passada. Unidade de referência para onde são encaminhados pacientes das Unidades Básicas de Saúde (USFs) e Unidades da Estratégia Saúde da Família (ESFs) para atendimento com especialistas, há quase 10 anos, também é conhecida como o único local a oferecer acupuntura para os pacientes do SUS, em Marília.
Dr. Galvani durante aplicação de agulha
A acupuntura é reconhecida pelo Ministério da Saúde que credencia serviços públicos há 20 anos.
Atualmente, somente no Estado de São Paulo, "as práticas de medicina tradicional chinesa, terapia comunitária, dança circular, yoga, massagem, auriculoterapia, massoterapia, arteterapia, meditação, musicoterapia, acupuntura, tratamento termal, tratamento naturopático, tratamento quiroprático e reiki são oferericas na Atenção Básica para o tratamento de usuários do SUS, em 367 municípios", informa o Ministério da Saúde em seu Portal. A acupuntura é a mais difundida com 707 mil atendimentos e 277 mil consultas individuais registrados somente em 2017.

O responsável por difundir a acupuntura na rede pública de Marília é um médico apaixonado pelo que faz. De fala mansa e sorriso tímido, o Dr. Luiz Eduardo Galvani é formado pela Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) e, ainda acadêmico, interessou-se pela área.
Cada sessão dura de 20 a 25 minutos
Ele recordou que descobriu a “medicina chinesa e a acupuntura no quinto ano da faculdade. Fui para a Escola Paulista de Medicina e conheci, dentro do Hospital São Paulo, um ambulatório que há 25 anos atendia 100 pessoas todas as tardes”. O médico acrescentou que ao ver “aquele fluxo de pessoas sendo atendidas e conversando sobre os benefícios que eles recebiam com o tratamento de acupuntura, sem medicamentos, cada vez mais fui me certificando que essa seria uma excelente possibilidade para eu trilhar”.

O Dr. Galvani fez sua formação sob orientação de um dos médicos mais conceituados do País, o Prof. Dr. Ysao Yamamura, ortopedista que é referência na área. E, tão logo concluiu a formação como clínico geral, abriu um consultório em Marília para oferecer a especialidade que tanto o fascinava.
A Acupuntura é usada na medicina chinesa há 8.000 anos
ACESSO GRATUITO

O médico observou que, por muitos anos, a acupuntura “era uma coisa meio elitizada. Nem os convênios e planos de saúde cobriam esse tratamento”. No seu consultório, ele disponibilizava a terapia para os pacientes particulares. Na rede pública, onde ingressou por concurso em 1.998, atendia como clínico geral.

Conforme os anos foram passando e, diante dos resultados satisfatórios da acupuntura em seus pacientes particulares, o Dr. Galvani contou ter vivido um dilema: procurou o então secretário municipal da Saúde, Dr. Júlio Zorzetto, e falou de sua frustração chegando a pensar em pedir exoneração do cargo de médico da rede pública.
Cláudia fez tratamento há 9 anos


Sensível, o Dr. Júlio propôs criar um ambulatório para a acupuntura justamente no novo espaço que estava com uma boa infraestrutura, a Policlínica da Vila Coimbra: “Chegou um momento em que falei que não dava mais. Procurei o Dr. Júlio  e disse que não consegui mais medicar as pessoas com dor sendo que, no consultório, eu fazia acupuntura que é mil vezes melhor, tem muito mais eficácia, muito menos prejuízo à saúde das pessoas”.

O Dr.Galvani fez questão de destacar o apoio integral obtido do secretário da saúde da época por permitir iniciar o ambulatório que, em breve, completará 10 anos. Os atendimentos ocorrem diariamente, das 7 às 10h30 às segundas, terças e quintas-feiras e das 7 às 10h às quartas e sextas-feiras, sempre mediante encaminhamento das USFs e ESFs.

São várias as indicações para utilização da acupuntura. Segundo o médico, “as unidades encaminham para a Policlínica quadros diversos. Predominante é a dor lombar, de ombro, processos osteoarticulares, fibromialgia, enxaqueca”, entre outras. No caso de dor crônica, são realizadas sessões semanais, sendo indicadas, inicialmente, 10 sessões.

Conforme disse, “a dor crônica tem o aspecto mais internalizado na mente da pessoa e é mais difícil o manejo. Disponibilizamos 10 sessões por paciente. Quando tem evolução favorável e é possível executar, até tratar e curar 100 por cento, podemos ampliar o número de sessões”. No caso da dor aguda, afirmou que “a resolubilidade é bem mais rápida” e os pacientes experimentam melhoria expressiva logo após as sessões iniciais que duram de 20 a 25 minutos.

AGULHAS DESCARTÁVEIS

O Dr. Galvani informou que “a Secretaria da Saúde tem nos atendido em tudo que solicitamos. São usadas agulhas de qualidade, descartáveis. Não falta nada de material, nem toalhas descartáveis e outros insumos que geralmente costumam faltar”. Ele elogiou a secretária Kátia Santana afirmando que sua gestão tem apoiado o Ambulatório de Acupuntura.
Maria de Fátima com Dr. Galvani: alívio da dor desde as primeiras sessões
Sobre a técnica, ele explicou que as agulhas são aplicadas em pontos específicos para o combate à dor: “A acupuntura é uma forma de, estimulando somaticamente o corpo da pessoa, fazer com que a reação que ele assuma, frente à lesão que causou a agulha, promova uma reação benéfica”.

E prosseguiu: “Quando estimulo com agulhamento seco em determinados pontos, aonde é entendido no sistema nervoso que foi lesado, promove uma determinada reação que, em alguns indivíduos equilibra as glândulas, em outros promove a liberação de hormônios, em outros agentes analgésicos e em outros promove a liberação de agentes anti-inflamatórios”.

O médico concluiu afirmando que “a acupuntura, muitas vezes, surpreende. A pessoa foi em vários lugares, tratou com diversos anti-inflamatórios, já fez fisioterapia e de repente a gente aplica uma ou duas vezes e, praticamente, desaparece” a dor.

Sobre pacientes que já se trataram muitos atrás e voltaram ele explicou que “parece que o corpo já entende aquela linguagem. Parece que o corpo da pessoa já conhece aquilo ali”. Sobre as contraindicações, ele  comentou que “criança não vai parar com agulha” e que há um questionamento científico sobre o uso em gestantes.

PACIENTES RECOMENDAM

A moradora do Bairro Polon, Maria de Fátima Oliveira Batista, 53 anos, explicou que procurou a acupuntura para tratar de fibromialgia. Ela contou que realizou a sétima sessão e desde as primeiras notou uma sensível melhora.

Por sua vez, Cláudia Nascimento Pinheiro Vieira, 45 anos e moradora do Nova Marília II, na zona sul, disse que fez tratamento com o Dr. Galvani há 9 anos: “Naquela época eu ia muito ao ortopedista e tomava muita injeção para dor. Depois da acupuntura, melhorei muito”. Na semana passada ela realizou a segunda sessão e comemorava os resultados no alívio da dor no ombro.
Quadro na Policlínica mostra os pontos
estimulados no corpo


Depoimentos como esses funcionam como as endorfinas, conhecidas como hormônio da felicidade, para o médico entusiasta: “Eu tenho muito orgulho de ser médico da rede pública. Até algum tempo atrás se podia dizer que algo que era elitizado era a acupuntura. Era caro, os planos de saúde não pagavam, e não tinha no serviço público. O município de Marília implantou e está mantendo muito bem. Se achar que é importante, pode ampliar porque tem condições para isso.”

Localizado na Rua Eduardo Neves, 161, na Vila Coimbra, o Ambulatório de Acupuntura realiza, em média 280 sessões por mês.

* Reporagem publicada na edição impressa do Jornal da Manhã de 09.09.2018

domingo, 2 de setembro de 2018

UM TIME CAMPEÃO: ATLETAS DA AMEI SOMAM VITÓRIAS NAS COMPETIÇÕES E NA VIDA.

Por Célia Ribeiro

Em um mundo globalizado e altamente competitivo, as pessoas se deparam com os mais diferentes desafios, seja no ambiente profissional, no meio acadêmico ou social. Mas, para um grupo significativo, é preciso vencer primeiro a voz interior e calar o conformismo e a resignação. E, então, partir para a vitória. São esses campeões, no esporte e na vida, que a AMEI (Associação Mariliense de Esportes Inclusivos) está moldando ao despertar em cada um a chama olímpica da confiança. Sim, eles podem!
Daniel Martins, bi-campeão mundial patrocinado pela Nike
Fundada há 15 anos pelas mãos do professor Celso Parolisi Filho, a instituição funciona em área cedida pela APAE nas imediações do SAMU, na zona leste de Marília. Aproximadamente 150 pessoas portadoras de deficiências (física, auditiva, visual e intelectual) treinam natação, atletismo e futsal, além de crianças da rede municipal, de 07 a 14 anos, sem qualquer deficiência, que integram o projeto “Golfinhos do Futuro”. Elas praticam natação, com professores diferentes, mas na mesma piscina e nos mesmos horários em um verdadeiro processo de inclusão.
Antonio Sérgio Nunes: prova de lançamento de dardo para amputados
A AMEI é nacionalmente conhecida pelos atletas de alto rendimento (cerca de 25) que conquistam medalhas em torneios nacionais e internacionais e estão sempre nas manchetes dos jornais. Mas, o trabalho social da ONG, ao oferecer a oportunidade da prática esportiva aos portadores de deficiências, merece não só aplausos como, principalmente, o apoio da comunidade.

Formado em Ciências do Esporte pela UEL (Universidade Estadual de Londrina), Levi Henrique Magron Carrion cuida da gestão, dos projetos de captação de recursos e ainda dá aula de futsal para crianças com síndrome de Down. Ele relata, com visível emoção, as conquistas diárias dos frequentadores e é um entusiasta dos projetos que estão por vir.
Judoca Alana Maldonado
Levi recordou que a AMEI foi criada, em 2003,  pelo professor Celso que trabalhava na APAE atendendo pessoas com deficiência intelectual: “Ele enxergava que essas pessoas tinham um potencial muito grande para fazer esporte. Se hoje a gente vê que o esporte de pessoas com deficiência é alguma coisa que rasteja, imagina 30 anos atrás quando ele começou a trabalhar dentro das APAEs”, observou.
Equipe AMEI nos Jogos Regionais
Inicialmente, as aulas eram no Yara Clube com até 10 alunos. Mas, a notícia rapidamente se espalhou e a procura começou a aumentar. Sem condições de permanecer naquele espaço, em 2007, a entidade conseguiu uma área em que foram construídos piscina coberta e aquecida, vestiários e demais instalações e que foi cedida em comodato pela APAE.

DUAS FRENTES

A evolução da AMEI seguiu o fluxo natural da demanda: os que não se adaptavam à natação foram encaminhados para o atletismo e o futsal. O trabalho conta com duas frentes: a dos atletas de alto rendimento, que vivem do esporte e conquistam torneios nacionais e internacionais, e a área social em que os portadores de deficiência podem desenvolver suas potencialidades através do esporte.
Artur, Daniel Martins e Gerolino
Levi coleciona muitas histórias que mereciam um documentário. Uma delas é do atleta Daniel Martins que conquistou inúmeros títulos correndo os 400 metros rasos: “Apesar da deficiência intelectual, ele tem outras potencialidades que o esporte mostrou. Ele tem uma vida totalmente autônoma, é um dos poucos atletas paralímpicos do Brasil patrocinado pela Nike. Então, quer dizer que o deficiente intelectual não precisa ser visto como coitadinho e incapaz. Só precisa ser encaminhado para onde possa mostrar as potencialidades dele. O que a gente faz aqui é simplesmente dar oportunidade”, assinalou.
Gustavo Dias, paratleta campeão mundial juvenil dos 400 metros rasos
Outra história de superação é da judoca Alana Maldonado, de Tupã, que compete pela AMEI. O professor Celso a conheceu em uma visita à Secretaria Municipal de Esportes e a convidou a visitar a  entidade. Inicialmente, ela praticou natação e atletismo, mostrando muita desenvoltura. Foi quando o treinador perguntou se ela já havia praticado algum esporte, quando soube que até os 14 anos era judoca e que, ao perder grande parte da visão por conta de uma doença, abandonou a atividade.
Rogerio Ruy e Juliano Alves em corrida de cadeira de rodas
Alana foi estimulada a voltar a treinar judô e, na primeira competição, em 2014, conquistou o campeonato brasileiro. Em 2015 venceu novamente e foi convocada para a Seleção Paraolímpica Brasileira, passando a conquistar um título mais importante que o outro em torneios disputados na Coreia, Canadá, Inglaterra, Alemanha etc. Hoje, aos 22 anos, ela compete pela AMEI  e treina em São Paulo, na Sociedade Esportiva Palmeiras.
Levi e Prof. Celso com troféus e medalhas: essa é  apenas a parte visível 
Com indisfarçável orgulho, Levi afirmou que “para nós é algo muito significativo, é muito maior que uma medalha. É o resgate de uma vida toda através do esporte pelo simples fato de uma oportunidade que foi dada”.

Neste sentido, citou outros campeões que, se não colecionam tantas medalhas, venceram na vida superando seus desafios pessoais. Um deles é o advogado Rogério Ruy. Aos 20 anos fraturou a coluna em um acidente de moto vendo se esvair o sonho de ser mecânico de uma grande montadora.
Juliano Alves durante corrida 
Ele começou a frequentar a AMEI e, como nem sempre seu pai podia leva-lo de carro, começou a ir aos treinos usando o transporte coletivo. Foi quando percebeu que poderia ir para a faculdade da mesma forma e tudo se transformou: com uma bolsa de estudos do Univem, graduou-se em Direito, casou-se e hoje estuda para concursos, destacando-se como um dos primeiros atletas a correr em cadeiras de rodas.

CAMPANHA

Para se manter, a ONG conta com uma subvenção de R$ 5.500,00 mensais da Prefeitura e cessão de três funcionários. Os pais de atletas e doadores anônimos contribuem com o que podem e, assim, ajudam a custear outros três funcionários e as despesas de água, energia elétrica, telefone, material de limpeza etc.
Fundador da AMEI, Prof. Celso e Levi na piscina da entidade
Ao lado do sonho de ter uma sede maior para ampliar o atendimento ---hoje apenas 150 pessoas entre atletas de alto rendimento e crianças, adolescentes e adultos com deficiências são assistidos--- a AMEI tem se preparado para melhorar sua infraestrutura. O conceituado escritório Gomes Altimari contribuiu com a reestruturação da área jurídica da instituição e a agência de publicidade Mustache refez a logomarca e o novo site repleto de informações.

Assim, teve início a campanha para conquistar um elevador para a piscina. Segundo Levi,  “a entidade já tem 15 anos e não tem um elevador de piscina que é algo que dá uma acessibilidade incrível para as pessoas com deficiência. A gente conseguiu conquistar uma escada toda em inox, com 08 degraus, em que a pessoa com limitações, como paralisia cerebral ou que tem limitações de caminhar, consegue entrar e sair da piscina de forma autônoma”.
Equipe de Futsal Down
Ele prosseguiu assinalando que “o que a gente preza é dar autonomia para essas pessoas. A autonomia, muitas vezes, não é enxergada pela sociedade em geral. Mas, a autonomia da pessoa conseguir fazer por si própria as coisas que ela quer dá uma autoestima muito grande”.

Levi revelou que havia atletas  “que a gente tinha que tirar da piscina usando a técnica de puxar pelo braço e via que eles ficavam constrangidos de outras duas pessoas pararem o que estavam fazendo para tira-los da piscina. Com a escada eles podem entrar e sair na hora que quiserem, ficam extremamente felizes”.

Festival de Natação da AMEI
Conforme disse, “o elevador também é para isso: ajudar pessoas com mobilidade mais reduzida, como cadeirante, a entrar e sair da piscina de forma autônoma. O atleta vai encostar a cadeira do lado do equipamento, se transferir para o equipamento,  acionar um botão e o equipamento vai colocá-lo na piscina. Na hora de sair é a mesma coisa. Isso representa autonomia, conforto e segurança”.

Para contribuir com a vaquinha virtual, basta acessar o site da entidade:  https://ameimarilia.com.br/ É possível assistir a um vídeo mostrando o funcionamento do elevador e como ele dará autonomia para os deficientes. Há várias maneiras de contribuir, por boleto bancário, cartão de crédito etc.  Até meados da semana, já tinham sido arrecadados aproximadamente 4 mil reais. O valor total necessário é de 15 mil reais.

Acesse AQUI para doar qualquer valor.

Piscina coberta e aquecida: falta um elevador para os atletas
A AMEI  está localizada à Rua Dr. Archimedes Manhães, 1113, telefone (14) 34323083 e email: contato@ameimarilia.com.br

SUPERAÇÃO

Sabrina: história de superação
Aos 25 anos, Sabrina Norberto Romeiro Linares é mais um exemplo de superação. Com apenas 10 por cento da visão desde que nasceu, ela conheceu a AMEI aos 10 anos quando começou a praticar natação. Aos 14 anos já competia chegando a conquistar medalha de prata em torneio nacional.

Obstinada, ela contou que à medida em que avançava nas competições, graças ao suporte da AMEI, entendeu que poderia ir cada vez mais longe. Como atleta, conseguiu uma bolsa para cursar o ensino médio no Colégio Interação e depois outra bolsa de estudos na Unimar para a Faculdade de Educação Física.

Em entrevista nesta quarta-feira (29), ela recordou que para acompanhar os colegas de classe precisava se esforçar muito mais. Nas aulas de anatomia, por exemplo, o empenho era triplicado o que a obrigava a ficar muitas horas no laboratório da universidade. Tanta determinação foi premiada: formou-se como uma das melhores alunas da turma.

Atualmente, Sabrina pratica natação, dá aulas na AMEI e conseguiu um emprego no SESI. E continua correndo atrás de seus sonhos, como o de cursar uma pós-graduação para aperfeiçoar-se ainda mais. “Quero melhorar a cada dia. O desafio é se impor na sociedade como pessoa normal. Não me resumo a ser deficiente, tenho qualidades e defeitos e posso ajudar de outras formas. Não sou limitada. Tenho possibilidade de dar meu melhor”, finalizou.

Fotos: Arquivo AMEI
Reportagem publicada na edição impressa do Jornal da Manhã de 02.09.2018