domingo, 23 de setembro de 2018

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS: PROJETO PILOTO DO SICREDI QUER INSPIRAR A COMUNIDADE.

Por Célia Ribeiro

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída através da Lei 12.305/10, foi um importante avanço ao nortear as ações que visam reduzir o impacto ao meio-ambiente através da reciclagem, da reutilização dos resíduos sólidos e da destinação ambientalmente adequada dos rejeitos. Isto é, o que não pode ser reciclado ou reutilizado. Em Marília, uma instituição financeira apostou em um projeto piloto, envolvendo todos os colaboradores e, em apenas seis meses, comemora resultados surpreendentes.
(Esq) Carla Guedes e Daniela Freitas
Conduzido pela “Agenda 22”, empresa da ambientalista Suzana Más Rosa, o projeto nasceu na agência do Sicredi da Avenida Rio Branco, 1.153. Através da área de Comunicação da Cooperativa de Crédito, as agências foram incentivadas a elaborarem projetos sustentáveis, explicaram as colaboradoras Carla Guedes e Daniela Castro.
As lixeiras têm identificação
“A gente não tem coleta seletiva em Marília. A ideia era fazer algo neste sentido, direto com a comunidade”, relatou Carla, explicando que, à medida em que se informavam sobre o assunto encontraram muitas dificuldades que inviabilizaram a proposta inicial. Entretanto, com o apoio da instituição, a ideia evoluiu e culminou no projeto piloto para implantação do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) na agência.
Suzana Más Rosa (Agenda 22) capacitou os colaboradores
Daniela Castro observou que “antes de começarmos a difundir que se deve reciclar, achamos que o exemplo deveria começar daqui”. A proposta era envolver os 28 colaboradores da agência, capacitando-os para que novos hábitos fossem implementados. Segundo ela, a adesão foi imediata, o que explica o sucesso da iniciativa.
02 toneladas de papel reciclado

Uma instituição financeira gera um grande volume de resíduos, principalmente papel. Antes do projeto, toneladas de material eram encaminhadas para crematórios após o período de cinco anos em que, legalmente, os documentos devem permanecer na agência. Neste ano, com acompanhamento de um colaborador, duas toneladas de documentos sigilosos foram destinadas à empresa VEGUI que fez a trituração e destinação do papel para empresas recicladoras.

LEVANTAMENTO

Segundo Carla e Daniela, antes do início da elaboração e implantação do PGRS, foi realizado um levantamento qualitativo e quantitativo de todos os resíduos gerados na agência. A partir daí, foi decidido como seria feita a coleta seletiva em todos os setores e também o destino dos resíduos: recicláveis, não recicláveis e orgânicos.

Em pontos estratégicos, foram instaladas lixeiras com cores diferentes e placas de identificação para facilitar o descarte dos resíduos. O material reciclável é coletado, todas as quintas-feiras, pela Reciclart, embrião de uma futura cooperativa de coletores, gerando renda para as pessoas envolvidas que comercializam os materiais que podem ser reaproveitados como papel, papelão, plástico e metais.
Lacres, pilhas e baterias: agência estimula a coleta seletiva
Por sua vez, os resíduos orgânicos, gerados em pequenas quantidades, são separados em lixeiras identificadas para o correto descarte. “Os resíduos não recicláveis, cujo volume foi reduzido de forma significativa devido ao sistema de coleta seletiva, são os únicos destinados ao aterro municipal”, destacaram as colaboradoras do Sicredi.
Grampos de metal: separação cuidadosa antes do descarte
Uma das coisas que mais chama a atenção neste projeto foi a disposição dos colaboradores da agência em participarem ativamente. Carla Guedes contou que para o descarte dos papeis, é necessário retirar os grampos de metal e que, por ocasião da destinação das duas toneladas de documentos sigilosos, foram contratadas três pessoas somente para fazer a extração dos grampos.

Isso gerou um novo procedimento interno. Ou seja, antes de seguir para o arquivo, agora os documentos passam pela extração de grampos e clipes de metal. Aliás, ao lado dos caixas da agência e nas mesas do pessoal administrativo foram colocadas caixinhas de papelão marrom em que são depositados esses materiais. A imagem do volume deste tipo de resíduo impressiona.
Depósito para copos descartáveis no café

A preocupação ambiental está evidente em vários pontos da agência. Na entrada para os caixas, foram disponibilizados reservatórios para recolhimento de pilhas e baterias de associados e do público em geral que se dirige ao local. “Outro dia vimos um associado chegar com uma sacolinha cheia de pilhas e depositar aqui”, comentou Daniela Castro.

NÚMEROS

Carla e Daniela informaram que o primeiro balanço, após seis meses do início do PGRS, mostrou números impressionantes: “Foram 2.800 quilos de resíduos para a reciclagem e 1.185 quilos de resíduos para o aterro municipal. Antes, tudo isso ia para o aterro”, frisaram.

Daniela afirmou que a experiência exitosa do Sicredi Marília poderá ser replicada em outras agências. Ela lembrou que a cooperação está na missão da instituição. No site da instituição (www.sicredi.com.br), está em destaque: “Somos feitos por pessoas e para pessoas e temos como diferencial um modelo de gestão que valoriza a participação”.
Mapa do Sicredi identifica agências
Com 116 cooperativas de crédito filiadas e 1603 agências, o Sicredi aceita como associadas as pessoas físicas e jurídicas de qualquer área. Em seu portal na internet, a instituição afirma que “o Sicredi é sustentável muito antes desta palavra tomar o mundo empresarial. Uma instituição é sustentável quando gera resultado econômico, ao mesmo tempo em que protege o meio ambiente e melhora a qualidade de vida das pessoas com as quais interage, equilibrando resultados financeiros com o desenvolvimento de comunidades”.

*Reportagem publicada na edição impressa do Jornal da Manhã de 23.09.2018

Obs: Conheça o trabalho da Reciclart, acessando AQUI

4 comentários:

  1. Muito interessante o trabalho da equipe Sicred e com certeza será multiplicado nas outras agências. Achei bacana separar os grampos de papel das folhas. Toda ação de sustentabilidade passa antes pela educação dos colaboradores internos, um processo rico que acab se multiplicando nos lares. Bela matéria Célia Ribeiro.

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    1. Olá, Ivan! Seja sempre bem-vindo. Tbém achei muito interessante a retirada dos grampos. A imagem mostrando o volume impressiona. Tudo ia para o lixo comum, anteriormente. Fico muito feliz quando encontro essas iniciativas para compartilhar aqui. Grande abraço

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  2. Muito bacana a iniciativa da empresa. Sabemos da importância e do desafio que é mudar a mentalidade das pessoas em relação a esta temática. Espero que iniciativas como esta se multipliquem.
    Parabéns pela matéria Célia.

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    1. Willy, seja sempre bem-vindo. Obrigada. Quando tiver alguma sugestão de pauta, pode nos escrever: blogmariliasustentavel@gmail.com
      Grande abraço

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