domingo, 29 de janeiro de 2023

ESPERANÇA DA CRIANÇA: ONG PROMOVE TRANSFORMAÇÃO NA PERIFERIA DE MARILIA

Por Célia Ribeiro

Com o nascimento de uma criança vem a expectativa de que ela seja saudável, se desenvolva plenamente e se torne uma pessoa de bem. Por isso, estar em um lar seguro e estruturado faz toda a diferença, o que tem motivado instituições filantrópicas a prestarem assistência no presente de olho no futuro, como a Associação “A Esperança da Criança”, localizada na zona sul de Marília.

Sede no Jardim Continental
Fundada há apenas quatro anos, a entidade surpreende pela envergadura do trabalho: meninos e meninas de 06 a 15 anos, que vivem em moradias precárias nas favelas da Vila Real, Toffoli, Parque das Azaléas e adjacências, são assistidos de modo a suprir não apenas suas necessidades básicas, como alimentação, mas através do empoderamento para que rompam o ciclo de pobreza extrema e possam sonhar com um futuro diferente.

À frente da ONG (Organização Não Governamental) está a assistente social Maria Marta Góes que há 20 anos atua neste segmento. Do trabalho que desenvolvia em uma igreja nasceu a entidade com a ajuda de um grupo de apoiadores: “É preciso visitar a família, conhecer a realidade para que a gente possa ensinar essa criança a se projetar no futuro”, afirmou em entrevista ao JM, nesta semana.

 A presidente disse que não se conformava com a situação em que vivem tantas crianças e que a ONG foi fundada visando apoia-las para que vençam através da educação, da orientação para o mercado de trabalho e do desenvolvimento da autoestima. “Muitos moram com avós e tios porque o pai está preso ou morreu”, observou, assinalando que, se agirem agora, essas crianças poderão ter um futuro melhor. 

Refeições balanceadas para 30 crianças

Funcionando na rua José Gerônimo Peres, nº 630, no Jardim Continental, a “Esperança da Criança” atende 30 crianças e pré-adolescentes, no contra turno escolar. Pela manhã, um grupo chega às 8 horas, toma um café reforçado, faz as lições da escola, participa das atividades, almoça e vai para a aula no período da tarde. Já o outro grupo chega da escola na hora do almoço, tem o mesmo atendimento, toma café da tarde, janta e vai para casa. 

Maria Marta, presidente

São oferecidas oficinas de panificação aonde meninos e meninas aprendem a produzir pães, bolos, salgados etc. Além de consumirem no local, as crianças levam para casa um Kit com um pouco da produção para os familiares. Elas ainda participam de aulas de libras, de música (violino e canto) e de artes “para que aprendam a brincar e ser crianças”, fez questão de destacar a presidente. 

Oficina de panificação

Ela prosseguiu explicando que “o objetivo é resgatar, fazer estudar, ter contato com a arte, se relacionar com as pessoas, questionar, saber se impor na sociedade. Pegar o sonho deles e apoiá-los para que cresçam e enfrentem a vida de uma forma diferente da família, de só ficar esperando. Só vai receber o que sobrar. Tem que incentivar a ter suas próprias conquistas com esforço próprio. Ter seu dinheiro, seu espaço”. 

Além do consumo no local, crianças levam para casa

TRANSPARÊNCIA

A credibilidade da ONG tem atraído apoiadores, apesar da crise econômica que derrubou muito o volume de doações. Maria Marta afirmou que “atuamos de maneira muito transparente, com prestação de contas e seriedade”, o que possibilita que não apenas pessoas físicas, mas algumas empresas também colaborem com o projeto social. 

Volutária orienta atividades na entidade

A principal delas é o Tauste, através do seu braço social. A rede de supermercados ajudou a reformar o prédio, adquiriu e doou todos os móveis e eletrodomésticos e quando um empresário que custeava o aluguel não teve condições de prosseguir, por dificuldades econômicas, o Tauste comprou o imóvel para a instituição. 

Tarefas escolares são realizadas na ONG

Maria Marta afirmou que os parceiros se sensibilizaram pela proposta da entidade: “Essas crianças vão viver 70 anos e hoje vamos projeta-las para o futuro porque senão será essa a vida que elas vivem no meio da favela”. Neste sentido, elas começam recebendo noções de higiene e de boas maneiras.

Perguntada sobre situações que a impactaram, a presidente lembrou de uma criança “que não podia se sentar à mesa para comer porque os piolhos pulavam no prato. Tinha tanto nos cabelos, nas sobrancelhas e até nos cílios. E nós cuidamos dela”. Em outro caso, uma menina se surpreendeu depois da limpeza dos pés: “Ela disse que não sabia que tinha pés brancos. Imagina há quanto tempo não tomava um banho?”

Cozinha armazena alimentos

A presidente disse que, no começo, muitas crianças ficavam esperando para começar a comer porque não sabiam usar os talheres. “Era uma situação de doer o coração”, recordou. Conforme disse, “temos na cidade muitos cursos profissionalizantes gratuitos como do CRAS, do Senac etc. Mas, eles não têm coragem de ir. Então, se precisa de uma roupa, nós arrumamos, orientamos para o banho, para ter uma boa apresentação. Se uma menina fizer um curso de manicure ela pode começar a ganhar seu próprio dinheiro”.

Maria Marta disse que tudo passa por desenvolver a autoestima nas crianças e jovens: “Falamos que eles precisam ter sonhos e correr atrás. De poder ir ao supermercado com dinheiro para comprar o que têm vontade. De sonhar em ter uma casa, um carro, enfim, de saberem que podem conquistar o que desejarem.”

Ela lamentou a dificuldade da maioria dos alunos com a escola, embora receba relatos animadores dos estabelecimentos de ensino após as crianças frequentarem a ONG: “Tem criança no sexto e sétimo ano que não sabe escrever. Vimos isso no fim do ano quando pedimos para escreverem as cartinhas”. Assim, o apoio ao desenvolvimento educacional, com suporte para as lições e trabalhos escolares, torna-se ainda mais importante.

MANUTENÇÃO

A presidente disse que a luta é diária para manter o atendimento às 30 crianças. Na quarta-feira, durante a reportagem, o saldo da conta bancária era de 9 mil reais, mas a ONG precisará de outros 9 mil reais até o quinto dia útil de fevereiro para pagar as despesas na faixa de 20 mil reais.

Atualmente, a “Esperança da Criança” conta com 08 voluntários que  recebem ajuda com o transporte, um funcionário contratado (CLT) e um profissional com vínculo de pessoa jurídica. A manutenção vem de doações em carnês de contribuição da comunidade e, até o ano passado, de empresas que doavam com base no lucro real (um por cento do imposto devido), mas que tem uma previsão baixa para 2023.

Como doar para a entidade

E por falar em sonhos, a “Esperança da Criança” quer andar com as próprias pernas. A ideia é ter um projeto de sustentabilidade econômica para manter a ONG ampliando o número de vagas: “Pensamos em comprar o imóvel ao lado e criar uma pizzaria solidária”, adiantou a presidente. Além de capacitar pessoas e gerar emprego, a produção de pizza poderá garantir o financiamento das atividades da entidade.

Enquanto isso, quem quiser e puder contribuir com esse projeto, qualquer valor pode ser transferido via PIX na chave: CNPJ 32.297.441/0001-93. Para empresas que desejarem informações sobre como doar, o contato com a entidade é (14) 998134035.

*Reportagem publicada na edição de 29.01.2023 do Jornal da Manhã

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domingo, 22 de janeiro de 2023

CAMPANHA DE MATERIAL ESCOLAR: CRIANÇAS CARREGARÃO A SOLIDARIEDADE NA MOCHILA.

Por Célia Ribeiro

À medida em que se aproxima a volta às aulas, muitas crianças ficam encantadas com a mochila da moda, com os estojos repletos de acessórios e as caixas de lápis de cor que tiveram a oportunidade de escolher nas papelarias. Mas, há milhares de crianças que aguardam, com muita expectativa, os itens básicos da lista de materiais que a família tentará conseguir junto às entidades beneficentes. 

Itens para doação às crianças na volta às aulas

Entre várias ONGs (Organizações Não Governamentais) que realizam campanhas de arrecadação de material escolar, a “Associação dos Amigos Solidários de Marília”, popularmente conhecida por “Amigos do Bar”, tem conseguido mobilizar seus associados e centenas de doadores que contribuem para que os filhos de famílias de baixa renda iniciem o ano letivo com tudo o que precisam. 

Imagens das campanhas anteriores

“Ajudamos várias entidades que trabalham com crianças. E também atendemos muitas famílias que trazem a lista de materiais da escola”, explicou o presidente Tadau Tachibana. Ele informou que, além de levar até a entidade, a comunidade pode deixar a contribuição nas livrarias e papelarias da cidade: “Quando uma mãe compra uma caixa de lápis de cor, pode comprar uma a mais e depositar na caixinha da campanha”, exemplificou. 

Arnaldo Stroppa e Tadau Tachibana com
doações da campanha de desapego

Apesar de dezenas de cartazes terem sido espalhados nos principais pontos de venda de material escolar, a adesão não tem sido como nos anos anteriores, observou Tadau. No entanto, ele espera que, com a divulgação na mídia e nas redes sociais, quem ainda não ajudou ainda possa fazer sua contribuição. 

Lacres e tampinhas plásticas: renda para os projetos sociais

“No ano passado, só uma pessoa doou 5 mil reais para a campanha. Nós recebemos tanto os materiais como, também, aceitamos doações em dinheiro, via PIX. Com o que for apurado, nós compraremos o que falta para doar a quem mais precisa”, acrescentou. Conforme disse, todos os itens da lista são bem-vindos: cadernos, lápis de cor, estojos, mochilas, papel sulfite, lápis e canetas, borracha, apontador, réguas, tesoura, cola, cartolina etc. 

Estoque de fraldas para doação

CREDIBILIDADE

Tadau Tachibana afirmou que a credibilidade da entidade aumenta a responsabilidade dos seus integrantes: “Trabalhamos com muita transparência e divulgamos, diariamente, tudo o que recebemos e doamos. Sabemos que é importante esta prestação de contas. Se eu divulgo que conseguimos 10 cadernos, depois chegam mais 100 cadernos porque as pessoas veem a seriedade com que atuamos”. 

Cestas básicas para famílias cadastradas

E não faltam campanhas no “Amigos do Bar”. Uma das campanhas permanentes é o “Desapegue” que recebe doações de todo tipo de objeto, de toca-discos antigos até máquina de costura, eletrônicos, quadros, móveis etc. “Outro dia recebemos uma casa inteira de móveis. A pessoa faleceu e a família doou. O caminhão pegou as doações e já foi deixando nas casas das famílias cadastradas que precisavam de uma geladeira, de um fogão, de um colchão, por exemplo”, contou o presidente.

Tadau e as tampinhas: ajuda ao meio-ambiente
e geração de renda para as campanhas

A entidade realiza, ainda, a campanha de lacres de latinhas de alumínio e tampinhas de plástico duro. Em um dos cômodos da sede, Tadau mostrou a grande quantidade de materiais separados e embalados: “Isso tudo vai virar cestas básicas e fraldas infantis e geriátricas. Nós ajudamos o meio-ambiente retirando esses materiais recicláveis e transformamos o que seria jogado no lixo em uma coisa muito útil”, assinalou. 

Cartaz da campanha

SOBRE A ONG

Fundada em 2014, a ONG “Amigos do Bar” tem um papel relevante na sociedade, participando ativamente de campanhas de caráter beneficente. Instalada à Rua Rio Grande do Sul, 234, centro, a sede recebe doações da comunidade fazendo a interlocução com as famílias de baixa renda e em situação de vulnerabilidade social.

Para contribuir basta levar a doação até a sede ou fazer um PIX, de qualquer valor, para a chave (14) 9.81140055.

 Leia outras reportagens sobre a ONG "Amigos do Bar" AQUI, AQUI,  AQUI, AQUI e AQUI

*Reportagem publicada na edição de 22.01.2023 do Jornal da Manhã



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domingo, 15 de janeiro de 2023

PROFESSORAS APOSENTADAS DOAM GORROS DE LÃ EM CROCHÊ PARA MATERNIDADES E ASILOS

Por Célia Ribeiro

Desde os anos em que viveu na Capital, onde aposentou-se como professora do ensino fundamental, Maria Lúcia Roland nunca se conformou em ver o sofrimento alheio de braços cruzados. Aos 75 anos, ela demonstra um vigor invejável enquanto conta como os trabalhos manuais que executa, junto com a irmã Ester Roland, de 81 anos, deram um novo sentido à sua vida.

Maria Lúcia Roland

“A gente aprende que tem que dividir, repartir, cooperar”, disse em entrevista ao JM na tarde chuvosa de quarta-feira. Na confortável residência que divide com a irmã, também professora aposentada, nas imediações do Hospital Espírita, Lúcia mostrou alguns dos trabalhos que confecciona; gorros de lã para bebês das maternidades do HM e da Gota de Leite e para idosos abrigados nos asilos.

A matéria prima chega pelo coração generoso de amigos e conhecidos. Lãs de cores variadas são transformadas pelas mãos habilidosas das irmãs: “As lãs fininhas de bebês vão para gorrinhos das maternidades. Agora, as lãs grossas, coloridas e principalmente de cores fortes, são para os gorros dos velhinhos”, explicou.

A professora revelou que após se aposentar foi trabalhar em classes especiais do Hospital Darci Vargas em São Paulo: “Vi uma dura realidade. Tinha de tudo: crianças com leucemia, com diabetes tipo 1, com doença renal que precisava de transplante, Aids etc”. Convivendo com as crianças hospitalizadas que frequentavam as aulas das classes especiais, ela não perdia uma oportunidade de ajudar. 

Doações do grupo “Algodão Doce” à Gota de Leite

“Eu sempre fui de pedir. Quem eu conhecia e podia ajudar eu falava da situação e sempre tinha apoio. Certa vez, a dona do restaurante em que eu comia por quilo doou tantas roupas e calçados que demorei cinco dias para levar tudo”, contou. Após separar todos os itens, as peças foram doadas a quem mais precisava no hospital.

ARTESANATO

Com a solidariedade correndo nas veias, quando retornou a Marília, a professora aposentada buscou maneiras de continuar ajudando as pessoas. Devido aos conhecimentos de costura, produz lindas peças que são doadas para os bazares das entidades beneficentes. Além disso, procura reciclar objetos que seriam descartados e, com isso, vidros de conservas e caixas plásticas são pintados e doados para a UAPEM (União dos Aposentados de Marília) que sorteia os brindes em seus bingos. 

Gorros das irmãs para bebês e idosos

Um dos destaques do artesanato são os quadrinhos do Espírito Santo. A base é feita com sobras de madeira que o marceneiro amigo da família corta no tamanho e formato que precisa. Ela sempre tem vários em casa para doação às entidades que geram renda com esses objetos nos seus bazares. 

Lãs de doação

Falando em aproveitamento, a professora contou que lendo uma reportagem do Jornal da Manhã sobre a ONG que cuida de gatinhos e mantém o projeto “Tampinhas de Bigode”, resolveu juntar tampas plásticas para o projeto: “Eu peço para os vizinhos e amigos. E do bar aqui perto eu peço para guardarem os lacres das latinhas que entrego na ACC (Associação de Combate ao Câncer), acrescentou.

 

Virgínia Balloni (presidente), Rosalita Soffener (tesoureira)
e enfemeira Patrícia Gilio na Gota de Leite

Maria Lúcia disse que não sabe quantos itens já produziu e doou, lembrando da fase difícil do auge da pandemia, em 2020: “Ficamos trancadas em casa. A gente só falava com a família por telefone. Farmácia e mercado entregavam as compras. Teve um dia em que eu saí para dar uma volta de carro com minha irmã e voltei chorando de ver o comércio fechado, parecia uma cidade fantasma”, assinalou.

 

Quadrinhos de Espírito Santo com base em madeira

Esse foi um período muito difícil. Mas, os cuidados valeram a pena: “Nem gripe a gente pegou. Ainda hoje tomamos muito cuidado. Por exemplo, só vamos à farmácia aos domingos depois do almoço quando não tem quase ninguém”.

 

Vidro reciclado
Para ela, ter aproveitado o período do isolamento social para produzir gorros de lã foi terapêutico: “Fizemos mais de 300 gorros. Perdemos a conta. Mas, foi importante ter uma ocupação, uma distração para atravessar aquele período tão difícil”, frisou, lembrando que na mesma época perdeu uma grande amiga e incentivadora das ações sociais que era Sílvia Muniz.

Agora, com a pandemia sob controle, mas ainda fazendo vítimas fatais, sobretudo na terceira idade, Maria Lúcia e a irmã Ester seguem firmes nos trabalhos manuais preparando o estoque de gorros que vão aquecer bebês e idosos no inverno.

 Quem desejar contribuir com as lãs, as doações podem ser entregues na empresa Sonadar Piscinas, localizada à Rua Bahia esquina da Rua Pedro de Toledo, aos cuidados de Patrícia Sparapane, no horário comercial.

 GOTA DE LEITE

 A Maternidade e Gota de Leite, com atendimento 100 por cento destinado ao SUS, doa kits de enxovais às pacientes que necessitam. Por isso, recebe da comunidade doações de roupas de bebê novas e usadas em bom estado, fraldas, itens de higiene etc. Os gorrinhos das irmãs Ester e Maria Lúcia são um exemplo de itens que compõem os kits. 

Kit da Gota de Leite entregue às mamães

“Agradecemos essa senhora por lembrar da Gota para essas doações que são entregues às famílias carentes quando seus bebês nascem na nossa maternidade. A entidade agradece esse ato de amor ao próximo “, afirmou a presidente, Virgínia Maria Pradella Balloni. Quem quiser contribuir, a entidade está localizada à Avenida Nelson Spielmann, 630, próximo à Matriz de São Bento.

*Reportagem publicada na edição de 15/01/2023 do Jornal da Manhã

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domingo, 8 de janeiro de 2023

HC VERDE: COM ENERGIA SOLAR, HC FAMEMA ECONOMIZA QUASE 200 MIL REAIS MENSAIS

Por Célia Ribeiro

A imagem do hospital superlotado, com pacientes à espera de leitos em macas pelos corredores escuros, está ficando no passado. Tendo à frente a médica Paloma Aparecida Libânio Nunes, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília tem se transformado em um modelo de gestão, com economia de recursos públicos, cujos resultados aparecem na infraestrutura e no atendimento humanizado aos pacientes de 62 municípios. 

Vista aérea mostra as placas fotovoltaicas do complexo
(Foto: Gerência de Comunicação HC Famema)

Um exemplo é um dos programas exitosos da instituição: o HC Verde. Com vários projetos voltados à sustentabilidade ambiental, ele é uma caixinha em expansão porque, gradualmente, recebe novas demandas, conforme a superintendente explicou em entrevista ao JM no início da semana.

"A Superintendência tem um escritório de programas, projetos e ações. O programa maior é o HC Verde que tem várias linhas”, observou, citando que as crianças nascidas no Hospital Materno Infantil, que integra o complexo, recebem uma muda de árvore. As mães são orientadas sobre a importância da preservação ambiental e estimuladas a plantarem uma árvore em homenagem ao filho/filha que acabou de chegar. 

Drª Paloma Libânio Nunes

Por sua vez, pacientes do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), voltado ao tratamento dos transtornos mentais, participam do projeto “HC Florescer” cultivando girassóis em uma analogia às flores que se fortalecem voltadas umas para as outras. E, em breve, uma horta orgânica será formada para atividades terapêuticas de pacientes com acompanhamento de  alunos dos cursos de Medicina e Enfermagem.

Internamente, os colaboradores são orientados a não utilizarem copos plásticos e a coleta seletiva dá a correta destinação aos recicláveis, desde o óleo de fritura que é vendido para aquisição de materiais de limpeza, até a separação de todos os materiais que possam ser reaproveitados, reduzindo os dejetos descartados.

Com a conclusão do novo prédio do Hospital da Mulher e da Criança, um amplo bicicletário estará à disposição dos colaboradores. Paloma Libânio disse que foi um pedido dos funcionários que são incentivados a adotarem práticas saudáveis para melhoria da qualidade de vida: “O HC é um hospital escola e, assim, tem que ensinar as pessoas a não ficarem doentes, se alimentando bem, fazendo atividade física e controlando o estresse”, pontuou.

INVESTIMENTOS

Na gestão do HC Famema há 10 anos e como superintendente há 06 anos, Paloma Libânio multiplica as 24 horas do dia. Ela está em busca permanente de recursos, seja na esfera federal, seja no âmbito estadual e tem um bom trânsito junto às autoridades de saúde. Como resultado, o Hospital das Clínicas tem recebido muitos investimentos em infraestrutura, apagando a imagem ruim que perdurou por muitos anos. 

Área verde projetada e executada por Luca Moreira
é um espaço de convivência em meio à natureza

“Há trabalhos que comprovam que a ambiência interfere no tratamento. Se está em um local mais claro, com luminosidade melhor, sem cheiro desagradável, isso tudo contribui na melhoria do tratamento. Por isso, a gente acabou investindo tanto em infraestrutura, porque ajuda no tratamento”, destacou a médica.

Uma das obras mais importantes é o novo Hospital da Mulher e da Criança de Marília, com investimentos de 66 milhões pelo governo do Estado de São Paulo. Em estágio adiantado, as obras devem ser concluídas em dois anos, no lado direito da entrada do Pronto Socorro Adulto, com acesso pela rua Nelson Severino Zambon. 

Novo hospital da Mulher e da Criança em construção

O completo hospitalar contará com 13 mil metros quadrados de área distribuídos em cinco andares, com pronto socorro infantil, sala de aula para as crianças em internação, enfermaria, centro cirúrgico, unidades de terapia intensiva neonatal, infantil e adulto etc. 

Paloma Libânio lembrou que solicitou que constassem do edital do projeto todas as diretrizes que permitissem uma obra o mais sustentável possível, desde a geração de resíduos da construção. Por isso, além da ala reformada do HC e do prédio ao lado, o Centro Luci Montoro de Reabilitação, o prédio do novo hospital contará com placas para geração de energia fotovoltaica.

ECONOMIA

De acordo com a superintendente, “o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília (HC Famema) concluiu, em fevereiro de 2022, o projeto de eficiência energética em parceria com a Companhia Paulista de Força e Luz – CPFL”, previsto na Lei federal nº 9.991 que estabelece que as concessionárias de distribuição de energia devem investir em pesquisa em programas de eficiência energética. 

Placas fotovoltaicas captam a energia do sol
(Foto: Gerência de Comunicação HC Famema)

Paloma Libânio explicou que inscreveu o projeto da instituição que conseguiu um investimento de 900 mil reais com a instalação de uma usina solar fotovoltaica de 200 KWP, “para geração de energia solar e renovação da iluminação interna para tecnologia LED”. Assim, todas as lâmpadas antigas foram substituídas por LED, também sem custos para o HC Famema. 

HC Famema tem investido em infraestrutura

De acordo com a Gerência de Comunicação da instituição, a usina “é composta por painéis solares dispostos no telhado do Departamento de Atenção à Saúde de Alta Complexidade – DASAC localizado na Rua Doutor Reinaldo Machado, nº 255. A energia é gerada pela luz do sol, de maneira limpa e renovável e, por isso, pode variar de acordo com os diferentes períodos do ano”.

Até o momento, a usina solar impediu a emissão de 28,6 toneladas de gás carbônico na atmosfera, o equivalente ao plantio de 115 árvores, gerando uma economia mensal de R$ 194.448,00, energia suficiente para manter 11 mil geladeiras ou 207 mil banhos. De acordo com a superintendente, só essa usina representa uma redução de 38 por cento nas contas de energia.

Diante desse exemplo, com o início dos novos governos estadual e federal, perguntada sobre a administração focada em parcerias, Paloma Libânio afirmou que o Sistema Único de Saúde (SUS) pode apresentar melhores resultados em benefício da população,  dependendo de como seus recursos são geridos. Saiba mais sobre a instituição acessando: http://hc.famema.br/

*Reportagem publicada na edição de 08.01.2023 do Jornal da Manhã

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