domingo, 27 de setembro de 2020

COM BAZAR ONLINE, FAMÍLIA ESPERA CUSTEAR TRATAMENTOS DE MATEUS CASTELAZI.

Por Célia Ribeiro

Em julho de 2018, nada menos que 135 voluntários formaram um exército de solidariedade que colocou de pé o “Bazar do Mateus”. Destinado a levantar recursos para o oneroso tratamento do garoto de 12 anos, portador de Síndrome de West, além de epilepsia de difícil controle, o evento beneficente foi um sucesso e seria repetido em 2020. No entanto, com a pandemia, a família encontrou na venda online uma forma de aproveitar os itens arrecadados para o bazar que seria presencial.

Mateus tem atendimento em casa

 Mateus Castelazi é bem conhecido, não só em Marília, devido à luta de sua mãe, Cláudia Marin, fundadora e presidente vitalícia da ONG “Anjos Guerreiros” e vice-presidente e uma das fundadoras da Maléli (Associação Canábica em Defesa da Vida). Ela foi uma das mães que conseguiram salvo conduto da Justiça para cultivar legalmente a cannabis e extrair o óleo que deu qualidade de vida ao filho.

Cláudia, esposo Rafael e os filhos Bia e Mateus

Cláudia explicou que “Mateus hoje tem cobertura pelo SUS das medicações Keppra, Sabril e fraldas. A cannabis medicinal, desde 2016, não veio mais”. Entretanto, o garoto utiliza “muitos manipulados, injeção de reposição de vitaminas, uso de frequência quântica, além de outros. Paramos a ozônioterapia por falta de dinheiro”.

Ela afirmou que “toda mãe quer dar o melhor ao filho. Eu quero dar qualidade de vida. Para isso, temos liberação para plantio de cannabis medicinal o qual nos trouxe alguns custos extras como aumento de energia pelo modo de plantio pelo pouco tempo que temos para dedicar.

Dieta rica em gordura e proteína

Além disso, Mateus faz dieta Cetogênica que deu super certo”, acrescentou, citando os gastos com a ingestão diária de “120 ml de óleos, como azeite, óleo de gergelim, óleo de semente de uva e óleo de côco, além de leite e farinha de côco, castanhas, sementes, legumes, verduras e carnes”.

O tratamento à base de óleo de cannabis foi um divisor de águas para Mateus que está praticamente zerado em crises convulsivas. Ele chegou a ter 80 crises por dia e atualmente, segundo Cláudia, tem uma ou duas por semana. Paralelamente, o garoto possui atendimento nutricional e de enfermagem, além de passar por sessões de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. A má notícia é que o convênio de saúde está querendo retirar o atendimento da fonoaudióloga em casa (home care), o que aumentará os gastos da família.

Mateus faz várias terapias

 DESPESAS DE TODA ORDEM

 Paralelamente às despesas anteriormente mencionadas, há outros gastos, como explicou a mãe: “As cadeiras de rodas do Mateus não duram o tempo necessário que fornecido pelo tempo do SUS. Acabamos tendo que adquirir e mandar adaptar, o que não sai em conta. Nosso sonho é um dia ter a cadeira de rodas que fica em pé”. Ela acrescentou que “por não andar, ele não consegue ficar em pé, e só assim para não fazer sobrecarga, já que tem osteopenia e foi proibido o uso de parapodium”.

Cláudia falou sobre a importância do bazar para manter o tratamento do filho. Em 2018, foram arrecadados cerca de 20 mil reais, garantindo o tratamento de Mateus até este ano. Organizada, Claudia mantém todas as notas fiscais para comprovar o uso do dinheiro exclusivamente com os fins a que se propôs, com uma prestação de contas transparente.

Cuidado permanente

Ela falou com gratidão sobre o evento de dois anos atrás: “O amor das pessoas ao doarem, o amor de tantos voluntários que dedicaram dias para nos ajudar, a mídia que fez de tudo para mostrar nossa história, incluindo você, Célia, que sempre com muito carinho esteve comigo. As doações lotaram minha casa. O barracão onde fizemos ficou lotado com até mesmo sacos sem abrir e depois de Marília fiz em Santa Cruz do Rio Pardo, minha cidade natal, onde foi sucesso também”.

Cláudia Marin disse que ficou “sem reação quando parei e vi tanto amor pelo meu pequeno Mateus.  Inexplicável o sentimento de gratidão. Muitas pessoas se voluntariando, que nunca vi. Fiquei sem palavras. Depois dos dois bazares doei tudo que ficou, e olha que foi muito, para entidades de Marília e Santa Cruz”.

Por ser online, ela acredita que as vendas não atingirão os valores de 2018, mas que gostaria de chegar a 10 mil reais, pelo menos, para fazer face aos custos de medicamentos (manipulados reguladores), alimentação especial, frequência quântica, médicos, terapias etc. Claudia contou que apesar de não ter sido muito divulgado, o bazar online tem atraído compradores, citando exemplos de itens à venda: bicicleta (40 reais), luminária (20 reais), mala (80 reais), impressora (40 reais), cadeiras (20 reais) etc.

Estão sendo disponibilizados móveis, eletroeletrônicos, brinquedos, artigos de decoração e, em breve, brinquedos para o “Dia da Criança”. Ela finalizou dizendo estar otimista com o bazar virtual: “Assim como Mateus está sendo ajudado, espero que todos recebam em dobro tudo que fazem e desejam a nós. Gratidão a todos os doadores e voluntários que já posso contar pois estão se manifestando”.

Para entrar em contato com Cláudia Marin, o telefone é (14) 997974850. No Facebook, o perfil de Cláudia apresenta as opções de itens à venda, diariamente: https://www.facebook.com/claudia.marin.94801

Para ler mais sobre Cláudia Marin e sua saga pela saúde do filho, leia reportagens anteriores acessando AQUI, AQUI e AQUI

*Reportagem publicada na edição de 27.09.2020 do Jornal da Manhã



domingo, 20 de setembro de 2020

PATCH & PANO: ALUNAS DE ATELIÊ COSTURAM PEÇAS PARA DOAÇÃO NA QUARENTENA

Por Célia Ribeiro

Destinada ao descarte, uma tirinha de tecido colorido pode se tornar protagonista em uma peça original. Sua sorte está atrelada à sensibilidade e ao talento de quem a observar com cuidado, enxergando além dos fiapos. Em um ateliê de Marília, cada pequeno retalho de tecido é o centro das atenções pelas mãos habilidosas das alunas da professora Adriana Coimbra que, durante a pandemia, aproveitaram o tempo livre para costurarem jalecos e máscaras para doação.

Adriana Coimbra

Localizado na região central, o ateliê “Patch & Pano” sentiu o impacto da pandemia nos primeiros trinta dias. Com 45 alunas, em três períodos, a professora Adriana contou que o choque foi grande porque, mais que um local para aprender artesanato, como a técnica do Patchwork, a escola também possui uma lojinha com criações das alunas. De portas fechadas, sem aula e sem vendas, ela chegou a temer pelo futuro.

Para sua surpresa, as alunas mantiveram o pagamento em dia e aproveitaram para exercitarem a solidariedade costurando máscaras para doação a quem necessitasse, incluindo moradores em situação de rua, além de jalecos destinados aos profissionais de saúde dos hospitais que estão atendendo pacientes do Covid-19. Além disso, estão sendo confeccionadas peças de artesanato para entidades gerarem renda.

As aulas foram retomadas recentemente e com todos os cuidados. Ao invés de cinco alunas por turno, agora são apenas três, todas usando máscara e mantendo o distanciamento nas respectivas máquinas de costura. Frascos de álcool em gel estão por toda parte e, assim, o tempo passa que elas nem percebem.

Mieko, Célia e Adriana

Na última segunda-feira, Adriana recebeu a reportagem do JM acompanhada da pedagoga e ex-diretora aposentada, Célia Carmanhani Branco e da professora aposentada Mieko Chimada que participavam do tradicional lanche do fim da tarde. Elas falaram da alegria em reencontrar as amigas no ateliê e de poder utilizar o artesanato para ajudarem as pessoas neste momento difícil.

Kit berço faz sucesso

“No começo da pandemia, todas se concentraram em costurar jalecos para profissionais de saúde. Resolvemos não fazer coisas para nós, mas jalecos e máscaras para doação. No primeiro mês, o ateliê parou e todo mundo se doou”, recordou a ex-diretora. Cerca de 15 alunas se engajaram e deram sua contribuição para que as doações chegassem a quem mais necessitava.

KIT BERÇO

Com o ateliê inativo, Adriana Coimbra contou um fato curioso: o crescimento de encomendas de kit berço com peças para recém-nascidos. Segundo ela, o aumento pode ser explicado pelo fechamento do comércio e pela necessidade das mamães em adquirirem peças originais; afinal, elas podem escolher a combinação de tecidos e contar com os itens exclusivos para seus bebês.

Quanto à lojinha, a professora disse que havia uma grande quantidade de itens à venda no início de março. E uma amiga, “comentando que as pessoas estavam tristes por não poderem sair para consumir, levou uma sacola cheia de trabalhos e vendeu tudo”, revelou. A procura por encomendas também se refletiu em artigos de cozinha como capas de galão de água, toalhas de mesa, entre outros, “porque as pessoas ficaram mais em casa e resolveram renovar algumas coisas”, justificou.

Colcha de retalhos da garota Bárbara

Célia Carmanhani disse que a pandemia “trouxe pra gente exatamente uma sensação do que está acontecendo no mundo, que nós precisamos uns dos outros. Cada uma de nós colocou uma dose de carinho para doar para alguém. A gente não pode abraçar tudo, mas a gente abraçou um pouquinho”. Ela mostrou as peças que estava confeccionando para doar a um centro espírita: kit composto de cesta para pães e toalha de chá que será sorteado com renda para a entidade.

Babi está costurando uma linda colcha

Ela prosseguiu afirmando que “nós somos seres consumistas. Às vezes, a gente faz sacola, mas a gente só vai usar uma e faz mais três. Nós paramos com isso. Vimos que não precisamos mais fazer tantos panos de prato, mas este ano estamos fazendo para doar. Cada uma de nós cresceu neste momento unindo esta força que nós temos. A Adriana tem uma coisa muito bacana porque ela agrega muito as pessoas”.

Célia Branco mostra tecidos do
próximo trabalho que será doado

Por sua vez, a professora Adriana comentou que “no ateliê, as meninas são muito companheiras, não são só alunas. Isso dá mais força para a gente tocar e trabalhar”. Já Mieko disse que no início, “ficamos três semanas sem ateliê e surtei um pouco vendo as notícias na TV. Desliguei a televisão, desencanei e tudo começou a funcionar. Retomamos a produção de trabalho voluntário e acabamos adaptando a vida com outros afazeres que antes não eram importantes. Uma ajudando a outra e isso mantém a gente unida”. 

Bolsa para bebês

CRIANÇAS

Adriana Coimbra possui algumas meninas entre suas alunas, a partir dos 11 anos. Uma delas, Bárbara Carmanhani, surpreendeu ao aceitar um desafio. Sem festinhas de aniversário que motivavam a confecção de presentes como estojinhos, mochilas e capas de agenda, a estudante de 12 anos acatou a sugestão da professora para costurar uma colcha de retalhos para sua cama.

“Começamos cortando um quadradinho”, lembrou a professora, explicando que a ideia era terminar o trabalho ao fim da pandemia. Mas, a dedicação de Babi, como é chamada, foi tanta que o trabalho já está bem adiantado. Adriana contou que a aluna disse que pregará sua etiqueta na colcha “para que seus netos acreditem que foi ela que costurou durante a pandemia. Imagina o tanto de história que ela vai ter para contar quando crescer?”, finalizou.

Para saber mais sobre o ateliê, nas redes sociais o perfil é https://www.instagram.com/patch.pano/. O endereço é Avenida Sampaio Vidal, 228 e telefone (14) 996356921.

Leia mais sobre o ateliê Patch & Pano, em reportagem de 2018, acessando AQUI

*Reportagem publicada na edição de 20.09.2020 do Jornal da Manhã



domingo, 13 de setembro de 2020

"REDESENHANDO A VIDA" GERA RECURSOS PARA ASSISTÊNCIA AOS PORTADORES DE CÂNCER

 Por Célia Ribeiro

Se receber um diagnóstico de câncer sempre foi difícil para pacientes e familiares, em meio à pandemia do Covid, o medo e a incerteza foram dois novos complicadores. A Associação de Combate ao Câncer de Marília (ACC), que assiste pacientes oncológicos de dezenas de municípios, viu sua receita quase zerar de um dia para outro enquanto cresceu a demanda por auxílio. Por isso, a criação do projeto “Redesenhando a Vida” deu fôlego à ONG como nova fonte de sustento.

Desenhos originais valorizam as canecas

Segundo a presidente da ACC, Maria Antônia Antonelle, com a decretação da quarentena, “vimos nossos recursos ficarem cada vez mais escassos. Todos os nossos eventos tais como: pizza solidária, bazares da pechincha, brechique e artesanato, cozinha ativa, bingos, almoços e jantares foram cancelados. No entanto, por causa da missão da ACC, que é acolher, orientar e assistir pacientes com câncer, familiares e cuidadores, não fechamos as portas nenhum dia sequer”.

Chinelos: ótima opção de presente

Ela relatou que as despesas aumentaram com o consumo extra de água sanitária, álcool em gel, sabão, sabonete e papel toalha, por exemplo. Em busca de alternativas, contou que se deparou com uma iniciativa em São Manuel que inspirou o projeto “Redesenhando a Vida” que faz sublimação personalizada em produtos.

Maria Antônia explicou que a “ACC tem uma parceria com a Central de Penas do Judiciário, e alguns pequenos projetos foram aprovados pelas Varas Criminais e Vara de Execuções de Marília, e pudemos comprar o principal: impressora e prensa de sublimação de chinelos. A Ação Social Tauste nos ajudou na compra da prensa de sublimação de canecas”.

Para iniciar a produção, a instituição utilizou recursos próprios para aquisição de materiais: “O projeto está apenas começando pois ainda precisamos de móveis, impressora colorida a laser, prensa de transfer a laser e materiais para produzir canecas de plástico, vidro, long drink, taças de plástico, squeeze, sacolas etc. Atualmente, estamos fazendo por encomenda canecas de porcelana, canecas de polímeros e chinelos”, acrescentou.

ENCOMENDAS

A entidade aceita encomendas durante a semana até quinta-feira para entrega na quarta-feira da semana seguinte. Houve campanha no “Dia dos Pais” e outras estão programadas para o mês que vem com o “Outubro Rosa” alusivo ao câncer de mama e “Dia das Crianças”, informou a presidente. 

Voluntários na produção da ACC

Conforme disse, “os itens mais solicitados são as canecas: de porcelana branca custa 35 reais e a de fundo colorido 40 reais. As canecas brancas saem por 20 reais. Quanto aos chinelos, os brancos a 30 reais e com a sola colorida 35 reais”. A presidente comentou que “com a pandemia, os produtos tiveram aumento mínimo de 50 por cento e já estamos com dificuldades de encontrar no mercado, e quando isso ocorre o preço hoje está quase 100 por cento mais caro do que pagamos na última compra”.

A personalização pode ser feita com várias artes

Maria Antônia mostrou otimismo, apesar das dificuldades: “Temos fé que as encomendas irão aumentar, pois nesse momento é muito importante não compartilhar copos, talheres etc. Estamos fazendo contado com empresas, comércios e todos os espaços que têm funcionários”. 

Para venda em larga escala, há desconto a partir de 10 por cento sobre o preço inicial: “O processo é trabalhoso; as artes são feitas uma a uma e personalizadas de acordo com a expectativa do cliente. Demanda tempo para a criação, aprovação, uso de papel e tinta própria para a sublimação, impressão e sublimação. O objetivo não é financeiro e sim filantrópico. Fazemos uma caneca ou um par de chinelos até muitas peças. O desconto começa a partir de 20 peças”, explicou.

Maria Antônia, presidente da ACC

A presidente da ONG também fez um apelo para os voluntários “que trabalham com Corel draw, impressão e sublimação. Pode ser aluno do curso de Design Gráfico ou outro curso afim. A ACC está apta para fornecer espaço para estágio. Nossa próxima ação será junto às escolas, na volta às aulas. Se tivermos encomendas, faremos as garrafinhas para água, suco e chá personalizadas”. Os interessados podem fazer suas encomendas pelo WhatsApp (14) 99726-5442 e também na loja, acessando o site www.accmarilia.org.br.

Todos podem ajudar na divulgação

Maria Antônia informou que a entidade foi beneficiada com emendas parlamentares que ajudaram nesta fase crítica: “Além dos pacientes, temos uma equipe grande que tem famílias e dependem do salário. Também tivemos ajuda de outras organizações, empresas e pessoas físicas e conseguimos manter as cestas básicas, máscaras e produtos de higiene”.

Camiseta do "Outubro Rosa"

Quanto aos eventos, gradualmente a ACC está voltando com a Cozinha Ativa, venda de artesanato e Brechique (bazar de novos e seminovos). A partir do dia 15 de setembro, serão vendidas as camisetas do “Outubro Rosa” a 35 reais e no dia sete de novembro serão entregues 1.000 pizzas cuja venda será realizada por voluntários e através de contato com a entidade. 

Finalizando, a presidente afirmou que “adquirir uma produto sublimado da ACC, tem um valor agregado, de amor, solidariedade, pois além de ter algo exclusivo, você está salvando vidas e contribuindo com a tão importante preservação do meio ambiente, evitando o desperdício com o uso de materiais descartáveis. Para ajudar, acesse:  www.accmarilia.org.br fazendo uma doação e indo para a loja virtual onde pode escolher o seu produto”.

Como a divulgação do projeto “Redesenhando a Vida” tem sido realizada mais pelas redes sociais, todos podem contribuir compartilhando a informação. A ACC localiza-se à Rua Marrey Junior, 101, Bairro Fragata, ao lado do Fórum. O telefone é (14) 34545660 e WhatsApp (14) 99726-5442.

Leia mais sobre a ACC acessando AQUI, AQUI e AQUI

* Reportagem publicada na edição de 13.09.2020 do Jornal da Manhã



domingo, 6 de setembro de 2020

QUARENTENA AGRAVA DEPENDÊNCIA QUÍMICA E ONG INOVA COM LIVES E REUNIÕES ONLINE.

 Por Célia Ribeiro

Determinado pela quarentena, o isolamento social provocou mais que sérios impactos na economia. No Brasil e em todo o mundo, pesquisadores identificaram o agravamento da dependência química que levou ao aumento da violência doméstica e aos conflitos familiares. Para enfrentar essa situação, em Marília, a ONG “Amor Exigente” trocou as reuniões presenciais pelos eventos online e seus voluntários têm se desdobrado para socorrerem todos que os procuram em busca de uma luz no fim do túnel.

Reunião antes da pandemia

Segundo o presidente da instituição, Mário Cesar Vieira Marques, a ociosidade pela impossibilidade de sair para trabalhar ou passear levou muitas pessoas a situações extremas. Conforme disse, aumentaram “não só o consumo propriamente dito, mas também, os conflitos familiares pelo uso abusivo de entorpecentes lícitos ou ilícitos, a exposição do problema, a instabilidade emocional dos familiares, e também o risco de contágio, com as saídas de casa para consumo ou compra das substâncias”.

Ele revelou que a procura por ajuda também cresceu, assim como “a adesão às nossas reuniões online de pessoas de outras cidades, que acessaram o nosso site (www.amorexigentemarilia.org.br) e página do Facebook (@amorexigente.marilia) e, a partir daí fizeram contato por telefone (14-99739-6699) e receberam as orientações para participar. Só não temos mais adesões por causa da dificuldade de algumas pessoas em acessar as reuniões de um local da própria casa em que seja possível ter privacidade. Um dos pilares do nosso trabalho é, sem dúvida, o sigilo”.

Mário César, presidente

Questionado sobre de quem parte o pedido de socorro, o voluntário explicou que “depende muito da situação. Geralmente, os usuários mais jovens são trazidos pelos familiares. Quando o desafio é enfrentado por pessoas adultas, com maior grau de independência, são elas mesmas que buscam ajuda, mas são minoria”.

O presidente acrescentou que o primeiro contato “que chamamos de acolhimento, é realizado atualmente por telefone, com o objetivo de apresentar a nossa proposta de maneira mais ampla, geral, explicar o nosso método de trabalho e, principalmente, encorajar a pessoa/família a participar das nossas reuniões, atualmente acontecendo por via remota, online”.

Neste sentido, prosseguiu: “Com a participação nas reuniões, as pessoas vão percebendo que não estão sozinhas, que o nosso método é uma proposta consistente, de mudança de vida para melhor, baseada em evidências científicas, elaborada por equipe multiprofissional competente e experiente. A partir desse conteúdo, o voluntariado é frequentemente capacitado e atualizado para aplica-lo e, dessa forma, os participantes observam a coerência em relação à superação que todos desejam alcançar”.

ETAPAS

Mário Cesar enumerou as etapas do processo de reestruturação individual ou familiar: “Aceitar a existência do desafio a superar, encarar com serenidade e sem culpa, mas com a responsabilidade que cabe a cada pessoa; Buscar conhecimento sobre as substâncias psicoativas, para melhor entender a complexidade da situação, sem cair nas armadilhas das ‘ondas liberalizantes’ e sem aceitar a flexibilidade que a nossa cultura possui; Não minimizar ou superestimar o consumo, seja ele abusivo ou não”.


Voluntários do "Amor Exigente"

O presidente citou também que deve-se: “Buscar tranquilidade para enfrentar o caminho de superação, que não é curto, assim como não foi curto o caminho que os trouxe até aqui; Participar com assiduidade das nossa reuniões e confiar na nossa metodologia de trabalho, com mais de 35 anos de bons resultados”.

REUNIÕES

Até que haja segurança para o retorno das reuniões presenciais, os eventos são online com a colaboração dos 25 voluntários da ONG “Amor Exigente”. Recentemente, foram implantadas as palestras virtuais (lives) todas as sextas-feiras, às 20h30, pela página no Facebook (@amorexigente.marilia

Finalizando, Márcio César destacou que “a metodologia do Amor Exigente prevê o estudo dos seus 12 Princípios Básicos e seus 12 Princípios Éticos, e as respectivas reflexões. Assim, podemos afirmar com clareza que essa proposta, de mudança de comportamento e melhoria de vida, não se restringe apenas às pessoas/famílias com problemas instalados de dependência química. É, principalmente, um programa de estruturação individual/familiar, baseado na prevenção de comportamentos sociais inadequados e do uso abusivo de substâncias psicoativas, lícitas ou ilícitas”.

Reunião de parte da equipe

PIZZA BENEFICENTE

No próximo dia 12 de setembro, a partir do meio-dia, acontecerá a 4ª Pizza Solidária do Amor Exigente de Marília, com apoio do Tauste Ação Social. Ao preço de 25 reais, os cupons estão à venda na Leve&Diet Alimentos Especiais e Naturais – Av. Rio Branco, 4A, em frente ao Teatro Municipal (3413-1590 / 99773-1590). 

O Amor Exigente está presente em Marília há 29 anos. A sede localiza-se à Rua Maria Angelina Zillo Vanin, 75, Jd. Estoril – travessa da Rua Santa Helena, a 550m do Bosque Municipal, tendo a Escola Adventista na esquina. O telefone é 14-99739-6699. Integram a Diretoria: Mário César Vieira Marques (presidente), Latife Baaklini Coelho (Vice), Eliana Paulina de Souza Trevizo (1ª secretária) e Marli Costa (1ª tesoureira).

Leia mais sobre a ONG "Amor Exigente", acessando reportagem de 2018 AQUI

REPORTAGEM PUBLICADA NA EDIÇÃO DE 06.09.2020 DO JORNAL DA MANHÃ