Produzidos pelo sistema agroecológico, alimentos orgânicos cultivados no Assentamento “Luiz Beltrame”, em Gália, percorrem pouco mais de 50 quilômetros até chegarem à mesa de famílias marilienses, a cada 15 dias. Sem intermediários, legumes, verduras, frutas, ervas aromáticas, além de queijos, pães, bolos, doces, pó de café, sucos, licores, cachaças e geleias são entregues em cestas encomendadas através de um grupo de WhatsApp.
Produtos frescos do campo para a cidade, sem intermediários. |
Verduras cultivadas no sistema agroflorestal |
No fim da tarde de quarta-feira (26), a reportagem do JM acompanhou a retirada das cestas. Nem a forte chuva impediu que todos buscassem as encomendas e, assim, não houve sobra. Segundo Luci, uma servidora pública aposentada, há menos de um ano teve início a venda direta dos produtos em Marília após alguns professores tomarem conhecimento da parceria do assentamento com a APEOESP de Bauru.
“Começou com um grupo de professores interessados. E a lista foi crescendo, entrando outras pessoas”, explicou a facilitadora. Conforme disse, são dois pontos de entrega na cidade: no campus da UNESP (será retomada com a volta às aulas) e na APEOESP, quinzenalmente. Pelo WhatsApp, são informados os produtos disponíveis e respectivos valores. Nesta semana, a cesta menor era composta por alface, couve, abóbora madura, cheiro verde, mandioca, batata doce e abacate. Já a cesta maior ofereceu alface, rúcula, couve, abóbora madura, quiabo, limão, cheiro verde, mandioca, milho verde, banana e abacate.
Produtos orgânicos separados em caixas |
Assentamento Luiz Beltrame está localizado em Gália/SP |
Entre os clientes desta semana, a nutricionista Tania Correia Miller elogiou o fato dos alimentos “serem mais saudáveis, livres de agrotóxicos”. Por sua vez, a funcionária pública aposentada Carmen Sílvia Maurício Zidron contou que, normalmente, é sua filha quem retira as encomendas e também recomendou os alimentos frescos.
Luci organiza a entrega das encomendas |
Noeli e Abel cultivam a terra |
Gilberto Pereira |
Aos 60 anos, o agricultor Gilberto Afonso Pereira contou que há 08 anos está no assentamento em que vivem 70 famílias. Sobre o trabalho no campo, ele falou com entusiasmo: “É a coisa mais gostosa do mundo. A gente acorda bem cedo, limpa, carpe e planta. Quando chega no ponto a gente colhe e vende”. A renda de toda a produção é dividida entre as famílias assentadas, como o casal Noeli Batista Silva e Abel Barreto que ajudava a organizar a retirada das cestas. Eles contaram que trabalham no assentamento com ajuda dos filhos.
AMBIENTALISTA
"O propósito de participar dessa relação direta entre os consumidores e os produtores dos itens destas cestas não é apenas o de ter acesso a um alimento fresco, de boa qualidade e principalmente sem agrotóxico. É também o apoio, na prática, ao sistema de produção agroecológica, à agricultura familiar, ao fim do desperdício que resulta do modelo comercial vigente”, afirmou o ambientalista Antônio Luiz Carvalho Leme, enquanto retirava seus produtos.
O ambientalista Leme experimentou bolo de milho |
Como os produtos da cesta são, na sua maioria, perecíveis, esse contato direto entre o produtor e consumidor permite que não haja desperdício, pois vem para a cidade a quantidade exata do que foi encomendado pelo consumidor – isso é sustentabilidade real, na prática e não só no discurso”.
Maria Angélica elogiou os queijos |
Para saber mais e entrar em contato com Luci de Oliveira Milreu, o telefone celular é (14) 997367056.
*Reportagem publicada na edição de 01.03.2020 do Jornal da Manhã
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