domingo, 29 de março de 2020

COLETIVO AGROFLORESTA REIVINDICA CRIAÇÃO DE PARQUE PÚBLICO NA LINHA FÉRREA

Por Célia Ribeiro

Em uma época de tantas notícias ruins por conta da pandemia do CONVID-19, a iniciativa de um grupo de ambientalistas renova a esperança de dias melhores. É que o Coletivo Agrofloresta Amor, Cultura e Liberdade protocolou, junto ao Ministério Público Federal, o pedido para criação de um parque público linear em área adjacente à linha férrea, em Marília.
Mutirão reuniu voluntários perto do Poupatempo
Liderando a iniciativa, o professor Gustavo Perez Pereira Andrade, mantém no quintal de casa, no bairro Alto Cafezal, um viveiro com centenas de mudas de espécies nativas e frutíferas que são utilizadas nos mutirões destinados à revitalização de áreas públicas. Partiu do coletivo a tentativa de impedir a realização do carnaval popular no local devido ao risco de danos às mudas recém plantadas no terreno.
Na casa do professor, viveiro com dezenas de espécies
O carnaval, promovido pela Secretaria Municipal da Cultura, acabou acontecendo, mas a pasta se comprometeu a repor as mudas que foram danificadas após representação dos ambientalistas à 2ª Promotoria do Consumidor e do Meio Ambiente de Marília. Nesta semana, em entrevista ao JM por WhatsApp, o professor lamentou que as mudas ainda não foram recuperadas.

Professor Gustavo

Conforme disse, houve danos em cerca de 30 mudas plantadas durante seis mutirões realizados aos domingos de manhã, com a participação de dezenas de voluntários: pés de pitanga, jabuticaba, goiaba, jacarandá mimoso, ipês branco, roxo e amarelo, Pau-Brasil, palmito juçara, abacate, amora, embaúba etc.

PARQUE PÚBLICO

O documento do coletivo, datado de 10 de março último, reivindica que “as áreas adjacentes ao terreno da linha férrea que cruza a cidade de Marília sejam transformadas em parque público linear” nos termos do artigo 23, incisos VII e VIII da Constituição Federal. Solicita que os monumentos históricos, como placas, galpões e prédios, em volta e no próprio terreno da linha férrea, sejam protegidos.
Detalhe de planta destruída no carnaval popular
Na petição, o coletivo reivindica que “prédios históricos sejam analisados quanto ao tombamento; as árvores tombadas sejam protegidas; seja implantada infraestrutura voltada para o lazer e a socialização dos munícipes e nas bordas dos terrenos da linha férrea seja implantada uma ciclovia”, além de ser implementada a arborização no local em que ocorrem as feiras livres.
Novas mudas estão sendo preparadas

Foi anexada cópia da representação, com a denúncia dos danos provocados por ocasião do carnaval, e a petição finaliza solicitando providências à Procuradoria da República no “sentido de atuar para revitalização do centro urbano de Marília, em especial a área da linha férrea”.

Segundo o professor Gustavo, enquanto não são permitidas aglomerações por causa do coronavírus, o sétimo mutirão de plantio foi adiado por tempo indeterminado. O líder do Coletivo Ambiental Agrofloresta aproveita o tempo para ampliar o viveiro e cuidar das mudas. Ele quer estar preparado para, em breve, mobilizar os voluntários em uma manhã dedicada a tornar mais verde um trecho importante da região central normalmente esquecido pelas autoridades.  Para saber mais sobre o grupo, acesse as redes sociais:  https://m.facebook.com/aamoreliberdade/ e no Instagram: @agrofloresta_amor_e_liberdade

*Reportagem publicada na edição de 29.03.2020 do Jornal da Manhã

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja bem-vindo(a). Seu comentário será postado, em breve.