domingo, 8 de março de 2020

EDUCAÇÃO FINANCEIRA AJUDA AS MULHERES A RETOMAREM AS RÉDEAS DE SUAS VIDAS.

Por Célia Ribeiro

No mês em que se comemora o “Dia Internacional da Mulher”, as atenções se voltam para temas caros ao público feminino: a violência doméstica, os relacionamentos abusivos, as barreiras impostas à ascensão profissional, a dupla jornada de trabalho etc. No entanto, cada vez mais mulheres têm encontrado um meio de virar o jogo e retomar o controle de suas vidas ao investirem na educação financeira conquistando a sonhada independência.
Um projeto que começou pequeno, movido pela necessidade de equilibrar suas próprias finanças, hoje ajuda centenas de mulheres a saírem do vermelho e passarem a poupar para atingirem seus objetivos. À frente do Curso de Educação Financeira está a administradora de empresas Renata Vernaschi que, aos 40 anos, atende turmas presencialmente em Marília, e assessora clientes on line nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e até da Paraíba.

Antes de falar em teoria, Renata é o exemplo vivo de como é possível sair do olho do furacão. Ela contou que três anos atrás vivia como muitas mulheres: tinha emprego fixo, trabalhava muito, mas as contas não fechavam no fim do mês. A sorte lhe deu uma mãozinha porque foi contemplada com um curso de imersão emocional.

Renata Vernaschi: experiência própria

“Foi um divisor de águas. Voltei transformada”, recordou. Como sempre teve vontade de empreender, decidiu fazer um curso de coaching para “ter habilidade emocional para falar de ‘dinheirofobia’”, que é o medo que as pessoas têm de tratar de finanças, explicou. Aos poucos, ela foi assumindo a gestão do orçamento doméstico: “Era minha mãe que pagava as contas de casa e escrevia as coisas no lápis. Com minha mudança na forma de pensar, fui em busca de conhecimento”, destacou.

Sonhando alto, Renata disputou 4.000 vagas de um curso de finanças da renomada especialista Nathalia Arcuri com nada menos que 147.000 inscritos. Conseguiu ser aceita e fez o curso pagando parcelado. A partir daí, o que já vinha colocando em prática na sua vida ganhou mais musculatura. Através do planejamento, ela conseguiu organizar as contas, saiu do vermelho, e decidiu dar um passo ainda maior: pediu demissão do emprego e montou o primeiro curso de finanças para ajudar outras pessoas.
Alunas de um dos cursos: empreendedorismo 
Enfim, a administradora de empresas cruzou a linha tênue entre o sonho e a realidade e tudo começou a se transformar. Por seus treinamentos já passaram mulheres de várias faixas etárias e classes sociais que a procuram por diferentes motivos. E, embora o curso seja aberto a homens e mulheres, o público feminino tem sido maioria.

 A instrutora coleciona casos de sucesso, desde a mulher que vivia um “relacionamento abusivo, apanhava e não conseguia se separar porque não tinha como se manter” até a socialite que usava 12 cartões de crédito e chegou a gastar 97 mil reais em compras em um único mês. Duas ex-alunas, inclusive, terminaram seus casamentos ao se sentirem empoderadas e aptas a viverem sem a dependência financeira dos maridos. E há empresárias que ampliaram seus negócios e jovens que empreenderam após as orientações.

PLANEJAMENTO

Segundo Renata, qualquer pessoa pode sair de uma situação desesperadora, de endividamento e dificuldades financeiras quando decidir mudar seus hábitos. O planejamento é a chave de tudo. “Ao invés de pagar as contas e o que sobrar investir, tem que fazer o inverso. Nunca vai sobrar dinheiro para investir porque a gente sempre vai ter onde gastar. O ideal é, logo no início do mês, separar uma parte do salário ou renda para investir e depois usar o que sobrou para pagar as contas etc”.
As tarefas devem ser seguidas à risca
A instrutora observou que os problemas financeiros impactam homens e mulheres, mas que os homens têm mais dificuldade de lidar com isso: “Uma das principais causas do suicídio masculino está relacionada aos problemas financeiros. O homem não aguenta e tira a própria vida. No caso da mulher, quando perde o emprego, ela vai fazer uma faxina, faz bolo de pote pra vender, se vira”, exemplificou.

Além do curso presencial e da assessoria on line, Renata orienta os clientes em grupos fechados de WhatsApp. No chamado desafio dos sete dias, uma das tarefas prevê que o extrato bancário seja marcado com canetas coloridas permitindo ver aonde estão os rombos. Assim, os participantes identificarão os gastos que foram necessários, os não necessários e até os que não eram essenciais, mas representavam qualidade de vida, como uma despesa de lazer.

DICAS

Renata deixou três dicas sobre planejamento financeiro: “01) Anote o que entra e o que sai de dinheiro no mês, relacionando absolutamente tudo, até os gastos com cafezinho na padaria; 02) Comece a investir hoje. Com 37 reais dá para começar a aplicar no Tesouro Direto; 3) Abra uma conta bancária digital, que não tem tarifa, e uma conta em corretora de valores”.
Planer: o segredo é anotar tudo

A instrutora afirmou que “quando começamos a investir, muda a nossa relação com o dinheiro”. E finalizou afirmando que “o nosso negócio não é passar a mão na cabeça. É dar o chicote”, numa alusão à firmeza com que as tarefas são cobradas dos alunos para que alcancem seus objetivos.

Não raras vezes, Renata é surpreendida com depoimentos como da aluna Andreia, uma empresária mariliense: “Estou fazendo o desafio das 52 semanas, mas estou dobrando o valor por semana. A cada evento me propus a guardar todo o lucro do evento para atingir meu objetivo e já tenho três vezes o valor que deveria, sem sacrificar nada e ainda mantendo um padrão muito satisfatório”.

Para entrar em contato com a educadora financeira, seu telefone é (14) 996538758. Nas redes sociais, onde dá dicas, seu perfil no Instagram é: renata_vernaschi

*Reportagem publicada no Jornal da Manhã, Edição de 08.03.2020

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