Como se não bastassem a onda de medo e o isolamento social provocados pela pandemia do Coronavírus, o terceiro setor recebeu um golpe certeiro, quase indefensável. Obrigadas a cancelarem os eventos de geração de renda, as instituições filantrópicas não sabem como manterão os atendimentos nos mais diferentes setores em que atuam.
Padaria da ONG "Amor de Mãe": sem clientes |
Na ACC, a presidente Maria Antônia Antonelle disse que os atendimentos não serão interrompidos: “Não podemos fechar porque os pacientes com câncer têm direito à vida. A gente está tomando precauções e, além de atender os pacientes, estamos fazendo um papel de orientação junto aos familiares para que os pacientes não tomem ônibus, não saiam de casa porque eles estão no maior grupo de risco que existe, por causa da imunidade muito baixa”, assinalou.
Maria Antônia, Silvia Mendonça e Arnaldo Stroppa, diretores da ACC |
“A postura da Diretoria é de manter todo o quadro de funcionários porque todo mundo tem família e depende disso. Nós só suspendemos as práticas integrativas, por enquanto, porque o contato é muito grande com o paciente e a vulnerabilidade acaba ficando bem grande tanto para o paciente quanto para o terapeuta. Nós alocamos os terapeutas para fazer esse trabalho de prevenção: estão medindo febre, pressão de quem chega, orientando a lavar as mãos”, explicou.
Terapeuta em atendimento na ACC, antes da pandemia. |
No entanto, ela lamentou a falta de apoio do poder público municipal: “Estou vendo as pessoas se oferecendo para ajudar grandes hospitais e eu acho válido. Mas, e as entidades? Ficam como? Houve uma reunião na Prefeitura com os hospitais e a Secretaria da Saúde e as entidades não puderam sequer sentar à mesa”, assinalou.
Crianças assistidas na Associação Amor de Mãe |
Em contato com a Diretoria de Comunicação da Prefeitura, na quarta-feira, a reportagem solicitou posicionamento sobre apoio às ONGs. Até o fechamento dessa matéria, na sexta-feira no final da tarde, não foi enviada nenhuma resposta.
Tammy Gripa: padaria para gerar renda |
Para ajudar, acesse: www.accmarilia.org.br para doação por cartão de crédito. Ou podem ser doados créditos da “Nota Fiscal Paulista, indicando no seu cadastro o CNPJ da ACC, 59.990.960.001/99, como beneficiária. É um jeito nobre de doar sem pôr a mão no bolso e ainda manter o direito de concorrer aos prêmios. Conscientizar seus familiares, parentes e amigos da importância desse ato de amor. Caso tenha dúvida, ligar para (14) 3454-5660 ou (14) 997265442, que você será auxiliado”, finalizou.
DISQUE BOLOS
Tammy Gripa, uma das fundadoras da Associação Amor de Mãe contou que a “situação está desesperadora”. A entidade, localizada na zona oeste, possui uma padaria cujos produtos são vendidos no bairro e na saída das missas. Agora, com a pandemia do novo Coronavírus, não tem onde escoar a produção.
Encomenda de bolos é a esperança da entidade |
Hederaldo Benetti: comunidade pode doar fraldas para os bebês |
Bazar no CACAM: com fechamento, mais prejuízo |
Por sua vez, o presidente do CACAM, Hederaldo Benetti, relatou que a entidade deve perder uma das poucas fontes de renda garantidas: o bazar da pechincha que rende de 700 a 1.500 reais por semana, dependendo da época do mês. Devido à proibição de abertura do comércio e regras de controle da pandemia, a entidade está pensando no bem estar das crianças e funcionários.
Brinquedoteca do CACAM que atende crianças e adolescentes |
Para saber o que doar, entrar em contato pelo telefone (14) 34545660. O quadro só não é mais desanimador porque a ONG conseguiu adquirir três caixas de álcool em gel (para crianças e funcionários) e mais três caixas de álcool para higienização da instituição que, inclusive, proibiu as visitas, por tempo indeterminado.
*Reportagem publicada na edição de 22.03.2020 do Jornal da Manhã
Entrevistas realizadas por telefone e aplicativo WhatsApp. Fotos de arquivo deste blog.
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