Por Célia Ribeiro
A “Teoria da Geração Espontânea”, sintetizada por Aristóteles e que prevaleceu por dois milênios, baseava-se na crença de que algumas formas de vida são geradas espontaneamente de matéria inanimada. Obviamente, isso caiu por terra com a evolução da ciência. No entanto, ao entrar em uma residência na Rua Jericó, em Marília, a quantidade de flores e plantas que brotam em qualquer recipiente que esteja à vista remete à ideia de que a vida nasce sozinha naquele lugar.
As flores dão as boas-vindas aos visitantes |
Mas, não tem mistério. Por trás de uma espécie de “Jardim do Éden” está a dedicação do casal descendente de alemães Ada e Ebraim Malaquias Junior. Ambos aposentados, a professora e o representante comercial, especialista em Marketing, transformam qualquer recipiente em terreno fértil para ervas aromáticas, verduras, legumes e flores.
Ada e Ebraim: paixão pelo verde |
Em 2013, esta coluna publicou uma
matéria, que ainda pode ser lida no blog, contando um pouco da história desta
família apaixonada por flores, plantas e pela natureza. Nesta semana, a reportagem
foi saber como eles atravessaram a pandemia tendo que ficar reclusos por conta
do isolamento social.
Flores alegram o vaso de cebolinha |
Da mesma maneira que se consideram
caseiros e adoram cuidar da horta em vasos e dos jardins, Ada e Ebrahim são
apaixonados por viagens: tanto no Brasil como no exterior, a primeira coisa que
procuram ver são as flores. Ada contou que, certa vez, se encantou com as
peônias na Rússia, consideradas as rainhas das flores, e conseguiu importar uma
raiz. Mas, a planta não se adaptou ao clima brasileiro e não brotou, para
frustração do casal.
Em compensação, o vaso com “Onze Horas” vai muito bem, obrigada! Ada disse que trouxeram sementes de uma viagem à Europa e adotaram todos os cuidados. A retribuição a tanta atenção veio na forma de lindas flores.
Tomatinhos fazem a alegria de amigos e familiares |
RECLUSÃO
“Quando começou a pandemia, como eu tinha obesidade, ainda tenho diabetes, asma e pressão alta, os filhos nos proibiram de sair de casa”, explicou Ebraim, visivelmente mais magro. Ada contou que o programa favorito era ir ao supermercado e quitandas já que não são adeptos da vida noturna e das aídas a bares e restaurantes.
Ebraim com a neta Lorena no preparo de vasos |
Por isso, não poder ir às compras e depender da filha caçula, Paulinha, para abastecer a casa foi uma fase difícil. Para complicar, Ebraim disse que não gosta muito de ver televisão, à exceção de documentários e, dessa forma, o tempo livre triplicou de tamanho durante a quarentena.
Todos os espaços são ocupados por flores |
A salvação foi o cultivo de flores
e plantas, o artesanato com madeira reaproveitada (pallets) e a observação de
aves: “Você sabia que Marília tem 228 espécies de aves?” perguntou Ibraim, que
preparou comedouros para deixar frutas disponíveis aos pássaros e aves que
visitam a casa, diariamente.
Entrada da residência |
Conforme disse, a família desperta com o barulho das aves que chegam cedinho, às 5 horas da madrugada. Elas se fartam de mamão, banana, laranja e sementes de girassol deixados em vários comedouros espalhados pelo vasto terreno da residência de dois andares.
Cores em profusão no vaso do quintal |
Orquídeas no berçário |
Tomatinhos que as crianças adoram |
Com a vacinação em massa avançando e a vida voltando ao (quase normal), Ebraim e Ada mantém os mesmos cuidados sanitários por precaução. Mas, já conseguem fazer o que tanto gostam, como viajar para ver familiares levando na bagagem o carinho em forma de vegetais cultivados em casa. Não há presente mais saboroso.
Leia a reportagem de 2013 do casal AQUI
*Reportagem para a edição de 14.11.20211 do Jornal da Manhã
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