Por Célia Ribeiro
Recuperar uma área pública de quase 50 mil metros quadrados degradada pela erosão e abandonada por décadas, plantar espécies nativas e produzir alimentos para compor uma cesta verde a ser compartilhada com a população do bairro. Parece utopia, mas o projeto de agrofloresta, que uniu ambientalistas em parceria com a Prefeitura, saiu do papel e já deu os primeiros frutos no Jardim Maracá, próximo ao Distrito de Padre Nóbrega, em Marília.
Trabalho
duro sob altas temperaturas
Segundo Johnny Thiago Santana, coordenador do projeto “Doce Futuro” de criação de abelhas sem ferrão, ele e dois amigos, os ambientalistas André Luís de Lima (coordenador da agrofloresta) e João Moura Tramarim, estão à frente da iniciativa que chama a atenção pelo tamanho do desafio. Eles se revezam na semeadura, na limpeza da área e na irrigação das mudas, às vezes sob altas temperaturas e sol a pino.
Primeira
colheita foi doada a um projeto social
“Sou meliponicultor autorizado em
fazer uso e manejo das abelhas sem ferrão. Muitos pensam em apenas ter abelhas,
mas poucos pensam na alimentação das abelhas. Então, unimos o útil ao agradável
já que as abelhas são responsáveis por 75 por cento da polinização dos
alimentos que vão para a nossa mesa. Sem abelhas, sem vidas”, explicou Johnny,
citando que, ao procurarem a Secretaria do Meio Ambiente, receberam sinal verde
para a empreitada.
Ele contou que um dos principais problemas enfrentados era o lixo jogado naquela área. Mas, ressalvou que, assim que iniciaram o plantio, as pessoas deixaram de fazer o descarte de entulho no local por verem que o espaço seria ocupado.
Voluntários
do projeto (Foto: Prefeitura de Marília)
Em cinco meses de muito trabalho, os
resultados começaram a aparecer: o grupo fez a primeira colheita de milho,
abóbora, abobrinha, caxi, mandioca, cana-de-açúcar e quiabo de metro que foram
doados ao projeto “Vida Nova” voltado à reabilitação de dependentes químicos.
Johnny destacou outra peculiaridade do projeto, que é a utilização apenas de sementes crioulas, ou seja, sementes que nunca foram modificadas geneticamente. Dessa forma, ao incluírem várias espécies de árvores nativas na mesma área, contribuem para recuperação do solo, combatem as erosões e cultivam alimentos orgânicos da melhor qualidade.
Johnny
em dia de trabalho na área
Ele explicou a rotina de cuidados
do projeto: “Somos todos voluntários. Temos nossos trabalhos e, como o tempo é
curto, todos os dias, na parte da tarde, vamos trabalhar no projeto e aos
sábados e domingos o dia todo”. Conforme disse, ao realizar a primeira colheita
foi grande o sentimento de satisfação: “Nos mostrou que podemos fazer muito
mais. O objetivo na próxima colheita é fazer uma cesta verde para doar para
população em torno do projeto”
Neste sentido, prosseguiu: “As
principais vantagens frente à agricultura convencional são a recuperação da
fertilidade dos solos, com redução de erosão, aumento da infiltração de água e,
consequentemente, a conservação de rios e nascentes. Destaca-se, ainda, o aumento
da diversidade de espécies, privilegiando o controle natural de pragas e
doenças”.
O coordenador do Meio Ambiente
finalizou observando que “esta integração entre floresta, agricultura e criação
de animais oferece um caminho para enfrentar os maiores desafios do planeta,
incluindo a degradação de solos agricultáveis e as mudanças climáticas,
mitigando o risco de colapso dos sistemas produtivos”.
Leia sobre arborização urbana clicando AQUI
*Reportagem publicada na edição de 09.01.2022 do Jornal da Manhã
Bom dia !!!
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho matéria maravilhosa que show de bola ⚽️
Obrigada!
ExcluirLindo trabalho e projeto!
ResponderExcluirParabéns a todos os envolvidos!
Parabéns, à Célia também, pela bela matéria jornalista e em interesse abrangente e geral!