domingo, 10 de abril de 2022

AGRONEGÓCIO: JOVENS PROMOVEM O CONTROLE DE QUALIDADE NO CAMPO E NA INDÚSTRIA

Por Célia Ribeiro

O amor pela terra e o sonho de contribuírem para a valorização do agronegócio como gerador de emprego e renda uniu duas jovens em uma parceria inusitada. Nayara Cristina Cazassola, 26 anos, engenheira agrônoma e pós-graduada em Agronegócio e Regiele Pedroso Higye, 29 anos, Tecnóloga em Alimentos e pós-graduanda em Gestão de Qualidade, Higiene e Tecnologia de Leite e Derivados, têm ajudado pequenos produtores rurais e empreendedores da indústria a se profissionalizarem e agregarem rentabilidade ao seu negócio.

Engenheira agrônoma Nayara

Elas se conheceram em um curso on line, em plena pandemia. Mas, desde as primeiras conversas já tinham a certeza de que, juntas, poderiam  ajudar a mudar a imagem do agronegócio, contribuir com os produtores rurais da região e com as pequenas indústrias que lutam para manterem as portas abertas diante da concorrência dos grandes grupos.

Nayara, moradora em Lins e Regiele, de Ocauçu, acabaram complementando seus conhecimentos para emplacarem um projeto de consultoria que atua em várias frentes na região de Marília: “Desde minha formação, venho desenvolvendo um trabalho com produtores de leite que fornecem a uma grande indústria. Continuei com a empresa certificadora atuando não só com produtores, como com laticínios e o sonho de trabalhar com consultoria era antigo”, explicou a agrônoma.

 Por sua vez, Regiele já atuava com produtores rurais de amendoim e mandioca e a chegada da Nayara caiu como uma luva: “O agro é pouco valorizado. Os proprietários rurais, ou quem tem uma marca, fica atrás de quem tem uma grande marca. Com nosso conhecimento, nós queremos dar a oportunidade para eles se legalizarem e não ficarem presos a outros fornecedores. Que eles possam ter sua própria marca e não serem apenas um fornecedor de matéria prima, mas de serem empreendedores”, destacaram. 

Regiele em fábrica de amendoim

PRINCÍPIOS

“A gente acaba escolhendo com quem a gente quer trabalhar, que seja um produto mais próximo do seu natural, sem muita química envolvida e não passe por tanto processamento na indústria, como é o caso do amendoim”, assinalou Regiele. Conforme disse, “temos o dono de uma farinheira que foi produtor de mandioca e já vendeu muita raiz. Há dois anos ele ativou a fábrica que construiu há 11 anos e deixou de ser produtor rural e vender para outras fábricas”. 

Consultoras em visita técnica 

Ela prosseguiu afirmando que “a gente gosta de pessoas que têm história, que têm propósito”. No caso do empreendedor citado, ela contou que se impressionou ao visitar sua fábrica porque era muito acima de outras fábricas que conhecia”. Regiele disse que se sensibilizou pela luta do ex-plantador de mandioca porque “ele não desistiu e lutou até o final”.

 

Acompanhamento para
controle de qualidade
Nayara também se mostrou uma árdua defensora do agronegócio: “A gente quer que as pessoas saibam que absolutamente tudo faz parte do agro. A indústria faz parte do agro porque a matéria prima sai do agro”. E por isso tomou como missão se dedicar ao setor, explicando que tanto ela como Regiele possuem conhecimentos para atuação não só no campo como na indústria.

Atualmente, a dupla tem prestado consultoria para produtores de amendoim, mandioca, leite, mel e café, além da indústria desses segmentos. Mas, pensam grande: estão desenvolvendo um projeto de turismo rural para que as pequenas propriedades possam se rentabilizar com negócios paralelos, como uma queijaria que será criada em uma fazenda de gado de leite.

 DESBRAVAMENTO

 “Estamos percorrendo o caminho das pedras e isso exige tempo e esforço dentro de um propósito que vale a pena”, assinalou a tecnóloga de alimentos. Mãe de dois filhos pequenos, Regiele frisou que se orgulha do seu trabalho tanto no campo como na indústria. Por sua vez, Nayara exaltou o papel da mulher, lembrando o ditado segundo o qual “lugar de mulher é aonde ela quiser”.

Nayara afirmou que a consultoria com Regiele vai ganhar outros reforços, como uma médica veterinária e uma engenheira civil. A equipe multidisciplinar quer estar apta a atuar em diferentes áreas em apoio ao agronegócio, “levando o empoderamento feminino que a gente acha muito importante”, complementou a engenheira agrônoma. 

(Esq) Regiele e Nayara

Perguntadas sobre o preconceito, as consultoras afirmaram que, ao se mostrarem competentes, a resistência inicial cai por terra. Regiele acrescentou que uma das áreas importantes do trabalho é a “Responsabilidade Técnica” (RT) obrigatória por lei. No entanto, lamentou que ainda hoje há quem contrate um profissional apenas para assinar como responsável ao invés de ter um técnico para ajuda-lo a operar dentro das normas.

Equipe de fábrica após certificação

Neste sentido, Regiele afirmou que a consultoria “está dando uma oportunidade a pequenas empresas familiares de terem acesso a um controle de qualidade”. Ela observou que “a gente sempre ressalta que o produtor sofre com a situação climática, trabalhista, e não é valorizado mesmo sendo o primeiro a acordar e o último a dormir. Ele também é o último a ganhar”. 

Campo: fonte de renda

O conhecimento que a dupla oferece, prosseguiram, poderá ajudar o agronegócio em vários aspectos gerando um produto seguro e de qualidade com ganho para o consumidor e também para o produtor que, ao ser certificado, conseguirá um valor maior por sua produção: “A gente tenta dar um respiro a esses produtores porque eles não podem desistir. O produtor alimenta o planeta e o Brasil é o celeiro do mundo”, concluíram.

Para saber mais sobre as duas profissionais, os contatos são: (14) 998909475 – Regiele e (14) 997103750 (Nayara). No Instagram: @regielehigye_consultora e @nc.agroconsultoria

 Leia AQUI reportagem de 2019 sobre Regiele Higye e a produção de massas sem gluten à base de legumes.

*Reportagem publicada na edição de 10.04.2022 do Jornal da Manhã


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