Por Célia Ribeiro
Como muitos trabalhadores, a funcionária de uma escola técnica estadual em Pompeia, precisava madrugar e enfrentar a rodovia, diariamente, para ajudar no sustento da família no Distrito de Padre Nóbrega, em Marília. O que ela não imaginava é que, com um filho de seis anos e uma bebê de quatro meses, ficasse viúva de uma hora para outra e precisasse enfrentar a dor com muita coragem para seguir em frente.
A delicadeza do mosaico na pia
Foi neste momento, cinco anos atrás, que uma atividade praticada como lazer passou a ser o ponto focal: o artesanato. Aos 48 anos, Viviane da Silva, contou ao blog que sempre gostou de reaproveitar materiais e criar, livremente, peças que decorava sua casa ou presenteava amigos. Mas, com a perda do marido e a responsabilidade de criação dos filhos sobre seus ombros, ela vislumbrou a possibilidade de ampliar a renda criando peças para comercialização.
“No começo, as peças não eram tão
bonitas. Fui me aprimorando e varava madrugadas trabalhando nisso. Eu cheguei a
dormir três horas por noite porque tinha meu trabalho, e quando eu voltava para casa tinha todas as tarefas
domésticas para dar conta e meus filhos para cuidar”, recordou.
Viviane e os filhos: razão de tudo
FEIRAS
Peças delicadas para decoração |
Ela contou que quando pensava em desanimar pelo cansaço, logo levantava a cabeça e seguia em frente: “Comecei a vender pela internet e tinha uma conta no Elo7. Recebia muitas encomendas e isso me ajudou muito no momento em que eu mais precisava”, assinalou. Viviane disse que as feirinhas de artesanato e de mulheres empreendedoras foram uma vitrine para suas peças o que também ajudou nas vendas.
“Quando as coisas estavam engrenando, veio a pandemia. E o mundo virou de cabeça para baixo”, comentou, revelando que procurou diversificar seus trabalhos para manter o ritmo de vendas que se tornou mais difícil com o aprofundamento da crise econômica. A partir daí, surgiram vários outros trabalhos que são muito procurados como colar de mesa, porta-guardanapos, pingente de porta, chaveiros, móbiles etc.
Viviane disse que, paralelamente, à fonte de renda extra, os trabalhos manuais a ajudaram a lidar com a dor da viuvez repentina. Ao escolher os materiais para iniciar uma peça, a imaginação ocupava o lugar das preocupações para que a criatividade pudesse aflorar e se materializar nas peças que seriam enviadas aos clientes.
“Durante muito tempo, trabalhei
nisso das 20h até duas ou três da manhã. Passei muitas madrugadas focada nisso.
Mas, valeu a pena. Consegui fazer um trabalho dentro de casa, ao lado dos meus
filhos, mexendo com uma coisa que gosto muito e recebendo um dinheiro que
complementou a renda da família”, pontuou.
Viviane expõe seus produtos nas redes sociais. Para entrar em contato: (14) 9.96893410.
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