Por Célia Ribeiro
Com iniciativas em várias frentes, Marília vive sua fase mais fértil no desenvolvimento de projetos ambientais. Em praticamente todas as regiões, algo está germinando com o objetivo de reverter danos e preservar os recursos naturais para as gerações futuras. Uma amostra dessas realizações foi apresentada no último sábado, 23 de abril, quando ambientalistas se reuniram em um café da manhã no futuro Parque Terra Sollarium, na Via Expressa do Pombo.
Placas permitem a geração de energia a partir do sol |
Organizado pelo empresário Marcelo Pelúcio, da Teravolt, idealizadora do empreendimento
que tem como base a geração de energia solar, estiveram presentes
representantes da Polícia Militar Ambiental, do Conselho do Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável de Marília (CADES), ONG Origem, Coleta Seletiva Eco
Estação, Projetos Plantas e Peixes e Agrofloresta, Doce Futuro, Sangue Bom (Jardim
Julieta), ativistas, professores universitários, empresários, biólogos,
arquitetos, engenheiros agrônomos e florestais, representantes da Associação
Comercial e de Inovação (ACIM), Sicredi, prefeito de Vera Cruz, Rodolfo Davoli
e vereadoras Rosângela Cecília Chaves e Cristiane Tinetti, também de Vera Cruz.
Café
da manhã com ambientalistas |
Marcelo Pelúcio apresentou o primeiro equipamento que estará disponível
no futuro “Café do Parque” de Marília em que motoristas poderão fazer uma pausa
enquanto recarregam seus veículos. Parece ficção científica, mas nos Estados
Unidos as redes de postos de combustíveis já se preocupam com a concorrência de
cafeterias como a Starbucks que se uniu à montadora Volvo para inaugurar uma
rede de recarga de carros elétricos.
(Esq)
Cassiano Rodrigues e Marcelo Pelúcio |
Nisso, o empresário também foi visionário porque as pequenas cidades,
com um dos 100 parques que pretende implantar no interior de São Paulo, terão
condições de oferecer a recarga de veículos elétricos a partir da energia solar
gerada em micro usinas.
PARCEIROS
A geração de energia
fotovoltaica, em micro usinas, e o projeto do Parque Terra Sollarium conquistaram
apoiadores de peso: a Associação Comercial e de Inovação (ACIM), a cooperativa
de crédito SICREDI e a Universidade de Marília (UNIMAR). No entanto, Marília
ainda patina no quesito burocracia porque dos cinco módulos projetados para o
parque, apenas um está sendo implementado e, ainda assim, por insistência dos
empresários da Teravolt.
Se em Marília o
processo está lento, prefeitos da região não dormem no ponto. A Prefeitura de
Guaimbê, em tempo recorde, doou a área e aprovou na Câmara Municipal o projeto
para criar uma unidade do parque que, nos próximos dias, receberá os equipamentos
orçados em um milhão de reais.
No café da manhã de
sábado, o prefeito de Vera Cruz, acompanhado de duas vereadores, conheceu o
projeto e abriu as portas da cidade para implantar um parque que terá micro
usina de geração de energia e os espaços de lazer gratuitos para a população.
Em entrevista ao JM, o prefeito afirmou que “a prefeitura só vai entrar
com o terreno e nenhum centavo. É um projeto tão grandioso, bonito, inovador,
sustentável e, por isso, de pronto a gente aceitou e já levou a ideia para os
vereadores. Estamos montando o projeto de lei para enviar à Câmara Municipal o
mais breve possível”.
Vista da área com equipamentos que irão para Guaimbê |
Por sua vez, o presidente da ACIM, Adriano Luiz Martins explicou que a entidade apoia o projeto de energia fotovoltaica na medida em que viabiliza aos pequenos negócios instalarem micro usinas de geração de energia, trocando a conta de luz por um financiamento. Ao final do prazo, o equipamento estará quitado, gerando economia para a empresa que deixará de pagar pesadas contas de energia.
Conforme disse, “é uma ação cujo resultado é a prosperidade
das pessoas, da sociedade. No caso específico de Marília, é simples de entender:
quando você passa a ter a capacidade de gerar sua própria energia, chega um
momento em que você não tem mais a conta de energia para pagar e passa a ter
aquele recurso para usar para outras necessidades. Esse projeto faz todo o
sentido para tudo que se propõe uma entidade empresarial, uma entidade que tem
como objetivo primário fortalecer a economia
da cidade, para que se tenha cada vez mais emprego e renda”.
Sócios da Teravolt, Marcelo e Cleber |
LENTIDÃO
Um dos sócios da Teravolt, Cleber Costa, comemorou a
instalação do primeiro parque em Guaimbê: “Era um sonho que hoje se torna
realidade porque a lei foi aprovada por unanimidade e Guaimbê vai receber todo
o investimento de mais de um milhão de reais que vai gerar divisas e impostos
para cidade”.
No entanto, o empresário lamentou as dificuldades em Marília:
“Estamos em negociação com a Prefeitura e nossa preferência é por Marília. Mas,
não tivemos esse respaldo da velocidade da aprovação para ter a segurança do
investimento que será feito de dezenas de milhões de reais. Estamos estacionados
na primeira das cinco quadras previstas”.
Tadau Tachibana recebeu alimentos da Agrofloresta |
O empresário Marcelo Pelúcio considerou muito importante a presença dos ambientalistas e autoridades para que conhecessem o que está sendo feito e os planos futuros quando as licenças forem concedidas para que o empreendimento decole. Ele elogiou o trabalho das diferentes frentes que estão transformando a questão ambiental da cidade com suas iniciativas.
CASSIANO LEITE
Articulador do grupo “Frente Sustentável” que reúne grande
parte dos ambientalistas da cidade, sem vinculação política, o chefe do Meio Ambiente
da Prefeitura, Cassiano Rodrigues Leite avaliou o encontro como muito positivo:
“Estou vendo como um divisor de águas. Esse corpo a corpo de apresentar e
conhecer o Parque Terra Sollarium e a abertura para apresentarmos nossos
projetos”.
Ele prosseguiu afirmando que “o importante é ver o quanto
Marília está avançando na área ambiental, quantos projetos bons nós temos e
quanto podemos avançar se nós desburocratizarmos e enxergarmos com bons olhos
os projetos que estão ocupando áreas públicas ociosas. Ao invés de travar com
picuinhas, buscar saídas e soluções, como o prefeito Davoli de Vera Cruz que
veio aqui para conhecer e já está levando para a cidade dele”.
Sala de monitoramento da geração de energia das micro usinas |
Cassiano finalizou observando que “Marília está travada na burocracia, infelizmente. Mas, estamos aqui representando o poder público, tentando desburocratizar, mostrando a importância deste trabalho. Esse bate papo informal mostrou o quanto somos fortes unidos, cidadãos em beneficio ao meio ambiente”.
Para saber mais sobre este projeto, acesse:
Leia a reportagem de 23/01/2022 sobre o projeto do parque AQUI
E sobre o projeto Agrofloresta AQUI
*Reportagem publicada na edição de 01/05/2022 do Jornal da Manhã
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