Por Célia Ribeiro
O banho de chuva ao entardecer, as brincadeiras com os animais do sítio e as longas caminhadas na lavoura marcaram a infância de Derci Comandini. CEO da Danilla Foods Brasil, com sede em Marília e bases nos Estados Unidos e na China, o empresário vem sendo reconhecido pelo apoio aos projetos ambientais em áreas públicas, como o Bosque dos Pássaros recém-criado.
Derci Comandini e uma das suas orquídeas favoritas
Apaixonado pela natureza, Derci recebeu a reportagem do JM na semana em que foi agraciado com o título de “Cidadão Mariliense” pela Câmara Municipal. Dos 15 mil metros quadrados de área da DanillaFoods, 8 mil metros quadrados são destinados aos barracões de onde saem as delícias que encantam as crianças. E bem ao lado está a área de lazer dos colaboradores, o pomar com dezenas de espécies frutíferas, além do orquidário com mais de 600 orquídeas.
Lago com carpas ao lado do escritório
“Eu tenho uma preocupação muito grande com o meio ambiente, com a natureza. Isso vem da roça. Morei no sitio até meus 13 anos e aprendi isso com os meus pais, o cuidado com a natureza, com as nascentes. Vi eles plantando as árvores frutíferas. Aprendi que a gente tem que estar muito sintonizado com a natureza porque daqui a gente extrai tudo. Quando você cuida bem da natureza, isso retorna para você”, observou.
Jabuticabeira
carregada
Observando o ciclo de vida na natureza, Derci Comandini aplicou estes fundamentos nos negócios. Depois de exercer várias profissões, de trançador de cadeiras a soldador e office boy, ele fundou a Danilla Foods, há 20 anos, para apoiar indústrias marilienses no ramo de exportação e importação.
Responsável pelo desenvolvimento de uma linha de produtos que caíram no gosto das crianças pelo sabor e colorido das embalagens (gomas, pastilhas, pirulitos, balas, confeitos etc), a Danilla está em pontos de vendas do Brasil inteiro e exporta para dezenas de países através das unidades da Flórida (Estados Unidos ) e da Ásia (China).
Perguntado como a Danilla passou a ser conhecida somente nos últimos anos, o empresário justificou: “Tem um bambu cujas raízes crescem por baixo da terra, por muitos anos, para só depois ele explodir. A empresa também é isso. A Danilla foi crescendo de uma forma que ninguém via. E hoje, mesmo eu querendo me esconder, eu não consigo, porque ela está em todos os lugares”.
Derci Comandini prosseguiu: “Fiquei
10 anos me fortalecendo. Tive o cuidado de trazer essa empresa igual a esse
bambuzinho, crescendo por baixo sem ninguém saber, para chegar aos 20 anos fortalecida
sem ter medo de nenhuma multinacional, de nenhuma grande empresa. Pode ventar
porque, tendo raízes, não cai. Tive a sensibilidade de interpretar a natureza e
transferir para o meu negócio”.
ÁREA VERDE
No amplo escritório da sede, em Marília, não faltam belas orquídeas que saem do orquidário do terreno direto para a mesa de reuniões. Derci contou que resolveu montar a estrutura pelo desafio que representa cuidar dessas flores em ambiente controlado e só lamenta não ter o tempo necessário para se dedicar mais.
Derci se conecta com as plantas
Conforme disse, “quando estou no orquidário mexendo com as plantas, eu me sinto simples, pequeno diante dessa grandeza que é Deus. Com a natureza eu reorganizo as ideias, volto a ser uma pessoa mais tranquila, sem preocupação, sem o peso da responsabilidade de tocar essa empresa do tamanho que é a Danilla, conectada com a China, Estados Unidos, que tem mais de 200 mil pessoas envolvidas nesta cadeia inteira. É muito peso, muito volume, muito dinheiro nisso. Então, quando eu estou ali, eu sou o Derci, um cara simples, comum e daí me sinto fortalecido”.
Quanto ao pomar, ele disse que formou para dar alimentos aos pássaros e poder ser aproveitado pelos colaboradores nos momentos de folga. Pitanga, amora, jabuticaba, goiaba, ameixa, maçã, cereja, manga, entre outras, estão em franca produção. Mas, quando é preciso, são disponibilizadas frutas cortadas em recipientes para os pássaros que frequentam o espaço.
Orquidário tem mais de 600 plantas
Pássaros são atraídos pelas frutas |
“Quero ver essa cidade transformada. Quando conheci o local, tinha sagui, sabiá, sanhaço. Nós, como cidadãos, temos que fazer nossa parte e a Danilla tem que retribuir. Já falei: onde tiver nascente, onde tiver local para plantio, eu quero estar junto. Uma cidade com verde muda o clima, muda tudo, o ar fica respirável. As pessoas querem fazer algo pelo meio ambiente. Só precisa de alguém que estimule. Se o poder público estimular, a gente tem que apoiar essas ideias”, finalizou.
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