Como no milagre da multiplicação de pães e peixes da tradição cristã, uma instituição filantrópica de Marília reduziu o horário de funcionamento, afastou as 50 voluntárias por pertencerem ao grupo de risco para o Covid-19 e, ainda assim, está desenvolvendo um trabalho social superior ao do período pré-pandemia. O GACCH (Grupo de Apoio às Crianças com Câncer e Hemopatias) tem atuado não apenas no suporte aos pacientes em tratamento, como está amparando dezenas de famílias com orientações, alimentos e kits de higiene e limpeza.
Verinha higieniza verduras para o almoço |
“Aqui, eles recebem todo amor e carinho. Eu os deixo à vontade porque esta casa foi construída para eles terem um carinho, um suporte fora da cidade deles”, justificou a assistente social, acrescentando que nunca houve nenhum incidente. Por conta da pandemia, os cuidados com a higienização foram redobrados: quando os pacientes e familiares chegam do hospital são orientados a higienizarem as solas dos calçados com álcool antes de entrarem. Em seguida, vão para o banho, imediatamente.
Ieda Santos Silva, assistente social |
Famílias receberam álcool em gel e máscaras |
SUPORTE
A sede própria do GACCH, inaugurada em 2015, com recursos do “McDia Feliz” promovido pela Santa Casa de Misericórdia de Marília e Instituto Ronald McDonald’s e do Tauste Ação Social, está localizada à Rua Júlio Mesquita, 50. Antes da quarentena, o lugar costumava ser bem movimentado com as 50 voluntárias se revezando, de segunda a sexta-feira, em grupos de manhã e à tarde.
Instalações confortáveis para as famílias |
Desde 14 de março, apenas a assistente social e a funcionária de serviços gerais cuidam de tudo na entidade. “Os atendimentos reduziram, mas não pararam, como aonde recebem os tratamentos nos hospitais, para evitar aglomerações. Aqui, nós continuamos de portas abertas, atendendo quando é necessária uma hospedagem, quando vêm buscar leite, alimento, fralda, um remédio, muletas. O que estiver ao nosso alcance estamos prontos a atender”, explicou Ieda.
Aula de artesanato on line |
Conforme disse, há 110 famílias cadastradas que recebem todo tipo de orientação. Por exemplo, muitas famílias se beneficiaram do auxílio emergencial graças à ajuda da assistente social que baixou o aplicativo nos aparelhos celulares e as orientou como preencher o cadastro do governo. Utilizando a rede de internet (Wi-Fi) da casa, as famílias puderam concluir seus registros e garantir o benefício.
As famílias recorrem ao GACCH de acordo com o retorno médico. Em média, 40 a 45 famílias são atendidas, mensalmente. No início da pandemia, por orientação da presidente, a médica Dra. Doralice Tan, foram entregues kits com álcool gel e materiais de limpeza, além de máscaras de proteção. De rotina, mensalmente, as famílias recebem uma cesta básica, uma caixa de leite (12 unidades), fraldas, Sustagen etc.
Com as dificuldades econômicas de muitas famílias neste período, mesmo aquelas em que os filhos receberam alta médica e, em tese, perderiam o direito à ajuda, continuam sendo acolhidas. O GACCH manteve a doação de alimentos e leite que é muito importante às crianças que perdem o paladar e consomem o produto com Sustagen.
Quanto às voluntárias, acostumadas às atividades internas e à organização de eventos de geração de renda, apoiam como podem, à distância. Silza Más Rosa, do grupo de artesanato às terças à tarde faz aulas on line com as mães dos pacientes, como mostrado na edição do dia cinco de julho. Já outras voluntárias reuniram algumas amigas e confeccionaram mais de 4.800 máscaras que foram doadas a várias instituições e que será tema da próxima reportagem.
PARA DOAR
Sede do GACCH perto da Santa Casa |
Confira AQUI, a reportagem de cinco de julho com a voluntária Silza Mas Rosa.
* Reportagem publicada na edição de 16.08.2020 do Jornal da Manhã
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