Além das consequências nefastas para a saúde e a economia, a pandemia do novo coronavírus contribuiu para o agravamento de um problema crônico, em Marília: a correta destinação dos resíduos sólidos. Com a mudança de hábitos da população, que deixou de frequentar bares e restaurantes e passou a consumir mais alimentos e bebidas em casa, as garrafas PET, latas de alumínio e embalagens que eram encaminhadas para a reciclagem acabaram nos aterros sanitários misturadas ao lixo orgânico.
Vera Rojo em frente a um dos equipamentos da recicladora |
Gerente Milena Dallapria e Vera Rojo,
que também é artista plástica
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Área reservada às embalagens plásticas |
Papelão separado em fardos para transporte |
A empresa possui todas as licenças ambientais, segue as rigorosas regras do setor e mantém uma rede de parceiros em vários municípios. Conforme disse, “temos caminhões e caçambas e fazemos a coleta na cidade inteira”, assinalando que Marília poderia reduzir muito o volume de lixo descartado nos aterros sanitários se houvesse conscientização da população e uma ação firme do poder público no sentido de incentivar a coleta seletiva.
Funcionário manobra empilhadeira |
Vera Rojo afirmou que “o que falta em Marília é educação para o pessoal saber o que é reciclado e o que não é, na hora do descarte. Precisa ter a conscientização da população de Marília e partir para a classificação. Por exemplo, na rua tem só saco preto, e o reciclador tem que abrir o saco para ver o que tem dentro. Se tivesse saco de lixo em cores diferentes já ajudaria”, pontuou.
Tela pintada por Vera Rojo |
Ela comentou que a crise econômica, que agravou o desemprego em Marília, também pode ser sentida no aumento do número de catadores. Muitas pessoas estão encontrando nos materiais recicláveis uma fonte de renda, ainda que tímida, e concorrendo com os catadores que já viviam da atividade.
Vera Rojo defendeu a educação ambiental como uma importante aliada para aumentar a coleta seletiva e reduzir o volume dos aterros sanitários: “É preciso fazer alguma coisa, o poder público incentivar, fazer campanhas nas escolas orientando as crianças desde pequenas. A natureza está sofrendo muito e o que temos vivido, ultimamente, é reflexo dos danos ao meio ambiente”, frisou, referindo-se ao surgimento do Covid-19.
Finalizando, a empresária ressaltou que a Vegui não recebe materiais avulsos e nem direto dos catadores, mas de parceiros que se organizaram e estão em contato com esses recicladores. No entanto, sugeriu que a população se organizasse, como no caso de condomínios residenciais, “para adotar um programa de gerenciamento de resíduos com benefícios para todos e para a natureza”.
A Vegui está localizada à Avenida Carlos Tosin, 1195, Distrito Industrial, em Marília. O telefone é (14) 21058000.
Reportagem publicada na edição de 09.08.2020 do Jornal da Manhã
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