domingo, 14 de outubro de 2018

JEEP CLUBE: INTEGRANTES SE UNEM EM AVENTURAS E NO APOIO ÀS CAUSAS SOCIAIS

Por Célia Ribeiro

Quando amanhece, depois de fazerem o checklist, eles só pensam no ronco dos motores das máquinas que os conduzirão a mais uma aventura em meio à natureza. São os integrantes do Jeep Clube de Marília que, como uma grande família, se reúnem para percorrerem trilhas e, nos últimos anos, também têm se dedicado a ações sociais, como a realizada no sábado, dia 06, no estacionamento do Supermercado Pão de Açúcar.
Aventuras em lugares de tirar o fôlego
Segundo Ari Valim, o evento foi organizado após o Pão de Açúcar procura-los para apoiarem a campanha de arrecadação de leite e fraldas geriátricas para o Asilo São Vicente de Paulo, CACAM  e GACCH, que também contou com a ONG “Amigos do Bar”. “Nós encampamos a ideia e pensamos que, além de fazer as doações para as entidades, poderíamos plantar árvores”, explicou.

Conforme disse, em contato com a Prefeitura, o grupo obteve a doação de 1.000 mudas de espécies nativas e frutíferas. Cem delas foram levadas ao supermercado e as 900 restantes ficaram no viveiro municipal: serão retiradas pelos jipeiros para plantio em áreas de preservação permanente e recuperação de matas ciliares que protegem os mananciais no entorno de Marília.
Jeep com as mudas de árvore para chamar a atenção para a campanha
O Jeep Clube de Marília existe há 20 anos e há 12 participa de ações sociais. A promoção “Amor no Carrinho”, realizada pelo grupo “Amigos do Bar”, por exemplo, arrecadou 11 toneladas de alimentos para várias entidades, este ano. Os jipeiros contribuíram transportando as doações dos supermercados participantes para uma Central e de lá para as instituições beneficiadas.
Membros do Jeep Clube de revezaram na campanha
No fim do ano, o grupo arrecada brinquedos entre os amigos e familiares e faz a alegria das crianças do Distrito de Dirceu. Até 08 anos atrás, eram os únicos a distribuírem brinquedos no lugar e isso criou um vínculo com os moradores: “Temos mães que levam seus filhos agora e que eram crianças que recebiam brinquedos quando começamos”, lembrou Ari Valim. Ele completou comentando que “uma semana antes do Natal fazemos a entrega e é uma grande festa porque as crianças adoram os jipes.”

DE PAI PARA FILHO

“Todos somos meio mecânicos”, afirmou Ari Valim, com bom humor. É que o lema do grupo é não deixar ninguém para trás. Ou seja, se quebrar um Jeep, todos param para auxiliar até que o veículo possa retornar: “Sem roda, amarrado ou arrastado. Não importa. Ninguém fica pelo caminho”, destacou.
Muita emoção, mesmo em baixa velocidade.
O espírito de companheirismo e solidariedade, aliado ao amor e respeito pelo meio-ambiente, são passados de pai para filho. Ari contou que as esposas e filhos costumam acompanhar os jipeiros contribuindo para o clima familiar das aventuras. Na época do Natal, por exemplo, depois da entrega dos brinquedos em Dirceu, eles se reúnem em uma fazenda onde costumam fazer trilha e montam acampamento.
A família toda participa dos eventos
Sob as tendas acontece o churrasco com música e boa conversa seguido de passeios pelo entorno e até banho de rio. “Só vamos embora quando o sol se põe”, disse Ari Valim, citando que fazem parte do grupo profissionais de várias áreas unidos pelas duas paixões: Jeep e natureza.
Henrique Fernandes, Ari Valim, Marcelo Biscaro e Fernando Garcia
Ele destacou a importância da exploração dos lugares pouco acessados: “Temos uma integração com a natureza. A gente conhece lugares na região de Marília que poucos conhecem. É linda a região de Marília, tem paredões. Às vezes a gente encaixa um churrasquinho no meio do caminho, faz plantio de arvore. É um conjunto de coisas boas”, frisou, contando que em média, 20 a 30 Jipes participam de cada aventura, reunindo por volta de 70 pessoas.


De 20 a 30 veículos participam das aventuras
O grupo já andou muito, embora a velocidade não atinja mais que 70 quilômetros por hora: “Brincamos que nossa emoção é a cinco por hora”, disse Ari Valim, explicando que, às vezes, levam horas para passarem por um trecho de apenas três quilômetros de uma trilha acidentada devido aos morros, barrancos e obstáculos diversos.
Luiz Reginaldo Sardi, presidente do Asilo São Vicente
Os integrantes do Jeep Clube participam de encontros em outras regiões, também, até 300 quilômetros de distância. Em novembro pretendem ir para Ribeirão Claro: na rota estão o Morro do Gavião, Morro do Avião e Pedra do Índio: “A gente está sempre descontraindo, passeando, num ambiente fantástico. Não tem discriminação, tem o Jeep 1964, o de 1969, e também o do ano 2010 e vamos para o mesmo lugar”, assinalou.
Contato com a natureza
Finalizando, Ari observou que fazer trilha com Jeep é um esporte completo porque exige força, agilidade e concentração. E por proporcionar que as famílias participem --- tem até a “Trilha do Batom” em que as esposas dirigem os Jipes--- nas aventuras em meio à natureza, acaba se tornando mais que um hobby, que passa de pai para filho.

*Reportagem publicada na edição impressa do Jornal da Manhã de 14.10.2018

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