As folhas se desprendem dos galhos e caem sem cerimônia: o outono chegou. A imagem captada pelo olhar do visitante lembra um quadro do pintor impressionista Van Gogh. Num segundo momento, observando com cuidado, o que se vê é um raro espetáculo de convivência harmônica entre homem e natureza. Tudo isso numa escola pública incrustada em uma das regiões mais movimentadas de Marília.
Paisagem de inverno lembra Van Gogh |
Caminho leva ao espaço de leitura |
O Centro é uma escola diferente: além da flexibilidade dos cursos, que permite ao aluno se desenvolver no seu próprio ritmo, vários conceitos de cidadania são trabalhados na teoria e na prática. Por exemplo, há uma área de “escambo” em que os estudantes podem trocar roupas, calçados e livros. Mas, não tem ninguém fiscalizando: “Deixamos que cada um exerça sua cidadania e, assim, os alunos têm liberdade de trazer uma roupa e pegar outra, com responsabilidade”, contou o coordenador.
Detalhe da calçada ecológica |
Um eixo geral dá o norte para outros eixos trabalhados na escola: relações interculturais e interpessoais; questões de gênero; trabalho e lazer; saúde, sexualidade e qualidade de vida; nosso meio ambiente – conhecer, apreciar e cuidar; contrastes no campo e na cidade; possibilidades de consumo; arte, imaginário social e meios de comunicação.
Ecologia
“Nosso aluno não assiste as aulas como numa escola regular. Temos salas-ambiente que permitem o estudo interdisciplinar. O aluno monta o horário dele”, explicou o professor João Paulo, observando que a ideia “é trabalhar de forma holística todos os eixos” nas aulas de manhã, tarde e noite. E espaço para criatividade não falta, como o cantinho de leitura ao ar livre. Para chegar lá, o aluno percorre vários metros de calçada ecológica até as mesas e bancos sombreados pelas copas de frondosas árvores.
Roberta e o Professor João Paulo |
Livros para compartilhar conhecimento |
Cisterna armazena 12 mil litros de água da chuva |
Foi por uma feliz coincidência que Roberta de Carvalho Almeida, 21 anos, acabou se integrando ao projeto do CEEJA. Ao se matricular na escola, soube da horta em formação e resolveu se apresentar: junto com a família, a lida na terra é sua rotina diária. Eles produzem verduras e legumes numa pequena propriedade próxima ao Distrito de Dirceu.
Roupas e calçados: escambo |
Engajamento
Com o respaldo da vice-diretora Mônica Spadoto Righetti e da diretora Ignez Poite Cassaro, a equipe pedagógica tem liberdade de propor atividades que acabam envolvendo toda a comunidade da escola de forma muito produtiva.
Horta reforça a merenda escolar |
Premiado nacionalmente (Prêmio Escola Voluntária – 2.004 e finalista no Prêmio “Instituto Cidadania Brasil” nos três últimos anos e primeiro lugar em 2.010), o CEEJA é um exemplo de escola pública onde o cidadão pagador de impostos tem orgulho do que o Estado é capaz de fazer quando pessoas determinadas sonham alto porque sabem que podem realizar seus sonhos. Para conhecer mais sobre esse projeto, acesse: http://revistadesacis.wordpress.com/
Verde em toda parte |
Que legal, Célia!!! Por coincidência, desde ontem eu estava encasquetado com esse lance de educação de jovens e adultos, por conta de uma matéria que vi na GloboNews. omara que o trabalho deles se expanda e chegue com o mesmo nível nas zonas sul e norte. E parabéns pelas pautas "boas". O que é bom deve ser mostrado e incentivado.
ResponderExcluirQuerido Osvaldo, obrigada pelo comentário carinhoso. Realmente, o trabalho deste pessoal é incrível e merecia visibilidade. Pena que não é regra. Abraços!
ResponderExcluirCélia, fiquei muito feliz com o resultado de nossa conversa! Na matéria, você soube olhar a escola de um jeito positivo e com muita sensibilidade! Nós, da escola pública, precisamos de jornalistas e pessoas conscientes como você - que tem olhos para ver o que dá frutos e incentiva projetos empolgantes!!! Aquele abraço, nossa escola está sempre de portas abertas e "calçadas ecológicas" disponíveis para seu caminhar (risos)! João.
ResponderExcluirProfessor João Paulo, eu que agradeço a oportunidade de registrar o belo exemplo de vocês. Convite aceito para caminhar pela calçada ecológica e ler sob as árvores que tanto me impressionaram...rs Abração!
ResponderExcluirCelinha,
ResponderExcluirLendo esta matéria e conhecendo o professor João Paulo, pude perceber que nem tudo está perdido na rede pública de ensino.
Parabéns ao professor coordenador João Paulo! Parabéns à Direção do CEEJA por viabilizar esse Projeto.
Parabéns a você por divulgar com gosto e sensibilidade o plantio dessas novas "sementes de solidariedade e respeito ao meio ambiente".
Abraços,
Marisa.
Célia vendo a matéria no jornal fiquei encantada com algo tão bonito acontecendo em nossa cidade.Parabéns pelo trabalho de pesquisa e divulgação feito com muita competência.
ResponderExcluirTerezinha Coimbra.
Caras Marisa e Terezinha, muito obrigada pelos comentários. Marília tem muita coisa boa e o "garimpo" dessas matérias está sendo um exercício maravilhoso. Quando tiverem sugestões de pauta, fiquem à vontade para enviar. Grande abraço!
ResponderExcluirAdorei o texto e também ver as imagens da escola, com este exemplo para muitas outras! Abraço a todos
ResponderExcluirLilian
Estou tendo a oportunidade de saber e conhecer pessoas muito bacana em Marília
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