FUNDAÇÃO BRADESCO SEMEIA CONHECIMENTO SUSTENTÁVEL NOS VIVEIROS E EM SALA DE AULA

Por Célia Ribeiro

Muito antes da educação ambiental e os conceitos de sustentabilidade fazerem parte dos currículos das melhores escolas, uma instituição mantida por um dos principais grupos financeiros do Brasil enxergou além do alcance e incorporou a ideia nas unidades espalhadas por vários estados. Em Marília, a Fundação Bradesco que completou 17 anos, na última terça-feira, é referência para quem pretende formar cidadãos preparados e conscientes do seu papel na comunidade.
Alunos acompanham todas as etapas
Os números do Bradesco são grandiosos. No entanto, a Fundação que leva o nome do grupo que nasceu em Marília retribuiu à cidade de origem um pouco do que conquistou ao longo de quase sete décadas. Atendendo quase 4.000 pessoas por ano, da educação infantil até os cursos profissionalizantes e de alfabetização de adultos, a instituição oferece à população da industrializada zona norte uma escola de primeiro mundo, totalmente gratuita.

Placas indicativas orientam o visitante
A ampla área verde e as instalações bem cuidadas logo chamam a atenção. Mas, adentrando a escola e conversando com os funcionários, nota-se que um dos maiores patrimônios é o comprometimento da equipe. Um exemplo é o engenheiro florestal Gefferson Marconato, cujos olhos verdes se confundem com as mudas nos viveiros e que brilham ao falar do projeto.

Ele conta, com invejável entusiasmo, como começou o projeto de produção e distribuição gratuita de mudas de árvores nativas destinadas a recompor a Mata Atlântica. A parceria da Fundação Bradesco com a Fundação SOS Mata Atlântica vem de muito tempo e foi concebida para contribuir com a recuperação de áreas degradadas.

Gefferson Marconato, engenheiro florestal
Em Marília, com a participação dos alunos, desde 2.005 os viveiros produzem e entregam cerca de 700 mudas por mês, cujo plantio e desenvolvimento são acompanhados pelo engenheiro. “Doamos, em média, 20 mudas por dia aos proprietários rurais que se comprometem a cuidar delas. Geralmente, as mudas vão para restauração de APP (Área de Proteção Permanente) e reserva legal”, contou.

Gefferson Marconato explicou que os alunos de todos os cursos têm papel fundamental neste processo: “Eles participam do ciclo completo, da coleta de sementes, da quebra de dormência, do plantio e dos cuidados nos viveiros”, observou para destacar, em seguida, que os estudantes têm educação ambiental na prática incorporando os conceitos de sustentabilidade que levarão para a vida adulta.

Segundo Marconato, a Fundação Bradesco mantem nas suas unidades, espalhadas por vários estados, diversos profissionais responsáveis pelos viveiros e pela educação ambiental como engenheiros agrônomos e florestais, biólogos etc.

Inspiração

Alunos manuseiam mudas
Determinado, o engenheiro florestal mostra-se exigente: “Estamos sempre procurando algo novo, algo diferente para despertar o interesse dos alunos e, assim, fazer com que eles levem esses conceitos para casa, para sua família e vizinhos”. Ou seja, que o aprendizado ao ar livre e em sala de aula seja levado para a vida prática da comunidade.
Teorias à parte, Marconato afirmou que todo esforço está valendo a pena e que os resultados podem ser mensurados: “Nossos alunos conseguem relacionar as catástrofes naturais com a degradação ambiental e fazem um paralelo com nosso trabalho, com o que ensinamos aqui em termos de sustentabilidade”.

Um indício de que a iniciativa da Fundação Bradesco está inspirando as novas gerações é que muitos ex-alunos escolheram trilhar o caminho da sustentabilidade no mercado de trabalho. Abrindo um largo sorriso, o engenheiro florestal contou que alguns alunos decidiram cursar faculdades de biologia, ciências agrárias e agronomia: “Este ano uma ex-aluna foi aprovada no vestibular de agronomia da UEL (Universidade Estadual de Londrina)”, considerada uma das melhores do Brasil.

Direção

As palavras que definem a instituição, no site www.fundacaobradesco.org.br, são o norte para o trabalho nas unidades: “Há 54 anos a Fundação Bradesco visita o amanhã, integrada ao hoje, inquieta e responsável, aliando ensino e qualidade de vida”. Na unidade de Marília, a diretora Lúcia Helena Chiurato e sua assistente Elizabeth Belém Diniz, engrossam o coro quando se trata de comprometimento pelo resultado da equipe.

A escola possui uma área dedicada aos projetos sociais, que o “Correio Mariliense” abordará em outra oportunidade e, periodicamente, desenvolve ações voltadas à comunidade como o “Dia Nacional de Ação Voluntária” que acontecerá no dia 20 de março. A Fundação Bradesco estará com portões abertos para a população do entorno, essa mesma população que entrega seus filhos para se prepararem tornando-se cidadãos transformadores.

* Reportagem publicada na edição de 06.03.2011 do "Correio Mariliense"

Comentários

  1. Sinto saudades de fazer parte desses projetos que vizam a sustentabilidade, quando estudei na Fundação Bradesco, sentia orgulho de passar pra população a importancia de se preservar o meio em que vivemos, pois precisamos e muito dele.
    Hoje com 22 anos,inspirado pelo Professor Gefferson, e Professora Luzia Amália, estou cursando Engenharia Agronômica na Universidade de Marília, e fui aprovada nos vestibulares da UFRGS, e Unesp-ilha solteira,pra mim é um orguho imenso dizer que fiz parte desse grupo de alunos e professores que doam um pouco do seu tempo em prol das causas ambientais!

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    1. Nayara, parabéns por sua conquista. Boa sorte na nova fase! Abraços

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