domingo, 27 de março de 2011

ESCOLA VERDE: UNIDADE PÚBLICA, DESTINADA A JOVENS E ADULTOS, É MODELO EM SUSTENTABILIDADE

Por Célia Ribeiro

As folhas se desprendem dos galhos e caem sem cerimônia: o outono chegou. A imagem captada pelo olhar do visitante lembra um quadro do pintor impressionista Van Gogh. Num segundo momento, observando com cuidado, o que se vê é um raro espetáculo de convivência harmônica entre homem e natureza. Tudo isso numa escola pública incrustada em uma das regiões mais movimentadas de Marília.

Paisagem de inverno lembra Van Gogh
Localizada no cruzamento das Ruas 24 de Dezembro e Coronel José Braz, o Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA) “Professora Sebastiana Ulian Pessine”, é um belo modelo de “Escola Verde”. Atraindo funcionários, professores, alunos e a direção da unidade, as sementes da solidariedade e do respeito ao meio ambiente germinam e brotam com a mesma energia das plantas que se espalham por toda parte.

Caminho leva ao espaço de leitura
O coordenador pedagógico João Paulo Francisco de Souza, mestre em Literatura e Vida Social, 30 anos, com jeitão de adolescente, contou que a escola atende em torno de 1.500 alunos, a partir dos 16 anos até mais de 70. É possível concluir o ensino médio em 03 semestres e o ensino fundamental em 04 semestres. A maioria dos estudantes é formada por “trabalhadores que perderam a oportunidade de estudo e estão retornando”, observou.

O Centro é uma escola diferente: além da flexibilidade dos cursos, que permite ao aluno se desenvolver no seu próprio ritmo, vários conceitos de cidadania são trabalhados na teoria e na prática. Por exemplo, há uma área de “escambo” em que os estudantes podem trocar roupas, calçados e livros. Mas, não tem ninguém fiscalizando: “Deixamos que cada um exerça sua cidadania e, assim, os alunos têm liberdade de trazer uma roupa e pegar outra, com responsabilidade”, contou o coordenador.
Detalhe da calçada ecológica

Um eixo geral dá o norte para outros eixos trabalhados na escola: relações interculturais e interpessoais; questões de gênero; trabalho e lazer; saúde, sexualidade e qualidade de vida; nosso meio ambiente – conhecer, apreciar e cuidar; contrastes no campo e na cidade; possibilidades de consumo; arte, imaginário social e meios de comunicação.

Ecologia

“Nosso aluno não assiste as aulas como numa escola regular. Temos salas-ambiente que permitem o estudo interdisciplinar. O aluno monta o horário dele”, explicou o professor João Paulo, observando que a ideia “é trabalhar de forma holística todos os eixos” nas aulas de manhã, tarde e noite. E espaço para criatividade não falta, como o cantinho de leitura ao ar livre. Para chegar lá, o aluno percorre vários metros de calçada ecológica até as mesas e bancos sombreados pelas copas de frondosas árvores.


Roberta e o Professor João Paulo

Livros para compartilhar conhecimento
No dia-a-dia, a escola pratica o que ensina: coleta seletiva de lixo em parceria com a Cotracil (Cooperativa de Catadores de Recicláveis Cidade Limpa), formação de uma horta cuja produção de verduras e legumes reforça a merenda escolar, bicicletário para incentivar a atividade física e o uso de um transporte não poluente pelos alunos, professores e funcionários, aproveitamento da água da chuva que é coletada numa cisterna de 12 mil litros, entre outros.

Cisterna armazena 12 mil litros de água da chuva
Ensinar e aprender

Foi por uma feliz coincidência que Roberta de Carvalho Almeida, 21 anos, acabou se integrando ao projeto do CEEJA. Ao se matricular na escola, soube da horta em formação e resolveu se apresentar: junto com a família, a lida na terra é sua rotina diária. Eles produzem verduras e legumes numa pequena propriedade próxima ao Distrito de Dirceu.


Roupas e calçados: escambo
 “Aqui, eu posso ensinar e posso aprender”, afirmou a jovem horticultora que se sente feliz por “levar alimento de qualidade para a mesa das pessoas”. A produção da família (pais, avó e irmãos) é vendida nas feiras livres da cidade.

Engajamento

Com o respaldo da vice-diretora Mônica Spadoto Righetti e da diretora Ignez Poite Cassaro, a equipe pedagógica tem liberdade de propor atividades que acabam envolvendo toda a comunidade da escola de forma muito produtiva.

Horta reforça a merenda escolar

Premiado nacionalmente (Prêmio Escola Voluntária – 2.004 e finalista no Prêmio “Instituto Cidadania Brasil” nos três últimos anos e primeiro lugar em 2.010), o CEEJA é um exemplo de escola pública onde o cidadão pagador de impostos tem orgulho do que o Estado é capaz de fazer quando pessoas determinadas sonham alto porque sabem que podem realizar seus sonhos. Para conhecer mais sobre esse projeto, acesse: http://revistadesacis.wordpress.com/
 
Verde em toda parte
* Reportagem publicada na edição impressa do Correio Mariliense de 27.03.2011

DICA VERDE

PRODUTOS SUSTENTÁVEIS

De olho nas classes C e D, a Unilever apresenta o novo detergente Surf Líquido Super Concentrado, com o mesmo rendimento que o detergente em pó – as embalagens de 315 ml e 630 ml de Surf Líquido equivalem às embalagens de 1kg e 2 kg do Surf em pó, respectivamente. Por ser concentrado, o novo Surf permite menor consumo de água, embalagens e transporte na produção e distribuição, contribuindo para a redução das emissões de CO2 no meio ambiente. O lançamento faz parte do programa global de sustentabilidade da categoria de cuidados com as roupas da Unilever, chamado Por um Planeta Mais Limpo. No Brasil, o pontapé inicial em prol do novo posicionamento da área de detergentes foi dado com Omo Líquido Super Concentrado – que segue a mesma lógica sustentável – introduzido ao mercado nacional em julho de 2010. (Fonte: In Press Porter Novelli Assessoria de Comunicação)

TOME NOTA!
CURSO SOBRE GESTÃO AMBIENTAL

Com o crescimento da valorização do meio ambiente, tanto no setor privado quanto no setor público, ambos necessitam cada vez mais de profissionais planejadores e gestores com conhecimento em Meio Ambiente. Para suprir esta necessidade o Grupo Uninter oferece o curso de extensão à distância em Gestão Ambiental. As aulas acontecerão de 16 de maio a 27 de junho toda segunda-feira, das 18h às 18h50. As inscrições podem ser realizadas pelo site www.grupouninter.com.br/extensao e o investimento é de R$25,00 para alunos UNINTER e R$50,00 para comunidade externa. Os participantes terão direito a um certificado de extensão de 40 horas ao final do curso.

segunda-feira, 21 de março de 2011

A Sustentabilidade discutida entre os fiéis: Campanha da Fraternidade faz alerta sobre aquecimento global

Por Célia Ribeiro

“Deus sempre nos perdoa. A natureza não”. A frase, lançada durante a entrevista sobre a Campanha da Fraternidade 2.011, pelo padre Marcos Roberto Marques Ortega, é autoexplicativa. O planeta não suporta mais as agressões do homem e se manifesta em incontáveis desastres ambientais, contabilizando um nefasto saldo de perdas materiais e, pior que isso, de milhões de vidas.

Cartaz da campanha
Criada em 1.964, a Campanha da Fraternidade da igreja católica chega à 47ª. edição convidando à reflexão sobre a problemática do aquecimento global . Esta não é a primeira vez que a igreja toca no assunto. Temas como a Amazônia, a água e os povos indígenas já foram discutidos em anos anteriores. No entanto, as recentes tragédias provocadas por enchentes e deslizamento de encostas no Brasil estão vivas na memória e devem servir como catalizadores para a conscientização e mudança de hábitos.

Coordenador diocesano da Campanha da Fraternidade da Diocese de Marília, o padre Marcos Ortega explicou que a campanha aproveita o período quaresmal, de preparação para a Páscoa (morte e ressurreição de Jesus Cristo), para lançar uma semente de reflexão aos fiéis. Embora organizada com muita antecedência e exigindo o envolvimento de todas as paróquias e a comunidade, a campanha só terá resultados mensurados a longo prazo.

“A igreja traz o tema para a reflexão, justamente para um conhecimento maior e uma tomada de consciência do povo, não só do católico, mas de outras comunidades, a respeito da problemática do aquecimento global”, assinalou o coordenador. Conforme disse, “nosso papel diocesano é formar multiplicadores. A iniciativa de atividades é bem paroquial e cada um faz a sua ação”.

Na prática, continuou o padre, “cada comunidade tem a liberdade e o dever de trabalhar o tema na sua cidade”. Ele citou a destinação do lixo urbano: as pessoas de determinada paróquia “podem procurar as autoridades municipais e solicitar que seja trabalhada essa ideia para que Marília tenha coleta seletiva de lixo”, exemplificou.

Padre Marcos Ortega, coordenador diocesano
O importante, de acordo com o padre Marcos Ortega, é que cada paróquia use a criatividade procurando maneiras de contribuir para a reflexão. Outro exemplo são as atividades com as crianças na catequese: sensibiliza-las para que não joguem papel de bala na rua, que os pais usem sacolas de tecido no lugar das sacolas plásticas de supermercado etc.

AQUECIMENTO GLOBAL

Tendo como tema “Fraternidade e Vida no Planeta” e o lema “A criação geme em dores de parto” (citação bíblica de Romanos 8,22), a campanha da igreja católica foca no aquecimento global . “Nós, o povo, de uma maneira geral, temos o dever de preservar o planeta e o dever de cobrar das autoridades” que façam sua parte, afirmou o coordenador.

Ele lembrou que os estragos não podem ser revertidos: “A água que já derreteu das geleiras nos polos norte e sul não volta mais pra lá; essa água vai, com certeza, ao longo dos anos, tomando posse das áreas costeiras dos continentes. Isso é uma coisa clara. Não se volta atrás”. Dessa forma, prosseguiu o padre, “a tomada de consciência, agora, é para a gente tentar frear o processo de aquecimento global. Mas, o que danificou, danificou.”

O padre Marcos Ortega também falou sobre as mudanças climáticas no Brasil: “A devastação da Amazônia está mudando o clima, as queimadas estão abrindo buracos na camada de ozônio. Os raios solares vão entrar com maior intensidade e teremos mais câncer de pele. O clima está maluco. Já viu carnaval com frio? Este ano tivemos carnaval com frio”, enfatizou.

Todas as iniciativas ecologicamente corretas devem ser praticadas enquanto é tempo, frisou o padre, citando: a destinação correta do lixo, a reciclagem e reutilização de materiais que seriam descartados na natureza, não lançar óleo vegetal na pia, substituir sacolas plásticas pelas de tecido, economizar energia elétrica e adotar o consumo consciente de água etc.

“Este é um grito de alerta. A missão primeira da igreja é a evangelização. Mas, o lado social está muito ligado a isso”, observou para, em seguida, acrescentar: “Evangelizar é falar da palavra de Deus. E a palavra de Deus não fala do amor ao próximo? O amor ao próximo passa por isso, preocupar-se com as futuras gerações. Daqui a 200 anos a situação poderá estar muito mais complicada”, afirmou.

SUSTENTABILIDADE

De acordo com o coordenador diocesano da Campanha da Fraternidade, a sustentabilidade entra em cena para que todos pensem no futuro: “Uma parte da campanha é que nós precisamos começar a pensar numa economia que seja sustentável. Você não pode só tirar da natureza. Uma hora vai acabar”.
Mário César Vieira Marques, secretário municipal do Meio Ambiente

Ele citou o consumismo exacerbado como outra questão a ser observada: “Se todo mundo resolver consumir no ritmo dos norte-americanos, precisaríamos de três vezes mais de matéria prima no planeta”. Olhando para a caneta esferográfica, o padre comentou: “Ao invés de jogar essa caneta fora, por que não comprar só o refil dela? E se possível devolver o refil interno para que a BIC preencha com tinta de novo?”

“A vida não foi criada por Deus simplesmente para se consumir, mas para que ela possa se realizar como ser humano”, observou o padre, concluindo: “Pela gravidade, não é uma campanha que estamos falando dos índios, de quem está passando fome na África. Pobre e rico sofrem os efeitos do aquecimento global. Se o rico tem casa na praia a água vai chegar lá, se a encosta não cair antes. Não tem alternativa nem para o pobre, nem para o rico. A gente tem que fazer alguma coisa e agora”.

No site da CNBB, há vasto material da campanha como partituras de músicas, informes e o cartaz. Acesse:   http://www.cnbb.org.br/ e clique em campanhas.

RECICLAGEM

 Algumas sugestões: em Marília, os consumidores podem levar o lixo reciclável na estação do Supermercado Pão de Açúcar: papel, plástico, vidro e metal. O lixo reciclável é doado para os catadores da Cotracil (Cooperativa de Catadores de Recicláveis Cidade Limpa) que sobrevivem da venda dos materiais.
Aposentado leva recicláveis ao Pão de Açúcar

No caso do óleo usado de cozinha, o Supermercado Confiança recebe o produto armazenado em garrafas pet. A cada 4 litros de óleo usado, o consumidor recebe uma garrafa de 900 ml de óleo de soja novo. Este óleo é usado na fabricação de biodiesel.

Vale lembrar que cada litro de óleo lançado na pia da cozinha, e que vai para o esgoto, contamina um milhão de litros de água nos córregos e rios.

* Reportagem publicada na edição impressa de 20.03.2011 do "Correio Mariliense"
http://www.correiomariliense.com.br/

DICA VERDE!

DIA MUNDIAL DA ÁGUA

Em homenagem ao Dia Mundial da Água, que será comemorado nesta terça-feira (22/03), a revista e Portal IMPRENSA realizam o “Fórum Água em Pauta”, nos dias 21 e 22 de março em Jundiaí/SP. O evento tem patrocínio do DAE S/A Água e Esgoto, da Companhia Saneamento de Jundiaí (CSJ) e da Opersan.
O objetivo é ampliar a discussão de pautas jornalísticas relacionadas a políticas públicas para preservação das águas, acesso a tratamento e esgoto e sustentabilidade. Contará com diversos profissionais que permitirão o contato dos jornalistas com técnicos e especialistas da área.
Um dos painelistas que estará no evento é Dan Robson, responsável pela expedição do projeto Flutuador do Rio Tietê, veiculado pelo SPTV (Globo, São Paulo), com o objetivo de monitorar a qualidade da água do manancial. (Fonte -  http://portalimprensa.uol.com.br/)

ECONOMIA DA HEINEKEN

Única empresa de bebidas com participação em Comitês de Bacias Hidrográficas nas regiões em que atua, a Heineken Brasil tem marcado pontos no quesito sustentabilidade. Enquanto a referência internacional é de consumo de 6 litros de água para produção de 1 litro de cerveja, a cervejaria alemã atingiu 4,9 litros de água/litro de cerveja. Em 2009, os esforços resultaram na economia de mais de 112 milhões de litros de água.
Entre as principais ações destacam-se: times de melhoria atuando em todas as fábricas; otimização de equipamentos com foco na redução do consumo de água; reaproveitamentos internos; eliminação de pontos de desperdício; educação ambiental para funcionários e seus familiares, com reflexos, também, no consumo de água em suas residências; e ações de educação ambiental junto à sociedade. (Fonte:  Brandcomm/Burson-Marsteller Brasil)

 * Notas publicadas no "Correio Mariliense", edição de 20.03.2011

domingo, 13 de março de 2011

Hospital Espírita: os desafios de atender com dignidade portadores de doenças mentais e dependentes químicos

Por Célia Ribeiro

Às portas de completar 62 anos de fundação e destinando quase 90% de sua capacidade de atendimento a usuários do SUS, uma das mais tradicionais instituições de saúde de Marília enfrenta os desafios de atender com dignidade os portadores de doenças mentais e dependentes químicos da cidade e da região. Para isso, o Hospital Espírita de Marília tem como aliados a equipe multidisciplinar, os voluntários e a população que colabora com os eventos beneficentes de geração de renda.

Placa indica integração dos espaços
Construído numa época em que as opções de tratamento para doentes com transtornos mentais eram mínimas no Estado de São Paulo, o Hospital Espírita nasceu da determinação de um grupo de abnegados liderados pelo médico Antônio Pereira Manhães e Hygino Muzzi Filho. Espíritas do Centro “Luz e Verdade”, eles foram os primeiros voluntários da entidade.

Atualmente, ocupando uma imensa área na Rua Dr. Joaquim de Abreu Sampaio Vidal, o HEM possui cinco estruturas de atendimento (Hospital Dia, Lar Abrigado, Programa de Reabilitação do Alcoolista Crônico, Unidade Allan Kardec e Hospital de Internação) e registra em torno de 2.000 internações por ano, além de milhares de outros atendimentos ambulatoriais. Oferece 260 leitos na unidade de internação e 30 leitos no Hospital Dia.

O presidente Armentano com paciente do Hospital Dia

Dignidade

O bancário aposentado Vicente Armentano Jr. Assumiu a presidência do Conselho de Administração, para o mandato 2011-2013, com a experiência de quem colabora com o HEM há mais de 20 anos. Ex-secretário e ex-tesoureiro, ele conhece bem as dificuldades da instituição e ressalta o trabalho de toda a diretoria que se reveza nos cargos com o mesmo objetivo: manter em bom funcionamento o hospital filantrópico que oferece atendimento digno a milhares de doentes, a maioria de baixa renda.

“Hoje temos várias opções de atendimento. Os pacientes que não precisam ficar internados têm a alternativa do Hospital Dia, onde permanecem de segunda a sexta-feira, chegando de manhã e saindo no fim da tarde”, explicou o presidente. Os pacientes recebem três refeições diárias, acompanhamento da equipe multiprofissional e retornam para suas casas mantendo o vínculo com suas famílias.

Casas da "Vila da Boa Vontade"
Devido ao longo período de tratamento, alguns pacientes acabam perdendo contato com suas famílias e, muitas vezes, não têm para onde ir quando recebem alta. Para eles, o Hospital Espírita criou a “Vila da Boa Vontade”: em cinco casas mobiliadas, anexas à estrutura hospitalar, mas totalmente independentes, moram até 33 pacientes.

“Eles se ajudam, convivem em harmonia e levam uma vida normal”, comentou o presidente. Assim, nos eventos comemorativos e nas atividades recreativas externas eles também participam, bem como das festividades de época (festa junina, Natal etc). Recentemente, até um desfile de modas foi promovido pela instituição quando desfilaram pacientes de Marília e de unidades hospitalares de Tupã e Garça, numa tarde muito divertida.
Diversão em grupo

Dependentes químicos

Com capacidade para 20 leitos, recentemente foi iniciado o Projeto Fênix voltado ao atendimento de dependentes químicos de 14 a 18 anos. Essa era uma antiga reivindicação da população que não tem condições de internar os menores em clínicas de reabilitação particulares. Inicialmente, o HEM está recebendo apenas meninos e, apesar de já ter aberto suas portas, ainda aguarda credenciamento pelo SUS.

“O importante é que já estamos atendendo. Pretendemos realizar uma reforma e ampliarmos a área. Para isso esperamos contar com recursos do Estado”, informou Vicente Armentano Jr. Ele observou que a problemática das drogas está crescendo entre os adolescentes, principalmente o crack e destacou a importância de entidades de ajuda às famílias como o “Amor Exigente”.

Os atendimentos do SUS são regulados pela Central de Vagas da Secretaria Municipal da Saúde que encaminha os casos para internação.

Eventos beneficentes

Quando perguntado sobre a maior necessidade do HEM, o presidente responde de pronto: recursos humanos. “Não precisamos de aparelhos sofisticados de diagnóstico e tratamento. Precisamos de mais profissionais para atendermos mais pacientes”, frisou. A equipe multidisciplinar é formada por médicos psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, recreacionistas, entre outros.

Para arcar com os custos cada vez mais elevados, além dos 70 associados voluntários que contribuem com o HEM, a instituição realiza eventos beneficentes como a já famosa feijoada. Em média, são vendidas 1.000 unidades, a cada três meses, graças aos voluntários que colaboram na aquisição de ingredientes e na produção dos pratos que fazem muito sucesso e garantem um bom retorno financeiro.

Outro evento que tem colaborado com a instituição é o jantar patrocinado pela Rede Confiança de Supermercados, através do ConfiSocial. Os voluntários também têm papel relevante na organização da promoção com renda revertida ao HEM.

Corpo e alma
Casamento na festa junina: humanização

Finalizando, Vicente Armentano Jr lembrou que, paralelamente ao tratamento hospitalar, os pacientes têm um respaldo espiritual: “Temos palestras evangelizadoras, falamos de Deus, de espiritualidade, porque essa é uma parte importante do tratamento”. Independente da religião, prosseguiu o presidente, é importante falar de Deus: “Uma pesquisa nos Estados Unidos apontou que a espiritualidade é importante para o equilíbrio das pessoas”, ressaltou.

Com a visão filantrópica dos fundadores, a dedicação da diretoria, o profissionalismo da equipe e o apoio de voluntários e da comunidade, o Hospital Espírita de Marília quer manter-se firme na sua missão de atender com dignidade todos que dele necessitem. Para saber mais acesse o site

* Reportagem publicada na edição de 13.03.2011 do "Correio Mariliense"

Tome Nota!

ETANOL DE BAGAÇO DE CANA

Numa época em que o preço do etanol dispara nas bombas dos postos de combustível, uma boa notícia: os investimentos da União Europeia, realizados há dois anos, na pesquisa sobre produção de etanol celulósico, baseado em palha e bagaço de cana-de-açúcar, começam a apresentar resultados no Brasil.

Uma das descobertas refere-se ao combustível celulósico, feito a partir da abundante biomassa brasileira, que pode competir no mercado internacional e fazer frente ao já conhecido etanol de amido feito nos Estados Unidos ou na Europa.
Amostra de material - Foto Fábio Riesemberg
A verba de 1,6 milhão de euros foi destinada a um consórcio formado pela companhia dinamarquesa Novozymes, que tem unidade no Brasil; Universidade de Lund (Suécia), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Centro de Tecnologia Canavieira de Piracicaba (CTC). Cada instituição ficou responsável por uma parte do projeto.

Os pesquisadores descobriram que a palha da cana é tão apropriada para a produção do etanol celulósico quanto o seu bagaço, informou o coordenador da pesquisa na UFPR, Prof. Luiz Pereira Ramos. "Um dos objetivos da UFPR era descobrir quais partes da planta poderiam ser usadas para fazer o etanol e a tarefa foi totalmente cumprida", afirmou Ramos. (Fonte: Duca ZB Comunicação)

Dica Verde

FITA CASSETE REAPROVEITADA


Carteira original
As fitas cassetes podem estar um pouco desatualizadas para arquivar músicas, mas isso não significa que reaproveitá-la esteja fora de moda. Existem diversas maneiras de transformá-las em algo útil e atual. A artista americana Chezlin teve a ideia de criar uma carteira a partir de fitas cassetes. O objeto pode ser feito com zíper, armação de metal de um moedeiro velho ou botão, conforme mostrado na foto à esquerda.

Luminária
Outra ideia bacana para reutilizar as fitas cassetes é transformá-las em caixas ou luminárias diferentes, como fizeram os designers da Transparent House. A junção de dezenas de fitas, dispostas de maneiras diferentes e atraentes resulta em caixas ou luminárias únicas. Fonte:  www.ciclovivo.com.br 

domingo, 6 de março de 2011

FUNDAÇÃO BRADESCO SEMEIA CONHECIMENTO SUSTENTÁVEL NOS VIVEIROS E EM SALA DE AULA

Por Célia Ribeiro

Muito antes da educação ambiental e os conceitos de sustentabilidade fazerem parte dos currículos das melhores escolas, uma instituição mantida por um dos principais grupos financeiros do Brasil enxergou além do alcance e incorporou a ideia nas unidades espalhadas por vários estados. Em Marília, a Fundação Bradesco que completou 17 anos, na última terça-feira, é referência para quem pretende formar cidadãos preparados e conscientes do seu papel na comunidade.
Alunos acompanham todas as etapas
Os números do Bradesco são grandiosos. No entanto, a Fundação que leva o nome do grupo que nasceu em Marília retribuiu à cidade de origem um pouco do que conquistou ao longo de quase sete décadas. Atendendo quase 4.000 pessoas por ano, da educação infantil até os cursos profissionalizantes e de alfabetização de adultos, a instituição oferece à população da industrializada zona norte uma escola de primeiro mundo, totalmente gratuita.

Placas indicativas orientam o visitante
A ampla área verde e as instalações bem cuidadas logo chamam a atenção. Mas, adentrando a escola e conversando com os funcionários, nota-se que um dos maiores patrimônios é o comprometimento da equipe. Um exemplo é o engenheiro florestal Gefferson Marconato, cujos olhos verdes se confundem com as mudas nos viveiros e que brilham ao falar do projeto.

Ele conta, com invejável entusiasmo, como começou o projeto de produção e distribuição gratuita de mudas de árvores nativas destinadas a recompor a Mata Atlântica. A parceria da Fundação Bradesco com a Fundação SOS Mata Atlântica vem de muito tempo e foi concebida para contribuir com a recuperação de áreas degradadas.

Gefferson Marconato, engenheiro florestal
Em Marília, com a participação dos alunos, desde 2.005 os viveiros produzem e entregam cerca de 700 mudas por mês, cujo plantio e desenvolvimento são acompanhados pelo engenheiro. “Doamos, em média, 20 mudas por dia aos proprietários rurais que se comprometem a cuidar delas. Geralmente, as mudas vão para restauração de APP (Área de Proteção Permanente) e reserva legal”, contou.

Gefferson Marconato explicou que os alunos de todos os cursos têm papel fundamental neste processo: “Eles participam do ciclo completo, da coleta de sementes, da quebra de dormência, do plantio e dos cuidados nos viveiros”, observou para destacar, em seguida, que os estudantes têm educação ambiental na prática incorporando os conceitos de sustentabilidade que levarão para a vida adulta.

Segundo Marconato, a Fundação Bradesco mantem nas suas unidades, espalhadas por vários estados, diversos profissionais responsáveis pelos viveiros e pela educação ambiental como engenheiros agrônomos e florestais, biólogos etc.

Inspiração

Alunos manuseiam mudas
Determinado, o engenheiro florestal mostra-se exigente: “Estamos sempre procurando algo novo, algo diferente para despertar o interesse dos alunos e, assim, fazer com que eles levem esses conceitos para casa, para sua família e vizinhos”. Ou seja, que o aprendizado ao ar livre e em sala de aula seja levado para a vida prática da comunidade.
Teorias à parte, Marconato afirmou que todo esforço está valendo a pena e que os resultados podem ser mensurados: “Nossos alunos conseguem relacionar as catástrofes naturais com a degradação ambiental e fazem um paralelo com nosso trabalho, com o que ensinamos aqui em termos de sustentabilidade”.

Um indício de que a iniciativa da Fundação Bradesco está inspirando as novas gerações é que muitos ex-alunos escolheram trilhar o caminho da sustentabilidade no mercado de trabalho. Abrindo um largo sorriso, o engenheiro florestal contou que alguns alunos decidiram cursar faculdades de biologia, ciências agrárias e agronomia: “Este ano uma ex-aluna foi aprovada no vestibular de agronomia da UEL (Universidade Estadual de Londrina)”, considerada uma das melhores do Brasil.

Direção

As palavras que definem a instituição, no site www.fundacaobradesco.org.br, são o norte para o trabalho nas unidades: “Há 54 anos a Fundação Bradesco visita o amanhã, integrada ao hoje, inquieta e responsável, aliando ensino e qualidade de vida”. Na unidade de Marília, a diretora Lúcia Helena Chiurato e sua assistente Elizabeth Belém Diniz, engrossam o coro quando se trata de comprometimento pelo resultado da equipe.

A escola possui uma área dedicada aos projetos sociais, que o “Correio Mariliense” abordará em outra oportunidade e, periodicamente, desenvolve ações voltadas à comunidade como o “Dia Nacional de Ação Voluntária” que acontecerá no dia 20 de março. A Fundação Bradesco estará com portões abertos para a população do entorno, essa mesma população que entrega seus filhos para se prepararem tornando-se cidadãos transformadores.

* Reportagem publicada na edição de 06.03.2011 do "Correio Mariliense"

DICA VERDE

ESCOLA SUSTENTÁVEL

Localizado em Santa Cruz, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, o Colégio Estadual Erich Walter foi escolhido para ser o primeiro de outros 40 possíveis projetos de escola verde no país. Embora seja uma iniciativa da SEEDUC do Rio de Janeiro (Secretaria de Estado de Educação), o projeto será apresentado no dia 18 de março, durante a Feicon Batimat, no Hotel Holliday In de São Paulo.
Ilustração do projeto

A escola contará com instalação de bicicletários, vagas especiais para veículos de baixa emissão, aumento de áreas verdes e pavimentação permeável, telhado verde (com acesso à visitação), reaproveitamento das quadras existentes (antigamente o local funcionava como uma praça publica), reaproveitamento de materiais de pavimentação, área para reciclagem, reaproveitamento de água de chuva, metais de baixo consumo de água e válvulas de duplo acionamento, revestimentos com baixos índices de compostos orgânicos voláteis, forros acústicos, toda iluminação em lâmpadas LED, equipamentos de ar condicionado eficientes e painéis solares para aquecimento de água.
"Além disso, o time pedagógico já vem trabalhando fortemente para fazer da escola uma ferramenta de ensino e conscientização de práticas sustentáveis", declarou a arquiteta responsável pela certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) da obra, Luiza Junqueira. O projeto de 11 milhões e 3.700 m² foi financiado pela ThyssenKrup CSA e a obra será entregue no semestre que vem. Informações sobre a feira: http://www.feicon.com.br/

AGENDA
Chá beneficente da ACC

A Associação de Combate ao Câncer de Marília e Região (ACC) realizará, no dia 09 de abril, às 14hs, mais um chá beneficente. A 24ª. edição do evento acontecerá no Alves Hotel (Rua 24 de Dezembro, 1236), com entrada pela rua São Carlos. Convites, ao preço de 13 reais, podem ser encontrados na sede da entidade ou com os voluntários.

Neusa Gruppo e o artesanato


A ACC recebe todo tipo de doação. Quem quiser ser um associado pode doar qualquer valor e um mensageiro vai buscar a doação no local indicado. Quem quiser depositar na conta bancária, os dados são: Banco Real, Agência 1540 Conta Corrente 7240960-6. O endereço para conhecer é Rua Marrey Junior, 101, Fragata (ao lado do Fórum) e telefone (14) 34545660.





TOME NOTA!

Homenagem às mulheres
Na próxima quinta-feira, dia 10 de março, às 19 hs, a Câmara Municipal de Marília realizará uma sessão especial: organizado pelo Legislativo, o evento é uma realização do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher com apoio da Coordenadoria Municipal de Política para as mulheres. Seis mulheres, reconhecidas por ações de voluntariado e que quebraram preconceitos e se destacaram nas suas profissões, serão homenageadas.