ATRAVÉS DE UM TRABALHO SILENCIOSO A ÁGUA BROTA DE NASCENTES SOTERRADAS

Por Célia Ribeiro

Da época em que transportava gado de elite para inseminação artificial  e frequentava muitas propriedades rurais, o ex-representante comercial Carlos Eduardo dos Santos, conhecido por “Coelho da Aquaponia”, desenvolveu um profundo amor e respeito pelo meio-ambiente. Foi dali que, acompanhando o salvamento de uma mina d’água, resolveu aprender o ofício e hoje é referência no resgate de nascentes de onde brota água cristalina. 

Nascente recuperada joga água pura

Em entrevistas anteriores a este blog, ele revelou que há 4.400 nascentes catalogadas, sendo 114 apenas na zona urbana de Marília. Nesta semana, ele atualizou os dados informando que uma nascente esquecida no Bosque Municipal de Marília  está sendo a 91ª  que ele recupera.

A alegria pelo trabalho concluído

O trabalho exige paciência e precisão porque a maior parte é realizada manualmente. “Havia duas nascentes no bosque. Identificamos uma que está a 2,80 metros de profundidade”, explicou, acrescentando que “faz 25 anos que não sai uma gota d’água de mina no lago que recebe somente água da chuva”.

Trabalho exige cuidado e paciência

 Além de recuperar nascentes em áreas públicas e propriedades rurais de várias regiões, incluindo estados de Mato Grosso e  Tocantins, Coelho se dedica ao “Projeto Plantas e Peixes” de educação ambiental no Jardim Maracá. Ele quer deixar um legado de cuidado com o meio-ambiente às futuras gerações e, por isso, investe nas crianças.

Coelho da Aquaponia

CORREGO ARREPENDIDO

Recentemente, Coelho participou do início do projeto de recuperação da APP (Área de Preservação Ambiental) na região do Córrego do Arrependido onde foram identificadas 10 nascentes. “Primeiro, precisamos cercar para o gado não invadir, depois plantar árvores para recompor a vegetação e trabalhar nas minas d’água”, assinalou. 

Plantio de espécies nativas na zona norte

Liderado pelo ativista Thiago Felipe dos Santos e apoiado pelo empresário Derci Comandini, da Danilla Foods Brasil, um grupo de voluntários realizou o plantio de mudas de espécies nativas no Jardim Julieta, no final de setembro, antes mesmo do período de chuvas para dar o pontapé inicial ao projeto. 

Drenos ajudam a proteger a mina
Coelho elogiou a iniciativa afirmando que “é necessário o comprometimento de todos e conscientizar as pessoas em uma união de esforços. A semente precisa ser plantada para dar frutos e isso é apenas o começo para que a gente possa preservar todas as nascentes do local”.

Conforme disse, “não temos mais nascentes com vazão enorme. Na cidade, há muitas construções e não se planta mais árvore, a água evapora e acabamos perdendo a nascente. Falta o plantio de árvores para o sombreamento e manter a terra úmida. A nascente do bosque, anos atrás, aflorava. Agora, a água está a 2,80 metros de profundidade”.  A recuperação desta nascente, segundo Coelho, deve servir de estímulo para que outras possam ser salvas. 

Servidores no bosque municipal

PREFEITURA

A nascente do bosque foi descoberta graças à boa memória de servidores, explicou o secretário adjunto do Meio Ambiente e Serviços Públicos, Rodrigo Más Rosa. Ele afirmou que, “em função da seca, a gente começou a pensar em uma solução para o lago do bosque. Perguntei aos  funcionários mais antigos se existiam ramais hídricos que abasteciam o lago. Fomos mapeando e, através de uma escavação criteriosa do ponto de vista ambiental, encontramos”. 

Rodrigo Más Rosa
Ele prosseguiu destacando a importância do envolvimento da comunidade: “A minha gestão é bem aberta e compartilhada com a sociedade civil, o terceiro setor, para somar esforços. Quando soube do Coelho, pedi para telefonarem para ele porque quanto mais pessoas que agregam conhecimento, que sabem, teremos maior probabilidade de êxito”.

 Rodrigo Más Rosa comemorou os bons resultados: “A nascente do bosque estava praticamente há anos sem aflorar. Está sendo surpreendente. Já cercamos a área e estamos na fase de colocar paralelepípedos nas paredes e drenos. Depois, vamos ter uma bomba para canalizar a água até o lago”. 

Trabalho adiantado no bosque

Através deste trabalho, Coelho assinala mais uma nascente recuperada na sua lista que se aproxima de 100. Por sua vez, o Bosque Municipal poderá contar, em alguns anos, com um lago de águas cristalinas testemunhando que, quando cuidada, a natureza retribui.

Para ler outras reportagens sobre o assunto, clique: AQUI, AQUI e AQUI

 

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