ATRAVÉS DA PINTURA, ARQUITETA HUMANIZA AMBIENTES HOSPITALARES

Por Célia Ribeiro

Quando os primeiros hóspedes cruzarem as portas da AMAPON (Associação Mariliense de Apoio ao Paciente Oncológico), certamente, se surpreenderão com o ambiente acolhedor. Em cada espaço,  poderá ser sentido o aconchego a começar pelos dormitórios com suas paredes forradas de belas pinturas que transmitem paz, fé e esperança.

Dormitório na casa de apoio

A artista responsável pelas pinturas é a arquiteta e paisagista Aglays Damaceno que tem realizado um trabalho diferenciado com desenhos usando tinta látex que humanizam os ambientes hospitalares e de instituições voltadas ao bem-estar de pacientes, como a AMAPON.

Para o presidente da entidade, Tadau Tachibana, o trabalho voluntário da arquiteta transformou as cinco suítes com capacidade para até 20 pessoas, entre pacientes e acompanhantes. “Quando vejo o que a Aglays desenhou, vejo uma imagem de acolhimento, um abraço de esperança, fé, alegria e amor. Eu sinto isso e sou muito grato a ela que é muito talentosa e colocou o fundo de sua alma neste trabalho”, afirmou.

Aglays, arquiteta e paisagista
A casa de apoio a pacientes em tratamento oncológico, que deverá ser inaugurada em breve, era um sonho de Tadau que imaginou um espaço sem aspecto hospitalar para contribuir com a recuperação dos doentes: “Foi um sonho que nossa casa tivesse nas paredes imagens que pudessem transmitir amor e esperança”, assinalou.

INSPIRAÇÃO

Aglays Damaceno, que já concedeu outras entrevistas ao blog (vide abaixo), contou como surgiu o trabalho de pintura na área da saúde: “Minha mãe passou um tempo internada na Santa Casa. Durante uns 20 dias vi que o lugar tinha muita cara de hospital e comecei a ler sobre ambientes humanizados. Pintei uma parede na minha casa e minhas amigas adoraram”, recordou.

Tadau Tachibana
Era o auge da pandemia e com limitações de trabalhos de paisagismo em condomínios, ela decidiu propor à instituição pintar uma parede, voluntariamente: “Eu não consigo ficar parada e procurei a Márcia Motta. Ela disse sim, com certeza, e depois da primeira pediram para pintar outra. E assim, foram umas 20 paredes”.
Desenhos que acalmam
O efeito impressionou: “A reação das pessoas foi surpreendente. Diziam que não parecia parede de hospital e era exatamente isso que eu queria. Até então, era trabalho voluntário. Mas, depois me chamaram para me contratar e continuei o trabalho como o novo centro cirúrgico”.
Cada trabalho é único
Sobre a casa de apoio, Aglays afirmou que “fui chamada para contribuir com a AMAPON e fico feliz ao saber que o Tadeu diz que quando está nervoso sobe no quarto e fica um tempo contemplando a parede. A ideia é transmitir paz para os doentes, sejam os hospitalizados, sejam os que futuramente serão hospedados na AMAPON durante o tratamento contra o câncer. Se por alguns segundos a pessoa esquecer que está em um ambiente hospitalar o objetivo foi atingido”.
Folhagens que renovam o ambiente
Por incrível que pareça, o processo criativo de cada parede vem de inspiração na hora: “Sem risco, sem rascunho, vejo a parede e começo a pintura usando tinta látex, lavável. Eu esqueço da vida e mergulho ali”, relatou. Por isso, cada parede é diferente da outra, mantendo apenas o mesmo estilo da artista.

As pinturas humanizadas, depois, ultrapassaram os muros de instituições de saúde para clínicas particulares, salões de cabelereiro e residências onde são comuns os pedidos para pintura em dormitórios infantis e em áreas gourmet.

Detalhe de uma parede
Mas, paralelamente a essas atividades remuneradas, Aglays Damaceno continua doando seu talento para entidades filantrópicas: “A ACC (Associação de Combate ao Câncer de Marília) me chamou para fazer um orçamento. Mas, não tenho coragem de cobrar de uma instituição dessas”, contou.

PAISAGISMO

Formada em 1998, na primeira turma de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Marília (Unimar), Aglays sempre quis se dedicar ao paisagismo. Por isso, embora as paredes humanizadas estejam em alta, ela tem uma longa trajetória de projetos em áreas públicas e residências.

Aglays: amor pelo verde

Em Marília, por 08 anos atuou na Secretaria do Verde e Meio Ambiente na gestão de Mário Bulgarelli guardando recordações dos paisagismos nas escolas municipais, rotatórias e plantio de palmeiras em avenidas. Atualmente, desenvolve um projeto na entrada do município de Balbinos.

Nas residências, além do paisagismo que eleva o nível dos imóveis, Aglays também cuida de projetos de hortas em vasos e bacias que são muito pedidos. “As pessoas redescobriram o gosto por cozinhar e mini hortas de temperos como manjericão, tomilho, alecrim, salsinha e hortelã estão em alta”.

Temperos em vasos

Ela prosseguiu contando que quando executa projetos de paisagismo pede “para deixar um cantinho para um manjericão, um alecrim. Posiciono onde pega o sol da manhã. Tem que ser uma bacia ou recipiente grande e o hortelã tem que ter um cuidado a mais, que é plantar sozinho e não com outras ervas”.

E assim, seja levando alegria e acolhimento aos ambientes hospitalares ou florindo jardins públicos e residenciais, a arquiteta que sempre amou o verde leva um pouco de sua energia boa aos espaços compartilhados.

Para ler outras reportagens de Aglays Damaceno, acesso AQUI e AQUI. Para entrar em contato o WhatsApp é: (14) 997622307

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