domingo, 22 de agosto de 2021

LETTERING: ATIVIDADE ENCANTA QUEM APRECIA AS LETRAS, COM SUAS FORMAS E TEXTURAS

Por Célia Ribeiro

Uma letra de cada vez forma sílabas, palavras e frases inteiras. E quando acompanhadas de desenhos, então, é o conjunto perfeito que prende a atenção enquanto transmite uma mensagem. É difícil não se encantar diante de um letreiro bem feito, seja em uma placa de padaria que anuncia o pãozinho com café, até em quadros decorativos e peças de vestuário: isso tudo é obra do Lettering, que tem em Marília a designer gráfica Liliam Cristina Batista Paes como uma referência.

Liliam durante execução de um trabalho

A história de amor entre a artista e a escrita começou muito cedo. Ela contou, em entrevista por telefone ao JM, que a mãe implicava com sua letra e comprou cadernos de caligrafia para que ela aprimorasse a escrita manual, usando aqueles espaços entre as linhas para evitar os “garranchos”. Quem tem mais de 50 anos sabe do que se trata! Ela lembrou que “um dia, com raiva, fiz para ela parar de falar e peguei gosto. O feitiço virou contra o feiticeiro”, contou rindo.

Destaque do painel de boas-vindas

Paulistana, 33 anos, Liliam Cristina trilhou um longo caminho para chegar ao estágio atual. Do curso de design gráfico, em Marília, para o trabalho profissional seja em cursos, workshops e aulas para crianças na “Vila das Artes”, ela tem a agenda carregada com pedidos de todos os tipos: de muros de escola, a empresas, residências, passando por objetos decorativos, lembrancinhas de maternidade, decoração de festas e muito mais.

Arte até no bolo

Ela revelou que quando decidiu se desenvolver na área enfrentou o descrédito. Poucas pessoas imaginaram que isso poderia se tornar uma atividade profissional rentável em que ela uniria o amor pela escrita a um trabalho sério que lhe garantisse o sustento.

CANETAS E PAPEIS

Workshop sobre Lettering ministrado por Liliam

“Eu sou apaixonada por papelaria e caneta. Não posso ver uma diferente que quero comprar”, disse, contando que “na época da escola eu usei muito fichário. Então, guardava uma folha de cada bloco diferente que eu comprava. Até um tempo atrás eu tinha essas folhas. Canetas eu tenho várias e nem sempre eu uso, mas só pra ter o prazer de tê-las”.

Jaqueta jeans ganhou o charme das letras

Liliam revelou, também, sua paixão por ensinar. Ela lembrou que na época em que fez o primeiro curso de Lettering, em São Paulo, estava desempregada e conseguiu gratuidade para realizar o sonho. Hoje, com aulas para crianças, a partir dos 07 anos, ela tem consciência dos benefícios que a atividade proporciona aos pequenos.

Dedicação e muito treino

“As aulas de Lettering na vida dessas crianças auxilia no desenvolvimento da letra corsiva (escrita à mão), na criatividade, conhecimento das cores e suas combinações e, o mais importante pra mim, faz com que a arte da escrita não caia no esquecimento com a chegada da tecnologia", destacou.

Aula para crianças na Vila das Artes

A professora fala com carinho dos pequenos alunos que, em meio a computadores, tablets e smartphones, ainda se interessam pela escrita à mão: “Para mim, não há idade mínima quando se trata de aprender. Quanto mais cedo, melhor. Para a desenvoltura dos pequenos no aprendizado da corsiva, o Lettering colabora muito. Eu acredito que quanto a criança lê um pouco já dá pra começar, até mesmo pra ela saber o que está escrevendo”.

Liliam acrescentou que “o curso é indicado para todo aquele que gosta de escrever, de colorir, de desenhar e que também deseja uma renda extra já que hoje temos um leque de coisas que dá para fazer com Lettering e assim ele se torna lucrativo”.

Ela recordou do primeiro trabalho profissional, com orgulho: “Nesse caso, falarei da primeira parede que foi na sala do diretor da Tecctintas. Tive muito medo, não sabia ao certo muita coisa, mas fui assim mesmo. Demorei muito pra desenvolver e no final ficou muito legal e até hoje está lá. Essa parede eu fiz em 2017. Fiz mais 4 paredes lá e foi o que me abriu portas para o mundo das paredes. Até então eu fazia mais quadrinhos e decoração de painéis pra festas”.

EVOLUÇÃO

Como acontece com muitos profissionais, Liliam enfrentou o ceticismo: “Quando passo perto de algum trabalho ainda olho incrédula, mas radiante, com aquela sensação: ‘Poxa foi eu que fiz’. Por muito tempo eu não acreditei em mim, me senti incapaz. Às vezes, a arte era minha válvula de escape dos momentos difíceis da minha vida. Algumas pessoas até me disseram que eu nunca iria conseguir viver disso, ou que nunca alguém compraria algum trabalho meu. Tratavam com desprezo tudo o que eu fazia e como isso me machucou e me levou a crer que eu não conseguiria”.

Um vaso merece mais que plantas

No entanto, ela virou o jogo: “Eu não deixei de fazer e, aos poucos, as coisas foram acontecendo e o que antes era apenas um hobby se tornou meu trabalho e paixão. E também tive algumas pessoas que me ajudavam muito e me conquistaram. E, em forma de carinho e gratidão, eu fazia arte para retribuir e dava de presente o que me ajudou a gerar conteúdo para as mídias sociais. Praticamente todos que eu amo têm um quadrinho ou até mesmo uma parede que eu fiz”.

Criatividade à toda prova

A designer destacou, por outro lado, que não se trata de algo que se aprende do dia para a noite: “Como tudo na vida, o Lettering precisa de dedicação, estudo, força de vontade e gostar de fazer. Não é preciso saber desenhar. Usamos várias técnicas para isso como, por exemplo, usamos o papel vegetal pra copiar e com o tempo de tanto fazer vai acabar aprendendo sem precisar mais do vegetal”.

Mensagens com conteúdo

Como em quase todos os setores, o Covid também refletiu na atividade: “Com a pandemia, as pessoas começaram a querer deixar as casas mais alegres. Realmente, agora os pedidos de trabalhos estão aumentando não só para o Lettering, mas para a ilustração também. A vantagem do Lettering é que dá pra fazer quadrinhos decorativos, placas de maternidade, canecas, MDF, entre outras superfícies que dá pra vender pela internet.”

Espaço original

 Liliam finalizou observando que “O Lettering pode ser uma válvula de escape, uma terapia, um hobby e sempre acaba se tornando lucrativo. Não se trata de apenas escrever. Temos estudos para isso, como a anatomia das letras, espaçamento entre uma letra, outra e distanciamento, harmonia das formas de escrita e cores. Fazemos vários rascunhos, fazemos exercícios para soltar as mãos, entre outros, mas tudo com leveza e alegria. Afinal, é uma diversão fazer”.

Para saber mais sobre os trabalhos da designer gráfica, acesse  https://www.instagram.com/liliampaes.artes/. Pelo WhatsApp, entre em contato: (14) 99677-0703. 

Na Vila das Artes, o telefone de contato é: (14) 34547345 e o endereço: Rua Atílio Gomes de Melo, 64 bairro Fragata, em Marília. 

* Reportagem publicada na edição de 22/08/2021 do Jornal da Manhã


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