domingo, 20 de junho de 2021

ARTE SOLIDÁRIA: BAZAR DO "PATCH & PANO" TROCA ARTESANATO POR ALIMENTOS

 Por Célia Ribeiro

 Quanto vale um prato de comida? Depende. Pode custar um real no “Bom Prato”, programa social criado pelo governo do Estado, ou algumas centenas de reais em um restaurante estrelado. Mas, para quem está desempregado, doente e à beira do desespero, uma refeição decente significa dignidade. Por isso, o bazar de trocas do “Ateliê Patch & Pano” é mais que venda de artesanato. É uma oportunidade para a comunidade apoiar quem precisa, levando para casa lindas peças em troca de alimentos não perecíveis.

Finalizando as peças para o bazar

A ideia surgiu durante as aulas de costura do ateliê da professora Adriana Combo Coimbra. A educadora aposentada Celia Carmanhani Branco, que contribui com várias entidades, comentou sobre a dificuldade que a “Sociedade Espírita Vicente de Paula” estava enfrentando para arrecadar alimentos para as famílias assistidas.

 Como outros segmentos, a captação de recursos para a manutenção dos projetos sociais foi fortemente impactada pela pandemia. Ao ver a dificuldade da instituição, Celia discutiu com a professora Adriana a viabilidade do ateliê promover um bazar em que os alimentos seriam a moeda de troca na compra das peças de artesanato.

 Adriana acolheu a ideia, imediatamente. E, conversando com outras professoras e alunas dos diversos cursos do “Patch & Pano” viu o bazar sair do papel com impressionante rapidez. O boca a boca foi intenso e, quando se deram conta, havia adesão geral, incluindo outras artesãs, de fora do ateliê, que fizeram questão de contribuir doando seus trabalhos.

 MUDANÇA DE PLANOS

 Inicialmente, o bazar de trocas seria realizado em um único sábado com o artesanato exposto no estacionamento em frente ao ateliê, localizado à Rua dos Bancários, 255. No entanto, com o agravamento da pandemia do Covid e temendo os riscos de aglomerações, Adriana e suas alunas resolveram dilatar o prazo. Assim, o evento começou na semana passada e será encerrado no dia 30 de junho.

 

Peças expostas no ateliê

Com mais tempo, as pessoas podem escolher as peças, com calma, e trocarem por alimentos não perecíveis, como arroz, feijão, açúcar, óleo, macarrão, trigo, café etc. Quem não tiver os alimentos, pode fazer o pagamento na hora e os recursos, ao fim do bazar, serão utilizados na aquisição dos itens que faltarem para completar as cestas básicas.

 

Artesanato que vai virar comida

Celia Branco se emocionou ao destacar o espírito solidário das companheiras de costura. O grupo é muito unido e, no caso das artesãs que participam da turma das segundas e terças-feiras, estão juntas há anos. Na última segunda-feira, o clima era de muita descontração: Verena Carvalho Brandão, Celia Branco e Mieko Chimada estavam a todo vapor costurando lindas toalhas de mesa, só parando para o tradicional café da tarde.

 

Verena Carvalho Brandão

Adriana contou que para cada grupo de alunas pediu a confecção de determinadas peças com base nos artigos mais procurados. E ela se mostrou rigorosa no controle de qualidade: “Faço elas fazerem tudo caprichado. Senão, não tiram nota”, disse, brincando.  A professora falou com alegria do envolvimento de todas as alunas e professoras para que o bazar de trocas fosse realidade.

 

Celia e uma das toalhas que está confeccionando

Por sua vez, Verena Carvalho Brandão disse que “a gente acaba se engajando neste trabalho da Celia que a gente vê que ela faz tanta coisa com tanto amor; e o pouquinho de coisa que a gente faz, uma mantinha de bebê, um cachecol, esse trabalho faz bem para o próximo e traz uma satisfação imensa para o coração da gente. Fazer o bem é o que se faz sem esperar nada de volta, para felicidade do outro. É um trabalho que não tem preço”.

 

Adriana apoiou a ideia desde o início.
Na foto, doação de boneca de Maristela Ursulino

E por falar nos trabalhos de Celia Branco, além das lindas toalhas de chá, toalhas de rosto e panos de prato, ela doou vários produtos da sua linha “Aromas Finos” de aromatizadores, home spray, sabonete líquido, hidratante, álcool perfumado etc. Até o dia 30 de junho, também podem ser encontrados: bonecas de pano, estojos escolares, bolsas e necessaires em patchwork, pesos de porta, jogos americanos, aventais, porta-kits de higiene entre outros.

 

Os primeiros alimentos trocados por artesanado

ASSISTÊNCIA

 A “Sociedade Espírita Vicente de Paula”, que receberá os alimentos arrecadados no bazar, assiste 20 famílias, explicou Celia Branco. Conforme disse, os voluntários da entidade visitam as famílias e conhecem a realidade de cada uma, sabendo o que mais precisam e o quanto precisam. Assim, são entregues alimentos para o mês inteiro capazes de suprir a necessidade de todos os familiares.

 

As peças têm fino acabamento

Antes da pandemia, a família toda participava da retirada das doações. Hoje, apenas uma pessoa por família. Celia disse que “fazemos um revezamento para a gente falar um pouquinho de Deus, não se fala de religião. Falamos da nossa vida, do que estamos sofrendo, sobre o Cristo consolador. Eles recebem o alimento espiritual e o alimento material”, finalizou.

 

Detalhe do porta-álcool em gel
para carregar na alça da bolsa

Para participar do bazar de trocas, até o dia 30 de junho, o endereço é Rua dos Bancários, 255. O telefone (14) 996356921. Nas redes sociais, acesse: https://www.instagram.com/patch.pano/

*Reportagem publicada na edição de 20.06.2021 do Jornal da Manhã


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