Por Célia Ribeiro
Uma folha se desprende do galho da árvore e, levada pelo vento, flutua até esbarrar no concreto frio. Ali, ela ganha vida em meio às pinceladas delicadas daquela que já foi conhecida como a “menina do dedo verde”. Aos 51 anos, a arquiteta Aglays Damaceno, referência pelos belos trabalhos paisagísticos, que incluem jardins verticais, hortas e pomares, se aventurou pela pintura à mão e está criando verdadeiras obras de arte em paredes.
Aglays em ação: concluindo mais um trabalho |
O apelido, inspirado no clássico de Maurice Druon, dá a medida da sua ligação com o meio-ambiente e de como lidar com a terra recarrega suas baterias. No entanto, criar e se arriscar em novas formas de expressão é o que a mantém antenada transitando de um lado a outro, sempre em busca de algo impactante que mexa com a emoção das pessoas.
O paisagismo está em alta |
Ao lado dos projetos paisagísticos, Aglays também confecciona bonecas e bonecos aos quais se apega de tal forma que, como já confessou, às vezes resiste em entregar a encomenda: “Hoje, com 51 anos, claro que não é só hobby. Trabalho porque preciso. Mas, resolvi fazer do limão uma limonada. Resolvi me dar o direito de só fazer o que amo e, de verdade, gosto muito da minha profissão”, comentou.
Bonecos: paixão |
No período de isolamento social, projetos para casas e apartamentos tiveram aumento de procura e a arquiteta, tomando todos os cuidados, manteve-se ativa para entregar os trabalhos. Ela comentou que “as pessoas descobriram que ficar em casa é muito bom. Só que, para isso, precisa ter algo convidativo, criando ambientes relaxantes. Uma hortinha hoje é sempre obrigatória nos meus projetos porque os clientes pedem. Em quase todos dou um jeito de colocar um maxi vaso com jabuticaba. Isso traz lembranças que fazem um bem danado”.
No contexto de valorização dos espaços de convivência, a pintura personalizada chegou de mansinho e virou tendência não só no ambiente doméstico, como nas empresas: “Hoje, a pintura feita à mão está super valorizada. Sempre pintei telas, mas parede sempre foi uma vontade. Na pandemia, pintei uma para matar essa vontade e gostaram. Aí veio um monte de pedidos e estou amando porque, depois de pronto, o cliente sente exatamente o que eu pretendia passar que é essa sensação de bem estar”, observou.
Ninguém resiste aos pés de jabuticada |
PAREDE SENSORIAL
Conforme disse, não apenas grandes espaços, mas também paredes menores podem surpreender criando um ambiente acolhedor e convidativo. Aglays Damaceno citou exemplos de fábricas que colocam pinturas no refeitório dos colaboradores para que tenham uma sensação de bem-estar durante as refeições. Na sala de espera de consultórios ou em lojas, a arte nas paredes convida à contemplação.
Detalhe da pintura da sala de um apartamento |
Quanto aos projetos paisagísticos, a arquiteta afirmou que a quarentena fez com que as pessoas investissem mais no bem-estar. Segundo ela “80 por cento dos clientes querem uma hortinha ao chegar em casa e nos finais de semana ter algo como terapia. Cozinhar e ter seus temperinhos ali fresquinhos não tem preço”.
Pausa para o descanso, entre pinceis e tintas |
Ela finalizou lembrando que “é nítida essa mudança de resgatar coisas que remetem à infância, talvez porque ali estava a felicidade. Nunca é tarde para buscarmos isso. Sou prova viva de que sempre tem algo lindo esperando a gente. Mas, temos que ir atrás”. Para saber mais sobre a arquiteta, acesse o Instagram: @aglays_damaceno. O telefone é (14) 997622307.
Espetáculo da natureza invadindo a parede |
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