domingo, 23 de junho de 2019

ESPAÇOS CORPORATIVOS INVESTEM NO VERDE DOS JARDINS VERTICAIS HIDROPÔNICOS.

Por Célia Ribeiro

Uma tendência mundial, presente nas metrópoles, começa a chamar a atenção de clientes corporativos no interior paulista: os jardins verticais hidropônicos que trazem mais vida e beleza aos ambientes de indústrias, lojas, condomínios, escritórios, consultórios etc. Em Marília, um casal de arquitetos, com experiência em projetos de grande porte na Capital, viu aumentar o interesse pelo paisagismo desde pequenos jardins em residências até paredões verdes de 100 a 200 metros quadrados.
Paredão verde: tendência
Cássia Dias Ribeiro e Eduardo Ribeiro deixaram a correria de São Paulo em busca da tranquilidade no interior. Natural de Marília, a arquiteta possui escritório em Moema onde ainda atende clientes que conquistou ao longo de quase 25 anos. O casal aproveitou a transferência de Eduardo, então funcionário de uma grande construtora, para criar os filhos perto da família, com mais segurança.
Arquitetos Eduardo e Cássia Ribeiro

Ao JM, ela falou sobre a paixão pelo trabalho: “Gosto muito do paisagismo urbano. Fui me especializar e fiz mestrado nesta área. Minha sócia, que era engenheira agrônoma, fez mestrado na área de arquitetura. A gente trabalhou muito com o Metrô, em São Paulo. Quando implanta uma estação, o Metrô descaracteriza uma grande área na cidade e depois tem que devolver isso. Normalmente, ele devolve isso em forma de praça, de parque. Éramos contratados para desenvolver esses projetos de reurbanização, de paisagismo”, revelou.

Há um ano residindo em Marília, o casal sente falta de áreas verdes para o lazer da população, como os parques que a família costumava frequentar nos finais de semana: “Meus filhos, quando vamos para São Paulo, querem ir no Ibirapuera, no Vila Lobos, que é a referência que eles têm de final de semana”, comentou.
Jardim vertical cabe em pequenos espaços
Cássia tem se dedicado a projetos de paisagismo residencial, enquanto Eduardo, especialista em grandes obras, foca a área corporativa. Na semana passada, ele participou de mais um curso com a equipe do Vertigarden, na ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), em Piracicaba.

As plantas tomam conta do muro na residência
No programa, os grandes jardins verticais cada vez mais procurados pelas empresas. A Vertigarden, aliás, executou o gigantesco jardim vertical do Hospital Sírio Libanês. Agora, seus profissionais têm se dedicado a replicar a técnica desenvolvida para esses projetos que chamam a atenção nas cidades, com imensas paredes cobertas de plantas.

PLANEJAMENTO

É possível ter um jardim em pequenos espaços, sejam residências ou empresas, frisou Cássia Ribeiro: “O que a gente teve um pouco de dificuldade e acho que já estamos conseguindo superar, é que o jardim precisa de um planejamento. E, normalmente, as pessoas estão acostumadas a perguntar quanto custa para colocar a planta. É preciso fazer um projeto, nem que seja um estudo, conversar, analisar o local, saber qual planta mais gosta, para viabilizar”, frisou.
Plantas dão vida a pequenos ambientes
Ela acrescentou que “dependendo do estudo, o jardim pode ser feito em etapas, com investimento ao longo de vários meses. O que era para ter em 03 ou 06 meses, vai ter em um ano, acompanhando o jardim. Muitos clientes têm comprado essa ideia de planejar primeiro e depois viabilizar a implantação. Fazer sem planejar não é economia. Quando não se planeja tem o gasto de fazer e refazer várias vezes”.

Eduardo explicou que seu escritório utiliza a técnica de Jardim Vertical Hidropônico, sem terra, e a irrigação é automatizada: “Quando a gente instala, nos trinta primeiros dias, que são mais críticos porque exige um cuidado maior com essas plantas, se programa 04 vezes ao dia de irrigação para deixar bem úmido. Depois, a gente reconfigura e coloca o adubo líquido que, com o tempo, vai trazendo os nutrientes necessários”.
Paisagismo na empresa Wurth do Brasil
O arquiteto afirmou que, felizmente, “as pessoas têm mudado a visão em relação ao paisagismo. Com os jardins verticais, reduz-se muito a manutenção. Mas, ainda tem manutenção porque a planta é um ser vivo. Tem que adubar, tem que podar, só que o impacto disso é muito menor em relação ao jardim convencional. É tudo irrigado automaticamente. Só tem que ver se não está acabando a água. Para jardins maiores, há necessidade de bombas”.
Paisagismo com planejamento é fundamental
Ele assinalou que antigamente, “muitos não queriam ter árvore porque tinha que podar, sujava a calçada etc. Hoje, a pessoa faz questão de ter nem que seja um jardim vertical. Está mudando muito”.  Em breve, um escritório de Advocacia localizado nas imediações do Esmeralda Shopping deverá ostentar o resultado do jardim vertical projetado pelo casal.

DE VOLTA ÀS ORIGENS

Cássia observou que a mudança para Marília foi uma decisão familiar em busca de qualidade de vida para o casal e os filhos pequenos. “Em São Paulo, durante um bom tempo, parei de implantar jardins porque a demanda de projeto era muito grande. E o escritório acabou ficando mais com a parte de paisagismo urbano.”
Ibirapuera, em São Paulo

Na cidade, agora ela se dedica mais aos projetos residenciais: “Quando voltei para Marília, para eu trabalhar na área urbana teria que ter alguma ligação com a Prefeitura e isso ainda não acontece, embora eu ache que Marília tem muito o que fazer”. Ela contou que, na década de 90, o seu trabalho para a faculdade foi o projeto de um parque para a região da Cascata. “A cidade poderia ter parques com área de lazer para a população”, pontuou.

Sobre as perspectivas para o futuro, Cássia e Eduardo foram unânimes em afirmar que o paisagismo tende a se valorizar cada vez mais, tanto em ambientes residenciais quanto em espaços corporativos. E aconselharam: “Quem se interessar, deve procurar sempre um profissional. Existem excelentes paisagistas em Marília”. O planejamento, frisaram, é essencial.

Para saber mais, acesse: http://www.diasribeiroarq.com.br e www.vertigarden.com.br Contato dos arquitetos: (14) 998900282. 



*Reportagem publicada na edição de 23.06.2019 do Jornal da Manhã

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