A jovem cosmopolita aproveita a liquidação em Nova York, enquanto a garotinha de chapéu enfeitado atrai a atenção de uma borboleta colhendo flores perfumadas no jardim. Em comum, ambas saltaram da imaginação mergulhando em tecidos de algodão, devidamente fixados em bastidores, onde agulhas envoltas em fios coloridos executam movimentos ritmados dando forma às personagens.
A menina e a borboleta |
Na semana em que se comemora o “Dia Internacional da Mulher”, 08 de março, falar do Clube do Bordado remete a algumas características do sexo feminino, como a vontade de aprender coisas novas, a determinação e a persistência. No caso do bordado, são vários os motivos que levam ao clubinho: desde recém-aposentadas que querem aproveitar o tempo livre; mães e avós que gostariam de presentear os familiares e amigos com seus trabalhos; até as que veem no artesanato uma forma de afastar a depressão.
CAFÉ COM RISADA
Localizado na Rua Amazonas, 397, o Espaço Pitanga se consolidou como um ponto de encontro da arte. No ano passado, foram promovidos o “Arraiá Feito à Mão”, aproveitando as festas juninas, e o “Natal feito à mão”. As duas feiras reuniram dezenas de artesãos e atraíram muitos visitantes. No local, são frequentes as oficinas como a de saboaria que Renata Genta promove, periodicamente, além de disponibilizar venda de produtos à pronta entrega e aceitar encomendas.
Nelice e os bordados em bastidores: miniaturas nos colares à esquerda |
Clube do Bordado: uma tarde dedicada ao artesanato |
Desenhos delicados em tampas de pote e panos de prato |
O COMEÇO DE TUDO
“Como voluntária da ACC eu ajudava na cozinha, na venda de convites para os eventos, enfim, no que fosse necessário”, recordou, explicando como se enroscou nos novelos de linha pela primeira vez: “Comecei a bordar por causa da ACC. Eu não sabia nem pregar um botão. A minha mãe nunca deixou a gente costurar porque ela foi escrava da máquina de costura. Na época, só bordavam ponto-cruz e quem fazia e ainda faz isso com perfeição é a Claudine Simões (ex-presidente da entidade). Fui à casa dela que me ensinou e bordei ponto-cruz até enjoar”.
(Esq.) Eneida Genta e Maristela Ursulino no “Arraiá Feito à Mão” |
O bordado em papel ganhou até um galho seco |
Trabalhos usados para inspirar |
Sem pressa para iniciar e concluir a peça, ela aproveita mesmo o processo e conta, apontando para um pano de prato: “O bordado já fiz e desmanchei não sei quantas vezes. Vai mudando a cor até chegar onde acho lindo. Vai da pessoa e cada um tem um jeito. Essas flores já foram lilás, já foram cor de rosa e talvez fiquem laranja”, pontuou revelando que a finalização está bem longe.
Nelice Rojo e um de seus trabalhos |
Ela destacou que o companheirismo que cerca o grupo, “é uma das melhores coisas. A gente ri, toma cafezinho, conversa de tudo e ajudamos umas às outras. Tem a Eneida Genta, que trabalha com artesanato faz tempo, sabe muito e sempre nos ajuda. É uma troca. Com a turma do ano passado fizemos uma amostra, desenhei e cada uma bordou no seu estilo. E ficou uma lembrança do grupo”.
Finalizando, Nelice disse que cada pessoa tem uma relação diferente com o bordado, mas que seus benefícios são inegáveis: “No meu caso, o bordado foi busca, mesmo. Aquele ponto cruz estava me judiando e eu entediada na cadeira de rodas, quando me ocorreu a visão de minha mãe bordando que, sem saber, era precursora do ‘Patch apliquê’. Se não fosse o bordado eu tinha enlouquecido porque sempre fui de trabalhar muito. Com o Clube do Bordado tenho a oportunidade de passar o que aprendi para outras mulheres” que, dessa forma, podem desenvolver sua criatividade e, à sua moda, colorir como quiserem tudo o que a imaginação conceber.
Informações sobre o Clube do Bordado: (14) 991677514. No dia 12, terça-feira, terá início um novo grupo. Nas redes sociais, acesse: https://pt-br.facebook.com/espacopitanga/
COMO FAZER UM AGULHEIRO
Com poucos materiais é possível confeccionar um porta-agulhas original. Siga as instruções de Nelice Rojo:
* Reportagem publicada na edição de 10.03.2019 do Jornal da Manhã
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