domingo, 20 de março de 2022

PANIFICAÇÃO QUE APOIA PROJETO SOCIAL SOBRE COM QUEDA DE 50 POR CENTO NAS VENDAS

Por Célia Ribeiro

Do trigo se faz o pão. E muito mais. Como no milagre da multiplicação dos pães e peixes, relatado na Bíblia Sagrada, ele também se transforma em refeições que saciam a fome de dezenas de famílias que se encontram abaixo da linha da pobreza. Isso é possível através de outro projeto social da Associação dos Moradores do Nova Marília, que é a panificação, criada há 30 anos.

Dona Laudite na panificação

Todas as sextas-feiras à tarde, saem as fornadas de pães caseiros e fatias húngaras cuja venda é essencial para o custeio dos botijões de gás utilizados na produção das marmitas solidárias, projeto que o JM mostrou na edição de domingo passado desta página. À frente deste trabalho está a voluntária Laudite Ferreira Gaia Vieira, presidente da Associação e carro-chefe dos projetos sociais da entidade localizada na zona sul de Marília.

Como apresentado na reportagem, a produção de 720 marmitas por semana, entregues a 120 famílias, além de pessoas em situação de rua, demanda altos custos com gás, energia elétrica e os alimentos que dependem da doação da comunidade. No caso do gás, são consumidos quase três botijões por mês ao custo de 400 reais cada um.

Laudite vieira falou, com tristeza, sobre os desafios de manter o projeto: “Antes da pandemia, a gente vendia uma média de 50 pães, entre  pão caseiro e doce, por semana. Agora, vendemos apenas 24 pães, por 10 reais cada porque as pessoas estão sem dinheiro. A pandemia trouxe desemprego e as famílias tiveram que cortar custos”.

Ela contou que uma parte da farinha é doada pelo Fundo Social de Solidariedade de Marília e a comunidade tem ajudado doando a outra parte além de óleo, ovos, açúcar e fermento utilizados na produção. Mas, com menos clientes, a panificadora vai sobrevivendo como pode.

Pães prontos para venda

A voluntária se emocionou ao falar sobre os desafios de manter os projetos da Associação de Moradores do Nova Marília: “Nós estamos vendo a necessidade das pessoas. A gente vê pela nossa casa, como as coisas estão difíceis. Todo dia aparece gente em busca de ajuda e a gente queria ajudar todo mundo. Infelizmente, isso não é possível”.

Laudite não conteve as lágrimas ao falar sobre as cenas tristes que presenciou nos dias de entrega das marmitas em que se formam longas filas na porta da entidade: “Já vi idoso desmaiar de fome na fila. Já vi criança chorando de fome”. São essas pessoas mais necessitadas, prosseguiu, que lhe dão forças para continuar, apesar de tantas dificuldades.

LAVANDERIA

A atuação da Associação de Moradores do Nova Marília é modelo para outras instituições de bairro. Os vários projetos se complementam e um apoia o outro. Um exemplo é a lavanderia comunitária que também passa por uma séria crise: “Chegamos a ter 08 mulheres aqui. Elas tiravam um salário mínimo por mês. Agora, com a pouca procura tivemos que reduzir e estamos só com 04. Além disso, tem semanas em que elas mal conseguem levantar 200 reais para levar para casa”, assinalou.

O projeto precisa de doações para fazer os pães

Com o desemprego e a inflação que corrói o salário dos trabalhadores, muitas pessoas que cruzavam a cidade até a lavanderia comunitária agora lavam as roupas em casa para economizar. Isso teve um grande impacto no projeto social que conta com o trabalho de mulheres da comunidade. Após o pagamento de sabão em pó, água e energia elétrica, não sobra muito para cada uma das lavadeiras.

(Esq) Sandra e a presidente Laudite 

Ao lado de Sandra Farias, coordenadora de projetos da Associação, Laudite Vieira disse que a fé em Deus as mantém em pé e que espera a melhora da situação. Conforme a reportagem desta página, a ONG “Amigos do Bar” está em campanha para arrecadar recursos e comprar um refrigerador para as “Marmitas Solidárias”.

Lavanderia teve queda brusca no movimento

Nesta semana, coincidentemente, uma das velhas geladeiras que consomem muita energia e precisam ser substituídas parou de funcionar de vez e quase se perdeu os alimentos ali armazenados. Para ajudar, os interessados podem enviar PIX de qualquer valor para um dos  números  cadastrados: (14) 997774579 ou (14) 981140055. Depois, enviar o comprovante para (14) 981140055 e informar que o valor é da campanha do refrigerador. 

Contribua com qualquer valor

A Associação de Moradores do Nova Marília, onde funcionam a lavanderia comunitária, a panificação e o projeto de marmitas solidárias está localizada em frente à Igreja de Santa Rita (Rua Nair Rossilio Gutierrez, 65). O telefone é: (14) 34176922. 

Acesse a reportagem da semana passada AQUI

*Reportagem publicada na edição de 20.03.2022 do Jornal da Manhã

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