Por Célia Ribeiro
Casa na árvore, brinquedos rústicos de madeira, fogão à lenha e animais dóceis em meio à natureza intocada de quase 48 mil metros quadrados: o paraíso do imaginário infantil existe a poucos quilômetros de Marília, no Distrito de Padre Nóbrega. Até o início de 2020, a “Fazendinha Caminho da Roça” tinha uma agenda concorrida para visitas de escolas e grupos de famílias. Com a pandemia, o local sofreu o impacto das medidas de isolamento social e precisou se adaptar aos novos tempos para retomar as atividades.
Brinquedos rústicos sob as árvores |
Projeto de educação ambiental idealizado pela professora aposentada e consultora de jardinagem e paisagismo Lilian Marques de Oliveira, a fazendinha conquistou gerações ao proporcionar momentos de lazer às crianças ao mesmo tempo em que difunde os conceitos de preservação da natureza.
Acessibilidade garantida na fazendinha |
“A fazendinha atua em diversas modalidades de atendimento ao público: aniversários infantis, festas de formatura dos pequenos, festas juninas escolares, clube de férias e abertura nos finais de semana para a população”, explicou Lilian. Conforme disse, “a nossa primeira proposta foi de criar um ambiente para visitação escolar, onde os alunos poderiam aprender vivenciando a vida rural e ter o contado direto com a natureza e os animais”.
Os animais são dóceis |
Por isso, a exemplo dos demais segmentos de turismo, a pandemia do Covid-19 afetou diretamente o local: “Como as escolas não funcionaram de forma presencial, fomos duramente afetados, pois essa é a nossa atividade principal. Recebíamos crianças de Marília e região num raio de 100 quilômetros. Ficamos fechados nas fases consideradas vermelhas, nas fases laranja e amarela abrimos com as restrições e protocolos estabelecidos”, informou.
As crianças se encantam com essa casinha |
Administrando a fazendinha com a ajuda do esposo Ademir e do filho Adolfo, Lilian falou sobre as adequações ao novo normal: “Apesar de o espaço da fazendinha ser grande e as pessoas terem a possibilidade de ficarem distantes, mantivemos as restrições e adotamos inúmeros protocolos. Restringimos o número de pessoas, exigimos o uso de máscara, disponibilizamos álcool em gel nos diferentes espaços, e as crianças ainda contavam com o carinho e colaboração dos monitores que auxiliavam com o álcool nos brinquedos e passeios.”
Liliam com o filho e o marido |
INFRAESTRUTURA
O que mais encanta na fazendinha é a simplicidade do clima bucólico em que o tempo parece ter congelado. No local, há muitas opções para as crianças e famílias recebidas mediante agendamento: “A fazendinha cresceu e com ela o número de atividades proporcionadas. Aumentamos o número de animais, construímos uma casa na árvore, uma casa caipira com fogão à lenha e poço caipira que causa admiração nos pais e avós. São inúmeras as fotos retratando o que as crianças não tem mais oportunidades de ver. Elas tiram água do poço de verdade”, assinalou Lilian.
Dá para tirar água do poço |
A professora aposentada explicou que os passeios colocam os visitantes em contato direto com a natureza: “Continuamos com os passeios típicos da zona rural, o trator, pônei e charrete. Alimentar os animais e tirar o leite da vaquinha ainda são as atividades mais aguardadas”, acrescentou.
Para gastar energia, as crianças têm à disposição dezenas de brinquedos instalados sob as árvores que estão por toda parte. São balanços, gangorras, escada de bombeiro, gira-gira, túnel, ponte móvel, além de um circuito de equilíbrio que as crianças adoram e uma tirolesa infantil para colocar ainda mais emoção no passeio.
Em foto de arquivo, Lilian recebe alunos |
MUDANÇAS
No auge da pandemia, a fazendinha restringiu o funcionamento: “Durante os períodos considerados mais críticos optamos por receber apenas famílias que preferiam locar apenas para pessoas do próprio convívio. Para os aniversários, os pais optaram por festas pequenas, e a escolha veio pelo ar livre e ambiente todo aberto, mas com os regalos da festa disponibilizados de forma individual em material descartável”, observou.
Ao falar sobre a experiência durante o isolamento social, Lilian foi enfática: “Triste é a palavra que define esse período. A falta de convívio entre adultos, crianças, trouxe experiências de ansiedade e depressão. A falta do toque, do abraço, do aperto de mão, da socialização fez surgir inúmeras doenças psicológicas”.
Decoração de festinha temática |
Lilian prosseguiu afirmando que, “por outro lado, observamos que a união familiar se fez mais intensa e conceitos puderam ser revistos para melhor socialização. O exercício da paciência e da resiliência ressaltou aspectos talvez antes adormecidos”.
Ela aproveitou para criticar a atuação do poder público: “Acreditamos que os governantes foram imparciais, rígidos com alguns setores e com olhos fechados para outros, como transportes, filas em bancos para receber benefícios, aglomeração dos mais pobres para receber alimentos. Esperamos que em 2021, com a chegada das vacinas, os protocolos sejam menos rígidos e que, com a mudança na Câmara e no Senado as cobranças sejam mais qualitativas. Acreditamos no funcionamento de todos os setores de forma horizontal, de forma a garantir a isonomia prevista na Constituição Federal para que não haja tanta desigualdade social”.
Passeio de charrete atrai as famílias |
Finalizando, Lilian Marques de Oliveira mostrou-se otimista: “Continuamos investindo. Acreditamos no futuro, na ciência, nas potencialidades que tem nosso país crescer e se reestruturar para que possamos voltar a receber nossas crianças com muita alegria e disposição para brincar e ensinar pois nosso lema é: Aprender brincando, brincar aprendendo”.
Para entrar em contato com a fazendinha, o telefone é: (14) 996210061 e nas redes sociais acesse: https://www.facebook.com/fazendinhacaminhodaroca1
Leia reportagem de 2012 da Fazendinha acessando AQUI
Reportagem publicada na edição de 07.02.2021 do Jornal da Manhã
Solicite Orçamento pelo WhatsApp (14) 991645247 |
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