sábado, 16 de novembro de 2019

HORTA ORGÂNICA: RECICLADORES APROVEITAM ÁREA PÚBLICA PARA GERAR RENDA.

Por Célia Ribeiro

De um lado, uma grande quantidade de materiais amontoados em pilhas à espera da correta separação: metais, vidros, papel e papelão, plásticos, latas, entre outros. Na outra extremidade do terreno, canteiros muito bem cuidados exibem verduras e legumes em ponto de colheita. Trata-se da horta orgânica que a Cooperativa de Reciclagem “Recicla Marília” iniciou para gerar renda e também melhorar a alimentação dos cooperados, a maioria ex-catadores de recicláveis.
Horta: qualquer produto por três reais
Localizada na zona norte, ao lado da Unidade de Saúde Jânio Quadros, a cooperativa começou tímida, em 2014, relatou o presidente Márcio Cleber Eurinídio. Ele explicou que a coleta seletiva de lixo tem crescido em várias regiões da cidade graças a um trabalho de formiguinha. Determinado, ele está em busca de parceiros para ampliar a área atendida dando destinação correta a toneladas de recicláveis que se juntariam ao lixo orgânico com grave impacto ao meio-ambiente.

“Coletamos um pouco de tudo: alumínio, PVC, papelão, PET, plástico duro, papel, livro, caderno, todo tipo de embalagem, sacolinha plástica etc”, informou Márcio Eurinídio, acrescentando que ainda não foi possível atingir a meta de remunerar os 12 cooperados com um salário mínimo, pelo menos. “Estamos entre 700 e 800 reais. Mas, queremos chegar a um salário, em breve”, frisou.
A cooperativa tem uma prensa para facilitar o trabalho
O caminhão da “Recicla Marília”, cedido por um parceiro, realiza coleta seletiva nos bairros Jânio Quadros, Alcides Matiuzzi, Leonel Brizola, J.K. e Lavínia. No entanto, com as novas parcerias em andamento, a meta é atingir outros bairros. “Não podemos recolher só de uma casa, por exemplo, porque o caminhão é grande e difícil estacionar. Mas, se os vizinhos do quarteirão se organizarem e nos chamarem, nós iremos buscar”, afirmou.
Os carrinheiros também serão beneficiados
Da mesma forma, os condomínios residenciais podem entrar em contato com a “Recicla Marília” para aderirem à coleta seletiva. Na última segunda-feira, Wagner Peres, da Administradora Calcular, foi conhecer a cooperativa e fechar uma parceria para que os condomínios atendidos pela empresa possam ser atendidos em uma nova rota de coleta seletiva.

HORTA

O terreno em que funciona a “Recicla Marília” é área pública cedida pela Prefeitura Municipal. Com tanta área disponível, Márcio e seus cooperados resolveram aproveita-la com a produção de hortaliças e legumes. Ao preço único de três reais, por qualquer produto, os vizinhos da cooperativa têm aproveitado os alimentos frescos e livres de agrotóxicos.
Márcio e Wagner Peres da Calcular: administradora de
condomínios fará parceria com a Recicla Marilia
“Temos alface imperial, alface crespa, couve, almeirão, coentro,  jiló e quiabo, por enquanto. Mas, vamos plantar outras variedades”, explicou Agnaldo Paulo da Silva, 42 anos. Na segunda-feira passada, ele estava irrigando os canteiros quando falou com entusiasmo sobre o trabalho: “A gente vende baratinho, três reais qualquer produto, e os vizinhos têm vindo comprar direto”, disse. Já os cooperados levam tudo de graça para casa no fim do dia.
(Esq) Márcio e Sr. Agnaldo que cuida da horta
Márcio Eurinídio destacou que o espírito do cooperativismo deve prevalecer na atividade. A exemplo da horta, em que todos se beneficiam, a coleta, separação e venda dos recicláveis devem gerar renda para os cooperados. Mas, não vão parar por aí: “A ideia é agregar os carrinheiros, que recolhem os materiais avulsos na rua. Aqui, a gente espera poder pagar um valor justo, pesando e já informando o quanto vale a carga, quantas bags ele trouxe”, anunciou.

O presidente da “Recicla Marília” disse que “dos 12 cooperados, pelo menos três não eram catadores, não eram do ramo. Eram pessoas desempregadas que, com essa crise, não encontravam uma ocupação. Vieram para a cooperativa e estamos lutando juntos”, finalizou.

Para entrar em contato com a Cooperativa, o endereço é: Rua Francisco Chaves de Moraes, 821, telefone celular: (14) 998789034

*Reportagem publicada no Jornal da Manhã, Edição de 17.11.2019




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