Por Célia Ribeiro
No final de
2013, esgotando-se o prazo concedido pela Santa Casa de Misericórdia de Marília
para a desocupação da área doada por Bento de Abreu, para a construção de um
orfanato, religiosos e voluntários do Educandário Bento de Abreu Sampaio Vidal entraram
em desespero diante das incertezas que cercavam a manutenção de uma das mais
longevas e importantes obras sociais do município. Quase um ano e meio depois,
a instituição está de pé graças à Sociedade São Vicente de Paulo, que assumiu a
obra, e voluntários da Associação Amigos do Educandário, com apoio do poder
público municipal.
Funcionando
provisoriamente no prédio do Patronato, cedido pela Comunidade Santa Izabel, o
Educandário atende cerca de 90 meninos, de 07 a 15 anos, de famílias de baixa
renda moradoras das zonas norte e sul de Marília. As instalações tiveram que
passar por adaptações que demandaram muitos recursos. Mas, como em tudo que
envolve a entidade, a solidariedade falou mais alto e o dinheiro apareceu pelas
mãos dos voluntários da Associação Amigos do Educandário e da indústria Carino,
que doou 20 mil reais para a construção dos vestiários.
A área que
abriga o Educandário, apesar de menor que a anterior e sem as instalações de
outrora, permitiu a continuidade do atendimento que faz com que os meninos dos
bairros mais pobres recebam acompanhamento escolar, alimentação, pratiquem
atividades físicas e aprendam sobre cidadania. Desde 1957, passaram pela
instituição mais de 3000 meninos, a maioria formada por órfãos.
“Não temos o
espaço de antes. A oficina de marcenaria, por exemplo, não conseguimos instalar.
Ela funcionava no período da tarde, com orientação do SENAI, para capacitação dos
adolescentes”, explicou o Irmão Agenor Lima, diretor religioso da entidade. Ao
lado da assistente social Anilza Damine de Lima, ele se mostrou esperançoso diante da nova fase que
se delineia, com a construção de prédio próprio em área da Sociedade São
Vicente de Paulo, na zona sul.
O número de
garotos atendidos, por sua vez, diminuiu bastante. Dos cerca de 150, apenas 90
estão sendo assistidos. “Muitas escolas da região que atendíamos passaram a funcionar
em período integral”, comentou o Irmão Agenor. Por isso, ainda há vagas
disponíveis uma vez que a Prefeitura de Marília tem dado suporte à instituição,
através da cessão de funcionários, transporte escolar e alimentação.
“Não podemos
reclamar. Tudo o que o prefeito Vinicius nos prometeu está sendo cumprido”,
elogiou o religioso, destacando o papel da Câmara Municipal: “Quando fomos
falar com o prefeito e pedir ajuda para não fechar o Educandário, os vereadores
estavam lá nos apoiando”, ressaltou. Conforme disse, com a mudança na
documentação da instituição, que agora tem CNPJ próprio, os dirigentes vão em
busca dos Certificados de Utilidade Pública Municipal e Estadual.
Semeando para o futuro
De segunda a
sexta-feira, pouco depois das 7 horas, chegam os primeiros ônibus trazendo os
garotos das zonas norte e sul. Eles são recebidos com um nutritivo café da
manhã e depois seguem para atividades em sistema de rodízio: enquanto um grupo
faz a tarefa com acompanhamento de professoras da Rede Municipal de Ensino,
outro participa de atividades esportivas e os demais vão para aulas de
informática.
Após
passarem por todas as atividades, os meninos tomam banho, almoçam e são
transportados às escolas de seus bairros. Por isso, ao final do dia, da aula
seguem direto para suas casas, informou a assistente social.
Ela explicou
que uma das atividades mais importantes é a tarefa monitorada. Além das
professoras cedidas pela Secretaria Municipal da Educação, há professores
voluntários que atuam no reforço de determinadas matérias. “Por exemplo, se um
aluno está com dificuldade em matemática, temos uma professora voluntária que o
ajuda”, afirmou Anilza Damine.
“A nossa
preocupação é que a criança não apenas passe de ano, mas que consiga aprender
porque lá na frente vai precisar disso”, observou o Irmão Agenor. Segundo ele,
o maior investimento que se pode fazer é na educação de qualidade para que
esses meninos possam desenvolver suas potencialidades no futuro: “Queremos
preparar essas crianças para o amanhã”.
Embora
estejam suspensas as oficinas profissionalizantes (Panificação e Marcenaria),
antes desenvolvidas junto aos jovens de 15 a 18 anos, a panificadora é
utilizada como atividade lúdica e também para a produção de pães, roscas e
doces consumidos pelas crianças. Com a orientação do padeiro, os meninos ajudam
a modelar pães, aprendem a fazer salgadinhos etc. Eles não manuseiam
equipamentos e nem chegam perto do forno, assinalou Irmão Agenor, mas têm
contato com a atividade e poderão se interessar por ela futuramente.
“É sempre
uma alegria quando eles estão lá. Na Páscoa, fizemos chocolatinhos e eles
levaram para casa”, contou o religioso. Por sua vez, a assistente social
informou que as atividades na panificadora também contribuem para “trabalharmos
a questão da higiene e até da coordenação motora dos pequenos que usam massas
para modelar os pães”.
Promoções
Sonhando com
a construção que será levantada em área da Sociedade São Vicente de Paulo, na
zona sul, Irmão Agenor destacou o apoio da Associação Amigos do Educandário.
Graças aos eventos promocionais (venda de pizza, feijoada, almoços beneficentes
etc), são levantados recursos que ajudam na manutenção da entidade e serão de
grande importância quando iniciarem as obras.
Irmão Agenor
também agradeceu o apoio da Comunidade Santa Izabel: “O prédio do Patronato
gerava renda para a comunidade que o utiliza para catequese, mas não pode
alugar o salão para eventos como antes”. No local funciona o refeitório do
Educandário: “Graças a Deus, tivemos muito apoio e a obra continua”, concluiu, enquanto
seguia para acompanhar a saída dos meninos até o transporte escolar.
E assim, de
banho tomado, bem alimentados e com a lição de casa pronta, os garotos partiram
cheios de energia para uma tarde na escola, com a certeza que amanhã será um
novo dia com todas as coisas boas que a solidariedade humana, presente na obra
de Bento de Abreu, pode proporcionar-lhes.
Para saber
mais sobre o Educandário, acesse reportagem de novembro de 2013, clicando AQUI.
Obs: Fotos das crianças são do arquivo pessoal do Irmão Agenor.
ola boa tarde,tudo bem,belissimo trabalho que você vem prestando a esta entidade,meu nome é luiz carlos santos,gostaria muito de saber de qual maneira eu poderia estar contribuindo para o bem estar social desses adolescentes,moro em são paulo atualmente a mais de 20 anos,mas a familia da minha esposa mora em mailía e alguns parentes meus,teria como estar fazendo algo pras crianças e adolescentes,por ex = dar a eles uma tarde do hamburguer ,quero ser participativo.segue numero do meu celular (11)95335 8004.
ResponderExcluirBoa tarde! Agradeço seu comentário. Vou enviar sua mensagem à atual direção da entidade. Um abraço e parabéns pela iniciativa.
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