domingo, 29 de maio de 2011

APOSENTADO QUE SONHAVA SER ENGENHEIRO DESENVOLVEU AQUECEDOR SOLAR ARTESANAL

Por Célia Ribeiro

O menino estudioso, que sempre teve intimidade com a matemática, chegou às portas da faculdade de engenharia. Quis o destino que sua trajetória profissional guinasse para o lado das Ciências Humanas. No entanto, o talento de pesquisador prevaleceu levando-o a estudar as energias alternativas que culminaram com o desenvolvimento de um aquecedor solar artesanal, há cerca de 10 anos.

Antônio e as fotos das oficinas
Essa história começa no fim dos anos 70. Antônio Corrêa Carlos Filho, hoje aposentado, sonhava ser engenheiro. Mas, foi reprovado na primeira fase do vestibular da conceituada Faculdade Politécnica, por apenas um ponto. Decidiu, então, partir para uma carreira que parecia promissora, com muito futuro nos países desenvolvidos, nas palavras de um amigo conselheiro: a biblioteconomia.

Em 1.976, o jovem Antônio Corrêa ingressou na UNESP – campus de Marília. Ao invés de remoer a frustração por ter chegado tão perto do seu sonho, aproveitou a oportunidade que a vida lhe oferecia. Passou num concurso público e, no segundo ano do curso, começou a trabalhar na biblioteca da universidade onde os livros lhe abririam os horizontes.

“Eu tinha muita curiosidade sobre as energias alternativas. Naquele tempo começava a se discutir isso. Então, sempre que eu encontrava algum material interessante na biblioteca eu tirava xerox e guardava numa pasta”, contou. Havia tanto material que, ao se formar, o jovem conseguiu reunir mais de 80 artigos de alto nível.
O passo a passo na oficina

Com o diploma na mão, e a curiosidade em ebulição, o estudioso prestou novo concurso e desta vez chegou mais perto do seu objeto de desejo: a biblioteca do Instituto de Energia Nuclear, no campus da USP (Universidade de São Paulo), bem ao lado do prédio da Física: “Daí foi uma festa”, recordou sorrindo.

Foi um período muito rico, de descobertas, em que as ideias ficaram latentes com a certeza que no futuro poderia colocar em prática alguns experimentos. E foi o que aconteceu. De volta a Marília, aposentado, casado e com quatro filhos, foi trabalhar na região de Ourinhos na empresa de energia Duke Energy. Como sempre, aproveitou a oportunidade para continuar estudando.

Antônio trabalhava na organização da documentação da companhia de geração de energia elétrica onde encontrou um sem número de documentos e informações a respeito de energias alternativas. Foram três anos muito produtivos e fascinantes para quem mantinha acesa a chama da curiosidade dos jovens.

TRABALHO VOLUNTÁRIO

Definitivamente aposentado, Antônio Correa começou a se dedicar à fotografia. Entrou para o Foto Clube de Marília onde a também bibliotecária Wilza Matos lhe falou sobre uma biblioteca que precisava de um voluntário para organizar seus arquivos. Não pensou duas vezes e lá encontrou as condições para começar a colocar em prática suas ideias.
Estudantes no laboratório da USP

O Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA) “Professora Sebastiana Ulian Pessini”, foi retratado, na edição de 27 de março, do Correio Mariliense, como exemplo de Escola Verde. Foi nesta escola que, além de organizar a biblioteca, Antônio Correa ajudou na implantação dos conceitos de sustentabilidade da instituição de ensino.

“A diretora gostava de energias alternativas. Então fizemos o sistema de captação de água da chuva e a instalação da cisterna. Ela também queria um moinho de vento. Mas, expliquei que à noite faria muito barulho e incomodaria os vizinhos. Usar a energia eólica na cidade é complicado”, relembrou.

O PRIMEIRO EXPERIMENTO

Garrafas PET e placas de latas usadas
são materiais reaproveitados
Um problema de saúde, entretanto, afastou-o do trabalho voluntário. Mas, o desejo de fazer algo com a sua marca não adoeceu. Assim, há cerca de 10 anos construiu seu primeiro modelo de aquecedor solar artesanal. Usando garrafas PET, chapa de metal de latas de tinta de 18 litros e tubos de PVC, ele conseguiu um equipamento de baixo custo que vem sendo usado em várias partes do mundo.

A explicação é simples: disposto a compartilhar sua experiência, além de ministrar oficinas para construção de aquecedores solares artesanais para ONGs e associações de moradores, ele conseguiu disponibilizar seu manual no site da “Sociedade do Sol”, uma organização vinculada à USP (Universidade de São Paulo). Assim, de tempos em tempos ele recebe e-mails de vários países narrando o funcionamento do protótipo.

E por falar em USP, Antônio Correa chegou a ministrar oficina para alunos da universidade, em São Paulo, dividindo com os jovens alunos a sua curiosidade e a vontade de descobrir maneiras de usar a energia limpa, sem prejudicar o meio ambiente e de forma econômica.

O primeiro aquecedor solar que construiu, há cerca de 09 anos, ainda está em pleno funcionamento, na residência de sua mãe. Outro aquecedor, que Antônio instalou na sua própria residência hoje está com um irmão, também em Marília.

O sistema consiste na instalação de chapas de metal pintadas de preto e sobre elas a tubulação no interior das garrafas PET. O conjunto é colocado no telhado para captar o sol e armazenar calor. O sol penetra e forma uma estufa gerando o calor que é transferido para a água dos tubos. Em pouco tempo a temperatura chega a 60 graus e pode ser mantida em caixas de isopor preparadas com isolamento interno.

Detalhe da instalação
Existem vários tipos de aquecedores artesanais. A vantagem deste é que podemos aproveitar materiais recicláveis, como as latas de tinta vazias e as garrafas PET”, disse, assinalando que o manual é bem didático e dispensa monitores para a construção de uma unidade. Os interessados podem acessar na internet a página da Sociedade do Sol e baixar o Manual.

No entanto, Antônio ressalva que é preciso seguir corretamente as orientações, principalmente, quanto ao sistema de escape do vapor de água, conhecido como “ladrão”: “Outro dia recebi um e-mail da África, em que uma pessoa reclamava que apodreceu a madeira do telhado por causa da saída do vapor”, disse, sorrindo, antes de explicar: “As construções lá são bem simples, usam sapé na cobertura. Imagine vapor de água saindo pelo telhado sem o escape?”.

Água aquecendo
Sem visar qualquer benefício econômico, o que o bibliotecário aposentado quer é aplicar o que acumulou de conhecimento sobre energias alternativas para ajudar a melhorar a vida das pessoas e, evidentemente, contribuir com a preservação ambiental. Seu e-mail é: carlosfac@ibest.com.br


*Reportagem publicada na edição de 29.05.2011 do Jornal "Correio Mariliense"

TOME NOTA!

NA UNIVEM, “VIDA QUE TE QUERO VERDE”

Em comemoração ao “Mês da Sustentabilidade” a Univem abrirá a exposição “Vida que te quero verde”, no próximo dia 06 de junho, às 9h30, no Centro de Convivência da universidade, localizada à Avenida Hygino Muzzi Filho, 529 – Campus Universitário.

Univem dá exemplo de sustentabilidade (Foto Ivan Evangelista)

Até o dia 22, haverá oficinas de tear, trabalhos em bambu e reciclagem de óleo comestível, além de exposição temática sobre sustentabilidade, apicultura e preservação do meio ambiente.

“A ideia é sensibilizar os estudantes pois este é um problema que exige uma conscientização individual”, assinalam Lilian Aparecida Marques de Oliveira, supervisora de Jardinagem e Decoração e Neusa Martins Macedo Soares, coordenadora do Espaço Cultural da instituição.

Segundo os organizadores, está prevista a exposição de trabalhos de vários artistas de Marília e região a partir de materiais descartáveis ou renováveis. E as escolas interessadas em levar seus alunos para as atividades do “Mês do Meio Ambiente” podem agendar data e horário pelo telefone 21050840, com Beth.

Conheça a atuação sustentável da Univem aqui.

domingo, 22 de maio de 2011

COM APENAS R$ 22 MIL, CONTABILISTA REALIZA O SONHO DE TER UMA CASA ECOLÓGICA NA ZONA SUL DE MARÍLIA.

Por Célia Ribeiro

Enquanto alguns garotos empinam pipa no céu azul da manhã gelada de sábado, um homem com a imaginação de um menino encantava-se com o colorido de sua obra prima. Localizada num ponto estratégico da zona sul de Marília, na Rua Men de Sá, a construção de 50 metros quadrados chega à fase de acabamento provando ao seu idealizador que sonhar não precisa custar caro.

Deck de madeira reaproveitada na entrada da construção
O brilho no olhar de Aureo Luiz Conversani já diz tudo: o contabilista, que dedicou anos à pesquisa de soluções ecologicamente corretas para sua moradia, finalmente está perto de concretizar um sonho. Com a experiência de quem construiu quatro casas pelo sistema convencional, ele lamenta a desconfiança que este tipo de construção inovadora provoca nas pessoas.

Curioso, Aureo Conversani mergulhou fundo na pesquisa de alternativas sustentáveis para a obra. Leu muito, navegou pela internet, viajou para conhecer projetos e contatou outras pessoas que, como ele, acreditam que chegou o momento de pensar a preservação ambiental também sob a ótica da construção civil.

Com investimento de aproximadamente 22 mil reais, o contabilista colocou a mão na massa, literalmente. “O difícil foi convencer os pedreiros a usarem os tijolos ecológicos e o sistema de encaixe”, disse, contando que ele próprio trabalhou em grande parte da construção. Ao seu lado, um dos ajudantes apenas sorria quando provocado, admitindo que o resultado final realmente surpreende.

FABRICAÇÃO


Os tijolos facilitam a colocação de tubos

“A maioria dos construtores vê esse tijolo com ceticismo”, observa o contabilista explicando que o tijolo ecológico é feito com barro e um pouco de cimento, sem queima e, obviamente, sem agressão ao meio ambiente. Segundo o site de uma das empresas que atuam na área, a  Verdesaine o tijolo recebeu o nome de ecológico porque ao invés de ser feito no fogo, como os tijolos convencionais, ele é curado na água não consumindo lenha e nem gerando fumaça.

O tijolo ecológico modular foi regulamentado e aprovado pela ABTN (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e segundo os fabricantes, permite um encaixe perfeito, facilitando o cálculo de unidades a serem empregadas em cada parede e em toda a obra, sem haver necessidade de corte do tijolo porque existe o meio tijolo.

Aureo Verdesaine comentou que já existem vários conjuntos habitacionais sendo construídos com esse material que, além de baratear a obra, são mais fáceis de usar e economizam no tempo final da construção. Ele viajou a várias cidades para conhecer os projetos quando voltou ainda mais animado pela opção que fizera.

Janela com madeira cetificada
Os 50 metros quadrados da casa em que ele vai residir comportam um dormitório, um banheiro, e uma sala anexa à cozinha. Pensando em economizar energia foi projetada uma claraboia por onde a luz natural penetra deixando os ambientes bem iluminados. Além disso, as janelas são de madeira certificada vinda de um fornecedor de Santa Catarina que trabalha com materiais alternativos. Antes de parecem defeitos, as tonalidades diferentes das madeiras dão um charme todo especial.

O contabilista procurou aproveitar o máximo de materiais na obra. O deck de madeira da entrada da casa foi feito a partir de sobras e quando a construção estiver totalmente pronta, um jardim com pedras naturais vai dar as boas-vindas aos visitantes.

A preocupação ambiental também está presente no aproveitamento da água da chuva. Aureo Conversani projetou um sistema simples para captar a água e conserva-la para uso doméstico. E não parou aí: disse que vai construir um aquecedor alternativo para garantir a temperatura da água do banho.

Sr. Aureo mostra detalhes dos tijolos que se encaixam
Em algumas semanas, a casa arejada e ecologicamente correta do contabilista estará pronta. Para trás ele vai deixar os desafios e dificuldades do início da obra, além, é claro, o ceticismo dos pedreiros que mostraram resistência em trabalharem numa construção com materiais inovadores. “Para mim, tudo já valeu muito a pena”, finalizou.

* Reportagem publicada na edição de 22.05.2011 do "Correio Mariliense"

TOME NOTA!

NOVA EMBALAGEM

 A Tetra Pak, líder mundial em soluções de processamento e embalagem de alimentos, lança a Tetra Evero Aseptic de um litro, a primeira garrafa cartonada asséptica para o leite. Segundo nota divulgada à imprensa, “a inovadora embalagem combina a praticidade de uma garrafa com vantagens ambientais e custo da embalagem cartonada”.

De acordo com Charles Brand, Vice-Presidente de Marketing e Gestão de Produtos da Tetra Pak, a Tetra Evero Aseptic é uma embalagem com novo formato que proporciona facilidade de uso, alto impacto para a marca e ótima relação custo-benefício. "Este é um conceito único que traz vantagens aos produtores, varejistas e consumidores", completa o executivo.

O foco da embalagem Tetra Evero Aseptic é inicialmente o mercado de leite longa vida, incluindo os enriquecidos com cálcio, proteínas, fibras, vitaminas A e D e de alguns minerais. Em breve a embalagem atenderá também uma vasta gama de bebidas, incluindo leites aromatizados, creme de leite e leites sensíveis ao oxigênio, como os enriquecidos com ômega 3, ferro, zinco e vitamina C.

“Para nosso projeto mais estratégico sabíamos que teríamos que ter a Tetra Evero Aseptic”, diz Pedro Astals, presidente e CEO da A Corporación Alimentaria Peñasanta (CAPSA), maior laticínio da Espanha. Ele explica que a CAPSA escolheu a Tetra Evero Aseptic para sua entrada no mercado de leites de maior valor agregado.

“Essa embalagem expressa evolução, um passo mais avançado em relação às embalagens disponíveis no mercado atualmente. Tetra Evero Aseptic é uma combinação perfeita entre um produto de maior valor agregado com uma embalagem altamente desenvolvida. Para mim é sem dúvida uma campeã”, acrescenta Astals.

Outro laticínio europeu, Weihenstephan, um dos maiores e tradicionais da Alemanha, planeja utilizar a Tetra Evero Aseptic a partir do final de maio de 2011. A empresa pretende comercializar seus produtos com a nova embalagem em pontos de venda estratégicos em seu primeiro teste de mercado com a embalagem.

DICA VERDE!

AKATU MIRIM

Na última terça-feira, o Instituto Akatu pelo Consumo Consciente lançou um novo bloco de aplicativos – animação, jogos e atividades – no portal Akatu Mirim, focando a cadeia produtiva e o ciclo de vida da sacola plástica descartável, da extração do petróleo ao descarte.

Este é o segundo bloco de conteúdos do Akatu Mirim, portal inédito sobre consumo consciente voltado para crianças, lançado pelo Instituto Akatu em 28 de março com o tema petróleo. O Akatu Mirim foi desenvolvido pela agência digital Tribo Interactive e patrocinado pelo refresco em pó Tang, da Kraft Foods Brasil.

O novo pacote de conteúdos chega para dialogar com a criançada sobre o produto em um momento em que diversos estados e municípios brasileiros discutem leis para banir as sacolinhas descartáveis do varejo. As crianças podem ser grandes mobilizadoras para a mudança de comportamento dos pais em casa e dos hábitos na escola, por isso é importante contar com elas!

O lançamento do Akatu Mirim faz parte das comemorações do aniversário do Instituto Akatu, que completou dez anos no último dia 15 de março. Com o novo portal, o instituto espera motivar também as crianças para o consumo consciente, por meio de conteúdo lúdico e pedagógico. O Akatu Mirim apresenta ainda áreas com conteúdos para pais e educadores, como dicas e planos de aula. Saiba mais no portal: http://www.akatu.org.br  (Fonte: CDN Comunicação Corporativa)

domingo, 15 de maio de 2011

PARA AMBIENTALISTA, EDUCAÇÃO É O CAMINHO MAIS CURTO PARA ALCANÇAR A SUSTENTABILIDADE

Por Célia Ribeiro

A exploração dos recursos naturais do planeta para conseguir o desenvolvimento a qualquer preço começa a apresentar a fatura. Os prejuízos acumulados, principalmente a partir da industrialização, não podem ser revertidos. No entanto, ainda dá tempo de frear esse processo caso a sustentabilidade seja levada a sério, começando pela educação. A opinião é do ambientalista Rodrigo Más, secretário da ONG “Salve o Planeta Terra” e sócio da consultoria em gestão ambiental W-Ecos.
Aula prática de educação ambiental

Graduado em Direito pela Univem, Rodrigo Más trabalha na plataforma ambiental onde deposita quase 20 anos de experiência em militância social influenciada por obras de centro-esquerda. Antes de ser apenas um intelectual, o ambientalista deixa o conforto da teoria para mergulhar de corpo e alma na prática.

Sem meias palavras, ele analisa o contexto da temática em Marília: “Percebo que a sociedade já começa a sinalizar uma preocupação com o meio ambiente. Porém, acredito que ainda estamos em uma cultura um tanto quanto enfraquecida para análise de desenvolvimento ambiental da cidade. Nós estamos presos a alguns pontos de avaliação do crescimento que, num curto prazo, mostrará que nós estamos sabotando o futuro”.

Na opinião do ambientalista, a abertura de novas empresas, com a geração de emprego e renda, deve ser avaliada sob o ponto de vista da sustentabilidade. Neste sentido, defende a criação de uma agenda de desenvolvimento que leve em consideração o impacto ambiental, a proteção dos recursos naturais, notadamente no entorno da cidade, em contraponto à visão dos economistas clássicos.


Rodrigo Más
Rodrigo Más destaca que “hoje, no século 21, temos que trabalhar com a ecoeconomia. Nós colocamos a economia em primeiro lugar, o ser humano em segundo e o planeta em terceiro. Temos que inverter esse eixo e colocar o planeta em primeiro lugar, o ser humano em segundo e a economia em terceiro lugar. Porque nós precisamos do planeta. Mas, o planeta não precisa de nós”.

Ele observa uma mudança lenta e gradual nos gestores das corporações e elogia os poucos e bons exemplos de mudança de paradigma. Rodrigo cita o caso do Hipermercado Walmart que instalou uma unidade em Marília: “O Walmart é um caso muito positivo na cidade. Ele sinalizou que na sua construção não haveria desperdício de resíduos da construção civil que seriam reaproveitados e, também, que seria uma das primeiras lojas sustentáveis do Estado de São Paulo”.

E prossegue citando que “o Walmart não só anunciou isso no início da sua atividade, como ele continua sendo parceiro de algumas ONGs da cidade, fomentando iniciativas em preservação do meio ambiente”. Uma das ONGs apoiadas é o Instituto “Salve o Planeta Terra”, uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) reconhecida de Utilidade Pública Municipal.

NOVA VISÃO

O ambientalista afirma que falta às empresas se posicionarem diante “desse novo cenário, deixando de lado o contexto histórico da cidade, de como ela foi fundada. Temos que ter um desapego, não particularizar, mas olhar a cidade como um todo, olhar para a periferia, para o cidadão comum, para o trabalhador, para a sociedade civil. Temos que olhar a cidade com mais carinho, sobretudo as empresas que surgiram aqui, e começar a dar retorno para a cidade”.

Perguntado sobre a vocação de Marília para o ecoturismo, com suas belezas naturais, vales e itambés, Rodrigo faz uma análise ácida. Na sua opinião, se não houver um planejamento, pode-se ter um efeito reverso: “Marília está localizada a 600 metros acima do nível do mar. Estamos em cima de um espigão. O que há de mais belo está no entorno da cidade. No entanto, se um visitante quiser conhecer os itambés vai se deparar com canal de resíduo hospitalar, com canal de esgoto sem tratamento. Então, no campo do turismo, isso é um efeito reverso”.

Rodrigo Más faz questão de frisar que não está criticando a atual administração porque os problemas vêm de muitos anos: “Penso que essa administração não pode, necessariamente, carregar o peso, não pode ser culpada da falta de responsabilidade”, complementando que “a hora, agora, é de trocar uma nova agenda, mudar a pauta, para que possamos, daqui pra frente, colocar uma nova cultura, novos olhares para o desenvolvimento da cidade como ela merece”.

ORGANIZAÇÃO

O ambientalista destacou a importância da participação da sociedade civil nas ONGs. Ele citou o Instituto “Salve o Planeta Terra” que atua com educação ambiental e a Origem, da qual também participa: “A Origem exerce mais uma ótica de fiscalização. Acho um trabalho essencial para a cidade. Já no Instituto ‘Salve o Planeta Terra’ estamos com conteúdo de educação transversal procurando educar as crianças para uma formação de bom cidadão, de futuro adulto que já chega preparado para essa visão ambiental”.

No último dia sete de maio, o instituto promoveu o 1º Fórum de Cultura Ecológica de Marília, no pesqueiro JB que contou com a participação da Comissão de Meio Ambiente da 31ª. Subsecção da OAB e da educadora ambiental Jane Bochi, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente., da ONG Psicologia e Integração Social e o grupo de teatro Quasilá.
Crianças atentas
no Fórum

Voltado às crianças, o evento teve palestras, oficina de brinquedo ecológico e o plantio de 150 mudas de árvores doadas pela Secretaria Municipal da Agricultura para reposição da mata ciliar no entorno do lago: “Impressiona como as crianças recepcionam as ideias”, disse, acrescentando que o caminho para que a sustentabilidade entre definitivamente na agenda passa pelas crianças, pela educação dos futuros cidadãos.

*Reportagem publicada na edição de 15.05.2011
do "Correio Mariliense"

DICA VERDE

Malha ecológica

Em abril, no mês em que se comemora o Dia da Terra, a Avon lançou em seus catálogos uma coleção de camisetas exclusivas feitas com malha produzida a partir da reciclagem de garrafas PET. A ação é resultado de uma parceria da empresa com a grife brasileira Iódice Denim, que assina o conceito e o design das peças. A venda das camisetas faz parte da campanha global da Avon Viva o Amanhã mais Verde, que tem como objetivo recuperar ecossistemas vitais do planeta ameaçados pela devastação.
No Brasil, 100% do lucro obtido com as vendas será revertido para a ONG internacional The Nature Conservancy, para aplicar em um programa de recuperação da Mata Atlântica, incluindo reflorestamento, proteção das fontes de água potável e desenvolvimento sustentável das comunidades locais. Este mesmo destino será dado à verba arrecadada nos demais países da América Latina, com a venda de outros produtos. Outras informações no site: www.avon.com.br. (Fonte: CDN )
TOME NOTA

Pós-Graduação em Diversidade Biológica
O Programa de Pós-Graduação em Diversidade Biológica e Conservação (PPGDBC) do campus Sorocaba da UFSCar recebe, até o dia 20 de maio, inscrições no processo seletivo para o curso de mestrado.
O objetivo do PPGDBC é a formação de recursos humanos qualificados em nível de pós-graduação, capacitados para a pesquisa, docência em nível superior e atuação em órgãos governamentais e no terceiro setor. O curso abrange quatro linhas de pesquisa: "Diversidade Genética e Evolução", "Sistemática, Taxonomia e Biogeografia", "Mecanismos e Processos Ecológicos" e "Conservação e Manejo".
As inscrições no processo seletivo podem ser feitas diretamente na secretaria do Programa, localizada na sala 12 do edifício da Biblioteca do campus Sorocaba, das 14 às 17 horas. As inscrições também podem ser feitas por Correio, via Sedex, dentro do prazo estipulado no processo seletivo.
Os documentos necessários para a inscrição podem ser consultados no Edital da seleção, disponível em http://www.ppgdbc.ufscar.br/

domingo, 8 de maio de 2011

UNIVEM MOSTRA COMO O HOMEM PODE VIVER EM HARMONIA COM A NATUREZA

Por Célia Ribeiro

Na manhã ensolarada de outono, enquanto a brisa sopra suavemente, alguns homens revolvem a terra do imenso jardim que impressiona pela beleza e diversidade. Recolhem galhos secos, folhas desgarradas e todo material orgânico que a natureza liberou para que o ciclo da vida continue. São os jardineiros da Fundação Univem – Centro Universitário Eurípedes de Marília, entidade reconhecida pela qualidade de ensino e berço de renomados profissionais, que tem se destacado por um projeto de sustentabilidade modelo.

Belos jardins onde tudo se aproveita (Foto: Ivan Evangelista)
O respeito ao meio ambiente não é apenas ensinado em sala de aula. Toda a comunidade acadêmica, incluindo os colaboradores dos diferentes setores, participa ativamente do trabalho que simboliza uma declaração de amor à natureza. Tudo o que pode ser aproveitado encontra uma destinação correta, explica a consultora de Jardinagem e Paisagismo, Lilian Aparecida Marques de Oliveira.

Coleta seletiva
 Conhecida como “Lilian Flor”, a ex-professora de Ciências e Biologia é uma militante há muito tempo: “Participei de passeatas da Eco 92”, recorda sorrindo, antes de apresentar ao “Correio Mariliense” os tesouros bem conservados da universidade. Para começar, um passeio pelo viveiro de mudas que ela chama, carinhosamente, de UTI: “Quando alguma planta está morrendo, a gente a substitui e leva a planta doente para se recuperar. Depois, ela fica novinha outra vez”.

Lilian Flor
 Caminhando mais um pouco, chega-se à Estação de Reciclagem de Lixo que impressiona pela organização. Bolsas gigantes (bags) foram posicionadas para receber os materiais cuidadosamente separados. “Separamos plástico duro, plástico comum, papel, papelão, latinhas, garrafas PET etc. Quanto mais separado estiver o lixo, melhor preço conseguimos na hora de vender”, explica. Tudo gera renda que é investida nos projetos sociais destinados aos funcionários.

O óleo do refeitório é outro exemplo de reaproveitamento: o produto é armazenado em galões e depois se transforma em sabão usado na higienização dos utensílios da cozinha. Além da economia e da eliminação dos efeitos nocivos do óleo lançado “in natura”, as colaboradoras deixam as panelas e bacias de alumínio brilhando.

Móveis geram renda
 OFICINAS
Dentre os diversos projetos sociais da Univem, que a reportagem abordará futuramente, destacam-se as oficinas de bambu e de tear. Nas horas vagas, os colaboradores da universidade (manutenção, jardinagem, coleta seletiva de lixo etc) exercitam sua parte artística. Como resultado, lindos móveis de bambus e objetos de decoração são produzidos e vendidos com renda revertida aos funcionários.

A preocupação com a preservação ambiental está no DNA da universidade e, assim, ela consegue a adesão dos colaboradores sem esforço. Por exemplo, nenhum galho de árvore, folhas ou restos de plantas são jogados fora: eles são recolhidos e levados para a usina de compostagem onde se decompõem e voltam para os canteiros de plantas e flores como adubos naturais de primeira qualidade.

Adubo natural
Para irrigar a imensa área verde e os jardins, criados pela artista plástica e paisagista Neusa Macedo Soares, a Univem utiliza a água de uma represa construída nos fundos do campus, quase na divisa com o paredão do vale de onde se tem uma vista privilegiada da zona sul de Marília. Ivan Evangelista, do Departamento de Marketing e Comunicação, conhece cada pedacinho do bosque de mais de 3.000 árvores de dezenas de espécies ao redor da represa.




Águas cristalinas irrigam os jardins na estiagem

Percorrendo a área em um utilitário, ele para de tempos em tempos para apresentar os pássaros e contar histórias sobre determinadas árvores frutíferas ou melíferas. Sim! Tem abelhas no rico ecossistema da universidade. Lá estão pés de goiaba, pitanga, calabura, manga, laranja, jambolão etc que alimentam pássaros e animais silvestres.

Siriema muito à vontade
(Foto: Ivan Evangelista)

Falando em animais, eles estão tão à vontade ali que normalmente são vistos no estacionamento, entre os veículos, algumas siriemas, pica-paus e lagartos que se espreguiçam ao sol sem a menor cerimônia. “Eles acham que têm vaga reservada”, brinca Ivan Evangelista que documentou milhares de flagrantes em fotos belíssimas.

EXPOSIÇÃO

“O Brasil está jogando fora muito dinheiro. Sempre digo que lixo é dinheiro”, destaca Lilian Flor antes de anunciar a exposição que a universidade fará em junho, na Semana do Meio Ambiente, ainda sem data definida para abertura. A comunidade acadêmica e a população em geral poderão conhecer todo o trabalho de sustentabilidade da Univem.

Além dos materiais já disponíveis, como os banners que mostram as diferentes atividades, Lilian Flor e Neusa Macedo Soares resolveram inovar: cartazes feitos com papelão, escritos à mão e emoldurados por galhos secos apresentarão as informações de maior interesse. Nada mais apropriado que falar de preservação ambiental dando exemplo de respeito à natureza em todas as suas fases.

Cartazes de papelão e galhos secos
 Para conhecer mais sobre a Univem, acesse: http://www.univem.edu.br/

Viveiro: UTI de plantas


* Reportagem publicada na edição de 08.05.2011 do "Correio Mariliense"

domingo, 1 de maio de 2011

APESAR DO CUSTO, QUEM INVESTE EM CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS RECOMENDA, AFIRMA ARQUITETO

Por Célia Ribeiro

A pauta da sustentabilidade está saindo das esferas acadêmicas e começa a fazer parte do cotidiano de um número cada vez maior de pessoas preocupadas com a preservação do planeta. Como todo processo, a mudança é lenta. Porém, os resultados, que surgem aqui e ali, apontam para um crescimento contínuo. Um exemplo é a construção civil que vem experimentando alternativas ecológicas inovadoras cujo único empecilho é, infelizmente, o alto custo.
Ronen Gomes, arquiteto

A opinião é do arquiteto Ronen Gomes que, apesar de jovem, carrega quase 20 anos de experiência profissional e é um entusiasta da mudança de percepção de seus clientes. Acostumado a projetar imóveis de alto padrão nas regiões mais valorizadas de Marília, o profissional relata que aumentou muito a procura por informações a respeito de construções sustentáveis.

Mas, nem tudo são flores. O custo elevado e a questão cultural acabam por deixar as ideias abandonadas na prancheta. Segundo o arquiteto, muitos clientes manifestam interesse pelos sistemas de captação de água da chuva, que necessitam de um reservatório (cisterna) para armazenar a água abundante na natureza e usa-la em jardins, válvula de descarga etc.

No entanto, o aumento no preço final da obra derruba por terra o sonho de ter uma casa sustentável: normalmente, o custo da tubulação (hidráulica e elétrica) representa de 3 a 4% da obra. Quando se fala em instalar cisterna, duplo sistema hidráulico com caixas independentes para água de banho e consumo e água captada da chuva para as demais tarefas, o valor dobra, chegando a 8% do gasto total da construção.
Paulo Teixeira, síndico do Condomínio Primavera
que tem cisternas para aproveitar água da chuva.
Veja arquivo aqui: http://migre.me/4phTK

Entre o bolso e o sonho, os clientes ficam com o primeiro. Mas, há quem aposte numa mudança de paradigma e encare o investimento como “uma maneira de contribuir com a natureza e fazer algo pelo planeta”, como revelou ao “Correio Mariliense” um conhecido industrial.

De acordo com o arquiteto Ronen Gomes, o poder público está intervindo neste circuito de maneira branda, mas firme. Ele citou como exemplo algumas áreas nobres de São Paulo, cujas construções, a partir de uma determinada metragem, precisam instalar um sistema de captação de águas pluviais. É lei municipal.

Em Marília, com abundante área verde no entorno da cidade, uma natureza privilegiada com vales belíssimos, o arquiteto acredita que há um mercado inexplorado que poderia conciliar projetos imobiliários com a natureza, dentro de um conceito de sustentabilidade (uso de energia solar, reaproveitamento da água da chuva, coleta seletiva de lixo etc). “Hotéis, spas, restaurantes, casas de suco, trilhas ecológicas e até um mirante, construído pelo poder público com parceiros privados, poderiam se instalar gerando turismo, renda, emprego”, observou.

MATERIAIS ALTERNATIVOS

A indústria da construção civil vem lançando novidades para atrair o “consumidor verde” que se preocupa com a sustentabilidade na prática. Já há tijolos ecológicos, telhas de papelão, mistura para argamassa, placas cimentícias que, além da rapidez na instalação, economizam água etc. “Mas, muita coisa esbarra na questão cultural. Como alguém vai investir pesado numa casa, por exemplo, se ela vai ter materiais recicláveis e poderia ser rotulada de lixão?”, pergunta o arquiteto.

Atualmente, alguns clientes têm optado por economizar em alguns itens para gastar mais em opções ecológicas. Um exemplo são os pisos de madeira à base de bambu. São bonitos, resistentes e custam mais que muitos pisos de madeira convencional. Como diferencial, ao invés de derrubar árvores a indústria aproveita o bambu cujo plantio é rápido e tem manejo sustentável.
Detalhe do piso de bambu

Segundo Ronen Gomes, disparado na preferência das construções está o sistema de energia solar. O investimento, relativamente pequeno, traz retorno em curto espaço de tempo: “O custo do equipamento se paga rápido”, observou citando que o aquecimento solar é um conforto que a maioria de seus clientes não abre mão tanto para aquecer a água de áreas internas (cozinha e banheiro), como para aquecimento de piscinas.

Na opinião do arquiteto, a médio prazo a tendência de construções sustentáveis poderá dar um salto se grandes empresas investirem no barateamento dos produtos e na criação de opções acessíveis: “Se uma indústria como a Tigre, por exemplo, resolve lançar uma grande campanha oferecendo cisternas de 5.000 litros, sistema de tratamento de esgoto residencial para chácaras e condomínios, dentro de um conceito de sustentabilidade, essa situação pode mudar e um número maior de pessoas terá condições de optar pelas construções ecológicas”, arrematou.

O INDUSTRIAL E A CISTERNA DE 20 MIL LITROS

Um conhecido industrial, que pediu para não ser identificado, pediu ao arquiteto Ronen Gomes um sistema de reaproveitamento da água da chuva quando construiu sua casa em um dos condomínios de alto padrão de Marília. A surpresa é pelo tamanho do projeto: a cisterna tem 20 mil litros!

“Venho de uma família simples em que nada se desperdiçava. Minha mãe torrava casca de ovo, que é cálcio puro, para colocar nas plantas”, explicou o empresário que acha “um absurdo usar água tratada para lavar carro, lavar calçada e molhar jardim”. Na sua residência, a água da chuva é utilizada na descarga dos diversos banheiros, na limpeza da área externa e no imenso jardim que tem irrigação automatizada.

Ele preferiu não falar no valor investido para não desestimular interessados. Apenas disse que “qualquer um pode fazer algo simples, com uma cisterna menor” e custos proporcionais. Além de economizar água, frisou, estarão ajudando a natureza.
Ipês captados pela lente de Ivan Evangelista

Falando em natureza, o empresário que já apoia um projeto de coleta de lacres de alumínio de latas de cerveja e refrigerante, também tem contribuído com o plantio de árvores. Ele doou centenas de mudas de ipês que foram plantadas no condomínio onde vive, e também no prolongamento da Avenida das Esmeraldas e em outros pontos da cidade.

Em breve, as mudas patrocinadas pelo empresário ecológico se tornarão árvores floridas que devolverão o verde à paisagem da cidade cada vez mais invadida pelo concreto.

* Reportagem publicada na edição impressa de 01.05.2011 do "Correio Mariliense"

COLEÇÃO ALTENBURG: LENÇÓIS E EDREDONS DE MALHA ECO SÃO BONITOS, MACIOS E PRESERVAM A NATUREZA

No segmento de decoração sustentável, a indústria têxtil trouxe uma boa surpresa aos consumidores: a Alterburg lançou uma coleção de roupas de cama à base de malha eco composta por 50% de fio de algodão e 50% de fibra de garrafa PET. Para se ter uma ideia do impacto no meio ambiente, uma cama com dois lençóis, duas fronhas, uma colcha ou edredom reutiza 80 garrafas.

Beleza e maciez na coleção da Alterburg

Em Marília, a novidade pode ser conferida na Casa 3 Irmãos. A sócia-proprietária Sônia Mattar conheceu a novidade na Feira Texfair, de Blumenau (SC), e não pensou duas vezes para trazer a coleção completa, que já está disponível na tradicional loja da Rua São Luiz: “Os lençóis, cobreleitos e edredons impressionam pela beleza e maciez. Além disso, não custam mais que os produtos convencionais”, explicou destacando os investimentos da Altenburg em tecnologia.

A coleção apostou em tons terrosos: cáqui, bege e verde que se coordenam entre si. Recentemente, a Alterburg divulgou um balanço segundo o qual a coleção de malha eco já havia reaproveitando 1,5 milhão de garrafas PETs que seriam descartadas na natureza.


Sônia Mattar

Na Casa 3 Irmãos, Sônia Mattar preparou uma exposição com a coleção incluindo garrafas PETs, flakes (plástico triturado), fibras de plástico e a malha eco. Didaticamente, os clientes podem conferir as etapas da produção até chegar às belíssimas roupas de cama. “Para o ‘Dia das Mães’ é uma sugestão de presente diferenciado e com duplo significado”, observou a empresária. Para saber mais acesse: http://www.casa3irmaos.com.br/ e http://www.malhaeco.com.br/