Na manhã ensolarada de outono, enquanto a brisa sopra suavemente, alguns homens revolvem a terra do imenso jardim que impressiona pela beleza e diversidade. Recolhem galhos secos, folhas desgarradas e todo material orgânico que a natureza liberou para que o ciclo da vida continue. São os jardineiros da Fundação Univem – Centro Universitário Eurípedes de Marília, entidade reconhecida pela qualidade de ensino e berço de renomados profissionais, que tem se destacado por um projeto de sustentabilidade modelo.
Belos jardins onde tudo se aproveita (Foto: Ivan Evangelista) |
Coleta seletiva |
Lilian Flor |
O óleo do refeitório é outro exemplo de reaproveitamento: o produto é armazenado em galões e depois se transforma em sabão usado na higienização dos utensílios da cozinha. Além da economia e da eliminação dos efeitos nocivos do óleo lançado “in natura”, as colaboradoras deixam as panelas e bacias de alumínio brilhando.
Móveis geram renda |
Dentre os diversos projetos sociais da Univem, que a reportagem abordará futuramente, destacam-se as oficinas de bambu e de tear. Nas horas vagas, os colaboradores da universidade (manutenção, jardinagem, coleta seletiva de lixo etc) exercitam sua parte artística. Como resultado, lindos móveis de bambus e objetos de decoração são produzidos e vendidos com renda revertida aos funcionários.
A preocupação com a preservação ambiental está no DNA da universidade e, assim, ela consegue a adesão dos colaboradores sem esforço. Por exemplo, nenhum galho de árvore, folhas ou restos de plantas são jogados fora: eles são recolhidos e levados para a usina de compostagem onde se decompõem e voltam para os canteiros de plantas e flores como adubos naturais de primeira qualidade.
Adubo natural |
Águas cristalinas irrigam os jardins na estiagem |
Percorrendo a área em um utilitário, ele para de tempos em tempos para apresentar os pássaros e contar histórias sobre determinadas árvores frutíferas ou melíferas. Sim! Tem abelhas no rico ecossistema da universidade. Lá estão pés de goiaba, pitanga, calabura, manga, laranja, jambolão etc que alimentam pássaros e animais silvestres.
Siriema muito à vontade (Foto: Ivan Evangelista) |
Falando em animais, eles estão tão à vontade ali que normalmente são vistos no estacionamento, entre os veículos, algumas siriemas, pica-paus e lagartos que se espreguiçam ao sol sem a menor cerimônia. “Eles acham que têm vaga reservada”, brinca Ivan Evangelista que documentou milhares de flagrantes em fotos belíssimas.
EXPOSIÇÃO
“O Brasil está jogando fora muito dinheiro. Sempre digo que lixo é dinheiro”, destaca Lilian Flor antes de anunciar a exposição que a universidade fará em junho, na Semana do Meio Ambiente, ainda sem data definida para abertura. A comunidade acadêmica e a população em geral poderão conhecer todo o trabalho de sustentabilidade da Univem.
Além dos materiais já disponíveis, como os banners que mostram as diferentes atividades, Lilian Flor e Neusa Macedo Soares resolveram inovar: cartazes feitos com papelão, escritos à mão e emoldurados por galhos secos apresentarão as informações de maior interesse. Nada mais apropriado que falar de preservação ambiental dando exemplo de respeito à natureza em todas as suas fases.
Cartazes de papelão e galhos secos |
Viveiro: UTI de plantas |
* Reportagem publicada na edição de 08.05.2011 do "Correio Mariliense"
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