segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Segundo especialista, a gestão ambiental deixou de ser modismo, gera lucro e inspira bos práticas

Por Célia Ribeiro

Um processo silencioso vem se desenhando no meio empresarial e a face visível atende pelo nome de gestão ambiental. Antes novidade, há algum tempo deixou de ser modismo e é encarada como estratégia para gerar lucro tendo como efeito colateral a contribuição para a preservação do planeta. A opinião é da especialista em Direito Ambiental e sócia proprietária da Aviva – Estratégias e Sustentabilidade, Sonia Cristina Guirado Cardoso.
Sonia Cardoso

Profissional experimentada, com passagens pela Coordenadoria Ambiental do DAEM (Departamento de Água e Esgoto de Marília), Sonia Cardoso é daquelas pessoas que convencem pelos argumentos consistentes, que provam por “A mais B” suas teorias. Ela também difere do estereótipo do “ecochato” que tenta se impor no grito.

Auditora interna do ISO 14001 (certificação ambiental) e com larga experiência no setor, ela analisa o tema fora dos holofotes e observa que as multas às infrações continuam sendo “um grande impulsor da consciência ambiental, principalmente nas pequenas cidades”. Mas, ressalta que “o gestor hoje está muito preocupado porque a questão ambiental deixou de ser plantar uma árvore ou enviar sementes pelo Correio. É uma preocupação sob vários aspectos da empresa, desde o consumo do papel, o estacionamento, a qualidade dos colaboradores, a infraestrutura do prédio. Então, tudo é meio ambiente”.

Segundo a especialista, “não se trata de uma questão pontual. A gente tem histórias de sucesso de pessoas que pensaram na gestão ambiental logo no início e com isso tiveram uma série de incentivos, dentro dos selos verdes, que são as certificações quando se cumpre a parte ambiental”. Ela lembrou que depois da certificação de qualidade (ISO 19001), vieram as certificações ambiental (ISO 14001) e de responsabilidade social, segurança do trabalho e saúde ocupacional (ISSO 18000).

“O gestor que tem esse olhar para o meio ambiente, não como obrigação, não como recurso de multa, mas como parte da finalidade, do seu objetivo empresarial, com certeza ele vai despontar dentro do mercado porque o mercado está selecionando esse tipo de gestor e focando neste tipo de empreendedor”, afirmou.

Custos

Na opinião de Sonia Cardoso, os custos de “pensar verde” não assustam mais: “O investimento não só se paga como gera lucro. A gestão ambiental hoje não é mais um investimento de longo prazo, mas de curto prazo, que vai gerar lucro dentro da empresa por causa da redução de uma série de consumos”.

Conforme disse, essa nova postura culmina na adoção de “novas práticas com a empresa tendo um novo olhar, um olhar mais humanizado para o meio, para a relação de trabalho e isso gera lucro”. Ela citou que quando o funcionário usa mais o correio eletrônico ao invés de imprimir os documentos, ou quando usa frente e verso do papel na impressão, há economia de tinta e de papel. O mesmo vale para se desligar o estabilizador de energia e as lâmpadas do escritório no horário do almoço, por exemplo.

A especialista disse que outro mito que precisa ser derrubado é que “a gestão ambiental atrasa e embarreira os projetos”. Segundo ela, “tudo que afeta a mudança de comportamento é difícil no começo porque está ligado à questão humana. No entanto, de maneira nenhuma um licenciamento ambiental é dispendioso e moroso a ponto de embarreirar um projeto. Ele se torna, sim, um problema quando falta um planejamento estratégico e você vai correr com ele à medida que tem recursos para o projeto”.

Boas práticas

Para Sonia Cardoso, além dos irrefutáveis benefícios ao planeta e ao bolso, os gestores públicos e privados, têm a oportunidade de inspirarem seus colaboradores a adotarem boas práticas no dia a dia. “A gente está passando do momento modismo da sustentabilidade. Começaram a haver reais práticas e essas práticas mudam o comportamento e vão se irradiando porque se o funcionário tem uma responsabilidade ambiental no trabalho, na sua casa também vai pensar em economizar água e energia elétrica, em separar o lixo, em consumir mais vidro do que plástico, por exemplo”.

Ela reconhece que o processo de mudança é lento. Mas está evoluindo e as corporações, mesmo nas pequenas cidades, estão sinalizando neste sentido a começar pela instituição de um setor ambiental, da contratação de consultorias, de contemplar nas auditorias a questão ambiental etc. “É inerente ao ser humano querer ajudar. E, ajudar o planeta é uma coisa que deixa todo mundo satisfeito”, finalizou.

Aviva: http://www.aviva-br.com/

* Reportagem publicada na edição de 28.11.2010 do "Correio Mariliense"
 

Tome Nota!

Carro Verde do ano

O Gol Ecomotion foi eleito o “Carro Verde do Ano 2011”, uma das principais categorias do prêmio Carro do Ano, o mais tradicional e disputado da indústria automobilística brasileira, organizado pela revista Autoesporte, da Editora Globo. A seleção foi auditorada pela PricewaterhouseCoopers.

A premiação nesta categoria leva em consideração o desempenho da empresa e de seu produto sob o ponto de vista ambiental. Assim, a escolha do júri não se baseou apenas na baixa taxa de poluentes que o Gol Ecomotion emite de seu motor 1.0 EA111 Flex, de 71 cavalos. No extenso questionário que os concorrentes ao prêmio preencheram foram considerados também os materiais utilizados na fabricação e os métodos adotados pela Volkswagen na linha de montagem de São Bernardo do Campo (SP).

Na produção do hatch, por exemplo, são utilizadas fibras de PET reciclado nos tapetes do assoalho, do porta–malas, nos revestimentos das caixas de rodas e no assoalho. A Volkswagen também recicla 97% de todos os resíduos gerados na produção do modelo. (Fonte Volkswagen do Brasil – Assuntos Corporativos e Relações com a Imprensa)

Encontro de gestão ambiental

Nos dias 29 e 30 de novembro e primeiro de dezembro, a Universidade de São Paulo (USP) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) debaterão a gestão ambiental nas empresas, na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA). O Engema é realizado desde 1990, com o objetivo de promover a troca de experiência, apresentação de pesquisas e discussão sobre práticas de gestão socioambiental adotadas pelas empresas. Reúne a cada edição centenas de pesquisadores e profissionais do Brasil e do mundo para tratar do tema. Patrocinado pelo Walmart, a décima segunda edição do Engema tem como tema central: “Inovação e sustentabilidade na nova economia de baixo carbono: uma agenda para o século XXI”. (Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada)

Redução de sacolas plásticas
Sacolas retornáveis do Pão de Açúcar

Dando continuidade à sua política de sustentabilidade e incentivo ao consumo consciente, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) anuncia a meta de reduzir em 40% o uso de sacolas plásticas nos supermercados de todo o país até 2015. O objetivo da entidade é atingir 30% de redução até 2013. A iniciativa faz parte do Plano Abras de Ação Sustentável, que engloba diversas ações setoriais, em consonância com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, e que visam à promoção da sustentabilidade e do consumo consciente. Entre as ações do Plano, além daquelas específicas sobre sacolas, estão o desenvolvimento do Manual de Condutas do Setor e a intensificação da redução do uso de gases que causam o efeito estufa (HCFC).

"O problema das sacolas plásticas faz parte de uma discussão mais ampla a respeito da própria relação entre sociedade e meio ambiente. A Abras se propõe a ser parte da solução deste problema e também ser multiplicadora do consumo consciente. Vamos fazer a nossa parte. No entanto, para que isso aconteça, é preciso que o Poder Público também faça a sua parte. Primeiro, criando uma lei federal única para disciplinar a utilização das sacolinhas - assim, impedindo a multiplicação de leis estaduais e municipais que vêm mais para confundir e impossibilitam qualquer aplicação prática. Segundo, criando ações efetivas para aprimorar a coleta seletiva e a reciclagem", defende Sussumu Honda, presidente da Abras. (Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Empresário saiu do orfanato, venceu e recuperou da criminalidade os amigos de infância

Por Célia Ribeiro

No dormitório coletivo, em camas lado a lado, quatro meninos sonhavam acordados. Olhar fixo no teto enquanto o sono não vinha, um deles queria crescer logo para deixar o orfanato e ser alguém. Não havia sido abandonado pela família, como a maioria dos internos. Não tendo como alimentar os quatro filhos, seus pais apelaram às instituições filantrópicas de Marília, no interior de SP: Carlos ficou no Educandário “Bento de Abreu Sampaio Vidal”, dois irmãos foram para a “Associação Filantrópica” e a irmã para o Lar de Meninas “Amellie Boudet".
Distribuição de presentes em festa da ONG Renovi

O ano era 1.974 e o pequeno Carlos, então com sete anos, sentia falta da família, mas não da situação precária de ter que dividir um almoço cujo cardápio tinha três ovos para seis pessoas que viviam em apenas dois cômodos. Naquela época, ele decidiu que teria um futuro melhor e vislumbrou no trabalho a porta para vencer na vida. Como ele, pensava Toninho, o segundo dos quatro amigos. Mas, os outros dois, mais desinibidos desde aquela época, teriam uma vida bem diferente.

Voltando à Marília da década de 70, Carlos saiu do orfanato aos 12 anos para viver com o pai, servente de pedreiro. Àquela altura, os pais haviam se separado. Durante três anos, o menino trabalhou na colheita de frutas, “era um boia-fria”, recorda: “Tinha vergonha de ir com a marmita para o caminhão que pegava os trabalhadores na Avenida Pedro de Toledo, na zona norte. Por isso, escolhia colher fruta porque podia chupar mexerica, muricote, laranja e matar a fome”.

Focado em mudar de vida, Carlos encontrou uma chance que agarrou com determinação. Foi trabalhar como entregador de jornal no antigo “Correio de Marília”. Ele guarda até hoje a carteira de trabalho com o registro da dona Olga Ferraz Araújo, nome que, por sinal, consta na maioria das carteiras de trabalho de jornalistas, gráficos e jornaleiros da cidade.

Carlos orienta funcionário no Caixa

De jornaleiro conseguiu uma vaga na lavanderia da Santa Casa de Misericórdia de Marília. “Via os enfermeiros e pensava que também poderia estudar e ser um deles. Foi o que eu fiz. Frequentei um curso de atendente de enfermagem”, contou. Sua vida começou a mudar. Determinado, conseguiu um emprego no Hospital Marília (atual Materno Infantil) e quando soube de um concurso para o Hospital das Clínicas (HC) viu que sua hora estava chegando.

Foi aprovado no concurso e continuou se dedicando ao trabalho com afinco: “Eu ganhava bem. Fazia 12 horas quase todos os dias. Já havia me casado e tinha uma casa popular e uma moto quando prestei atenção no trailer de lanche na frente do hospital”. A visão de empreendedor foi longe: “Pensei que, se fosse bem trabalhado, aquele trailer de lanche poderia virar uma lanchonete, quem sabe um restaurante. Fiz uma proposta para o dono que pediu um preço muito alto pra mim. Era o valor exato da minha casa e da minha moto”.

A GRANDE VIRADA

Carlos e o amigo de infância, Toninho
Depois do que passou na vida, o que fez Carlos arriscar tudo, emprego, casa e meio de transporte, por um lance ousado que poderia fracassar? “Sempre tive muita vontade de trabalhar. Com pensamento positivo arrisquei de olho num futuro melhor para minha esposa e meus filhos”, observou. Bem, do trailer para a lanchonete foi um pulo e da lanchonete para um pequeno restaurante, mais alguns anos.

E os três amigos do orfanato? Voltando novamente no tempo, enquanto Carlos trabalhava duro sem descanso, focado em vencer honestamente, outro amigo o acompanhava e tornou-se seu funcionário. Os outros dois caíram na criminalidade. Ambos cumpriram 30 anos de cadeia sendo que um deles foi condenado a 150 anos de prisão!

Carlos tinha cabeça de gente grande e coração de menino. E foi com um forte sentimento de solidariedade que ele estendeu a mão aos dois amigos. “Durante todos os anos de prisão do Ademar, jamais deixei de visita-lo em várias penitenciárias. Levava a mãe e a avó dele aos domingos e ficava furioso quando descobria que ele havia sido transferido por ter liderado outros presos e causado problemas na prisão”, recorda.
Ademar com a esposa e o caçula na ONG

“Teve uma vez em que fomos para Araraquara e eu só tinha gasolina para ida e volta no velho Opala. Chegamos lá e descobrimos que ele estava na penitenciária de Pirajuí porque havia liderado outros detentos numa rebelião. O Ademar era um líder nato e todo mundo o seguia”, contou referindo-se ao hoje recuperado Ademar de Jesus, que dirige a ONG Renovi voltada aos jovens.

A ONG que foi retratada na reportagem do “Correio Mariliense”, na edição de 24 de outubro,
recebe todo o apoio de Carlos, hoje empresário bem sucedido. Ele arca com o aluguel de mil reais por mês, mandou confeccionar 7.000 sacolas plásticas para armazenar os alimentos recebidos em doação pela ONG que os distribui nas favelas, toda semana, e também empresta um dos carros da empresa.

“A transformação de Ademar foi um dos maiores presentes que poderia ter. O trabalho que ele faz hoje, o modo como se recuperou e seu exemplo para os mais jovens afastando-os da criminalidade, através da cultura e da educação, não tem preço”, afirmou radiante. Toninho, o irmão de Ademar que dormia na cama ao lado de Carlos é hoje seu braço direito, homem de confiança. Ele seguiu o exemplo do trabalho e até hoje mantém uma longa jornada para ganhar seu sustento.

APOIO INCONDICIONAL

Instrutores de Street Dance e Hip Hop da ONG Renovi
O quarto amigo que, como Ademar, partiu para o mundo do crime, também encontrou a mão amiga de Carlos. “Na época em que pegou liberdade condicional, depois de 30 anos preso e condenado a 150 anos, ofereci a oportunidade para ele trabalhar na reforma da casa ao lado do trailer em que eu faria uma lanchonete”.

Antes, quando Ademar saiu em condicional também foi trabalhar na lanchonete onde Carlos já contava com 20 funcionários.

O rapaz, cujo nome será preservado, relutou no começo: “Ele se irritava com facilidade. Estava acostumado a comandar e tinha que receber ordens do pedreiro porque era um simples auxiliar. Me deu um trabalhão”, contou rindo. Algum tempo depois, Carlos sentiu que era hora de dar um empurrão e comprou um carrinho de cachorro-quente para o amigo com a condição de que ele trabalharia para devolver o investimento.

“Fiz aquilo para que ele valorizasse o negócio, sabendo que eu dei a chance mas ele teria que se esforçar”, comentou. Carlos abriu o maior sorriso ao contar o final desta história: “Do carrinho de cachorro-quente ele passou para um trailer, depois para uma lanchonete e hoje tem um restaurante bem movimentado. Ele casou, formou dois filhos na faculdade e recentemente comprou um carro zero quilômetro”.

VISÃO EMPRESARIAL

Aos 44 anos, esta é a história do empresário Carlos Alberto Moreira, proprietário do Restaurante “O Forno”, um dos melhores de Marília. “Do restaurante na frente do HC comprei o ponto do antigo ‘Forno’ perto da Prefeitura e continuei trabalhando duro até comprar esse prédio que reformei para transferir o restaurante”, famoso pelo happy hour, pizzas e pratos de alto nível tocado por nada menos que 60 funcionários.

                     Ponto de grande movimento (Foto Alexandre de Souza)
Engana-se quem pensa que ele está acomodado: “Comprei o prédio do lado e vou quebrar tudo isso aqui”, mostrou apontando para a parte superior do restaurante envidraçado, climatizado e decorado com muito bom gosto. Ao seu lado, a esposa e os três filhos (menina de 09 e meninos de 15 e 17 anos) dão todo apoio.
“Para mim, ter vencido honestamente, com muito trabalho, é importante. Mas, mais importante, foi ter resgatado esses dois companheiros de quem nunca me afastei, nem nos piores momentos. E agora, poder ajudar a ONG que cuida de adolescentes é uma oportunidade única”, revelou.

Nesta semana, Carlos Moreira e Ademar de Jesus estiveram juntos na Fundação Casa (ex-Febem). Eles foram falar aos 90 internos sobre suas experiências de vida: “Depois que Ademar contou sua trajetória, fiz um paralelo. Enquanto eu entregava jornais, o Ademar estava fazendo pequenos furtos, quando eu estudava para atendente de enfermagem, ele estava no crime mais pesado. Hoje, estamos juntos. Então, perguntei aos meninos se eles queriam esperar 30 anos para mudarem de vida ou se preferiam começar agora, enquanto podem”.

E assim, com um olhar calmo e fala mansa, sem vergonha do passado e com orgulho do que construiu, o empresário continua sonhando como o menino que olhava o teto do orfanato: “Dá para ir além. É só querer!”

* Reportagem publicada no "Correio Mariliense", edição de 21.11.2010

Obs. Confira a reportagem da ONG Renovi aqui: http://mariliasustentavel.blogspot.com/2010/10/ex-presidiario-usa-cultura-para-afastar.html

TOME NOTA!

CONSUMO CONSCIENTE
O brasileiro tem se tornado um consumidor mais consciente, atuante e atento à relação entre marcas e causas socialmente relevantes, sendo um dos que mais se engajam em todo o mundo. A conclusão é apontada pelos resultados da quarta edição anual da pesquisa Goodpurpose®, conduzida pela Edelman junto a mais de 7 mil consumidores, distribuídos em 13 países.

“As marcas de maior sucesso são as que conseguem gerar benefícios sociais em conexão com seus negócios”, afirma Yacoff Sarkovas, CEO da Edelman Significa. Segundo o executivo, consistência e visão de longo prazo são fatores essenciais para empresas que desejam construir marcas por meio de causas: “as atitudes de uma marca devem refletir suas crenças e princípios, assim como a estratégia do seu negócio”.

Outros números-chave da pesquisa no Brasil:

• 80% tendem a recomendar marcas que apoiam boas causas em detrimento das que não o fazem.

• 74% trocariam de marca se uma outra, de qualidade similar, apoiasse uma boa causa.

• 94% dos consumidores acreditam que a atuação sobre propósitos deve equilibrar interesses sociais e de negócio.

• 76% creem que não basta às corporações simplesmente transferir dinheiro para causas; elas devem integrar os propósitos às suas estratégias e rotinas de negócio.

• 72% gostariam de trabalhar para uma companhia se ela apoiasse ativamente uma causa.

(Fonte: Maxpressnet.com.br - Para mais informações, acesse www.edelman.com.br e www.significa.com.br )

DROGA RAIA ARRECADA LIVROS

Com o tema “Era outra vez”, a Droga Raia, uma das maiores e mais antigas redes de drogarias do País, iniciou, neste mês, a Campanha do Livro de 2010. Na edição passada, a campanha arrecadou 135 mil livros, mais do que o dobro em relação a 2008. Este ano, a expectativa da Droga Raia é aumentar ainda mais o volume de livros doados, que serão destinados a instituições como bibliotecas municipais, escolas públicas e particulares e ONGs. Todas as lojas da rede poderão receber as doações, e os funcionários de cada loja são os responsáveis pela escolha das instituições beneficiadas. Quem quiser doar, basta se dirigir a uma das farmácias da rede até o dia 16 de janeiro. (Fonte: RP1 Comunicação – http://www.rp1.com.br/)

EQUILÍBRIO ECOLÓGICO

A AES Tietê produz, anualmente, 2,5 milhões de alevinos em duas unidades de piscicultura, localizadas em Promissão e Barra Bonita, perto de Jaú. São sete espécies nativas do Rio Tietê (pacu-guaçu, curimbatá, dourado, pirancajuba, tabarana, piapara e lambari), para o repovoamento dos reservatórios da companhia. Em paralelo ao repovoamento, a AES Tietê monitora continuamente a qualidade da água. São duas ações que garantem às comunidades ribeirinhas sua principal fonte de renda: a pesca.

Entre as prioridades da AES Tietê está a implantação de um modelo de desenvolvimento sustentável voltado à preservação do meio ambiente. As usinas hidrelétricas da AES Tietê estão localizadas em um dos mais importantes depositários da biodiversidade do planeta: a Mata Atlântica. (Fonte: Com Texto Comunicação)

Publicado no "Correio Mariliense", edição de 21.11.2010





terça-feira, 16 de novembro de 2010

SEST/SENAT: FORMAÇÃO PROFISSIONAL ALIADA AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Por Célia Ribeiro


Localizada no extremo sul da cidade de Marília/SP, a moderna construção de 5.000 metros, instalada no terreno de 40.000 metros quadrados, impressiona não apenas por esses números: a unidade de Marília do SEST/SENAT (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) revela, em dois anos de existência, indicadores que mostram a melhoria dos serviços oferecidos aos trabalhadores em transporte, transportadores autônomos e seus dependentes, com foco no desenvolvimento sustentável.
Atendimento odontológico gratuito

Conciliando a formação profissional e a atualização dos trabalhadores com a preocupação em promover o desenvolvimento socioambiental da comunidade, o SEST/SENAT participa de várias campanhas simultâneas com uma equipe enxuta de apenas 32 pessoas. Segundo a diretora Vitória Freitas, o principal objetivo das ações “é a qualidade de vida dos profissionais”. Por isso, além dos beneficiados diretos, a unidade estende o atendimento aos seus dependentes.

Para se ter uma ideia, desde a inauguração da unidade de Marília, foram realizados 7.533 atendimentos odontológicos (nas áreas de dentística, periodontia, endodontia, cirurgia, ortodontia, odontopediatria e prótese) e 2.688 atendimentos médicos (clínica geral, ginecologia e oftalmologia), entre outros, informou uma das coordenadoras, Valéria Silva.
Vitória, diretora

A unidade dispõe de fisioterapeuta que vem registrando aumento da demanda e, mais recentemente, contratou um psicólogo para atuar junto às crianças, adolescentes, casais, famílias e dependentes químicos, acrescentou a diretora. Os atendimentos são gratuitos para os trabalhadores do transporte e seus familiares.

LAZER E SUSTENTABILIDADE

Além da parte administrativa, a unidade oferece uma ampla área de lazer com piscinas, quadra esportiva, campo de futebol, quiosques para confraternizações, playground etc, onde a convivência em harmonia com a natureza é o grande atrativo. “Para usufruir, basta ser trabalhador do transporte ou dependente e vir fazer a carteirinha. Já temos 3.000 inscritos”, afirmou a diretora.

Eventos atraem grande público
A preocupação ambiental não faz parte apenas do currículo dos cursos. Na prática, a unidade realiza a coleta seletiva de lixo e dispõe de recipiente para o descarte de lixo tóxico, como pilhas e baterias. Periodicamente, realiza campanhas educativas como a distribuição do Guia de Consumo Consciente com dicas para viver melhor, economizando água e energia e preservando a natureza. Junto com o material informativo a população recebeu sementes de cedro rosa, com orientações de plantio.

Atenciosa, a diretora Vitória Freitas costuma estar presente em todos os eventos de caráter social e ambiental da cidade, levando sua equipe para dar suporte às iniciativas “que contribuam para o bem estar das pessoas”, justificou. Além disso, o SEST/SENAT tem um calendário de eventos em datas tradicionais como “Dia Mundial do Meio Ambiente”, “Dia Mundial da Saúde”, “Dia Internacional da Mulher”, “Dia do Trabalhador”, “Semana de Educação no Trânsito”, entre outros.

Completa área de lazer com quiosques ao fundo
O mais recente desafio já é um sucesso: o “Programa de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, que já coletou centenas de assinaturas de motoristas que passam pelo Posto Cidade de Marília, na saída para Bauru, e que é um dos parceiros da iniciativa.

ALCANCE

O SEST/SENAT de Marília é uma das 137 unidades da organização criada pela Confederação Nacional dos Transportes, há 15 anos. Localizada na Avenida Dr. Durval de Menezes, 1.901, no Núcleo Habitacional Nova Marília, com fácil acesso à BR-153, a unidade é referência para dezenas de municípios num raio de 150 quilômetros.

Campanha de combate à exploração sexual
As amplas instalações climatizadas oferecem diversos cursos ao longo do ano: condutor de veículo de transporte coletivo, condutor de veículo de transporte escolar, operador de empilhadeira, operador de pá carregadeira, operador de guincho, de segurança, saúde e meio ambiente, informática, condutor de transporte de produtos perigosos etc. Os interessados podem acessar o calendário de cursos no site: www.sestsenat.org.br escolhendo SP e depois Marília. O telefone é (14) 34010202.

* Reportagem veiculada na edição de 14.11.2.010 do "Correio Mariliense"






TOME NOTA!


Boa ideia: prefeitura ecológica

Guarulhos, na Grande São Paulo, implantou um sistema de reuso de água para lavar a frota de quase 700 veículos da Prefeitura. Desde setembro, a Prefeitura deixou de jogar no ralo cerca de 10 mil litros de água potável por dia. Em média, o Departamento de Transportes Internos lava 70 carros, motos, caminhões e máquinas pesadas por dia.
A captação da água da chuva é feita no telhado do próprio departamento, que tem uma área de 5 mil m². A água é coletada em uma caixa com capacidade de 15 mil litros. Depois de passar por dois filtros, segue para dois reservatórios de 15 mil litros, cada. No total, são armazenados 45 mil litros de água, quantidade suficiente para uma semana de lavagens. É importante destacar que a utilização dos filtros permite reaproveitar toda a água para limpar novamente os veículos. (Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada)

Planeta Terra Festival

O portal Terra realiza este ano a 4ª. edição do “Planeta Terra Festival”, que acontece no dia 20 de novembro, no PlayCenter, em São Paulo, com muita música e diversão, mas também com uma preocupação com o meio ambiente. O público presente, estimado em 20 mil pessoas, será alvo de campanhas de conscientização e ações de sustentabilidade promovidas pelo Terra, em parceria com a ONG Recicleiros (http://www.recicleiros.com.br), e com a HP, que é a patrocinadora de todas as iniciativas de sustentabilidade do Festival. A previsão é reciclar 100% dos resíduos gerados. Os ingressos para o festival estão esgotados. Mas, todos os shows serão transmitidos, ao vivo, em três canais simultâneos pelo Terra TV (http://www.terratv.com.br) (Fonte: S2Publicom http://www.s2publicom.com.br/)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

PROJETO SUSTENTÁVEL DE GERAÇÃO DE RENDA ESTÁ PARALISADO POR FALTA DE APOIADORES

Por Célia Ribeiro

Um projeto comunitário concebido na universidade, que gerou renda, resgatou a autoestima de um grupo de idosas, educou muitas crianças e retirou do meio ambiente milhares de litros de óleo usado, está praticamente desativado em Marília, no interior paulista, por falta de apoio. Por incrível que pareça, o “Projeto de Geração de Renda em Redes e Sustentabilidade Comunitária” de autoria da professora e consultora Maria Estela Monteiro não encontrou parceiros dispostos a financiarem a retomada dos trabalhos.

Idosas conseguiam até 400 reais por mês
 Reconhecido nacionalmente, o projeto venceu o “3º. Prêmio Brasil Meio Ambiente” ao lado de gigantes como Bradesco, Furnas e Bayer, na categoria “Melhor Trabalho de Comunicação Social e Meio Ambiente”, apresentado pela Universidade de Marília (Unimar), em 2.008. Desde 2.003, quando a semente foi lançada no solo árido da favela “Argolo Ferrão”, na zona oeste, o projeto já trilhou um longo caminho.

Docente da Unimar à época, Maria Estela levou alunos dos cursos de Psicologia e Serviço Social para o trabalho de campo. Na favela, foi montado um jardim ecológico para educação ambiental das crianças de 06 a 12 anos e iniciada a produção de sabão artesanal a partir da doação de óleo usado envolvendo as mulheres com mais de 60 anos.


Maria Estela, idealizadora do projeto

"No começo, a gente ouvia muita reclamação. Era doença daqui, falta de dinheiro dali, depressão da mãe por causa do filho que estava preso. Com o passar do tempo, as idosas resgataram sua autoestima e a mudança de humor ficou evidente”, recordou a professora. No auge do projeto, depois de testarem várias fórmulas e processos de produção, chegaram a vender tanto sabão que cada idosa faturava em torno de 400 reais por mês, complementando a renda da família.

Maria Estela conta que o projeto iniciado pelo curso de Serviço Social da Unimar, em conjunto com o Finep e o Grupo de Pesquisa Guto/Unesp, foi expandido e teve o apoio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Aliás, é ao secretário Mário César Vieira Marques que ela recorre sempre que precisa de um palestrante para as oficinas de sabão: “Ele é articulado, fala muito bem e impressiona a plateia”, elogiou.
Sabão artesanal: R$ 0,50 o pedaço

Com o passar do tempo, e depois de transferir a produção de sabão para diferentes locais (ONG “Amor de Mãe” , Centro Comunitário do bairro Chico Mendes, Bosque Municipal, entre outros), o grupo está sem local para trabalhar. “O que temos são iniciativas isoladas. Algumas idosas continuam fazendo sozinhas e vendendo sua produção. Enquanto isso, promovemos oficinas em escolas, em shopping center, e damos palestras sobre o aproveitamento do óleo e os benefícios ao meio ambiente”.

Incansável, a consultora perdeu a conta das portas que tentou abrir. Estela levou o projeto a diversas empresas e até para as reuniões de clubes de serviço. Seu sonho é criar um ecoponto modelo para “receber o lixo reciclável da população e ser cuidado pela comunidade do entorno, gerando renda às famílias”, explicou. O investimento inicial é de apenas três mil reais. Mesmo assim, não apareceu ninguém interessado em apoiar.

Produto padronizado em formas plásticas
Numa segunda etapa, a professora vislumbra a unidade inicial servindo de teste para a criação de outros 10 ecopontos na cidade. Assim, além de resolver o problema do correto descarte do lixo, os benefícios sociais serão imensos: “Os catadores de recicláveis não vão mais precisar andar debaixo de sol quente para catar papelão, latas e outros materiais. Eles poderão participar dos ecopontos. Poderemos produzir sabão a partir do óleo e com isso também gerar renda para as famílias participantes”, observou.

O projeto do ecoponto está pronto para ser implantado e consiste numa instalação com um muro e baias onde a população poderá descartar o lixo reciclável. “Podemos instalar em qualquer local, como em supermercados e indústrias, porque não precisa de uma grande área”, afirmou.



Exposição e oficina em locais públicos

Maria Estela Monteiro destacou o apoio de alguns parceiros: a escola de idiomas Fisk é uma das maiores incentivadoras. Além de recolher óleo usado, desenvolve a educação ambiental junto aos alunos e promove oficinas de produção de sabão artesanal, periodicamente. Ela citou ainda a escola Realize e a Charanga Pneus. Recentemente, foi realizada uma oficina de sabão no Colégio Sagrado Coração de Jesus.

Além de Marília, a professora levou o projeto para Bauru. Na favela da “Ferradura Mirim” a Associação de Moradores incorporou a ideia e está gerando renda com o sabão artesanal. Em Pederneiras, o Asilo São Vicente de Paula praticamente se mantém com a renda da produção de sabão.

Oficinas nas escolas: educação ambiental
                                         
Reconhecimento

“Amo Marília e gostaria muito de retomar o projeto aqui, com as três frentes: criança (jardim ecológico), família (renda dos recicláveis dos ecopontos) e terceira idade (produção de sabão). Tenho esperança que ainda conseguiremos o apoio necessário”, concluiu a educadora.

Para maiores informações, os interessados podem entrar em contato no e-mail: monteiroestela@hotmail.com








Reportagem publicada no Jornal "Correio Mariliense" de 07.11.2.010