domingo, 21 de maio de 2023

SOLIDARIEDADE: ADVOGADA ENVOLVE A FAMÍLIA E OS AMIGOS EM AÇÕES SOCIAIS

Por Célia Ribeiro

 “A palavra convence. O exemplo arrasta”.  Fiel a esta máxima, a advogada Marta Suely Martins Silva, 63 anos, levou para dentro de casa a vontade de fazer a diferença na vida dos menos favorecidos e envolveu a família e os amigos nas ações sociais que pratica há mais de 40 anos. Dos almoços comunitários em regiões carentes, à transformação de materiais que seriam descartados, até a doação de roupas, brinquedos, cobertores e fraldas geriátricas, ela segue contaminando de solidariedade o seu entorno.

Marta e o boneco "Sassá"
“Sou uma pedinte e não tenho vergonha disso”, declarou, bem humorada, durante entrevista ao JM em sua confortável residência na zona leste. Marta explicou que se considera pedinte porque recorre aos amigos e familiares para obter a matéria prima de seus trabalhos. Como exemplo, mostrou caixas de sapato encapadas com folhas de revista e maletinhas  confeccionadas com potes de sorvete que abastece com kits de higiene para doação.

“Meus amigos já sabem. Quando viajam, não usam os kits dos hotéis porque eu peço para me trazerem. Tem tanta gente que precisa e receber uma maletinha dessas com sabonete, shampoo, condicionador, touca de banho, hidratante e creme dental é uma beleza”, justificou. Acostumada a visitar áreas de extrema pobreza, ela leva sacolinhas feitas de retalho para que as meninas possam guardar pente, elásticos de cabelo, fivelas etc.

 A advogada disse que nunca se conformou em ver a dificuldade alheia e permanecer de braços cruzados. Ela começou visitando comunidades nos bairros afastados, barracos em favelas e moradias quase inabitáveis. E nestas andanças, levava o casal de filhos para que, desde pequenos, aprendessem o valor da solidariedade. 

Retalhos se tornarão mantas para os bebês

“Meus filhos foram criados assim. Um dia, desci no barraco da dona Maria, que catava latinhas, e notei a vida difícil que ela levava”, recordou, contando como começou a frequentar as áreas esquecidas pela sociedade. Além de conseguir cestas básicas para matar a fome imediata, ela também organizava almoços comunitários, com a ajuda de amigos, que chegaram a ter mais de 100 pessoas.

 

Manta em fase final
“Tem uma lembrança que nunca me esqueço. A gente entregava um convite simples, em papel sulfite, chamando a pessoa para almoçar conosco. Um dia, depois de alguns anos, voltei a uma casa e, para nossa surpresa, a dona ainda tinha o convite todo amarelado. Aos 81 anos, ela disse que aquele foi o único convite que recebeu em toda a sua vida”, revelou, sem esconder a emoção.

 SUSTENTABILIDADE

 Marta se recusa a jogar fora qualquer coisa que possa ser transformada. Se ganha um calçado velho, ela manda a um sapateiro parceiro para colocar sola. O mesmo vale para roupas que passam por reparos e são higienizadas antes da doação. Já as tampinhas de plástico são a base do boneco que a advogada batizou de “Sassá” confeccionado com a ajuda da amiga Elaine Nogueira de Matos Oliveira e que faz a alegria dos meninos.

Contadora de história do projeto “Viva e Deixe Viver” que atua no Hemocentro e hospitais de Marília, Marta lamentou não ter muito tempo livre para contribuir com essa atividade. Mas, através do artesanato solidário, consegue levar um pouco do seu carinho a pessoas nestas instituições. 

Michele e Marta: exemplo vem do berço

Para os bebês, por exemplo, ela confecciona lindas mantas de retalhos doados pelo Sr. Fabrício da Casa Ucles e algumas amigas. Habilidosa, Marta monta os quadradinhos à mão que depois são costurados à máquina e finalizados com forro de flanela, barrados e laçarotes: “Tem mães que não têm onde enrolar os bebês. Levamos no Hospital Materno Infantil onde tem contação de história e os bebês ficam quentinhos”, observou. 

Caixa de sapato forrada para os Kits de higiene

Também para os recém-nascidos, Marta entrega os gorros de lã que suas tias Maria Lúcia Roland, 75 anos e Ester Roland de 81 anos confeccionam, como mostrou reportagem desta página em janeiro: “Compro  e ganho lãs e elas nos ajudam com os gorrinhos que aquecem os bebês”, assinalou.

Maria Lúcia Roland

TAL MÃE, TAL FILHA

Também advogada, a filha Michele segue o exemplo da mãe. Voluntária no Projeto “Amor de Criança” ela comemora a retomada gradual das atividades, pós-pandemia. Com muita disposição, ela ajuda Marta nos trabalhos manuais e ainda encontra tempo para mobilizar amigos em torno da arrecadação de fraldas geriátricas do grupo do terço da Igreja Nossa Senhora de Fátima. 

Porta-trecos para as meninas

Com a aproximação do inverno, a preocupação se voltou aos moradores em situação de rua. Por isso, Michele e Marta estão se organizando para promoverem uma campanha junto aos amigos e conhecidos: “Tem previsão de cair a temperatura para até cinco graus neste inverno. Já pensou essas pessoas dormindo ao relento?”, observou a jovem advogada.

A ideia é sair pelas ruas e, encontrando quem passa frio sob as marquises e praças, entregar um agasalho e um cobertor. Elas sabem que muitos criticam esse tipo de ajuda aos moradores em situação de rua. No entanto, dizem que poder aliviar o sofrimento de alguém é melhor do que fechar os olhos e fingir que nada está acontecendo.

Quem quiser mais informações sobre as ações sociais da família ou contribuir com doações, o contato de WhatsApp de Michele é (14) 9.98964746.

 Leia a reportagem das professoras aposentadas que contribuem com as ações sociais da advogada Marta Martins AQUI

*Reportagem publicada na edição de 21/05/2023 do Jornal da Manhã

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